quinta-feira, 31 de julho de 2025
Quinografia
"Quinografia", de Federico Cardone e Mariano Dosono (2024)
Documentário que narra vida e obra do cartunista argentino Joaquín Salvador Lavado Tejón , conhecido como Quino. Nascido em 1927 em Mendoza, Argentina, faleceu em 2020 de derrame cerebral, aos 88 anos de idade. Com depoimentos de familiares e amigos, o filme apresenta a vida do autor de Mafalda, sua personagem mais conhecida. Criada em 1962 para uma campanha de publicidade, ela logo ganhou vida própria, tendo tirinhas diárias publicadas em diversos países. Em 1973, Quino decidiu encerrar as histórias de Mafalda, temendo se tornar repetitivo, mas acredita-se que ele parou por represálias políticas. MAfalda foi por muito tempo comparada a Charlie Brown por conta de seu olhar crítico e existencialista. O filme mostra momentos importantes da vida pessoal de Quino, e traz para o público diversas tirinhas políticas e debochadas, criticando o regime militar de seu país.
A fortaleza infernal
"The keep", de Michael Mann (1983)
Um dos primeiros filmes do cineasta Michael Mann, "A fortaleza infernal" é a sua única exeriência com filme de terror e sobrenatural. Adaptado do livro de 1981 do americano F. Paul Wilson ( que odiou o filme), o filme tem trilha sonora do duo eletrônico Tangerine Dream. três anos depois, Michael Mann mudaria a sua carreira para sempre, ao adaptar o romance de Thomas Harris, "The red dragon", que viria a ser a primeira aparição de Hannibal Lecter no cinema, em 1986. O elenco de "A fortaleza infernal" traz Ian Mackellen e Gabriel Byrne no ano de 1941, na Romênia, sob ocupação nazista. Soldados nazistas, sob o comando do Capitão Klaus Woermann, chega a uma aldeia conhecida como "a Fortaleza" , por conta de um forte vigiado pelos aldeões por céculos, guardando um segredo ancestral. Quando os nazistas ocupuam o forte, eles liberam uma entidade malígna, chamada Radu Molasar, que mata os nazistas. Radu quer sair do forte, mas para isso, irá precisar da ajuda de um historiador judeu doente, Theodore Cuza (Mackellen), acionado pelo oficial nazista Erich Kaempffer (Byrne), um sádico que deseja os poderes do forte.
Não vamos nos iludir: o filme é ruim. Hoje em dia, seria visto como um filme tosco e trash. Mas a história em si é bem interessante, e poderia render uma boa refilmagem. O que mais amei no filme, é a caracterização da entidade de Radu, uma criatura gigante escura e de olhos e boca vermelhos, que algumas pessoas compararam ao Apocalipse, da Marvel. Por ele, o filme vale ser visto.
Love
"Kjærlighet", de Dag Johan Haugerud (2024)
Concorrendo ao Leão de ouro no Fetsival de Veneza 2024, "Love" é o 2o filme da trilogia "Sex/Love/dreams", dirigido e escrito pelo cineasta norueguês Dag Johan Haugerud. 'Dreams" venceu os prêmio do Urso de ouro e Fipresci no FEstival de Berlim 2025, e dos três, é o melhor. Mas essa comparação não tira a força de "Love", que traz um roteiro que discute os relacionamentos amororos em época de apps, com personagens na faixa dos 40 anos, em crise entre a tecnologia ou o romance à moda antiga, olho no olho. Defendido por um time de excelentes atores e diálogos naturalistas e cativantes, 'Love" é um reflexo da sociedade de hoje, dividido entre a vida pessoal e a profissional, e temendo envolvimentos amororos por questões traumáticas ou medo de perder a individualidade.
Marianne (Andrea Bræin Hovig) é uma médica oncologista que se dedica a cuidar de seus pacientes afetados psicologicamente pelo medo da morte.
O enfermeiro Tor (Tayo Cittadella Jacobsen) trabalha em dupla com Marianne. Gay assumido, ele encontra Marianne ao acaso m uma barca, junto da amiga dela Heidi, que quer apresnetá-la a um amigo divorciado. Ao retornar para casa de noite, Marianne reencontra Tor na mesma balsa. Ele diz que costuma frequentar a balsa para fazer pegação com os passageiros. Marianne se exicta com a possibilidade de flertar sem compromisso com homens de quem ela não sabe a história. Visualmente, o filme é muito bonito, com fotografia sedutora, locações apaixonantes e uma sutileza e delicadeza no encaminhamento da narrativa.
quarta-feira, 30 de julho de 2025
Hot milk
"Hot milk", de Rebecca Lenkiewicz (2025)
Concorrendo ao Urso de Ouro em Berlim 2025, "Hot milk" é escrito e dirigido pela cineasta inglesa Rebecca Lenkiewicz, em seu longa de estréia. O filme é adaptado do romance escrito por Deborah Levy. Ambientado na região de Almeria, Espanha, o filme foi rodado na Grécia. O filme apresenta uma relação conturbada entre mãe e filha, e o relacionamento da filha como uma moradora local.
Rose" (Fiona Shaw) não consegue andar há quase vinte anos. Ela decidiu hipotecar sua casa para poder fazer um tratamento alternativo na clínica administrada por "Gomez" (Vincent Perez), na Almeria. Sua filha Sophia (Emma Mackey) a acompanha. A tensão entre mãe e filha vai aumentando. Sophia acaba conhecendo uma alemã que mora na região, Ingrid (Vicky Krieps) e elas começam um relacionamento.
Co-produzido por Austrália, Grécia e Reino Unido, "Hot milk" é um drama complexo sobre diversas camadas emocionais, defenido pelo excelente trabalho das 3 atrizes. No entanto, o ritmo lento e o roteiro pouco envolvente para mim me mantiveram afastado da história o tempo todo, finalizando em um desfecho em aberto que é chocante e simbólico.
Eternidade
"Wiñaypacha", de Óscar Catacora (2017)
Dirigido, escrito e fotografado por Oscar Catacora, 'Eternidade" é um drama minimalista, com uma fotografia belíssima que traz imagens impressionantes dos alpes peruanos. Primeiro filme rodado no dialeto aimará, língua indígena falada pelo povo aimará, que mora nos Andes, no Sul do Peru e no noroeste da Bolívia. O filme traz um casal de idosos, Willka (Vicente Catacora, avô do diretor) e Phaxsi (Rosa Nina). Eles moram sozinhos nas montanhas, colhendo grãos para subsistência. Eles aguardam o retorno do filme, que foi para a cidade grande e nunca mais voltar. O filme mostra a rotina dos idosos, e o tempo todo, os pais desejam não morrer enquanto não reverem o filho. Apesar das lindas imagens, o filme mostra uma vida dura e sujeita às forças na natureza e da. cronologia do tempo. Uma reflexão melancólica sobre a finitude. Com um olhar documental e antropológico, o filme foi indicado pelo Peru à uma vaga ao Oscar de filme estrabgeiro em 2018.
La furia
"La furia", de Gemma Blasco (2025)
Concorrendo no Fetsival de SXSW, "La furia"é um denso drama espanhol com o tema do 3xtupro. O filme me fez lembrar de "Irreversível", de Gaspar Noé, mas sem a estilização e a violência gráfica. O filme traz ainda a participação de Ana torrent, a atriz de CArlos Saura em 'Cria Cuervos", no papel da diretora da peça "Medéia".
A;ex (Ángela Cervantes) é uma atriz e assistente de produção que mora com seu irmão mais novo, Adrian (Alex Monner). Na noite de ano novo, Alex vai para uma festa em uma boite. Quando ela vai até o banheiro, ela é 3xtuprada por um homem não identificado. Alex fica traumatizada, e decide contar apenas para seu irmão Adrian, que inesperadamente, deseja vingança, ao contrário de Alex. mas Alex processa a sua dor e angústia na personagem Medéia, que ela deseja interpretar em uma peça, e para isso, ela vai fazer uma audição.
O filme tem uma narrativa desfragmentada, para reforçar o que se passa na mente da personagem. Os tempos cronológicos se misturam entre presente e passado, confundindo o espectador, que não sabe que o que v6e é real ou reflexo da mente da personagem. Excelente trabalho dos dois atores principais, em entrega total de personagens.
terça-feira, 29 de julho de 2025
A vida de Chuck
"The life of Chuck", de Mike Flanagan (2024)
Adaptado de um conto de Stephen King da coletânea "If it bleeds", "A vida de Chuck" me fez lembrar de "Mr Nobody", com Jared Leto. Se apropriando da fantasia, o filme faz um retrospecto da vida de Charles "Chuck" Krantz, em 3 atapas de sua vida. Chuck é interpretado por Tom Hiddleston na fase adulta, por Benjamin Pajak quando criança e por Jacob Trembley na adolescência. O filme venceu o prêmio do público de melhor filme em Toronto 2024. O elenco é um dos pontos fortes do filme: Mark Hamill interpreta seu avô, Albie , e também narra o filme; Mia Sara interpreta sua avó Sarah; Chiwetel Ejiofor interpreta o professor Marty Anderson. O filme tem um tom melancólico e às vezes otimista, mas ao final da projeção, ele certamente fará o esp[ectador efeletir sobre o que é importante na vida, e de que forma o destino pode ser mudado, mesmo com a certeza de uma morte eminente. Mike Flanagan já havia dirigido outro romance de Stephen King, a continuação de "O iluminado", Doutor Sono". O filme é dividido em 3 atos, narrados do presente para o passado.
Ato 3- Thanks Chuck - Com o mundo sofrendo uma pena tecnológica e o fim da internet; catástrfes naturais destruindo o mundo. Com o fim do mundo eminiente, coincidindo com a morte de Chuck na Uti, aos 39 anos.
Ato 2 - Buskers forever - 9 meses antes de sua morte, Chuck, um contador de uam empresa, caminha na sua rotina pela rua, até encontrar uma artista de rua. Ele se vê motivado a dançar, e convida uma jovem para dançar com ele.
Ato 1- I contain multitudes - Chuck criança mora com seus avós. Seu sonho é ser dançarino, inspirado por sua avó. Na sua casa existe um sótão, mas seu avê o proíbe de entrar ali.
O número musical do Ato 2 é mágico e encantador. No ato 1, a cena de dança do pequeno Chuck na escola de dança é comovente e divertida.
"A vida de Chuck" é um lindo filme, que pode não agradar a todos, mas certamente fará as pessoas refletirem sobre sua existência.
segunda-feira, 28 de julho de 2025
A Brother and 7 Siblings
"1 Kakak 7 Ponakan", de Yandy Laurens (2024)
Um comovente drama vindo da Indonésia, "A Brother and 7 Siblings" é receita para o espectador que quer chorar s oltar litros de lágrimas. Refilmagem de uma novela exibida na tv em 1996, de Arswendo Atmowiloto, o filme foi comoarado por diversos críticos aos filmes do cineasta japonês Hirokazu Koreeda, por conta da apresnetação de famílias desfuncionais, envoltos em desmeprego, morte e laços de amizade e amor.
Moko (Chicco Kurniawan) é um jovem estudante de arquitetura, que está fazendo pós graduação e com sonhos de abrir um escritório com sua namorada Maurin (Amanda Rawles). Moko mora na casa com sua irmã grávida e seu cunhado, além de 3 sobrinhos: Woko, Nina e Ano. Quando seu cunhado morre de ataque do coração, sua irmã dá a luz no mesmo dia e morre no parto. Moko entra em um dilema: continuar os estudos ou abdicar de todo seu sonho profisisonal e cuidar de seus 4 sobrinhos, menores de idade.
O filme fala sobre altruísmo, pessoas que vivem para fazer o bem, enquanto existem pessoas exploradoras que decidem praticar o mal. O filme apela para sentimentaismo, e o fundo do poço vai cada vez apertando mais. Porém, o ótimo trabalho de todo o elenco sustenta o interesse do espectador. O protagonista Chicco Kurniawan é bastante carismático e seu olhar de tristeza e seu sorriso cativam pela sensibilidade.
Été 96
"Été 96", de Mathilde Bédouet (2023)
Melhor animação no prêmio César francês 2024, "Été 96" é co-escrito e dirigido pela cineasta francesa Mathilde Bédouet. Inspirado em suas memórias de infância quando passava as férias com seus pais e irmão na Ilha CAllot, Mathilde reviu fitas VHS de suas viagens de infância e escreveu o roteiro junto de seu irmão.
Com belíssimos traços feitos em lápis de cor, o filme apresenta Paul, um menino de 10 anos, que passa as férias na Ilha Callot com seus pais, sua irmã e amigos. Logo descobrem que a maré está subindo e que seu pai viu errado a tábua. Eles ficam presos e não conseguem acesso à estrada, tendo que pernoitar na praia.
Uma história simples, narrada quase que como em um filme lúdico de Eric Rohmer, e com um visual impressionista. Uma metáfora sobre o coming of age.
domingo, 27 de julho de 2025
I Could Just Die and That Would Be All Right
"I Could Just Die and That Would Be All Right", de A.K. Espada (2023)
Escrito e dirigido pela cineasta americana A.K. Espada, "I Could Just Die and That Would Be All Right" se apropria do gênero terror para fazer uma metáfora sobre depressão e suicídio. Uma mulher (Courtney Locke), casada com seu marido (Chris Mayers) está em profunda depressão. Seu marido faz de tudo para tentar animá-la ou tirá-la da tristeza, sem sucesso. Toda madrugada, ela decide correr no entorno de sua casa, que fica no meio de uma floresta, isolada. EXiste uma lenda urbana de um animal na floresta, chamado Bone cat, que é meio zumbi, meio vampiro. Ela decide se entregar para ele e assim, poder morrer. Para a sua surpresa, no dia seguinte, ela se transformou em uma morta-viva. Chegando em casa, ela morde seu marido no pescoço, sugando seu sangue. Ele se assusta, e ela foge. O marido a recebe, e dessa vez, ele deixa que ela sugue um pouco de seu sangue de cada vez.
O filme começa com uma cartela alertando sobre altas taxas de suicício, e um telefone de contato. O filme deixa claro a importância de ter alguém próximo que possa tentar tirar a pessoa suicida so fundo do poço. É um filme de boas intenções, com produção modesta e bons atores.
The dogs
"The dogs", de Valerie Buhagiar (2025)
Excelente drama sobrenatural, com tintas de horror fantástico. Premiado em diversos festivais de gênero, "The dogs" é dirigido pela cineasta canadense Valerie Buhagiar, a partir do romance escrito por Allan Stratton, inspirado em sua história real. Seu pai abusou com violência contra ele e sua mãe, e foi seu padrasto que o ajudou a se recuperar do trauma.
Cameron (Donovan Cole, excelente), é um adolescente traumatizado pelos maus tratos de seu pai contra ele e sua mãe, Catarine (Kathleen Munroe), Os dois passam a vida fugindo dele, e após Caterine acreditar que ele os encontrou, ela decide ir para a área rural, alugando uma fazenda. Caterine consegue emprego como recepcionista de uma loja. Cameron sofre bullying na escola. Em casa, ele começa a ter visões de um garoto, Jacky (Asher Grayson), que ele descobre ter morado na casa há 40 anos atrás. Caterine acredita que Cameron está com transtorno mental.
Enquanto isso, Cameron continua tendo visões de um crime violento ocorrido na casa.
Se apropriando do terror para falar do tema do feminicídio e violência doméstica, a cineasta Valerie Buhagiar realiza um ótimo filme. Com ritmo lento, mas smepre instigante, o filme tem excelentes performances do elenco e uma fotografia e trilha sonora que intensificam a atmosfera de suspense iminente.
Toxic
"Akiplesa", de Saule Bliuvaite (2024)
Vencedor do Leopardo de Ouro no prestigiado Festival de Locarno 2024, o drama lituano 'Toxic" é um coming of age que faz lembrar a crueza dos adolescentes de 'Kids", de Larry Clark: s3xo, drogas, álcool, pais desajustados, angústia, bullying e um futuro sem perspectiva para uma geração frustrada e totalmente desassistida.
Marija (Vesta Matulytė), de treze anos , sofre bullying na escola, por mancar de uma perna. Sua mãe a deixou com sua avó, que mora em uma cidade industrial entediante. Quando sua calça jeans é roubada, ela acusa a estudante Kristina (Ieva Rupeikaitė) de tê-la roubado, e brigam na rua. As duas se reencontram ao acaso em uma agência de modelos. Logo elas se tornam melhores amigas. Elas querem estudar na escola e viajarem pelo mundo e poder sair da cidade que tanto odeiam. Mas para tirar fotos e faezr book, precisam pagar um valor alto em dinheiro.
O roteiro foi escrito pela própria diretora, Saule Bliuvaite, baseado em suas memórias de adolescência, quando queria ser modelo. Saule faz uma crítica à cultiura do corpo e estética perfeita, e no filme, as meninas são obrigadas a passar fome e a comer ovos de tênia. É um filme pessimista, e para quem gosta de sofrer e ficar com angústia, é prato cheio. as duas atrizes principais são ótimas, e li que a diretora levou 2 anos em busca de atrizes para interpretar as duas protagonistas.
Manas
"Manas", de Marianna Brennand (2024)
Premiado no Festival de Veneza com o Giornate degli Autori Director's Award, "Manas" é co-escrito e dirigido pela cineasta brasilense Marianna Brennand. Com produção associada dos irmãos belgas Pierre e Jean Luc Dardenne e do cineasta Walter Salles, Marianna, que é sobrinha neta do artista plástico pernambucano Francisco Brennad, se inspirou a fazer o filme após uma conversa com a cantora Fafá de Belém. Fafá comentou sobre a triste realidade da Ilha do Marajó, no Pará, onde meninas eram induzidas a entrar no mercado da prostituição. Marianna faz do filme uma trágica denúncia sobre abusos domésticos e a realidade das balsas, onde as meninas seguem para serem comercializadas. Claudio Assim já havia tocado nesse tema em "Baixio das bestas", também com Dira Paes, que aqui interpreta a policial Aretha, uma agente que faz de tudo para inibir casos de prostituição infantil e ajudar as meninas e encontrar uma realidade distante do mercado do s3xo. A protagonista é Tielle (Jamilli Correa), 13 anos, filha de Marcílio (Rômulo Braga)e Danielle (Fátima Macedo). Com 3 irmãos ( a mais velha, Claudia, foi embora para a cidade grande), a família vive do açaí. O pai leva Tielly para caçar, somente os dois, onde ele se aproveita para abusar da jovem. Quando Tielly decide fazer sua carteira de identidade, a policial Aretha entende os códigos em Tielly, e procura ajudá-la.
O filme é trágico do início ao fim, tendo a viol6encia física e moral uma constante. O elenco é excelente, mostrando talentos artísticos de atores d aregião norte.
sábado, 26 de julho de 2025
Looky Loo
"Looky Loo", de Jason Zink (2025)
Um foud footage sobre um serial killer que sai às ruas caçando mulheres para matá-las. "Looky Loo" tem 83 minutos e se resume à uma câmera em 1a pessoa, onde jamais vemos o rosto do assassino, que passa o filme todo caminhando por ruas aleatórias, stalkeando mulheres, invadindo seus domicílios e as assassinando, seja por sufocamento, à facadas ou navalhadas. O filme tem um roteirista, Nolan Mihail, mas que na verdade, nem precisaria ter o crédito. O filme não tem diálogos, e a câmera é subjetiva da forma mais repetitiva e óbvia possível. Uma tantativa muito frustrada de fazer referências a dois clássicos cults da violência extrema, "Maníaco' e "As fitas de Poughkeepsie ", "Looky Loo" é o nome do protagonista, supostamente um cineasta indie que vai em busca de sua atriz ideal para o seu filme. Para quem busca um terror, esse filme não oferece tensão, viol5encia, muito menos uma história interessante. Um tédio absoluto.
Pretty thing
"Pretty thing", de Justin Kelly (2025)
Diretor que realizou os filmes queer 'King Cobra" e "Jt Leroy", Justin Kelly realiza um thriller erótico que remete ao clássico "Atração fatal", mas com gênero investido. Dessa vez, é o homem quem skalteia e ameaça a personagem feminina.
Durante um evento, uma poderoa executiva de marketing, Sophie (Alicia Silverstone) flerta com um garçom sedutor, Elliot (Karl Glusman, de "Love", de Gaspar Noé). ela o leva para seu quarto e transam. o romance continua por um período, mas por conta de seu trabalho e outras prioridades, Sophie termina seu relacionamento. Mas Elliot não aceita o fim e decide que quer manter o caso, mesmo à força.
Rodado nos Estados Unidos e Paris, o filme tem uma boa produção, mas o seu roteiro bastante óbvio e trazendo pautas femininas envolvidas em uma sociedade machista e de masculinidade tóxica, faz com que a personagem femnina tenha que aaprender a se defender, incluindo aulas de luta. Um curioso passatempo, com cenas de sexo bem discretas (bem distante de "Love"), e que pode ser um atrativo para fãs de Alicia Silverstone.
sexta-feira, 25 de julho de 2025
Azul de niño
"Azul de niño", de Raúl Guardans (2025)
Comédia dramática Lgbtqiap+ espanhola, "Azul de nino" apresenta um triângulo amoroso. Natalia (Eva de Luis) é casada com Ernesto (Tony Corvillo) e há tempos ela deseja um filho. mas Esnesto mal tem tempo para casar em casa, dedicando seu tempo ao trabalho. ela descobr eum telefone nas coisas de Ernesto e decide ligar, acreditando se tratar de uma amante, marcando para um encontro em sua casa, se passando por Ernesto. Para sua surpresa, ao abrir a porta, surge um rapaz, Daniel (Raul Guardans), que s erevela ser o amante de Ernesto, além de ser garoto de programa. Natalia recebe um telefonema do hospital dizendo que Ernesto sofre um derrame e está na Uti, mas ao chegar lá, descobre que Daniel também está ali.
Dirigido, escrito e protagonizado por Raul Guardans, que interpreta Daniel, 'Azul de nino" tinha tudo para ser um filme emocionante e que discutisse a vida dupla do marido infeliz e que precisava se libertar, e também falar sobre a infidelidade e traição em um relacionamento. Mas os diálogos e as situações não envolvem e carece de humor, já que o filme se vende como comédia dramática. São poucos os filmes onde quem escreve, dirige e atua em produções independnetes funcionam de fato.
A velha com a faca
"Pagwa", de Kyu-dong Min (2025)
Um filme de ação no etsilo "John Wick" com uma assassina de aluguel de 65 anos? Mas é claro que eu iria assistir ao filme! Concorrend no Festival de Berlim 2025 em mostra paralela, essa produção sul corena me fez lembrar no início do cult "Lady snowblood", sobre uma assassina de aluguel com muita habilidade nas lutas e uso de facas e espadas. Baseado no romance homônimo de Gu Byeong-mo, "a velha com a faca" apresenta a protagonista Hornclaw em 2 épocas: em 1975, ainda uma menina órfã moradora de rua, resgatada por um casal ao v6e-la morrendo de frio. O Casal é dono de um restaurante. Hornclaw acaba trabalhando para o casal, feliz. Mas quando ela é atacada por um soldado americano que quer abusar dela e ela o mata, o marido, Ji-wo, revela fazer parte de uma organização secreta que mata bandidos e pessoas que praticam o mal. Após Ji Wo, sua esposa e filho serem mortios, Hornclaw se torna uma assassina profisisonal da organização. Nos dias de hoje, já idosa, ela continua em ação, mas cansada, deseja se aposnetar. Mas ela é procurada por um rapaz, Bullfight, que quer que ela o treine.
Com o trabalho das duas excelentes atrizes que interpretam Hornclaw nas duas fases, o filme traz ótimas cenas de luta e ação. A história em si não traz muitas novidades, somente o fato da protagonista ser de idade.
quinta-feira, 24 de julho de 2025
Else
"Else", de Thibault Emin (2024)
Premiado body horror co-produzido por frança e Bélgica, "Else" é co-escrito e dirigido por Thibault Emin. A premissa me fez lembrar de "Juntos", body Horror com Dave Franco e Allison Brie dirigido por Michael Shanks. Com uma narrativa complexa, confusa e experimental, o filme apresenta Anx (Matthieu Sampeur) , um morador de um apartamento. Ele tem um one night stand com Cassandre (Edith Proust). O romance dos dois segue por alguns dias, até que um vírus infesta o mundo. Os efeitos colaterais fazem com que as pessoas se dissolvam e se mesclem à qualquer superfície. Com a quarentena, Cassandre vai morar com Anx, mas aos poucos, os vizinhos se fundem ao prédio, e resta a Anx e Cassandre entenderem o que está acontecendo.
Adaptado de um curta que o diretor filmou em 2007, "Outro", o que exclui a óbvia co-relação a vírus da Covid. O filme tem ótima fotografia e trabalho de câmera, além de uma direção de arte que traz uma paranóia ao personagem de Anx, que vê tudo se dissolvendo. Não curti muito o filme, pois do meio em diante ele entra numa viagem lisergica e muito metafórica e existencial.
Sad jokes
"Sad jokes", de Fabian Stumm (2024)
Premiado drama queer alemão, "Sad jokes" é escrito, dirigido e protagonizado por Fabian Stumm. Ele interpreta Joseph, um diretor de cinema assumidamente gay, que teve um filho com sua melhor amiga, Sonya (Haley Louise Jones). No entanto, Sonya é depressiva e tem transtornos mentais. A mãe dela e Joseph decidem interná-la, contra a vontade dela. Joseph deseja escrever um roteiro de comédia para filmar, mas a sua vida pessoal, que inclui relacionamentos mal resolvidos com seu ex-namorado e um flerte com um modelo, acabam enterrando qualquer possibilidade de fazer o filme.
"Sad jokes" tem uma narrativa estranha: começa com sketches de pessoas contando piadas bobas. Daí apresenta Joseph e as suas histórias com as pessoas com quem se relaciona. A forma como ela filma as cenas são geralmente em planos fixos e longos, como se fossem sketches. O filme tem um formato frio, e causa estranheza pois é vendido ao público como uma comédia, o que definittivamente não é.
quarta-feira, 23 de julho de 2025
Dangerous animals
'Dangerous animals", de Sean Byrne (2025)
Aclamando pela crítica como uma mistura ousada e inusitada entre "Tubarão" e 'O silêncio dos inocentes", "Dangerous animals" tem um feito extraordinário: é um dos raros filmes de terror a competir no Festival de Cannes, na prestigiada mostra Quinzena dos realizadores, ainda mais se pensarmos que é um filme sobre tubarões assassinos e serial killer. Uma má campanha pubicitária certamente poderá destuir a carreira do filme, pois parte do público poderá torcer o nariz achando ser mais um genérico de tubarões. O filme vai na tradição de excelentes filmes de terror australianos, como "Wolf creek" e "The Babadook". Auxiliado por um time de excelentes atores, com um ótimo vilão e uma carismática mocinha, "Dangerous animals" surpreende pela coragem de se produzir um filme que misture uma trama de tubarões assassinos, surfistas e serial killer absolutamente cruel e brutal.
Zephyr (Hassie Harrison) é uma jovem surfista que decide pegar ondas na Austrália. Solitária e independente, ela conhece Moses ((Josh Heuston)) em uma lanchonete. Após uma noite juntos, ela arte sozinha para pegar onda de madrugada. Mas seu caminho se cruza com Tucker (Jai Courtney), um piloto de barco que aluga para turistas fazerem passeios atrás de tubarões. Acontece que Tucker é ums erial killer que sequestra mulheres para jogá-las aos tubarões.
A trama parece ser bizarra, mas a sua condução, direção e o roteiro que faz o espectador se contorcer na cadeira são uma aula de como se fazer um bom thriller.
Amores materialistas
"Materialist", de Celine Song (2025) Distribuido pela A24, 'Amores materialistas" é o 2o longa de Celine Song, seguido do grande sucesso de "Vidas passadas". Novamente trazendo um triângulo amoroso, Celine escreveu a história em cima de suas experiências pessoais como casamenteira de uma empresa em Nova York. Vendido como uma comédia romântica, o filme acaba se aprofundando em um drama reflexivo sobre empoderamento feminino e sobre relacionamentos tóxicos, deixando toda a 2a e 3a parte do filme bastante densa e dramática. Ambientada no mundo luxuoso da alta sociedade, através do personagem de Harry (Pedro Pascal) contrastando com a classe assalariadaque precisa dividir um apartamento com outros roommates, através do personagem de John (Chris Evans). Completando o triângulo, está Lucy (Dakota Johnson), uma casamenteira de uma agência de namoros da elite chamada 'Adore", que já namorou John, mas por ele ser pobre, ela o abandonou. Conhecendo Harry durante uma festa de casamento de uma das clientes (ele é irmão do noivo), Lucy se encanta de imediato: ele é rico, bonito, viajado. mas quando uma das suas clientes é abusada sexualmente por um dos pretendentes, Luxy repensa toda a sua trajetória como mulher e como casamenteira. O filme é correto, é bonito, os atores estão ótimos. Senti falta de uma leveza na história, mas Celine Song decidiu apostar em um drama onde, através das agências de encontros de namoro, ela discute o papel da mulher , suas questões e vulnerabilidades.
terça-feira, 22 de julho de 2025
Saint Clare
"Saint Clare", de Mitzi Peirone (2024)
Premiado no LA Independent Women Film Awards com melhor diretora e roteiro para Mitzi Peirone, "Saint Clare" é um terror psicológico adaptado do romance homônimo de Don Roff. No elenco, além da protagonista Bella Thorne, no papel de Clare, o filme traz 2 ícones do terror dos anos 90: Rebecca de Mornay de "A mão que balança o berço", no papel da avó Gigi, e Ryan Philippe, de "Eu sei o que vocês fizeram no verão passado", no papel do detetive Timmos.
Clare é uma estudante universitária que vive com a avó Gigi. Seu pai a abandonou quando criança e sua mãe faleceu quando ela era adolescente.
Católica, Clare na verdade é uma serial killer, que mata homens tóxicos e predadores. Na sua cidade, diversas garotas estão desaparecendo, trazendo um outro sub-plot, que é o de tráfico de mulheres. O detetive Timmons surge para tentar solucionar os casos.
O filme tem uma estrutura muito confusa, flashbacks que mais atrapalham do que esclarecem, e um epílogo totalmente sme sentido e desconecado. Todo o elenco está mediano e no automático no filme, que não empolga nem assusta.
segunda-feira, 21 de julho de 2025
The great yawn of history
"Khamyazeye bozorg", de Aliyar Rasti (2024)
Prêmio especial no Festival de Berlim 2024, "The great yawn of history" é um drama iraniano escrito e dirigido por Aliyar Rasti, em seu longa de estréia. O filme remete à obra-prima de John Houston, 'O tesouro de Sierra Madre", com sub-temas que retratam o desemprego entre jovens no Irã e o fanatismo religioso.
Beitollah (Mohammad Aghebati), um homem de meia idade, sonha que ao entrar em uma caverna, ela encontra uma caixa repleta de moedas de ouro. O problema é que ele não sabe exatamente qual é a caverna. Por ser religiso, segundo as tradições iraniana, ele não pode entrar na caverna para buscar o tesouro, e sim, uma pessoa descrente. Beitollah entrevista deiversos jovens desempregados para saber qual é a pessoa perfeita para ser seu assistente e junto, perambular pelas várias cavernas do Irã e poder entrar por ser um não religioso. Ele acaba escolhendo Shoja (Amirhossein Hosseini), um jovem com um passado traumático e decsrente de tudo e de todos. As cavernas que eles vão acabam sendo improdutivas, e obcecado, Beitullah arrasta Shoja pela área desolada e rural do Irã.
Os dois atores são excelentes, e o ator que interpreta o jovem Shoja tem um trabalho impecável de construção corporal e de olhar. As locações distantes e desertas ampliam a sensação de solidão e tragédia eminente. O final me deixou irritado, pois é totalmente em aberto, e prejudicou a minha experiência com o filme.
domingo, 20 de julho de 2025
Some Nights I Feel Like Walking
"Some Nights I Feel Like Walking", de Petersen Vargas (2024)
Retrato brutal sobre jovens prostitutos em Manilla, capital das Filipinas, "Some Nights I Feel Like Walking" é yum drama Lgbtqiap+ co-produzido por Cingapura, Filipinas e Tailândia. Com uma atmosfera exalando homoerotismo e muita tensão sexual, o filme possui um jovem elenco de atores filipinos que representam garotos de programa que trabalham nas ruas atrás de clientes. O grupo de cinco amigos, liderados por Uno (Jomari Angeles) e Zion (Miguel Odron) precisam lidar com uma dura realidade, que envolve drogas e clientes violentos. Zion é filho de uma família rica, mas após uma briga com seu pai, decide fugir e morar nas ruas. Seus amigos não sabem de seu passado. Uno e Zion têm paixão um pelo outro, mas evitam se relacionar por conta da profissão. Quando Ge, um dos rapazes, morre de oversode, dado por um cliente, os amigos decidem realizar seu último desejo: enterrá-lo em sua aldeia natal, no interior do país.
Amizade é um tema que percorre todo o filme, e toda a trajetória atrapalhada dos amigos, que precisma levar o corpo do amigo através de onibus e tentando driblar os seguranças é divertida e comovente. A cena final é melancólica e arrebatadora. Porém, a melhor cena do filme é quando um cliente contrata Zion e Uno para um menage, e durante o s3xo, os dois amigos se olham apaixonados e se desejando.
Kaymak
"Kaymak", de Milcho Manchevski (2022)
Anunciada como uma mescla de drama e comédia, esse novo filme é realizado pelo premiado cineasta da Macedônia Milcho Manchevski, que foi indicado ao Oscar em 1994 pelo excelente 'Antes da chuva". Co-produzido por Macedônia, Denamarca, Holanda e Croaçia, "Kaymak" é um drama sobre duas família que são vizinhas, moradores de Skopje, capital do país. Em um prédio luxuoso, vive um casal de meia idade rico: a banqueira Eva (Kamka Tocinovski) e seu marido Metodi (Filip Trajkovikj). eles desejam um filho, mas não conseguem. Eles decidem contratar uma jovem parente do interior, Dosta (Sara Klimoska), para ser a barriga de aluguel, mas as coisas caminham para um destino diferente do que o casal imagina. Na casa ao lado, em um apartamento decadente, moram o casal de classe média Caramba (Aleksander Mikic) e Danche (Simona Spirovska). Ele é um segurança idoso que trabalha no banco onde Eva trabalha. A esposa trabalha em uma padaria. Quando Caramba passa a ter um relacionamento com uma vendedora, Violetka (Ana Stojanovska), Danche descobre o o relacionamento passa a ser poligâmico.
As duas histórias falam sobre infidelidade, poligamia, traições e insgeuranças dentro de um casamento falido. O título se refere a um tipo de queijo turco, que os personagens consomem. Como pano de fundo, o filme tambem fala sobre a crise econômica, e a luta de classes. os atores são ótimos. O filme tem um ritmo arrastado que me cansou. O desfecho é trágico, e aquela comédia dita na sinopse, para mim, passou batido.
Jamie: Drag queen aos 16 anos
"Jamie: Drag queen at 16", de Jenny Popplewell (2011)
Excelente documentário sobre o adolescente gay Jamie Campbell e que viria a originar o musical d egrande sucesso em Londres 'Everybody is talking about Jamie". Aos 16 anos de dade, Jamir quer ser uma Drag queen. Morador da conservadora vila de mineradores no Condado de Durham, com uma população de classe média, Jamie mora com sua mãe, sua maior incentivadora. Ele planeja assumir quem realmente é indo ao baile de formatura da sua escola, vestido de drag queen. Porém, parte de seus professores o proíbe de ir vestido de drag, e principalmente, seu pai, que abandonou, alegandoque iria acabar com a reputação dele. Mas Jamie decide que vai levar a idéia até o fim. Para isso, contando com o apoio de sua mãe, familiares e amigos, decide frequentar um curso de Drag com uma artista consagrada, e asism, se lançar profissionalmente como uma drag, com o nickname de Miss Fifi Latrue, e poder ir na formatura da ecsola com mais força e empoderamento.
O filme traz uma história de luta e aceitação, partindo de um adolescente que pretend emudar a sua trajetória, mesmo sofrendo homofobia de parte da scoiedade e daqueles que deveriam apoiá-lo. O apoio que ele recebe de sua mãe e mulheres da família e comovente, e é lindo perceber o quanto Jamie se encontra em sua felicidade ao poder aceitar, mesmo com muita onsgeurança, o seu destino como ser humano, artista e ser humano.
A História de Souleymane
"L'histoire de Souleymane", de Boris Lojkine (2024)
Melhor ator na mostra Un certain regard do Festival de Cannes 2024 para Abou Sangaré, que é a alma desse drama comovente. O filme poderia perfeitamente ter sido filmado pelos irmãos Dardenne, pois traz toda a essência de sua filmografia: uma história apontada para os marginalizados e desfavorecidos da sociedade francesa, com um olhar humanista. Abou é Souleymane, um imigrante ilegal em Paris. Ele trabalha como entregador de comida, com uma conta e bicicleta emprestada de um conhecido, que lhe cobra uma taxa diária. Trabalhando 14 horas por dia, recebendo uma mixaria e tendo que pagar moradia e alimentação, Soulemayne ainda tem uma questão crucial para resolver: a sua permanência no país depende de uma entrevista que ele terá que dar para uma agente do governo. Ele irá mentira, alegando que é preso político e pedindo asilo. Soulemayne decora um texto dado por um amigo, mas ele mal tem tempo para decorar. No dia da entrevista, a agente começa a lhe fazer perguntas fora do que ele estudou.
Com uma performance espetacular de Abou Sangaré, o filme tem no seu ato final a tão esperada entrevista, que certamente rendeu o prêmio de atuação. Um filme melancólico, que retrata a codndição de vida de boa parte dos imigrantes da Europa, e mostrando como é nociva a uberização dos serviços.
sábado, 19 de julho de 2025
Conto de fim de semana
"Cuento de Fin de Semana", de Mariano Morita (2018)
Curta argentino co-escrito e dirigido pelo descendente de japoneses Mariano Morita, "Conto de fim de semana" é uma comédia acre doce sobre Lucio (Guilherme Massê), um jovem desempregado que perambula pelas ruas de Buenos Aires em busca de emprego e distruindo currículos. Ao ser convidado por um amigo para uma festinha em um apartamento, ele imediatamente fica apaixonado por uma japonesa, Irene (Débora Nishimoto), que não lhe dá muita atenção. No dia seguinte, Lucio a encontra em um bar sinuca, e ela finge dar atenção a ele.
Um filme simpático, com aquele tipo de humor sarcástico e melancólico que os argentinos adoram. Os dois atores são ótimos. Tanto a narrativa quanto a direção são corretos, exalando naturalismo para uma históra simples sobre pessoas que poderiam ter dado certo.
June e John
"June e John", de Luc Besson (2025)
Filmado durante a pandemia da Covid em Los Angeles com celulares Iphone, "June e John" foi escrito e dirigdo por Luce Besson, cultuuado cineasta francês, autor de "O quinto elemento", "Imensidão azul", "O profissional", "Nikita", entre outros. Besson escalou 2 jovens protagonistas desconhecidos, Luke Stanton Eddy, no papel de John, e Matilda Price, no papel de June. Tendo como referências "Thelma e Louise", "Amor à prova de balas" e "Bonnie e Clyde", o filme apresenta John, um contador de uma empresa. Ele é um solitário loser, vivendo uma vida burocrática e sem ânimo. Após um dia onde tudo dá errado- seu carro é destruído, esquece sua carteira num táxi, seu chefe e sua mãe o maltratam- John pede um dinheiro emprestado a um amigo e pega o metrô. Ali, ele acaba conhecendo June, uma jovem por quem ele se deixa seduzir por sua atitude livre e extravagante. ela diz a ele que ela tem 72 horas de vida e que quer aproveitar ao máximo. John embarca nessa aventura, e no final, eles são perseguidos pela polícia, após um roubo e invasão de residências de luxo.
Me lembrei muito de "Totalmente selvagem", de Jonathan Demme, com Melanie Griffiths e Jeff Daniels, em situação muito emelhante. É um filme correto, mas previsível. Tem boa edição e o fato d etter sido rodado em Iphone chama atenção pela qualidade técnica. Os dois protagonistas funcionam, sendo que Matilda é mais carismática e mais talentosa qu seu colega de cena.
sexta-feira, 18 de julho de 2025
Eu sei o que vocês fizeram no verão passado
"I know what you did last summer", de Jennifer Kaytin Robinson (2025)
Depois da excelente estréia do filme original em 1997, e do fracasso da continuação em 1998, a franquia baseada no livro de Lois Duncan parecia ter sido enterrada. Mas eis que os produtores decidem relançá-la em 2025, 28 anos depois, e trazendo de volta a dupla principal, Julie (Jennifer Love Hewitt) e Ray (Freddie Prinze Jr). A crítica se dividiu, e a maioria ficou horrorizada com o desfecho, sendo que alguns elogiaram a coragem de descaracterizar um personagem. De qualquer forma, quem é fã de slasher, vai curtir as cenas de morte, que nem são tão violentas assim. A atmosfera do filme é totalmente anos 90, ambientada na mesma cidade literânea de Southpark.
Ah, os protagonistas da vez, obviamente, já vem com o carimbo dos estereótipos estampados em sua testa, e fica mais do que claro quem vai morrer. A história, pasmem, é exatamente a mesma do original: um grupo de cinco amigos Danica (Madelyn Cline), o noivo Teddy (Tyriq Withers), os amigos Ava (Chase Sui Wonders) e seu namorado Milo (Jonah Hauer-King)a, além de Stevie (Sarah Pidgeon) estão em um carro no dia 4 de julho, de noite, após a festa de noivado de Danica. Um acidente provocado por Teddy faz com que um carro caia do penhasco. Os amigos decidem que não irão denunciar à polícia e guardam segredo. Um ano depois, o serial killer O pescador surge com seu gancho e passa a matar um por um. Os sobreviventes decidem pedir ajuda à Julie e Ray, sobreviventes do massacre de 1997.
Eu queria muito ter gostado do filme. A personagem de Julie é super mal aproveitada, e o desfecho é bizarro de absurdo. Eu não entendo porque os personagens insistem em morar na cidade, sabendo que o serial killer está atrás deles. são todos ricos, porque não mudam de cidade? Claro, senão o filme não existiria.
Vino para robar
"Vino para robar", de Ariel Winograd (2013)
Divertida comédia de ação dirigida pelo cineasta argentino Ariel Winograd e protagonizada por uma dupla de talento do cinema latino: o uruguaio daniel Hendler e a argentina Valeria Bertuccelli. O filme me fez lembrar do clássico de Ernst Lubitsch, "Ladrãp de alcova", onde os dois protagonistas são dois ladrões refinados que descobrem a malandragem um do outro e decidem unir forças para um grande roubo.
Ao tentar roubar uma máscara africana valiosa de um museu, Sebastián (Hendler) seduz a curadora do museu. Mas ele não podia imaginar que a curadora, Natalia (Bertuccelli), na verdade é uma ladra e que ela rouba a máscara original. Rivais na arte do roubo, por conta de uma confusão cm um poderoso magnata, eles são obrigados a unir forças e roubar uma garrafa valiosa e única de Bordeaux Malbec de meados do século XIX , catalogada como um dos melhores vinhos do mundo e guardada em um cofre de banco em Mendoza.
O filme traz uma ótima direção, repleta de câmera engenhosa e uma técnica excelente. Os atores estão excelentes, e toda a direção de arte é bastante caprichada. É um passatempo divertido, descompromissado, e a dupla de atores parece estar se divertindo bastante em cena.
Entre nós, o amor
"Une vie rêvée", de Morgan Simon (2024)
Eu chorei muito, mas muito no final emocionante desse drama íntimo e melancólico escrito e dirigido por Morgan Simon. Premiado em diversos festivais, ele deve muito, não só ao roteiro encantador e comovente, como para a performnace espetacular dos 3 protagonistas: Valeria Bruni tedeschi, Félix Lefebvre (o adolescente gay de "Verão de 85, de Ozon) e Lubna Azabal (a protagonista da obra-prima "Incêndios").
Importante dizer que o filme é dedicado à mãe do cineasta, e por essa razão, o carinho com que ele tem para a personagem de Tedeschi, Nicole, uma batalhadora. Outrora dona de uma bela casa com jardim em Paris, ond emorava com seu filho adolescente Serge (Lefevbre), ela perdeu tudo: emprego, casa, e se encheu de dívidas. Agora moradora de um bairro da periferia, rodeada de imigrantes e pior: a sua casa é infestada de ratos. Serge, estudante de biologia, culpa a mãe por todos os erros que ela cometeu na vida. Nicole não consegue emprego pela idade, 52 anos, e pela distância onde mora de Paris. Arrasada, ela vai cada vez mais se endividando. Ela conhece a dona d eum bar, Norah (Azabal), que procura ajudá-la.
Quando o roteiro parece que vai afundar a protagonista em um buraco sem saída, o filme decide dar uma guinada. Afinal, como disse anteriormente, é um filme dedicado à mãe do cineasta e por isso, ocarinho com que ele cuida dela. Naa que tire a força do filme.
quinta-feira, 17 de julho de 2025
Bona
"Bona", de Lino Brocka (1980)
Exibido no Festival de Cannes em competição na Quinzena dos realizadores de 1980, esse clássico drama filipino teve a sua cópia restaurada e reexibida no Festival de Cannes em 2024, co ovaçõ da platéia incluindo o cineasta Sean Baker. O filme foi citado como um dos "100 Melhores Filmes do Mundo" pelo Museu da Tolerância em Los Angeles, em 1997. Protagonizado pela maior estrela filipina da época, Nora Aunor, que interpreta Bona. Ela é uma jovem que mora com sua família numerosa em uma gavela na periferia de Manilla. Bona não trabalha, não estuda e nem ajuda a família em casa. Seu foco e obsessão é seguir o figurante Gardo (Philip Salvador), um bonitão que aspira a ser ator, mas só consegue pontas como figurante. Bona decide abandonar sua família e se oferece para lavar, cozinhar, cuidar da casa para Gardo, em troca da moradia. Bona se submete a todo os tipos de abusos morais de GArdo, que a trata como escreva, inclusive levando amantes para sua casa.
O filme impressiona pela sua crueza e naturalismo, filmado em uma favela real, quase que em registro documental. As atuações do elenco, incluindo o ator que interpreta o pai de bona, são excelentes. O filme começa como um registro de uma procissão religiosa, fazendo um paralelo da devoção fanática ds fiéis pela igreja, e de Bona pelo boy lixo, se submetendo a todo o tipo de humilhação. ALguns crícitos o comparam a "A estrada", de Fellii, e a relação dos personagens de Giuletta Masina e Anthony Quinn.
Touched
"Touched", de Claudia Rorarius (2023)
Premiado no Festival de Locarno com melhor performance para a dupla de protagonistas, Isold Halldórudóttir e Stavros Zafeiris, "Touched" me faz lembrar dos filmes polêmicos, angustiantes e humilhantes do austríaco Ulrich Seidl. A protagonista principal, a jovem Maria (Isold Halldórudóttir), é obesa e trabalha como cuidadora. Solitária e com baixa auto-estima, ela é incumbida de cuidar do paciente Mike (Stavros Zafeiris- o ator é paraplégico de verdade, após um acidente de carro). Ela passa`a desejar sexuamente Mike, e abusa de seu corpo. Mike, que após o acidente não consegue mais sentir desejos s3xuais, permite que Maria se aproveite dele, mas em seguida, passa a humilhá-la, com termos gordofóbicos. O filme lida com temas muito densos e que podem provocar gatilhos: suicídio, estupro, abuso sexual e moral, gordofobia, depressão. Li que a atriz isalenda Isold Halldórudóttir é uma ativista que luta pela aceitação de seu corpo perante a sociedade, e trabalha como modelo. Sua personagem é bastnate complexa, e tanto ela quanto Stavros participam de cenas de s3xo explícito e se expõem por inteiro no filme. é uma versão hardcore do cult de Percy Adlon, 'Estação docúra", dos anos 80, com Marianne Sagebrecht.
Spermageddon
"Spermageddon", de Rasmus A. Sivertsen e Tommy Wirkola (2024)
Animação adulta realizada na Noruega, dirigida e escrita pela dupla Rasmus A. Sivertsen e Tommy Wirkola. Tommy Wirkola realizou a franquia de terror slasher "Dead snow", uma saga sangrenta sobre um serial killer na neve. "Spermageddon" concorreu no Festival de Sitges.
quem assistiu ao clássico de Woody Allen, 'Tudo o que você queria saber sobre sexo mas tinha medo de perguntar", irá se lembrar da trama dessa animação. Havia um episódio que mostrava espermatozóides disputando uma maratona para ver quem chegava primeiro no óvulo, e no final, descobriram que era um alarme falso, pois o homem estava se m4sturband0. A inspiração para a picardia e erotismo da animação , segundo os diretores, foi o filme "A festa da salsicha" e 'South Park".
No filme, acompanhamos 2 histórias paralelas: Jens é um adolescente que vai passar um final de semana em um acampamento com 2 amigos e 3 garotas, e decide que agora é a hora de perder a virgindade. Os espermatozóides se preparam para disputar a maratona. Mas um deles, Jizzmo, cria uma armadura para destruir os rivais.
O filme é totalmente para adulto,s pois apresenta cenas de s3xo, e muitos palavrões e safadeza dita pelos personagens. Eu pensei que iria me divertir mais no filme, mas no geral, é m passatempo politicamente incorreto para se assistir.
O brilho do diamante secreto
"Reflet dans un diamant mort", de Hélène Cattet e Bruno Forzani (2025)
Concorrendo no Festival de Berlim e de Tribeca em 2025, "O brilho do diamante secreto" é um filme de ação de linguagem experimental da dupla de cineastas belgas Hélène Cattet e Bruno Forzani , que também escreveram o roteiro. Para quem já viu outros filmes da dupla: 'Amer", "A Estranha Cor das Lágrimas do Seu Corpo" e "Cadáveres bronzeados", sabe que irá encontrar uma narrativa desconstrída, esquizofrênica, clipada, experimental, desconexa e que faz referência a muitos mestres do cinema de filmes B, como Dario Argento e Sergio Leone. Com "", as referências aumentam: além dos citados, temos James Bond, Diabolik, Tarantino, Visconti e seu "A morte em Veneza".
Na riviera francesa, um espião aposentado, John D (Fabio Testi) encontra um cadáver de uma mulher, com diamantes nos seus mamilos. Ele se relembra de seu passado, como um agente (Yannick Renier, irmão de Jeremy Renier) contratado para proteger um cliente e tendo que lidar com muitos vilões, entre eeles, Serpentik, uma mulher que consegue trocar de pele e se camuflar em diversas personalidades e raças distintas.
O filme traz uma fotografia vintage de Manuel Dacosse, que explora o melhor do litoral belga, reproduzindo a Rvieira. A trilha sonora, com sonoridades anos 60 é uma delícia. O filme traz sensualidade e muitas referências a james Bond, com diamantes, mulheres de bikini e a beleza do ator Yannick, um galã perfeito para o espião sessentista.
quarta-feira, 16 de julho de 2025
Eu ainda sei o que vocês fizeram no verão passado
"I Still Know What You Did Last Summer", de Danny Cannon (1998)
1 ano depois do sucesso de público de "Eu sei o que vocês fizeram no verão passado", os produtores decidiram lançar uma continuação. O elenco repete os protagonistas Jennifer Love Hewitt, como Julie, e Freddie Prinze Jr, como Ray. No elenco eclético, tem a cantora Brandy, como Karla, a melhor amiga de Julie, John Hawkes como Dave, amigo de Ray, e Jack Black, em início de carreira, como um maconheiro rasta fari Titus. Tanto o diretor quanto o roteirista mudaram do original, e o resultado é visível: o filme é infinitamente mais fraco do que o original. O roteiro é bizarro, e o pior: durante o filme todo, os dois heróis, Ray e Julie, só se vêem por meros minutos. O filme todo eles estao separados, em ações paralelas, o que foi uum grande erro. deveriam contracenar juntos o tempo todo. Filmado em Jalisco, cosita caribenha do México, o filme traz Julie e Ray em crise, após os incidentes do filme original. Julie, Karla, Tyrell (boy de Karla) e Will, amigo de Tyrell, seguem para o Caribe após terem ganho em um concurso de rádio. Ray sofre um atentado e fica pra trás. Quando o assassino O pescador retorna, matando cada um do resort, Julie e amigos procuram se salvar, enquanto Ray tenta uma forma de chegar na ilha.
Curioso é que a famosa cena do "Premonição 3", a do bronzeamento artifial, certamente foi inspirada aqui no filme. em uma cena, Julie faz bronzeamento e fica presa. É a mesma cena.
Todos à postos
"À l'abordage", de Guilherme Brac (2020)
Vencedor do Festival de Berlim do prêmio Fipresci na mostra Panorama em 2020, "Todos à postos" é um drama com tintas de comédia e romance.
Félix (Éric Nantchouang), um jovem negro, conhece Alma (Asma Messaoudene) durante um flerte em Paris. Ela precisa retornar para sua familia, pois irão passar a sférias de verão no sul da França. Sem avisar Alma, Felix decide convencer seu melhor amigo Chérif (Salif Cissé) e Édouard (Édouard Sulpice), que possui um carro, para irem juntos até a cidade onde Alma está e passa férias em um acampamento. Mas Felix não esperava que Alma fosse ficar irritada com a sua chegada surpresa.
Fosse um filme americano, certamente o roteiro apostaria em mais gags e humor para compor uma narrativa mais palatável ao grande público, certamente na figura dos dois amigos. Mas sendo um filme francês, em tom naturalista, o roteiro traz sub-textos: racismo, machismo, relacionamento tóxico. Um bom filme, mas com um ritmo lento. As locações, na região de Drome, são bonitas e captadas com solaridade pela fotografia.
A ascenção
"Voskhozhdenie", de Larisa Shepitko (1977)
Vencedor de 4 prêmios no Festival de Berlim em 1977, incluindo o Urso de ouro de melhor filme, "A ascenção" é uma obra-prima do cinema ruso. O filme é co-escrito e dirigido pela cineasta Larisa Shepitko, na época casada com o cineasta Elim Klimov, realizador da obra-prima "Vá e veja". esse foi o último filme de Larisa, que veio a falecer em um acidente de carro em 1970. Rodado em preto e branco pelos fotógrafos Vladimir Chukhnov e Pavel Lebeshev, no aspect ratio de 4:3, o filme é uma obra-prima, adaptada do romance de Vasil Bykau, "Sotnikov". É possível fazer uma releitura bíblica sobre a relação Jesus Cristo e Judas, mas certamente essa visão seria banida pelos russos. Durante a 2a guerra, na região gélida, um grupamento de civis bielorrusos fogem dos nazistas pelos campos. Esfoemados, o grupo elege Sotnikov e Rybak para irem em busca de comida. Os dois encontram uma ovela na casa de um alemão, que acaba sendo morto. Eles se escondem na casa de uma mulher aldeã, Demchikha, mãe de 3 crianças pequenas. Soldados alemães invadem sua casa e encontram os dois homens. Demchikha é levada presa, acusada de colaborar com os bieloussos. No acampamento nazista, russos colaboracionistas torturam Sotnikov e Rybak para darem informações sigilosas. Sotnikov se recusa, mas Rybak conta tudo, e pede para fazer parte da polícia colaboracionista.
Adquirida pelo selo Criterion, dedicado a filmes importantes para a história do cinema, o filme possui muitas cenas antológicas, com primor visual e performance. A cena do enforcamento é angustiante e o desfecho de Rybak, às raias da loucura, é arrebatadora.
terça-feira, 15 de julho de 2025
A morte de Branca de Neve
"The death of Snow White", de Jason Brooks (2025)
A verdade é uma só: nessa adaptação independente de "Branca de neve", que traz o filme para um universo de slasher e terror, os anões são interpretados por portadores de nanismo. Só essa escalação deixa claro que o grande erro do live action da Disney foi ter recriado os 7 anões em CGI, uma decisão totalmente errada. Os 7 anões aqui do filme de Jason Brooks são ótimos, e vamos combinar: um filme onde eles são assassinos, não tem como dar errado, né?
O diretor Jason Brooks é um grande fã de filmes de terror e em 2022 ele lançou o filme de fã "Sexta-Feira 13: A Vingança 2: Linhagens de Sangue". Agora, ele traz a Rainha má como uma grande assassina sanguinária, que sai matando geral: ela toma banho de sangue de jovens birgens; assassina parte do povo; assassina a Rainha e o Rei e decide matar a Branca de Neve, enviando um caçador. Os espíritos da floresta que ameaçavam Branca de Neve no desenho, aqui ganham forma e trucidam e mutilam as pessoas. É quando Branca é salva pelos 7 anões ( sendo que um deles é um gigante). Eles decidem salv'-la da Rainha e mutilam e trucidam todos que surgem na sua frente. O príncipe e seus dois amigos bobos também querem salvar a princesa.
Parece que o filme de Jasin foi mais fiel à sanguinolência do conto original dos irmãos Grimm, lançado em 1812. Mesmo com um orçamento baixo, o filme diverte, tem efeitos corretos e muito gore. Obviamente, é um filme para adultos e impensável para menores: tem nudez, violência extrema e muito palavrão. Eu me diverti bastante, e o elenco parece se divertir bastante.
Eu sei o que vocês fizeram no verão passado
"O know what you did last summer", de Jim Gillespie (1997)
Um clássico slasher dos anos 90, muito por conta de seu título que já foi meme na época, "Eu sei o que vocês fizeram no verão passado" é adaptado do romance escrito por Lois Duncan em 1973 e escrito por Kevin Willianson, roteirista da franquia "Pânico" e na época, no auge criativo. Outro grande fator de sucesos para o filme é o elenco composto por 4 dos maiores astros teens do momento: Sarah Michelle Gellar, Ryan Philippe, Jennifer Love Hewitt e Freddie Prinze Jr. O filme funciona bem e agrada aos fãs de terror teen, com mortes snagrentas e cenas d etensão, envolvenco correrias e muitos jump scares. A primeira morte do filme só acontece aos 38 minutos de filmes, quando o assassino, chamado de "o gancho", por utilizar um gancho para matar sua svítimas, se faz presente. Até então, o que vemos são quatro amigos: Julie (Hewitt), Helen (Gellar), Barry (Philippe) e Ray (jr) retornam de um evento do dia 4 de julho, feriado No caminho, atropelam um homem. Sem saber o que fazer, jogam seu corpo no mar. Um ano depois, eles recebem cartas anônimas os ameaçando e dizendo que sabem o que fizeram no verão passado.
De todas as mortes, a mais injusta foi a da irmã de Helen, a pacata Elsa, dona de uma loja, que não tinha nada a ver com nada e ainda ajuda a irmã. Morri de pena dela. O filme tem uma ótima produção, com cenas de grande número de figuração e muitas filmagens noturnas.
Sobre a eternidade
"Om det oändliga", de Roy Anderson (2019)
Melhor diretor no Festival de Veneza 2019, o cineasta sueco Roy Anderson traz um filme que remete à uma narrativa já vista em seus outros filmes: "Um pombo pousou num galho refletindo sobre a existência" e "Canções do segundo andar". Vinhetas, planos fixos, situações surreais, fotografia em tons pastéis, e principalmente, marcações de cena impressionantes, envolvendo elenco, figuração e eventos.
Dessa vez, Anderson traz um filme que, entre suas 31 vinhetas, têm em comum um protagonista, um padre que perde sua fé. Ele consulta psicólogos e outros profisisonais para revelar a sua crise. Paralelamente, uma narradora vai apresentando pequenas histórias e seus personagens sui generis, como uma testemunha ocular.
Eu curto os filmes de Roy Anderson, mas o que mais me chamou a atenção foi "Um pombo pousou...", que acho seu filme mais provocador e instigante. "Sobre a eternidade" tem ótimos momentos, alguns sem muito foco. O seu tipo de humor o público não sabe se acha graça, se ri ou se fica constrangido. É definitivamente, um artista transgressor e provocativo, trazendo elementos de Wes Anderson, Elia Suleiman e Aki Kaurismaki.
Enterre-me quando eu morrer
"Bury me when I'm dead", de Seabold Krebs (2025)
Escrito e dirigido por Seabold Krebs, "Enterre-me quando eu morrer" se propõe a ser um terror, mas está mais para um drama com elementos sobrenaturais e uma pitada de suspense. O filme é um indie americano, e apresenta um jovem casal, Henry e Catherine. Eles pretender se mudar para outro estado. No caminho, porém, Catherine passa mal. No hospital, o médico informa que ela tem um câncer no cérebro e pouco tempo de vida. Catherine decide passar seus últimos dias na casa onde ela morou na infância, dentro da floresta. Catherine pede que Henry cumpra uma promessa: que ela seja enterrada na floresta. O pai de CAtherine, um milionário, ao saber do desejo da filha, obriga Henry a trazer o corpo para o jazigo da família, caso contrário, Henry não terá direito a nenhuma herança nem bens. Contrariando o desejo da esposa, Henry entrega o corpo para a família. Antes de morrer, Catherine confidencia a Henry que sabe que ele tem uma amante.
O filme teria sido um ótimo filme de terror sobrenatural. Porém, o diretor não soube tirar proveito do gênero, e o filme ficou bem chato. É uma pena, pois tem bons atores e uma boa atmosfera. No fundo, uma história de vingança do além.
segunda-feira, 14 de julho de 2025
Remembering the man
"Remembering the man", de Nickolas Bird e Eleanor Sharpe (2015)
Documentário Lgbtqiap+ que retrata a história do casal gay australiano Timothy Conigrave e John Caleo, que se conheceram nos anos 70 quando eram estudantes no prestigiado Xavier College em Melbourne, uma escola católica. John era capitão do time de rúgbi, e Tim, um aspirante a ator, teve um papel menor em Romeu e Julieta. O casal viveu um romance apaixonado que durou 16 anos. Homofobia, desaprovação dos pais e o fantasma da Aids. John Caleo acabou sendo contaminado e veio a falecer. Timothy escreveu um romance, "Holding the man", que se tornou sucesso no teatro e foi adaptado para o cinema, em 2015.
Tim frequentava saunas e orgias, e acabou transmitindo o vírus para John. Tim passou a viver com esse sentimento de culpa até a morte do parceiro. Tim se mudou para a Itália para escrever o livro e o terminou em 94. Ele veio a falecer 10 dias depois de terminada a escrita.
O filme traz imagens de arquivo dos dois jovens, e depoimentos de familiares e amigos.
The idol
"The idol", de Junhee Lee (2025)
Curta Lgbtqiap+ sul coreano, "The idol" é um BL produzido pela produtora Strongberry, especializada em conteúdo queer. Woosang (Lee Uiseop) é um estudante que está no time de atletismo da escola e é uma das grandes promessas. Mas com a morte de seu pai, ele cai de nível e não consegue mais boas marcas. O time de atletismo está prestes a ser dissolvido. O professor e seus colegas pedem para Woosang focar nos estudos e abandonar o atletismo, mas ele insiste em seu sonho olímpico. Jaemin (Kim Bit) , seu colega de escola, tem paixão platônica por Woosang e o apoia em tudo.
O filme é simples, e acerta ao escalar bons atores: tanto os dois jovens quanto o professor, que protagoniza uma bela cena com Woosang na sala.
The Shining Star of Losers Everywhere
"The Shining Star of Losers Everywhere", de Mickey Duzyj (2016)
Premiado documentário co-produzido pelo Japão e Estados Unidos, e que narra uma incrível história real: no ano de 2003, o Japão vivia o que se chamava de "A década perdida". Crise econômica, desemprego, o futuro era incerto para toda a sociedade. Em Kochi, cidade pequena com 330 mil habitantes, existe uma pista de corrida para cavalos em crise financeira. Um dos cavalos que corria, a fêmea Haru Urara, ficou famosa por ter perdido 100 corridas ininterruptamente, mas jamais desistia. O animal se tornou símbolo de resiliência e perseverança no país. O jockey Yutaka Take, com mais de 3 mil vitórias, decidiu, em 2002, que iria correr com Haru e fazêla ganhar. Muita gente apostou seu dnheiro na vitória de Haru, mas ela perdeu e as pessoas perderam suas apostas. mas essa derrota, ao contrário do que poderia se imaginar, gerou aplausos para Haru, e o dinheiro acabou fazendo com que o estádio permanecesse aberto até hoje, sem fechar.
Concorrendo em Sundance e SXSW, o filme mistura documentário e animação e comove pela história de Haru, que no fim da vida, foi adotada por um fazendeiro ( ela foi abandonada por seu dono).
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