domingo, 7 de abril de 2019

Queimadura de sol

"Sunburn", de Vicente Alves do Ó (2018) Exibido em diversos Festivais de Cinema, o drama português LGBTQ+ "Queimadura de Sol" foi escrito e dirigido por Vicente Alves do Ó, mesmo realizador dos premiados "Al Berto" e "Florbela". O filme é o que poderíamos chamar de 'White people's problem": 4 amigos lindos, ricos, bem sucedidos, passam um final de semana na casa de campo de um deles, Francisco (Nuno Pardal). A casa é contemporânea, luxuosa e com uma enorme piscina, onde os amigos Simão (Ricardo Barbosa), (Oceana Basilio) e Vasco (Ricardo Pereira). Simão é um escritor de cinema e escreve um roteiro chamado "Sunburn", mas está em crise criativa. Vasco sonha com o homem perfeito, mas enquanto não chega, transa com peguetes de aplicativos. Francisco faz um acordo com Ondina para ela engravidar e ele poder ter um filho. O filme não deixa muito claro a relação entre os amigos, mas parece haver um Poliamor, onde todos pegam todos. Um dia, Francisco recebe uma ligação de Davi, que diz estar indo visitar a todos na casa. Logo se instaura uma grande crise na casa: todos de certa forma, tem uma relação mal resolvida com Davi no passado, e precisam aprender a lidar com a chegada iminente dele, que irá acontecer em algumas poucas horas. Realizar um drama todo em uma única locação, não é problema algum. O problema é quando o filme tem um roteiro frágil e vazio. "Queimadura de sol" expõe pequenos dramas dos personagens, nenhum digno de nota. Nesse processo quase minimalista de explorar a rotina dessas pessoas lindas e exuberantes, fica a pergunta: como é que eles conseguem ter problemas tão sem relevância, diante da vida de luxo e prazeres que levam? Nesse existencialismo contemporâneo, falta a densidade de um Antonioni. Salvam-se as perfomances de todo o elenco, que já são atores consagrados, e as lindas locações no Sul de Portugal.

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