quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Breve história do Planeta verde

"Breve historia del planeta verde", de Santiago Loza (2019) Grande Vencedor do Prêmio Teddy no Festival de Berlin 2019 (concedido a filmes de temática LGBTQ+), "Breve história do Planeta verde" é daqueles filmes bizarros que surgem de vez em quando e que provavelmente muito pouca gente terá chance de assistir. Filmado na região rural da Argentina, essa co-produção Argentina/Espanha/Alemanha e Brasil ( co-produzido pela mineira Anavilhana Filmes) é uma mistura de diversos gêneros: drama, fantasia, ficção científica. Com um formato de produção independente de baixo orçamento, o filme conta a história de 3 amigos em uma aventura inusitada, uma espécie de refilmagem de "Et, o extraterrestre", de Spielberg, versão Lgbtq+: eles precisam levar um alienígena de volta ao seu local de origem. Tania é uma mulher trans; Pedro é gay; Daniela é uma mulher hetero cis. Amigos desde a infância, eles seguem até a casa da avó de Tania, que acabou de falecer. A miga da avó conta um segredo para Tania: ela encontrou um alienígena numa área remota da floresta e o trouxe para casa, se tornando amigos. Antes de morre, a avó pede para que Tania leve o alien de volta para o lugar onde ela o encontrou. Começa então uma epopéia road movie dos 3 amigos que seguem um mapa para ond elevar o ser de outro planeta. Pelo caminho, eles encontram homofóbicos, que se transformam após o contato com o alien. O filme tem um roteiro estranhíssimo, que vai além de qualquer tipo de tentativa de compreensão lógica. O que é evidente, é a metáfora por trás da história: todos somos alienígenas, dependendo do ponto de vista: trans, heteros, gays, em algum momento de suas vidas, são vistos como seres obscuros. A atuação dos atores segue quase que uma cartilha Bressioniana: pouca emoção, mesmo em momentos que teoricamente exigiriam reações mais extremadas, como quando o trio descobre o alienígena. Não fiquei apaixonado pelo filme e até acho exagero ele ter ganho o Teddy, mas não posso deixar de reconhecer a ousadia do cineasta e roteirista em fazer um filme que tinha tudo para dar errado ( o ET é um boneco imóvel, bem de teatrinho infantil), mas que pela sinceridade que toca nos temas propostos, acabou ganhando apoio da crítica e do público que o premiou.

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