domingo, 15 de março de 2020

Empuxo

"Buoyancy", de Rodd Rathjen (2019) Um do filmes mais cruéis que assisti recentemente, "Empuxo" foi o filme que representou a Austrália para uma vaga ao Oscar de filme internacional em 2020. Escrito e dirigido pelo australiano Rodd Rathjen, o autor se baseou em centenas de relatos de sobreviventes do trabalho escravo no sul da Ásia para contar esse trágico drama sobre um menino, Chakra, de 14 anos, que decide fugir de casa, no Camboja, para trabalhar em uma embarcação pesqueira na Tailândia. O pai de Chakra o explora ao máximo possível. Não aguentando mais a situação em sua casa, Chakra ouve um amigo dizer que barcos pesqueiros na Tailândia estão contratando pessoas para ajudarem na pesca. Ao chegar lá, Chakra descobre que na verdade tudo é uma farsa: ele e os outros são vendidos como escravos para traficantes do mar., que os obrigam a trabalhar de graça em condições sub-humanas. Sem ter como fugirem, os escravos são humilhados, torturados e assassinados. O diretor se baseou em relatos que constam que mais de 200 mil pessoas vivem como escravos em péssimas condições na região da Ásia. O roteiro não dá trégua: são cenas de tortura e muita miséria para Chakra e as outras pessoas. O filem lembra bastante o recente filme brasileiro "Pureza", que trata do mesmo tema. "Empuxo" ganhou dezenas de prêmios, entre ele,s o ecumênico no Festival de Berlin 2019. O trabalho do menino Sarm Heng, que interpreta Chakra, é comovente: um papel complexo, difícil, que exige muito do seu comprometimento físico e psicológico.

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