Sanatorium

'Sanatorium", de Gar O'Rourke (2025) Representante da Irlanda à uma vaga ao Oscar de filme internacional 2026, 'Sanatorium" me fez lembrar de outro documentário: "The wolves always come at night", filme rodado na Mongólia que representa a Asutrália também à uma vaga ao Oscar de filme internaiconal 2026. 'Sanatorium" foi rodado em Odessa. Em ambos os filmes, a realidade retratada é muito distante do país de produção. O cineasta irlandês Gar O'Rourke visitou a Ucrânia em 2018 e, por meio de um amigo ucraniano, tomou conhecimento do sanatório Kuylanik em Odessa. Trata-se de um edifício construído na década de 1970, quando a Ucrânia fazia parte da União Soviética, e sua arquitetura brutalista é um monumento daquela época. O sanatório oferece uma vasta gama de tratamentos e terapias para aqueles que o procuram para se curar ou para obter alívio de qualquer problema que enfrentem. Já decadente, quando Gar o conheceu, o local nos tempos áureos recebia centenas de hóspeddes. Por conta da Guerra da Ucrânia, o local voltou a receber turistas, só que dessa vez, boa parte deles, são vítimas diretas ou indiretas do conflito: mães preocupadas, vítimas da guerra,, civis com quadros de ansiedade. O filme me lembrou a narrativa dos filmes do austríaco Ulrich Seidl: de forma fria, ele apresenta pessoas decadentes em ambientes sem glamour, recebendo todo tipo de tratamento, sem humanismo: banho de lama, jatos de água, massagens, terapias psicológicas. O momento mais melancólico é de noite, quando solitários dançam em um salão que reproduz um baile. Retrato cruel e desolador , 'Sanatorium" impacta pela fotografiam enquadramentos e claro, pela imponência da construção, com ambientes gigantescos, herança do regime socialista.