quarta-feira, 28 de maio de 2025

Banheiro errado

"Wrong Bathroom", de Ragini Bhasin (2024) Tendo como tema central o desejo e necessidade de pertencimento a um grupo específico, "Wrong bathroom" é um filme lgbtqiap+ americano dirigido pela cineasta indiana Ragini Bhasin, atualmente residente em los Angeles. O filme é inspirado na história do roteirista trans Nate Gualtieri. Gabe (Benny Zielke, alter ego de Gualtieri) é um adolescente trans. Durante o intervalo na high school, ele decide usar o banheiro pela 1a vez, após a sua transição. Gabe se tranca na cabine, quando dois rapazes entram no banheiro vazio e fumam maconha. Gabe sem querer faz banheiro. Os rapazes ecsutam e a descobrem na cabine. Eles pressionam Gabe para que ele revele itimidades de Leslie, sua melhor amiga. Gabe entra em um conflito moral: deve contar e assim, faezr parte do grupo dos rapazes, ou segurar a informação para si e ser leal à Leslie. O filme traz ótimas performances dos 3 jovens atores, e de forma concisa, a direção apresenta os conflitos de um jovem trans que precisa entender a sua nova identidade, e como ele espera que os outros o enxerguem de agora em diante.

Aichaku

"Aichaku", de Raito Nishizaka e Michael Williams (2025) Escrito pelo ator Christopher McCombs que interpreta Lucas, o roteiro de "Aichaku" (que em japonês significa "Apego) foi dirigido por dois diretores, um japonês e um americano, Raito Nishizaka e Michael Williams. Rodado em Chiba, área rural do Japão, o filme apresenta Lucas (McCombs), um professor de inglês de uma escola que está passando por problemas financeiros. O salário de Lucas é baixo, mas ele continua pois precisa de trabalho para obter o seu visto de residência definitivo no Japão. Lucas vai de bicileta todos os dias para a escola. No caminho, ele sempre observa Ken (Christopher Nishizawa), um operário mestiço bonito e sedutor. Ken mora com seu tio, que o trata com rispidez. O destino fará com que os dois homens se tornem íntimos e mantenham um relaiconamento de 3 dias. O filme é longo, quase 2 horas, e ritmo lento. Mas o que mais me incomodou, além dos diálogos muito simplórios, é da escalação de Christopher McCombs no papel de Lucas. Não há química entre ele e o ator que interpreta Ken, e Christopher é um ator mais fraco.

Crutch

"Crutch", de Rob Moretti (2004) Estréia na direção do roteirista e diretor Rob Moretti, que traz uma cinebiografia em "Crutch", ao expôr para o mundo a sua história, através de David. Um filme que fala sobre a descoberta da homossexualidade, depressão, vício em drogas e bebidas, homofobia, violência doméstica e principalmente, um relacionamento toxico avassalador que quase destruiu a vida de David. David (Eben Gordon - que aparenta muito mais idade do que pede o persnagem) é um estudante de 16 anos que está passando por um momento difícil em sua vida. Seus pais estão se separando. Seu pai trocou sua mãe alcóolatra por outra mulher. Os irmãos de David não querem se envolver com o drama dos pais. David e sua namorada se inscrevem na aula de artes dramáticas da escola, ministrada pelo professor Kenny (Rob Moretti), um homem mais velho que David. David começa a passar problemas financeiros na fanília, e mesmo gostando das aulas dramáticas, que ajudaam a avaliar as suas dores mentais, David anuncia ao professor que precisa sair das aulas. Kenny, apaixonado por David, decide ajudá-lo e assim, fazer com que o aluno permaneça nas aulas. Aos poucos, Kenny se apropria de seu poder como professor e induz David a se relacionar com ele. David cede, muito pela sua carência. Kenny introduz a cocaína para David, que se torna viciado. O diretor Rob Moretti foi corajoso ao abrir a sua vida para o público. Ele dedica o filme à sua mãe, que faleceu de overdose. O elenco é mediano, e curiosamente, o ator Eben Gordon, mesmo mais velho, está melhor em cena que Rob Moretti, que se escalou para interpretar o Professor. Ele está canastrão e exagerado. A questão da pedxxxx acaba abafada pela escalação d eum ator que aparenta ser mais velho que um adolescente de 16 anos.

terça-feira, 27 de maio de 2025

Zola

"Zola", de Janicza Bravo (2020) "Zola" concorreu no Festival de Sundance em 2020, e foi produzido pela A24. O filme foi baseado em um thread do antigo Twitter que viralizou em 2015. A thread foi composta por 145 tweets, escrito pela garçonete de Detroit A'Ziah "Zola" King (no filme, (Taylour Paige)). Dançarina e streaper, Zola também trabalha como garçonete. Stefani (Riley Keough, de "American honey") elogia o físico de ZOla e a convida para para em um fim de semana na Flórida, prometendo muito dinheiro. Elas viajam de carro junto do namorado de Stefani, Derrek (Nicholas Braun), e X (Colman Domingo). que Zola tardiamente irá descobrir que é cafetão e prostitui Stefani. Zola é induzida a se prostituir, mas se recusa. Ela ajuda Stefani a s evalorizar: ela cobrava um cachê baixo, e pede que ela cobre um valor bem maior, elevando sua auto estima. Zola procura ver uma forma de voltar pra casa, mas todos se envolvem com traficantes. O filme foi bem elogiado pela crítica. Inicialmente, seria dirigido por James Franco, mas com as acusações de abuso sexual, foi substituído por Janicza Bravo. É um bom filme, que lembra muito "Hustkers", com Jennifer Lopez. pela mistura de ambiente de prostituição, bandidagem e tráfico.

O dia em que me tornei mulher

"Roozi ke zan shodam", de Marzieh Makhmalbaf (2020) Filme iraniano que ganhou 3 prêmios no Festival de Veneza, é dirigido por Marzieh Makhmalbaf, esposa do famoso cineasta Mohsen Makhmalbaf, que escreveu e produziu o filme. O filme é dividido em 3 histórias, todas apresentando protagonismo feminino em idades distintas: uma criança, uma mulher jovem e uma idosa. São histórias que falam da luta das mulheres em uma sociedade patriarcal, e a dificuldade que elas encontram em querer passar pela barreira do preconceito, misoginia e tradições milenares. A primeira história é sobre Have, uma menina de 9 anos que tem como melhor amigo , um menino. No dia de seu aniversario de 9 anos, ela decsobre que a partir dessa data ela é uma mulher e está proibida a se relacionar com garotos. Ela também será obrigada a usar o xador (véu) na cabeça e nunca mais circular em público sem ele. O segundo episódio, a protagonista é Anooh. Ela participa de uma corrida de bicicleta somente de mulheres, mas ela de fato está fugindo de sua casa e de seu marido. O marido e os amigos dele vão atrás dela de cavalo, para convenc6e-la a voltar para casa No terceiro episódio, Hoorah é uma idosa que chega do aeroporto. Ela herdou uma fortuna e quer gastar seu dinheiro comprando tudo o que ela não pode ter na vida: geladeira, tv, mesas e outros bens de consumo. É um episódio surrealista, e termina fechando o ciclo com a menina do primeiro episódio. "O dia em que virei mulher" é um filme lúdico, belo e ao mesmo tempo cruel, ao mostrar a triste realidade de mulheres no Irã. As atrizes são excelentes, dentro de narrativas reflexivas e angustiantes.

segunda-feira, 26 de maio de 2025

Todas as Cores do mundo estão entre o Preto e Branco

"All the Colours of the World Are Between Black and White", de Babatunde Apalowo (2023) Drama lgbtqiap+ da Nigéria, vencedor do Prêmio Teddy em 2023 no Festival de Berlim, destinado a filmes com temáticas queer. A Nigéria é um país que enxerga a homossexualidade como crime e é ilegal. Quem for flagrado, será punido criminalmente, e por isso, os integrantes da comunidade queer precisam se encontrar escondidos, na ilegalidade. Nesse contexto, Bambino (Tope Tedela) é um gay enrustido. Ele vende comida numa barraca de rua e faz bicos como motoboy. Quando ele precisa fazer uma foto para identificação, ele conhece Bawa (Riyo David), o fotógrafo que faz bicos vendendo apostas. entre os dois, surge um amor, mas eles precisam fazer tudo escondido. Bawa quer um relacionamento romântico, e Bambino, temeroso, tem um relacionamento de fachada com uma mulher, que está interessada nele. Tudo no filme é excelente: as atuações, a fotografia, o roteiro, a câmera, trilha sonora e direção. É um filme que comove pelo amor quase "Brokeback mountain", em um contexto de um país homofóbico e pleno de riquezas culturais e e bastante religioso. As cenas da dupla em peregrinações na moto, ou de Babino acompanhando a paixão de Bawa por fotos são muito sensíveis e lúdicas.

Um amor em tempos de selfie

"Un amor en tiempos de selfies", de Emílio Tamer e Federico Finkielstain (2014) Comédia romântica argentina, com toques de drama, escrita e dirigida por Emílio Tamer e Federico Finkielstain. O filme apresenta Lucas (Martin Bossi), um professor de stand up comedy que administra o El Sotano Club à noite, um pub de comédia, e dá aulas de comédia para adultos durante o dia. Lucas é um homem na faixa dos 40 anos e sempre gostou de relacionamentos livres. Um dia, ele conhece Guadalupe (María Zamarbide), uma nova aluna que se inscreveu em seu curso. Lucas é raiz: avesso à internet e redes sociais. Guadalupe é toda tecnológica. Ela é uma comunicadora social enviada por seu chefe (Luis Rubio) para se soltar mais nas suas apresentações comerciais. Lucas e Guadalupe não têm nada a ver um com o outro, mas acabam se apaixonando. Ela introduz Lucas na rede social. A casa noturna bomba, mas as pessoas com quem Lucas interagia antes, a turma mais raiz, começam a sair de sua vida. Lucas passa a faezr piadas grosseiras e machistas sobre relacionamento e acaba ferindo os sentimentos de Guadalupe, que desaparece. O filme começa bem, tem bons personagens e boas cenas envolvedo a arte dramática e interação professor e aluno. É legal ver o contraste entre alguém que é contra a rede social interagindo com outra que e viciada. Mas do meio em diante, o filme toma outro rumo narrativo, e vai ficando pesado no drama.

Como grãos de areia

"Nagisa no Shindobaddo", de Ryosuke Hashiguchi (1995) Melhor filme no Festival de Roterdan 1996, "Como grãos de areia" retrata a juventude japonesa e seus conflitos amorosos e de sexualidade, através de 3 personagens: Ito (Yoshinori Okada), estudante de ensino médio, que nutre paixão platônica por seu melhor amigo, Yoshida (Kouta Kusano). Toshida defende Ito dos atques homofóbicos dos alunos da escola, mas ao descobrir o interesse do amigo por ele, ele recua. O pai de Ito o obriga a frquentar uma clínica psiquiatrica para ser "curado", e ali, ele conhece a estudante Aihara (Ayumi Hamasaki), recém transferida e com um passado traumático. Ito tem liberdade de conversar com Aihara sobre a sua sexualidade. Quando Ito apresenta Yoshida, que namora Shimizu (Kumi Takada), Yoshida sente atração por Aihara. O filme tem uma narrativa totalmente naturalista. O ritmo segue bem lento, em um filme longo, de quase 130 minutos de duração. os atores são bons e correspondem bem a um roteiro repleto de nuances.

Os passos

"Le orme", de Luís Bazzoni e Mário Fanelli (1975) Drama psicológico que não deve ser confundido como um filme 'Giallio". Está mais para "A ilha do medo", de Scorsese, ao retratar a falha de memória de uma mulher, Alice (Florinda Bolkan, atriz brasileira que se tornou estrela de filmes europeus, tendo trabalhado com Visconti e grandes cineastas italianos). Ao ser acordada em sua casa por um telefonema de uma amiga do trabalho, Alice, que é viciada em pílulas para dormir, descobre que faltou 3 dias ao trabalho. Ela no`acredita, mas ao consultar o calendário, se dá por vencida. Ela é demitida do trabalho e decide pesquisar o que aconteceu com ela nos 3 dias. Ela encontra um folheto rasgado de um Hotel, chamado Garma, e decide ir até lá. Hóspedes, funcionários e locais a reconhecem pel nome de Nicole, sendo que Alice alega que jamais botou os pés ali. Alice tem constantes sonhos com dois astronautas pousando no espaço e indo atrás dela. Vendo o filme, é difícil acreditar que Scorsese não tenha visto o filme, de 1975, e se inspirado em "A ilha do medo". Existe um plot twist final que corrobora com esse argumento. O filme tem um ritmo bastante lento e cansativo, mas traz lindas locações filmadas na Turquia e o talento e beleza da estrela Florinda Bolkan. A curiosidade é ver Klaus Kinski em uma participação como um funcionário da Nasa.

domingo, 25 de maio de 2025

Les ailes collées

"Les ailes collées", de Thierry Binisti (2025) Drama Lgbtqiap+ francês adaptado do romance homônimo de Sophie de Baere, "Les ailes collées". O livro foi adaptado por Alexis Bayet e Alain Layrac e traz na direção Thierry Binistri. No dia do seu casamento com Ana (Pauline Bression), Paul (Roby Schinasi) reencontra vê Joseph (Jeremy Kapone), que foi convidado por Ana ao encontrar correspondências dos dois e acreditar que foram amigos de longa data. O filme retorna em 20 anos, trazendo Paul (Max Libert), um adolesente que mora com seus pais e sua irmã. Um dia, ao ir até à praia, ele conhece Joseph (Alexis Rosenstiehl), que acaba de se mudar com sua mãe e moram em um trailer. Os dois se tornam grandes amigos, até que a paixão surge. Os dois são flagrados pelos rapazes da escola, que insistem em praticar bullyings violentos contra Paul. A época é anos 80 e as notícias sobre a Aids tornam a todos homofóbicos. Durante um ataque homofóbico, Paul e Joseph revidam e atacam o rapaz, que desmaia na praia isolada. Os dois amantes acreditam que tenham matado o rapaz e decidem se separar. O filme traz um momento histórico onde a homofobia cresceu na sociedade por conta do preconceito contra a Aids, que surgia no mundo nos anos 80. Os atores que interpretam Paul e Joseph nas duas etapas são bons, e a direção cria um interesse durante a narratva para que o público queira saber qem matou o rapaz homofóbico. O final foi corrido e as situações acontecem atropeladas, principalmente na cena do aniversário de 1 ano do filho de Paul.

O professor

"The teacher", de Farah Nabulsi (2024) Premiado drama escrito e dirigido pela cineasta inglesa e descendente de palestinos indicada ao Oscar pelo excelente curta 'O presente", de 2020, que mostrava um pai atravessando a fronteira entre Palestina e Israel para comprar um presente para a sua filha. Em "O professor", Farah Nabulsi escala o mesmo ator palestino, o espetacular Saleh Bakri, que protagonizou, entre outros, o israelense "A banda", o thriller com Nadine Labaki "Costa Brava, Líbano" e o drama queer egípcio "O caftan azul". Co-produzido por Reino Unido, Catar e Território Palestino ocupado, o filme foi escrito por Farah durante a pandemia e inspirada na história de seus pais, e foi filmado na Cisjordânia. Basem (Saleh Bakri) é um professor palestino de inglês. Ele pede para que um de seus alunos, Yacoub, não falte as aulas e estude, deixando claro para ele que os estudos trazem futuro. Adam é irmão mais novo de Yacoub, e diferente dele, é mais estudioso. Basem se envolve com a assistente social britânica Lisa (Imogen Poots) e aliada à causa palestina. Quando soldados israelenses reinvidicam a casa onde a família de Youseb mora, ele se irirta e procura evitar a expulsão, mas basem surge e pede para que ele deixe os soldados israelenses tomarem tudo. Youseb retorna para o seu terreno e enfrenta um israelense invasor, e acaba sendo morto por ele. Adam se revolta, abandona os estudos e entra para o terrorismo. Basem, que se sente um pai adotivo para Adam, o ajuda. O filme é polêmico e traz uma trama vibrante e poderosa, que inclui personagens que representam o lado israelenes, como os pais do soldado israelense sequestrado por Adam. A diretora decidiu realizar o filme para mostrar a força e resiliência do povo palestino. Os atores são ótimos. Imagem Poots é uma atriz versátil e traz um elemento internacional ao filme que certamente o fará ser visto por um público mais amplo.

Lilo e Sticht

"Lilo and Sticht", de Dean Fleischer Camp (2025) Co-escrito por Chris Sanders, que foi o co-roteirita e co-diretor da animação de 2002 e ainda dublando Stitch, o filme agora é dirigido por Dean Fleischer Camp, da premiada animação "Marcel the shell with the shoes on". Eu fiquei muito chateado com as mudanças do personagem Jumba (Zach Galifianakis), que tem um arco final totalmente diferente da animação. Todo mundo já sabe, e não é spoiler, que o personagem do vilão Capitão Gantu não aparece, e aí foi um grande erro, pois alterou a personalidade de alguns dos personagens. Outra grita do público foi que o alienígena Pleakley (Billy Magnussen) não aparece vestido de peruca e vestido para se disfarçar na terra. Os produtores alegaram que for agora adquirir forma humana, não havia necessidade. Mas muita gente chiou e isso traz um contexto em sub0texto relacionado à gênero, e todo mundo sabe que a Disney agora vetou qualquer menção à lacração. Novos personagens surgiram, como uma vizinha, mãe do persoanagem David, namorado de Nina. E Cobra Bubbles agora é um agente da CIA ao invés de de ser da assistência social, que agora surge em uma personagem nova, Mrs Kekoa (Tia Carrera), personagem criado para dar forma à atriz tia Carrera, que deu voz à Nina na animação de 2002. Muitas cenas aqui foram alteradas do original. Essa versão live action aposta mais na emoção e forcar lágrimas do espectador, principalmente em 2 cenas bem emotivas: quando Nina mergulha para salvar Stitch no mar ( na animação era David) e uma cena final igual a "Et", que foi a referência para criar Stitch.

Lilo e Sticht

"Lilo e Sticht", de Dean DeBlois e Chris Sanders (2002) Indicada ao Oscar de animação 2003, perdeu para a obra prima de Miyazaki 'A viagem de Chihiro". "Lilo e Sticht' tem como pano de fundo o tema das famílias desfuncionais, e a família não sanguínea que criamos ao longo da vida. O diretor e roteirista Chris Sanders ( que dubla Stitch), disse que a ideía do filme quando ele se perguntou se no filme "Et, o extraterrestre", o Et chegasse à terra como um ser violento , e não amigável. Sticht é um ser extraterretsre criado pelo cientista Jumba (David Ogden Stiers), de um planeta distante. Stitch é considerado violento e poderso demais, e sem emoções. A Grande conselheira (Zoe Caldwell) ordena que ele seja eliminado, mas ele consegue fugir e cai na Terra, no Havai. A Conselheira pede que Jumba, junto de Pleakley (Kevin McDonald) e Capitão Gantu (Kevin Michael Richardson) sigam ate a Terra para resgatar o Sticht. Surge Lilo (Daveigh Chase), uma órfã de pais de 8 anos, que mora com sua irmã Nina (Tia Carrera). Como tem que trabalhar, Nina não dá conta de cuidar de Lilo, e por isso o assistente social Cobra Bubbles (Ving Rhimes) está na sua cola. Nina decide comprar um animal para Lilo, e descobrem Stitch, que se disfarça de cachoror, em um canil. Lilo se torna a melhor amiga de Lilo, e ficam próximos. Mas os extraterrestres chegam para resgatá-lo. São muitos os paralelos com o filme 'Et". O filme tem personagens deliciosos e carismáticos. Peakley se disferçando de mulher com vestido e peruca é impagável. As vozes na dublagem são muito boas, e o filme traz muita ação e aventura.

No dogs allowed

"No dogs allowed", de Steve Bache (2024) Certamente o filme mais polêmico e ousado que já assisti, "Cães não são permitidos" é um filme primoroso, com performances extraordinárias de todo o corajoso elenco, principalmente de Carlo Krammling, no papel do adolescente de 15 anos Gabo, que tem uma atração sexual pelo irmão de 8 anos de seu melhor amigo. O filme tem como protagonista um adolescente pedxxxfilo, e essa história é baseada em história real, adaptada e dirigida com coragem pelo cineasta alemão Steve Bache, um filme tabu que jamais teria sido filmado nos Estados Unidos e até mesmo Brasil. O filme foi premiado no Tallinn Black Nights Film Festival e Filmschau Baden Württemberg como melhor filme. Gabo, 15 anos, tem como melhor amigo Sebbo, com quem passa o tempo na escola e na casa dele. mas a atenção de Gabo é para o irmão de 8 anos de Sebbo, Sam. Gabo fica ansioso, se contrai, passa as noites em sofrimento tentando entender os seus sentimentos. Ele olha as fotos de Sam durante a noite e fica totalmente absorvido de paixão. Gabo conhece um homem mais velho, Dave (Robin Sondermann), 40 anos, em um chat de internet e marcam encontro. Dave tenta seduzir Gabo, mas ele deixa claro que ele não gosta de homens mais velhos. mas Sam aproveita a aproximação de Dave para entender como funciona a mente de um pedxxxxfilo. Dave, sagaz, acaba conseguindo seduzir Gabo e faz sex.. com ele. O filme de Steve Bache não faz julgamentos e não traz mensagens moralizantes. Friamente, ele traz personagens errantes, que procuram entender a sua mente. Gabo tem um lado humano mostrado no filme: ele faz de tudo para ajudar a sua mãe depressiva a se resinerir profisisinalmente. Os diálogos são muito realistas. Fico tentando entender como os alemães consegueme scalar menors de idade para um filme com ese conteúdo ( o ator de 8 anos). carlos Krammling, que interpreta o rapaz de 15 anos, li que tinha 20 anos na época da filmagem. Sua performance é simplesmente arrasadora, percorrendo todas as emoções de forma visceral.

sábado, 24 de maio de 2025

A rendição

"The surrender", de Matt Palmer (2025) Terror sobrenatural co-produzido por Canadá e Estados Unidos, concorreu no SXSW 2025. O filme apresenta Megan (Colby Minifie), uma jovem que retorna para a casa de seus pais, após um tempo sem vê-los. Seu pai, Robert (Vaughn Armstrong) está doente em estado terminal. Sua mãe, Barbara (Kate Burton) culpa Megan pelo afastamento dos cuidados do pai. Megan culpa sua mãe por sempre ser tão exigente e passou a vida toda cobrando Megan. Barbara contrata os serbiços de um xamã (Neil Sandilands) para fazer Robert ressucitar, assim que ele morrer. Megan é cética e tenta convencer sua mãe de que o xamã só quer dinheiro. Quando Robert morre, o xamã pede que elas queimem tudo de Robert dentro de um círculo, sem deixar nada para trás, para que todas as lembranças dele sejam apagadas. Mas Megan decide guardar uma foto que ela tinha com seu pai quando riança. Robert acaba retornando como uma criatura monstruosa e canibal. A primeira parte do filme é bem arrastada e focada no drama da família. O 2o ato, a partir d amorte do patriarca, já fica mais tensa, pois é a parte focada no terror. O filme é um baixo orçamento, que se utiliza de efeitos práticos. Os atores são bons e o filme garante alguns sustos e uma boa atmosfera, mas para os fãs de terror, certamente irão achar o filme muito lento. M

Ritas

"Ritas", de Oswaldo Santana e Karen Harley (2025) É recomendável assistir a esse filme "Ritas" junto do documentário "Mania de você": os dois filmes, sobre a cantora e compositora Rita Lee, se complementam. Enquanto "Mania de você", através de uma carta deixada por Rita para seus filhos e marido, escrita 4 semanas antes de morrer, traçar toda a sua trajetória, "Ritas", traz depoimentos de Rita em primeira pessoa, fazendo um painel mais sensorial do que informativo. É incrível como o material de arquivo dos dois filmes são distintos, inclusive quando retratam a mesma música, ou a relação de Rita com seu marido, Roberto de Carvalho, Gil, Elis, Caetano, Ney, entre outros. É uma excelente oportunidade dos fãs reverem um acervo maravilhoso e poder escutar a sua discografia em alto som em uma sala de cinema.

O que tem para o jantar, mãe?

"Mama, gohan mada?", de Mitsuhito Shiraha (2016) Comovente melodrama japonês, co-escrito e dirigido por Mitsuhito Shiraha. O filme fala sobre uma família composta por duas irmãs, Tae e Yo, e como elas vivem o luto pela morte da mãe delas, Kazue, morta por câncer. Ao retornarem à antiga casa onde moravam, que agora será demolida, Tae encontra uma caixa vermelha cheia de receitas e cartas escritas por sua mãe. Ali, entre receitas de comida taiwanesa, Tae descobre todo o drama de sua mãe, que se mudou do Japão para Taiwan nos anos 70, batalhou para se firmar e aprender a língua local, se casou com um taiwanês depressivo, cuidou das duas filhas e teve a comida como elemento de amor que as unia. Tae viaja para Taiwan para resgatar o passado de sua mãe e também, aprender a culinária que a mãe tanto amava. Baseado nas memórias da atriz Tae Hitoto, o filme traz imagens deliciosas de preparo de comida que deixam a todos com água na boca. É filme para chorar muito e se emocionar com trajetória de mulheres fortes e batalhadoras.

Rua do medo- Rainha do baile

"Fear street- Prom queen", de Matt Palmer (2025) Após o grande sucesso da trilogia "Rua do medo", sai mais um filme escrito por R.L. Stine, "Rainha do baile". Novamente ambientado na cidade de Shadyside", palco de muitos massacres e mortes no passado, "Rainha do baile" traz uma história simples e óbvia: uma festa de formatura onde será coroada a Rainha do baile. O ano é 1988. Lori (Índia Fowler) é uma aluna retraída, acuada por causa de sua mãe, acusada de ter matado seu pai. Essa história faz com que Lori seja mal vista por todos, exceto por Megan (Suzanna Son), sua única amiga. Tiffany (Fina Strazza), a bitch da high school, tem um séquito de garotas que a bajulam. Mas na noite da festa, quando Lori também concorre, um assassino surge e vai matando uma a uma as concorrentes. Lily Taylor faz uma participação como uma das orgaizadoras da festa. O filme cria uma expectativa sobre quem pode ser o serial killer. A resolução é fraca. O melhor mesmo do filme são as referências, que v˜ão de "Pânico" a "Carrie, a estranha". A trilha sonora também é o ponto alto, com clássicos da época: Rick Astley, Bananarama, Eurythmics, Tiffany, entre outros. As mortes são toscas, com efeitos práticos que mostram notadamente que tudo é prótese. A trilha de sntetizadores é outro must, além da direção de arte e figurinos.

História de um viciado

"Story of a junkie", de Lech Kowalski (1985) Obscuro documentário lançado em 1985, que retrato de forma crua e brutal a vida de viciados em heroina e cocaína no Lower east side de Nova York. Misturando documentário e ficção, a câmera acompanha Gringo (John Spacely), um jovem que veio para Nova York em busca de fama. e fortuna e acabou se viciando em heroína. (John Spacelly morreu nos anos 90 de HIV, contraído pelo uso das seringas que compartilhava com outros viciados). O filme acompanha o dia a dia de Gringo com outros viciados (negros, latinos, brancos), , alguns roubado para sustentar o vício. Conversas reais sobre o prazer de injetar a heroína e consumir cocaína vai sendo incorporada a esse registro documental onde o consumo é real: os personagens manuseiam e prepararm as drogas sem qualquer tipo de censura. É um filme visceral, assustador e um excelente material para que atores assistam para trabalhar seus personagens viciados. A direção de arte nos apartamentos é quase um filme de terror, onde sujeira, ratos e seringas cheias de sangue se misturam ao ambiente.

sexta-feira, 23 de maio de 2025

Noturno

"Beurokeun", de Jin-hwang Kim (2025) É impressionante que quase todo thriller sul coreano gira em torno do tema da vingança, e uma das arma smortais é um martelo ou um cano de ferro. Em "Noturno", somos apresentados a Min-Tae (Ha Jung-woo), um ex-mafioso que ao defender seu irmão, Seok-tae, acaba indo preso. Anos depois, ao ser solto, Min-Tae desiste de trabalhar como crime e vai trabalhar na construção civil. Mas seu irmão é encontrado morto, e a suspeita recai sobre a esposa dele, Moon-young (Yoo Da-in), que sumiu com a filha do casal. Min-Tae descobre um livro, "Nocturnal", que relata exatamente a história de seu irmão e da esposa, e ele decide procurar o autor do livro, e asism, saber do paradeiro da ex-cunhada e entender o motivo do crime. Diferente de outros thrillers sul coreanos, em "Noturno", o roteiro e do diretor investem mais no drama dos personagens. Ainda assim, existem algumas poucas cenas de porradaria e ação que fazem lemvrar de "oldboy"e a clássica cena do protagonista lutando com uma hroda de bandidos usando um martelo.

E alguém mais

'En iemand anders", de Vincent Tilanus (2025) Drama Lgbtqiap+ holandês, "E alguém mais" concorreu no Festival de Cannes na semana da crítica. Delicado e com um tema complexo, o filme apresenta o adolescente Tommy (Pier Bonnema), gay assumido e morando com seus pais, Lieke (Hanneke Scholten) e Abel (Rienus Krul), além de Max, o irmão mais novo. Tommy ama seus pais, principalmente sua mãe, uma comoanheira que o acolhe em todos os momentos que ele mais precisa, como por ex, quando ele rompeo seu namoro. Ao procurar informações no computador de seu pai, ele sem querer lê um email e decsobre que seu pai tem um amante, Erik, que ele conhece há anos. Tommy entra em um grande conflito: se deve contar para sua mãe e assim, destruir um casamento, ou se ele acolhe o dilema de seu pai. Com ótimas performances de todo o elenco, o filme poderia render uma excelente peça de teatro. Os diálogos são críveis, as emoções bastante realistas. Existe um monólogo de Tommy com seu pai, e de Abel com Lieke, que são excelentes. Um filme respeitoso com o drama dos personagens.

Hace mucho que no duermo

"Hace mucho que no duermo", de Agustin Godoy (2022) Concorrendo a melhor filme no Festival de Mar del Plata, "Hace mucho que no duermo" acabou ganhando um prêmio técnico de melhor som. O filme é uma bizarra história de obsessão e amor ambientada em Buenos Aires. No início do filme, pessoas vão passando uma grande mochila fechada com um cadeado de mão em mão pelas ruas da cidade, como se fossem maratonistas passando o bastão. Por engano, um desses jovens corredores transfere a mochila para Mapache (Agustín Gagliardi), um entediado funcionário de um escritório burocrático que há muito não consege dormir. Mapache está sentado em um banco da praça e ao receber a mochila, sem nem saber o porquê, a leva correndo até sua casa. Chegando lá, ele tenta abrir a mochila, mas do nada, surge uma garota, (Agustina Rudi), que diz que estava jogando tarô que a recomendou a procurar Mapache. A mochila é roubada e os dois passama. correr atrás dela, e ao longo do processo, Mapache vai se apaixonando e saindo de sua letargia. O filme não fecha conclusões e nem traz uma história propriamente dita. Está aberta a muitas metáforas, como por exemplo, a pessoa deve sair de sue modo passivo e encontrar alguma motivação na vida, ou pessoas aleatórias que se apgeam a algo sme snetido e saem em busca de um sentido para a vida. É repleto de humor ácido, bem filmado, com orçamento de filme indie. Uma brincadeira de estilo, que encontra atores dispostos a entrar na farsa.

quinta-feira, 22 de maio de 2025

Você é a garota dos meus sonhos

"Geu sijeol, uriga johahaetdeon sonyeo", de Cho Young-Myoung (2024) Remake de uma comédia dramática e romântica de Taiwan lançada em 2012, "Você é a garota dos meus sonhos" é um filme fofo sul coreano que traz a paixão de Jinwoo (Jin-young), estudante de high school, por Seon-ah (Da-hyun, integrante do grupo Kpop TWICE), uma aluna decsolada, inteligente e bonita, objeto de desejo de todos os garotos da escola. JinWoo faz corpo mole e diz que não sente nada por ela, mas a verdade é que ele é o mais apaixonado pela menina. O filme é ambientado durante a Copa do mundo de 2002 que ocorria no Japão e Coréia. O filme tem uma história simples e sem grandes viradas. Transcorrendo durante mais de uma década na vida dos jovens indo da high school até a formatura na faculdade, é um coming of age da forma mais clássica, e envolve um amor entre duas pessoas incompatíveis, claro.

Deserto da Namíbia

"Namíbia no Sabaku", de Yoko Yamanaka (2024) Concorrendo no Festival de Cannes na mostra quinzena dos realizadores, "Deserto da Namíbia" e um drama intimista de 140 minutos de duração, que reflete o estado mental de uma jovem, Kana (Kawai Yumi). Oss eus relacionamentos são instáveis e violentos, muito por sua própria resopnsabilidade. Ela não consegue se comunicar direito com sua mãe, que é chinesa e foi morar no Japão, nem com os familiares dela, todos chineses. Kana trabalha em uma clínica estética como depiladora. Kana é fria com suas poucas amigas e constantemente está no celular vendo videos aleatórios. Quando ela faz uma consulta com um psicólogo online, ele dá um diagnóstico de bipolaridade. "Deserto da Namíbia" é um filme difícil de se assistir. Longo demais, personagens frios e impossíveis de se simpatzar. Kana, a protagonista, é arrogante e antipática. Acompanhar um filme tão longo nessa odisséia de uma jovem em busca de entender seu estado mental não é para fracos. Acompanhá-la maltratando as pessoas que a cercam, agindo com violência física e verbal, pode ser interessante para quem quer fazer um estudo de personagem em desequilíbrio. De qualquer forma, o trabalho da atriz Kawai Yumi é de se aplaudir, por conta de seus excessos em cena e por transições de emoção.

He Ain't Heavy... He's My Father

"Xin nan xiong nan di", de Peter Ho-Sun Chan (1993) Deliciosa fantasia produzido pela China, e que remete a dramas de viagem de tempo, como "De volta para o futuro"e "Peggy Sue, seu passado te espera". Protagonizada por 3 astros de Hong Kong, Tony Leung Chiu Wai ( de "Amor à flor da pele"), que interpreta Yuen, Tony Leung Ka Fai, que interpreta seu pai, Feng e Carina Lau, que interpreta Laura, casada com Feng e mãe de Yueng. Nos dias d ehoje, Yueng é um corretor de imóves frustrado por não ter tido uma vida melhor. Ele coloca a culpa em seu pai, FEng, que poderia ter sido um homem rico, já que s ecasou com sua mãe, Laura, filha de milionário. Mas Feng dedicou a sua vida ajudando aos outros, e por isso, nunca guardou nada para si nem sua familia. Laura, inclusive, abdicou de sua fortuna para se casar com Feng, que era um homem pobre que morava em um cortiço. Durante a noite onde Jupiter se une à lua, reza a tradição que se a pessoa fizer um pedido, ele se realiza. Quando Yueng discute com seu pai e joga na cara dele que ele foi o responsável pela frustração de uma vida, seu pai passa mal e entra em coma. Yueng corre para fazer o pedido e acaba retornando ao passado, quando seu pai namorava sua mãe, contra a vontade dos pais dela. Yueng se apresenta cmo um primo, e acaba entendendo as razões de seu pai decidir por uma vida franciscana. O filme tem momentos de comédia pastelão que chegam ao nível do surreal, como uma cena onde Feng dança com Laura e homenageando "Top secret", rodopia com uma boneca no ar. Tem também momentos de musical e romance. No final, eu chorei muito, muito, pela sensibilidade em que o filme lida com o tema do perdão.

quarta-feira, 21 de maio de 2025

Uma alegoria urbana

"Allegorie citadine", de JR e Alice Rohrwacher (2024) Alice Rohrwacher é uma premiada diretora italiana, irmã da atriz Alba Rohrwacher. Ela dirigiu os prestigiados "Lázaro feliz", La chimera", "Corpo celeste"e "As maravilhas". "Uma alegoria urbana" é como o próprio nome diz, uma alegoria sobr eo mito da caverna de Platão, pelo ponto de vista de uma criança de 7 anos, Jay (Naïm El Kaldaoui), cuja narração do mito durante o filme é espetacular). Jay ficou doente e teve que ser linerado da aula. O pai não pode ir, sobrou pra mãe, uma dançarina que estava indo a caminho de uma audição de um corpo de dança que faz uma representação do mito de Platão. A mãe busca a criança e chega atrasada para a audição, mas o coreógrafo ao observar o menino, libera a mãe para fazer o teste. Nesse meio tempo, o menino dai do teatro e vai se aventurar nas ruas. A partir daí, o filme mistura uma técnica de animação, inserindo o menino na caverna estilizada. Toda a parte fotográfica ficou a cargo do renomado fotógrafo francês JR ( co-diretor de "Visages, villages", filme que dirigiu com Agnes Varda.

Always smile

"Always smile", de Jason Park (2025) Escrito e dirigido por Jason Park, "Always smile" parece um filme produzido pelos Angel Studios, famoso por seus temas de conteúdo cristão, como "O som da liberdade", e que fazem denúncias sociais, como tráfico de mulheres e crianças, tráfico de órgãos. A última cartela do filme mostra justamente que mais de 800 mil crianças e mulheres são sequestrados por ano no mundo. O filme apresenta os irmãos asíaticos Alex (o diretor Jason Park) e Johnny (Min Keon Kim). Eles são sem teto que moram em uma van. Os irmãos se amam e um cuida do outro. Alex trabalha em um esquema de emprego que não lhe agrada, e Jonnhy estuda em uma faculdade comunitária, com o sonho de estudar medicina. Os pais de ambos, e a esposa de Alex morreram em um acidente de carro. A história dos irmãos irá se cruzar com uma quadrilha que sequestra e trafica mulheres. O filme tem todas as melhores intenções do mundo. Mas boa parte do elenco é fraco, sem emoção, e o ritmo do filme demora e engrenar. A história demora a contar ao que veio, a trama do tráfico demora a entrar, e até então, traz a rotina dos irmãos e a dureza de suas vidas.

Excisão

"Excision", de Richard Bates Jr. (2012) Concorrendo no Festival de Sundnace, 'Excisão" foi premiado em diversos festivais de gênero pelo mundo. Escrito e dirigido por Richard Bats Jr, o filme é um body horror protagonizado por uma personagem vil e perversa. O filme ganhou destaque dentro do meio cult por trazer no elenco três atores conhecidos: Traci Lords, ex atriz pornô, o cineasta John Waters e o ator Malcom Macdowell. A história me lembrou 'Bem vindo à casa de bonecas", de Todd Solonz, que apresentava a relação entre uma irmã mais velha e a irmã mais nova, paparocada pelos pais, e como a mais velha se vingava da mais nova. Pauline (AnnaLynne McCord), 18 anos, mora com seus pais, Bob e Phyllis (Traci Lords). A irmã mais nova e mais bonita, Grace (Ariel Winter), recebe todas as atenções dos pais, ainda mais por ter uma doença no pulmão, o que requer uma atenção maior. Pauline é repulsiva e não esconde isso: é anto social, maltrata a todos na escola. Ela tem dois desejos: se tornar uma cirurgiã e perder a virgindade. O filme mostra delírios de Pauline como cirurgiã, fazendo enxertos, incisões e outras atividades cirúrgicas gore. O desfecho traz uma cirurgia real de Pauline, e é uma sequência que deixou muita gente chocada. ë um filme dificil de acompanhar pois não traz personagens carismáticos pelos quais o epsectador vai se apaixonar. É um mundo de pessoas repulsivas, liderados por Pauline, certamente uma fã de Arlequina e outras anarquistas.

Soul to squeeze

"Soul to squeeze", de WM Weikart (2025) Drama indie com narrativa experimental, 'Soul to squeeze" deve funcionar para quem tomar algum alucinógeno antes de assistir ao filme. Para o restante do público, fica uma experi6encia tortuosa e cansativa, uma pretenciosa tentativa de emular David Cronemberg e David Lyncj no memso filme, com diversas referências ( a Tv de "Videodrome'). Escrito e dirigido por WM Weikart, o filme apresenta Jacob (Michael Thomas Santos), um jovem estudante que aceita ser cobaia de um experimento misterioso. Ele mora em uma casa por dias e vivencia uma série de alucinações auditivas e visuais bizarras, que atormentam sua mente, suas memórias e seus traumas ocultos. Tudo o que Jacob traz em sua mente, se materializa, desde s ever como cachorro, um neanderthal. epor aí vai. O diretor alardeia na divulgação do filme que é o primeiro filme a mesclar 2 formatos de tela, aspect ratio no mesmo filme, de 4:3 a 2:25, o que é mentira. entre vários outros filmes, cito "Mommy", de Xavier Dolan, que vai de 1:1 a 2:35, para explorar a sensação de clastrofobia para a liberdade do protagonista.

terça-feira, 20 de maio de 2025

Pigman

"Pigman", de Louise Warren (2024) Eu sou um cinéfilo que sempre que sai um filme inglês, uma das primeiras coisas que comento é. a excelência dos atores ingleses. Mas como em qualquer profissão na vida e no mundo, existem também atores ruins no Reino Unido. O filme dirigido por Louise Warren e escrito pela dupla Ben Daly e Robert Howgate parece ter reunido os piores no mesmo projeto. Mas talvez a culpa não seja somente deles. Tudo é pavoroso: direção, roteiro, edição, efeitos. Eu sou teimoso: o cartaz do filme já deixa claro que o filme é uma bomba. Mas como vejo tudo, arrisquei e me dei mal: é ruim demais, nem pra ser trash ele serve. A divulgação diz que é baseada em fatos reais. O filme tenta ser um arremedo de "O massace da serra elétrica", mas datado nos dias de hoje. Um grupo de youtubers decide seguir até uma fazenda isolada na Inglaterra rural para irem atrás d alenda do homem porco Pigman, e assim, viralizarem e ganharem seguidores. Bom, não precisa dizer que um homem com máscara de porco ( Leatherface!!!) surge e começa a matar um por um. Mal feito, efeitos ruins, sem ritmo e final podre. Apenas pule o filme.

Dissolução

"Dissolution", de Anthony Saxe (2024) Melhor curta do juri no SXSW 2024, "Dissolution" é escrito e dirigido por Anthony Saxe e é uma co-produção Estados Unidos e Austrália. O filme é corajoso e expositivo: Anthony Saxe escala seus pais reais, Linda DiVirgilio e Eddie Sace, para falar de temas dolorosos como o fim de um relacionamento na terceira idade, velhice e morte. Alternando imagens do ex-casal nos dias de hoje, com imagens de VHS dos anos 90, quando Anthony havia nascido e o relacionamento estava no auge da paixão e o casal em plena saúde, o filme é angustiante e machuca. Ver os pais jovens e agora, mais de 30 anos depois, envelhecidos, e o pai, de muleta e sem andar direito, é de destruir o coração de qualquer um. Após anos separados, Linda vai reencontrar Eddie para assinar o papel do divórcio. Ela se choca ao rever Eddie: ela não imaginava que ele estivesse tão envlhecido e fisicamente deteriorado. Ele defeca nas calças, e ela o leva para tomar banho. A cena é profundamente dolorosa. Quem estiver passando por situação pessoal com parentes, não deve assistir ao filme. Mesmo tendo um final terno, é um filme que dá gatilhos sobre morte e finitude.

Conto de Fadas de Kathmandu

"Fairytales of Kathmandu", de Neasa Ní Chianáin (2007) Documentário assustador e repugnante que retrata o poeta premiado irlandês Cathal Ó Searcaigh e as suas viagens ao Nepal. Cathal convidou a documentarista irlandesa Nesa Ni Chianain para acompanha-lo até o Nepal e fazer um relato sobre as suas andanças e projetos voluntários. Mas Nease passou a ficar instigada pela constante visita de jovens rapazes até o quarto do hotel de Cathal. Ao entrevistar os rapazes, ela descobriu que Cathal os abordava a caminho da escola, prometendo dinheiro, roupas e bicicletas, em troca de visitas até seu quarto. Nnehum dos rapazes conhecia o sexo ou ja tinham namorado antes, seja uma garota ou um rapaz. Nease passoua. quetsionar os atos de Cathal, de abuso de poder ( no Nepal, os estrangeiros sao considerados Deuses). No Nepal, o consentimento em relação a atos sexuais é de acima de 16 anos. Criminalmente, ele não poderia ser preso, pois alega qu e não forçou ninguém e todos foram por vontade própria. Porém, a Irlanda entrou com um processo contra Cathal, pois no país, o consentimento é a partir de 17 anos, e por isso, consideraria crime. Não é um filme fácil de ser visto. Os depoimentos dos rapazes , ingênuos, mostra a forma predadora do poeta de agir.

New life

"Wo hui hao hao de", de Hongjie Dong (2024) Que ódio desse filme, que me fez chorar mil litros. Deveria ser proibido fazer filmes com animais só pra fazer quem ama os bichos chorar desgraçadamente, que nem nos filmes "Marnie", "Sempre ao seu lado" ou "Quatro vidas de um cachorro". Mas pelo menos são filmes que retratam o amor de tutores com seus animais, um amor incondicional que merece ser celebrado. Uma jovem Man (Zifeng Zhang) trabalha como motorista em uma van para fazer fretes e asism, poder bancar o aluguel da casa e da comida, onde mora com seu pai (Jingchun Wang), um alcólatra. Desde a morte de sua mãe, tudo piorou na vida de ambos: o pai se enfiou na bebida e vive nas ruas como um miserável, e Man precisa segurar a onda do pai e a sua própria saúde mental. Em luto eterno, por sentir-se culpada pela morte da mãe, Man encontra um cachorro vira lata quando vai fazer um frente. Ela não quer nada com o animal, mas quando ouve um vizinho falar que o animal não sai de sua caixa de papelão, pois foi onde a mãe dele morreu, iediatamente Man se conecta com a história dele. Ela o leva para casa e aos poucos, o cachorro muda a sua vida e a de seu pai. Os atores são ótimos e muito carismáticos. Claro que muito do apego do filme é por conta do cachorro, que é apaixonante. O filme não tem vergonha em fazer o público de acabar de chorar e aplica muitos golpes baixos. Pelo menos o desfecho dá uma luz no fim do túnel.

segunda-feira, 19 de maio de 2025

Missão impossível- O acerto final

"Mission: Impossible - The Final Reckoning", de Christopher McQuarrie (2025) O mais emotivo de todos os filmes da franquia, essa parte 8 começa com um prólogo trazendo em flashback cenas icônicas de todos os outros filmes. E o final certamente irá arrancar lágrimas dos fãs. Com quase 30 anos de longevidade (o original foi lançado em 1996, quando Tom Cruise tinha 33 anos), o filme teve a sua estréia de gala no Festival de Cannes 2025. Com 2hrs 49 minutos, é importante que o espectador releve a primeira hora do filme, que é arrastada e bastante confusa com muitos dialogos e termos tecnológicos que o público comum vai ficar boiando. Mas as 1hr e meia restantes, justificam toda a mítica da franquia: é ação ininterrupta, em cenas filmadas na Noruega e na África do Sul. A já famosa sequência dos bimotores é de encher os olhos, e reza a lenda que Tom Cruise e Esai Morales, que interpreta o vilão Gabriel fizeram as cenas sem dublês. Basicamente, a trama é de Ethan e sua equipe tentando desarticular o plano do Ai Entidade, que quer destuir o mundo. Mas Gabriel deseja controlar a entidade e ele dominar o mundo. Paralelo, a presidente dos Estados Unidos, interpretada por Angela Basset, precisa tomar decisões importantes para evitar a morte de milhões de inocentes. Tem momentos deus ex machina no filme que me tiraram do sério, mas como toda a franquia é baseada em atitues e situações fora do real, desencanei e fiquei curindo as acrobacias e malabarismos do elenco em cenas de ação. Boa parte da emoção vão para os personagens de Luther Stickell (Ving Rhames) e Benji (SImon Pegg), que arranca as melhores tiradas cômicas do filme.

California king

"California king", de Eli Stern (2025) Comédia de ação indie americana, é o filme de estréia do roteirista e diretor Elo Sterm. O filme busca uma pegada de irmãos Coen com personagens losers que se metem em enrascada, envolvendo traficantes e malandros. Perry (Travis Bennett) é um gerente de uma loja de colchões na cidade de Nice, califórnia. Ele tem paixão platônica por Lynette (Victoria Justice), seu crush desde a infância. Perry decide bolar um plano com seu melhor amigo e funcionário da loja de colchões, Wyatt (Jimmy Tatro): simular um falso sequestro do irmão adolesente de Lunette, e depois surgir como herói. Mas os planos dão errado, ao envolver traficantes, bandidos e sherife na farsa. O filme prometia bastante: tem um visual divertido e querendo ser pop, com legendas qie ocupam a tela toda; Uma trilha sonora esperta, personagens porra loucas que são carismáticos. Mas existe um excesso de personagens e sub-tramas que atrapalham o ritmo e a organicidade da história, perdendo o foco dos protagonistas.

Até que a música pare

"Até que a música pare", de Cristiane Oliveira (2023) Co-produzido por Brasil e Itália, "Até que a música pare" é o terceiro longa dirigido pela cineasta cristiane Oliveira: antes, tivemos "A primeira morte de Joana" e "A mulher do pai". O que une os 3 filmes, além de terem sido rodados no sul, é o protagonismo feminino em fases diferentes da vida: adolescência, meia idade e agora, terceira idade. Rodado nos municípios gaúchos de Antonio Prado, Veranopolis, Nova Roma do Sul e Nova Bassano, o roteiro foi escrito por Oliveira e Gustavo Galvão. Participou da Mostra de SP e do Festival do RJ. O filme tem um elenco escalado através de um grupo de teatro de CAxias do Sul, e todos falam a língua "Talian", língua brasileira oficialmente reconhecida em 2014 e formada a partir do contato do português com línguas de imigrantes do norte da Itália, que chegaram ao Brasil no século XIX. Chiara (Cibele Tedesco) é a matriarca de uma família de ascendência italiana desfeita. Depois que seu filho mais novo se muda, ela decide acompanhar Alfredo (Hugo Lorensatti), seu marido, em suas viagens como vendedor nos bares da Serra Gaúcha, no sul do Brasil. O casal vive o luto pela morte de um dos filhos, e a sensação de ninho vazio. A polarização política de 2022 , o conservadorismo e o fanatismo religioso também surgem como pano de fundo, e a crise religiosa em relação ao budismo e a possibilidade de reencarnação na forma de um animal: uma tartaruga. O filme tem planos longos e formalmente rígidos, o que fez um crítico citar a influência do cinema de Chantal Akerman, principalmente "Jeanne Dealmann", onde o cotidiano de poucos conflitos fazem parte de uma narrativa documental e fria. O ritmo muito lento e a naturalidade das performances do elenco podem assustar espectadores, mas no final, fica a certeza d eter assistido uma obra diferenciada, registrada com brilho e que é um pedaço d ahistória cultural do Brasil.

domingo, 18 de maio de 2025

Bye Bye Tibérias

"Bye Bye Tibériade", de Lina Soualem (2023) Premiado documentário co-produzido por França, Bélgica, Território Palestino Ocupado e Catar. O filme é dirigido pela cineasta Lina Soualem, que vem a ser filha da atriz palestina Hiam Abbass. Hiam é uma premiada atriz que saiu da Palestina há mais de 30 anos atrás para Paris e seguir seu sonho de se ornar uma atriz. Trabalhou em filmes cults como "Lemon tree", "A fonte das donzelas", Paradise now", Free zone", além de produções Hollywoodianas como "Hellraiser", "Blade runner 2046" e a série "Sucession". O filme apresenta, pelo ponto de vista feminino, uma geração de 4 mulheres da família de Lina, começando pela sua bisavó nos anos 40. A família foi obrigada a sair de suas terras durante a Nakba de 1948, quando mais de 700.000 palestinos foram deslocados pelo governo israelense, e pergrinou até a aldeia de Deir Hanna, perto do lago de Tibérias, fronteira entre Siria e Palestina. Lina foi a primeira mulher da família a nascer longe das terras palestinas. Através de fotos de toda a linhagem de mulheres fortes e destemidas, o filme apresenta como todas se ajudam, mesmo estando longe uma da outra. Lina e Hiam retornam até a aldeia delas para cuidar de sua avó, Nemet, que nunca deixou as terras, e da irmã de Hiam, que também permanece ali. Como pano de fundo, o espectador encontra uma breve história sobre terras palestinas ocupadas e o confronto com Israel.

Liza: Uma História Realmente Fantástica e Absolutamente Verdadeira

"Liza: A Truly Terrific Absolutely True Story", de Bruce David Klein (2025) Documentário que apresenta a vida e obra da atriz e cantora Liza Minelli. Liza é das raras personalidades EGOT: vencedora de Emmy, Grammy, Globo de ouro e Oscar. Sufocada ainda criança por ser filha dos ícones Judy Garland e o cineasta Vincent Minelli, Liza teve que buscar mentores que a ajudassem na carreira artística e sair da sombra dos pais. O filme mostra quem foram as pessoas importantes em sua vida, principalmente a cantora, atriz e dançarina Kay Thompson e o cantor e ator francês Charles Aznavour. O filme traz imagens de Liza em todas as etapas de sua vida, com depoimentos de amigos como a atriz Mia Farrow, que a conhece desde os 15 anos de idade. Joel Grey, que diviiu a cena com liza em "Cabaret", também dá depoimento. O ator Darren Criss fala da importância de Liza em sua carreira artística. O filme foca bastante no filme "Cabaret", de Bob Fosse: a preparação, a escolha do visual de Liza, as inspiraç˜es, as discussões entre Liza e Fosse. O Oscar de atriz, a mudança em sua vida a partir daí, que ganhou grande força e mídia. Liza casou-se 4 vezes, além de ter s erelacionado com celebridades como Peter sellers, Martin Scorsese e Mikhail Baryshnikov. Liza diz que sempre quiz contruir uma família, porém teve 3 abortos espontâneos e não pode ter filhos. O filme finaliza falando de seus problemas com drogas e como quase destruiu a sua carreira. A própria Liza narra a sua história, dando indícios de seu temperamento difícil e estelae. Um filme que é um presente para os fãs da diva, hoje com 79 anos de idade.

Los ninõs de Dios

"Los ninõs de Dios", de Martin Farina (2021) Martin Farina é um dos mais famosos cineasta Lgbt da Argentina. Dirigiu os cults "Taekwondo" e "Fullboy", dois films es repletos de homens totalmente nus em poses homoeróticas e cenas de tensão sexual entre amigos heteros. Com "Los ninõs de Dios", Farina traz um documentário com teor polêmico. Os Filhos de Deus foram uma seita pseudo-cristã criada nos Estados Unidos durante os anos 70. Seu fundador e líder messiânico, David Berg, foi acusado de uma série de perversões pessoais que iam da prostituição de suas fiéis até o abuso de menores. Na Argentina, no início da década de 1990, surgiram fatos que envolviam quase 270 menores em cativeiro. Para ilustrar essa história, Farina expõe. a sua família, já que seus tios e primos fizeram parte daquela comunidade por muitos anos. Farina aponta a câmera para seus dois primos, Francisco e Sol, e como eles interagem com a mãe Silvia Markus, religiosa ainda adeptada dos preceitos da igreja Filhos de Deus. Com imagens da epoca que eram crianças, os irmãos dão depoimento sobre o que acontecia quando foram levados para a seita. Sivia se arrepende de tê-los levados. E como não podia deixar de ser, Farina expõe a nudez total do primo Francisco, incluindo nos genitais, e em sessoes de massagem.

O comboio do medo

"Sorcerer", de Willian Friedkin (1977) Willian Friedkin faleceu em 2023 e deixou em seu legado diversas obras primas, entre elas, "Operação França" e "O exorcista". O grande sucesso comercial de "O exorcista"permitiu que Friedkin escolhesse seu próximo projeto. Surgiu "O comboio do medo", adaptado do romance "O Salário do Medo", de Georges Arnaud, que foi filmado pela 1a vez por Henri Georges Clouzot em 1953, com Yves Montand. O filme se tornou um grande fracasso de bilheteria e crítica no sue lançamento, que foi totalmente abafado pela estréia de "Star wars". Com estouro de orçamento, demissão e doença da equipe que contraiu malária, Friedkin levou todos à exaustão física e mental, famoso pelo seu perfeccionismo. Mas hoje em dia, o filme foi revisitado e ocnsiderado uma obra prima. Um dos seus grandes trunfos é que todos os seus efeitos, aind ahoje impressionantes, foram todos práticos, numa epoca onde não havia CGI. Isso fez com que o filme ficasse mais realista e assustador, um filme de sobrevivência que extrai o melhor do elenco e das locações claustrofóbicas da floresta da República Dominicana. O prólogo do filme, de 10 minutos, é um primor por si só: apresentando cada um dos 4 protagonsitas, cada um em seu país, o espectador entende o porque eles irão surgir em um país do terceiro mundo , desesperados por dinheiro. Friedkin se afastou do filme original de Clouzot, que tinha um viés político, e se apegou à obra prima de John Houston, "O tesouro de Sierra Madre", um estudo sobre ganância e sobrevivência e sobre destino. Jackie Scanlon (Roy Scheider) foge da máfia de New Jersey, após assalto à uma igreja local; Victor Manzon (Bruno Cremer) é um banqueiro envolvido em fraudes na França; Nilo (Francisco Rabal) é um assassino de aluguelno México; Kassem (Amidou) é um terrorista palestino que promove uma epxlosão em Israel. Os 4 são contratados para levar dois caminhões repletos de nitroglicerina pela floresta até chegar à uma refinaria e impedir que uma torre de petróleo exploda. O filme é superlativo em todas as suas cenas, com fotografia e direção de arte impecáveis. A famosa sequência da ponte de madeira debaixo d etemporal é antológica.

sábado, 17 de maio de 2025

A bolha assassina

"The blob", de Chuck Russell (1988) Clássico do terror dos anos 80, "A bolha assassina" é um dos melhores filme B que existem, um filme que é um remake do cult "A bolha", de 1958 com Steve Macqueen, e que faz referências explícitas a "Aliens, o resgate", de James Cameron (a cena do esgoto) ë uma pena que o filme não tenha obtido sucesso de bilheteria e foi um fracasso, mas a crítica elogiou a adaptação. É repleta de ação, aventura e suspense. Assisti no sue lançamento em 88 e revendo agora o filme continua cheio de apelo. Os efeitos práticos, que custaram uma fortuna do orçamento, é o seu grande charme, e que bom que a bolha não foi feita com CGI, teria destruído todo o seu charme. Na fictícia cidade de Arborville, vai começar a estação de ski e a cidade aguarda a chegada de muito turistas. Um meteoro cai e traz uma forma de vida que foi criada por militares, que a ejetaram no espaço como arma biológica, mas ficou fora de controle. Mais poderosa, ela agora se alimenta de carne humana. A cheer leader Meg (Shawnee Smith, que depois viria a ser a icônica Amanda na franquia "Jogos mortais") e o rebelde motoqueiro brian (Kevin Dillon) tentam alertar a população da presença do monstro, sem sucesso, e para isso, decidem eles mesmo lutarem contra o alienígena. Com roteiro escrito por Chuck Russel (que dirigiu a 3a parte de "A hora do pesadelo") e Frank Daranbont ( Diretor de "Um sonho de liberdade") , "A bolha assassina" traz cenas antológivas, como a da gerente d agarçonete atacada em uma cabine telefônica, ou o ataque na sala do cinema.

Someone from nowhere

"Someone from nowhere", de Prabda Yoon (2017) Thriller psicológico escrito e dirigido pelo cineasta tailandês Prabda Yoon, "Someone from nowhere" é um thriller confuso sobre identidade. Uma mulher, Napatsorn Ponnapa (Chayanit Chansangavej), vive a sua rotina no condomínio onde mora sozinha. Conversa com vizinhos, fala ao interfone cm o porteiro, liga para sua mãe e sua amiga. Quando se prepara para sair, encntra um homem ferido (Peerapol Kijreunpiromsuk) na sua porta. Do nada ele surge deitado no sofá, pedindo um copo de água. Logo, ele afirma para a jovem que o apartamento é dele. Começa uma conversa surreal onde a jovem alega que ela é a proprietária, mas seus documentos estão todos em branco. Eu só fui entender o filme quando pesquisei. O filme é uma metáfora sobre o golpe militar em 2014 no país. Toda a questão do homem reinvidicar os bens da mulher, é uma representatividade dos militares, que tomaram tudo à força. Mas sou daqueles que acha que o filme tem que falar por si só. Pensei que fosse uma trama surreal, no estilo "Black mirror". É longo, a conversa entre os dois por um longa inteiro é muito chato. poderia render um bom curta instigante.

Drowning dry

"Seses", de Laurynas Bareisa (2024) Vencedor do prêmio de melhor diretor e melhor elenco no Festival de Locarno 2024, 'Drowning dry" foi o filme indicado pela Lituânia à uma vaga ao Oscar de filme estrageiro em 2025. Curiosamente, o filme tem como pano de fundo uma referêcia explícita ao filme de terror "Premonição 2" e a famosa cena do caminhão com toras de madeira na estrada. Como diz o solagn da faosa franquia, não se pode enganar a morte. Pois é justamente a morte que percorre a narrativa do filme, onde uma montagem abrupta que no meio do filme, passa a misturar épocas, que confunde propositalmente o espectador, que tenta decsobrir quem sã as vítimas de um acidente. O título original do filme, 'Seses", significa "irmãs". O título de venda em ingl6es significa uma condição médica onde uma pessoa, ao se afogar, engole água e posteriormente, após ser salva do afogamento, pode morrer por asfixia das cordas vocais. As irmãs Ernesta (Gelmine Glemzaite) e Juste (Agne Kaktaite) viajam para um final de semana para a casa de lago da família delas, junto de seus respectivos maridos, o lutador de MMA Lukas (Paulius Markevicius e o filho adolescente, e Tomas (Giedrius Kiela e a filha adolescente. O casal Ernesta e Lukas passam por dificuldades financeiras e as irmãs decidem vender a casa. Durante uma ida para nadar no lago, um acidente acontece. Com excelentes atuações, o filme traz plot twists bem instigantes, mas para eu entender, tive que rever o filme novamente, pois a edição me deixou bastante confuso. O filme fala sobre masculinidade tóxica, sobre poder e principalmente sobre como a memória pode enganar as pessoas, que se lembram do que querem.

One for the road

"Wan sudthay..Kxn bay thex", de Baz Poonpiriya (2021) Premiado no Festival de Sundance 2021, o filme LGBTQIAP+ tailandês "One for the road", ganhou destaque em festivais por ter como um dos produtores o famoso cineasta chinês Wong Kar Wai. O filme levou 3 anos para ser realizado, e tem alto valor de produção na fotografia, direção de arte e figurinos. O filme acompanha 2 amigos, Boss e Aood, dois tailandeses que foram trabalhar em Nova York. Boss continuou morando na cidade como bar tender, enquanto Aood retornou à Tailândia. Após um hiato entre os amigos, Aood liga para Boss e pede para que o amigo faça uma última viagem à Tailândia, pois ele está com câncer terminal e quer que o amigo ajude a ele se reconectar com cada uma de suas ex-namoradas e lhes dar uma lembrança. O mais interessante do filme é a narrativa: a primeira parte começa com uma fita K de Boss tocando a sua trilha sonora, e a segunda parte, o lado B, com Aood e sua trilha. Com lindas locações em NY e Tailândia, o filme captura a melancolia da juventude que tem a vida interrompida, e os sonhos e desejos que precisam ser realizados antes do fim. Um lindo filme sobre amizade e romance, que emociona. O filme é longo, tem 130 minutos, um ritmo lento, mas ainda assim vale a pena assistir.

Stranger eyes

"Mo shi lu", de Siew Hua Yeo (2024) Primeiro filme da Singapura a concorrer na competição oficial do Festival de Veneza, "Stranger eyes" foi lançado em 2024 e é uma co-produção entre Singapura, Taiwan, França e Estados Unidos. A história é muito semelhante a "Caché", de Michael Haneke. Após o desaparecimento da bebê de 2 anos num parque, o jovem casal Junyang (Wu Chien-Ho) e Peiying (Anicca Panna) têm a ajuda da polícia, mas sem solução. De repente, eles recebem um dvd com imagens gravadas por um voyeur, mostrando a esposa Peiying em seu apartamento tocando como dj, e o marido, Junyang, fazendo sexo com um casal nos fundos de uma mercearia. O casal procura decsobrir quem sequestrou a filha e se tem conexão com o voyeur que os observa escondido. Eles suspeitam do vizinho do prédio da frante, o gerente de mercearia solitário interpretado por Lee Kang-sheng, o alter ego de quase todos os filmes do cineasta Tsai Min Liang. O filme é belamente fotografado e tem como pano de fundo a solidão na grande cidade. de como as pessoas interagem uma com a outra como voyeurs, observando todo tipo de monitoração de vigilância. A cena do sexo a três é bem sensual, e os atores são todos ótimos. A narrativa é fria. eum ritmo muito lento, e pode cansar o espectador menos afeito ao cinema slow film.