sábado, 5 de setembro de 2015

O conto dos contos

"Il racconto dei racconti", de Matteo Garrone (2015) Filme fantasioso, baseado em contos escritos por Giambattista Basile, em 1600, anterior aos Contos de Grimm. Dirigido pelo italiano Matteo Garrone, o filme concorreu pela Palma de Ouro em Cannes 2015. Em outros anos, Garrone já havia ganho Palmas para seus filmes "Gomorra" e "Reality". Impressiona que, após esses 2 filmes, ele tenha resolvido fazer uma co-produção com estrelas americanas e européias, e mais: todo falado em inglês, e dentro de um universo que parecia bem distante dos seus outros filmes. Filme fantástico, na linha de "Os irmãos Grimm" ou "As aventuras de Barão de Munchausen", ambos de Terry Gillian, de quem Garrone pega muitas referências, principalmente em relação ao universo surreal e onírico. Poderia até estender ao universo de Tim Burton: afinal, as 3 histórias aqui apresentadas, mesclam violência, humor negro e muita bizarrice. O diferencial, é que Garrone coloca pimenta, com cenas de sexo e nudez. Ou seja, fantasia macabra para adultos. A primeira história é com Salma Hayek: ela é uma rainha, casada, mas que não consegue engravidar. Um feiticeiro diz que se ela comer um coração de um monstro marinho, preparado por uma virgem, ela engravidará. A segunda história, é sobre um Rei (Vincent Cassel)sedento de sexo, que um dia ouve a voz de uma mulher e fica apaixonado por ela, sem saber que é uma velha que mora dentro de uma casa. A terceira historia, é de um Rei que quer casar a sua filha. Ao mesmo tempo, ele cria uma pulga que vem a se tornar um grande monstro. O problema do filme é que, além de ser muito longo, 125 minutos que parece uma eternidade, é que ele não tem ritmo. Chato, para piorar, as 3 histórias são entrecortadas, o que prejudica a narrativa delas, pois quando você está entrando na história, corta e vamos para uma outra, e assim vai seguindo. As 3 histórias em si não tem nada a ver uma com a outra. O filme fica variando entre querer contar um filme para adolescentes, e depois, para adultos, provocando uma grande crise de identidade. O que vale a pena: a parte técnica. Footgrafia de Peter Suschitzky e trilha sonora do craque Alexandre Desplat. Fora isso, os atores parecem estar todos no piloto automático. Salma Hayek está sem vida, burocrática. Alba Rohrwacher, excelente atriz italiana, faz uma ponta que acaba nem fazendo diferença, Efeitos ótimos, figurino, maquiagem. Mas tudo a favor de um filme frio e vazio. O que é uma grande pena. Nota: 6

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