domingo, 29 de julho de 2018

Severina

"Severina", de Felipe Hirsch (2017) Recentemente, o Cinema tem redescoberto uma filmografia que tem como tema, a paixão pelos livros. "A livraria", "A sociedade literária e a torta de casca de batatas", e uma nova versão do clássico "Fahrenheit 451". Nessa co-produção Brasil/Uruguai, escrito e dirigido pelo Diretor teatral Felipe Hirsch, o cinema flerta com vários gêneros: drama, romance e suspense, mais precisamente, em um tom que percorre o Cinema noir. E é mais no Cinema noir que Felipe Hirsch aponta a sua câmera: na figura da mulher fatal por quem o protagonista se apaixona. Me lembrei bastante também do filme de Cristopher Nolan, "The following", que apresentava um personagem que se encantava por uma pessoa e resolve entrar na vida dela por curiosidade e sedução. Um livreiro (Javier Drolas, do excelente argentino "Medianeras", e que já trabalhou com Felipe Hirsch no seriado "A menina sem qualidades") é dono de uma livraria. Ele promove eventualmente saraus na loja, ma sé um homem solitário e mora na mesma casa. Aspirante a escritor, o homem tem arroubos de imaginação. Um dia, ele percebe que uma mulher, Ana, constantemente entre em sua loja e rouba livros. instigado pela mulher, por quem se apaixona, ele decide entrar na vida dela e saber mais sobre essa mulher. O filme tem um excelente elenco que inclui Daniel Hendler, Alfredo Castro e Carla Quevedo, no papel de Ana. Com linda fotografia de Rui Poças, fotógrafo português cada vez mais presente na filmografia brasileira, "Severina' seduz e permite ao espectador seguir as armadilhas da narrativa, deixando-nos tentando adivinhar se o que seguimos é real ou fruto da mente fértil do livreiro. O filme concorreu no prestigiado Festival de Locarno, em 2017.

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