domingo, 8 de junho de 2025
Mazel tov
"Mazel tov", de Adrian Suar (2025)
Eu amo comédias dramáticas sobre famílias judaicas. Quem amou "Os Meyerowitz: Família Não Se Escolhe" ou qualquer filme de Woody Allen sobre neuroses envolvendo famílias e tradições, simplesmente não pode deixar de assistir a esse excelente filme argentino, escrito por Pablo Solarz e protagonizado e dirigido por Adrian Suar, um astro argentino nascido nos Estados Unidos. Eu me peguei rindo, emocionando e chorando horrores no final, com um monólogo espetacular do ator Fernán Mirás, que interpreta o mais velho dos 4 irmãos, Gabriel, ao pé do túmulo de seu pai. "Mazel Tov" vem do iídiche e significa "boa sorte", mas também significa "parabéns".
Dario (Suar) mora nos Estados Unidos, para onde foi para trabalhar e tocar seus negócios. Ele se prepara para retornar para Buenos AIres para o casamento de sua irmã Daniela (Natalie Pérez) e do bat mitzvá (celebração religiosa realizada aos 12 anos para meninas que simboliza a passagem para a vida adulta) da sobrinha deles de 12 anos, filha de Gabriel. Ainda tem o irmãos mais novo, Guido (Benjamín Rojas), que namora uma chinesa. Mas Dario descobre, antes de embarcar, que seu pai morreu. Um dos motivos de sua viagem era pedir perdão pro sue pai. A família agora precsa decidir se cancelam o casamento e o bat mitzvá em respeito ao velório do pai.
Todo o elenco tem desmepenho excelente. É um filme "feeel good movie", transitando em drama, comedia e romance. A sequência do casamento lembra muito a confusão do episódio de "Relatos selvagens", até porque a atriz que interpreta a ex-esposa de Dario é Lorena Vega, que foi a noica do episódio.
O amor do mundo
"L'amour du monde", de Jenna Hasse (2023)
Vencedor da Menção Especial do Júri Internacional da Geração Kplus do Festival de Berlim como melhor filme em 2023, "O amor do mundo" é um filme minimalista, de emoções contidas, que me faz lembrar o cinema de Eric Rohmer, onde pequenos acontecimentos mundanos surgem na tela. Co-escrito e dirigido por Jena Hasse, que assim como sua protagonista Margaux (Clarisse Moussa), cresceu dividida entre duas culturas distintas. Margaux, 14 anos, ;e enviada para trabalhar nas férias do verão em um orfanato no Lago Genebra. Filha de pai português, Margaux vive as duas culturas. Ela conhece a irrequieta Juliette, 7 anos (Esin Demircan), que faz lembrar da inquietude da vida. Margaux também conhece o jovem pescador Joel (Marc Oosterhoff), que acaba de voltar da Indonésia, e por quem se apaixona e sente amor platônico.
O filme fala sobr eo amadurecimento de uma adolescente, que descobre o amor, a amizade e a dura relação com seu pai ausente. O ritmo é bem lento e o roteiro traz situações envolvendo um trio de personagens ausentes em suas vidas, desejando outras ambições. Os atores estão bem e a pequena Esin Demircan surpreende.
Uncontained
"Uncontained", de Morley Nelson (2025)
Quando você vê um filme escrito, dirigido e protagonizado pela mesma pessoa, ou se torna um filme incrível, ou um exercício de egolatria questionavel. "Uncontained" vai pra 2a opção. Morley Nelson é escritor e escrever o roteiro do videogame "Walking dead- instinto de sobrevivência", entre outros. "Uncontained" é seu filme de estréia como diretor. Ele é Dan, um homem que acorda do naa no meio da neve de uma região gelada das montanhas. Ele procura entender queme ele é, e memórias de uma mulher que lhe vêem à mente. Ele encontra uma casa onde duas crianças sozinhas moram: Brooke (Brooke Nelson), de dois anos, e seu irmão de sete, Jack (Jack Nelson). Jack carrega uma arma de dadrdos tranquilizantes e ele parece ter sido criado para defender a casa, que é equipada por tecnologia. Dan é recebido pelas crianças, e Jack pede que ele ajude a alimentar o sistema de energia do local. Um chefe da milícia local perambula pela região em busca de sua filha desaparecida. No meio de tudo isso, zumbis atacam na região.
Trama confusa e meio bizarra, com acontecimentos sem pé nem cabeça. Aparantemente existem dois tipos de infectados: os que viram zumbis, e os que se tornam indestrutíveis, mantendo sua característica humana. Poderia ter sido melhor, com atores mais talentosos e um ritmo mais dinâmico. O filme é mais focado nos humanos do que no ataque zumbi.
sábado, 7 de junho de 2025
Insiang
"Insiang", de Lino Brocka (1975)
1o filme das Filipinas a participar do Festival de Cannes, fato ocorrido em 1978, "Insiang" é escrito e dirigido por Lino Brocka, e é um poderoso drama realista totalmente filmado na favela de Tondo, periferia de Manilla. O filme foi adquirido pela Critterion Collection, um selo de filmes de arte.
A jovem Insiang (Hilda Koronel) mora com sua mãe, Tonya (Mona Lisa), e a família numerosa de seu pai, que fugiu com uma amante. Insiang é lavadeira e Tonya tem uma barraca no mercado de rua. Quando Tonya começa a namorar Dado (Ruel Vernal), um vagabundo muito mais jovem do que ela, ela expulsa toda a família do marido de sua casa, para que Dado se instale com tranquilidade, diexando apenas Insiang. Indignada, Insiang é estuprada por Dado, e sua mãe acredita que foi ela quem seduziu o amante. Insiang pede ajuda pro seu namorado, Bebot, mas tudo o que ele quer é fazer sexo com ela. Nesse mundo onde os homens são machistas e abusadores, Insiang decide que precisa se vingar de todos, inclusive de sua mãe.
O filme é um melodrama maravilhoso, mostrando uma relação mãe e filha, digna de grandes novelas mexicanas, mas com um tratamento estético impressionante, graças às locações reais, ao colorido da fotografia de Conrado Baltazar e da direção de arte de Campo Bazart. As duas atrizes são maravilhosas, expressando todas as emoções em cenas viscerais.
The severed sun
"The severed sun", de Dean Puckett (2024)
Terror folk inglês, na tradição de filmes como "A bruxa", de Robert Eggars. O filme é derivado do curta-metragem do mesmo roteirista e cineasta, Dean Puckett, "The sermon".
Em uma comunidade religiosa isolada (filmado em Bodmin Moor, Reino Unido), a jovem Maggpie (Emma Appleton), filha do pastor (Toby Stephens), foi obrigada a se casar com um homem abusivo. David (Lewis Gribben) é seu enteado, e Magpie tem um filho pequeno com o marido. Cansada de sofrer abusos, Magpie mata o marido na floresta, e durante o crime, ela vê uma figura monstruosa a observando ( a mesma figura representada no filme de Carlos Reygadas, "Post Tenebra Lux"). Uma das mulheres da igre,a Andrea, acredita que Magpie tenha matado o marido. Magpie alerta Andrea que seu marido abusa sexualmente da filha deles, mas ela não acredita. Outras mortes vão surgindo, e a presença da fera é uma dúvida sobre a vila: seria um demônio, ou Magpie a responsável?
Um filme interessante, prejudicada por muitos sub-plots ( tem um personagem religioso, John, que o pastor quer que se case com Magpie, mas ele é apaixonado por David; David e Magpie se tornam amantes). que acabam estendendo a trama e fazendo a personagem de Magpie ficar meio dúbia.
Teenage dreamers
"Ning Meng Ke Le", de Clifford Choi (1982)
Dramédia romântica teen produzida por Hong Kong, com um ainda jovem Leslie Cheung como um dos protagonistas (ator das obras-primas "Happy together", de WOng Kar Wai, e "Adeus, minha concumbina", de Chen Kaige). O filme apresenta Ting Ting (Elaine Chow), uma adolescente que estuda em uma high school com sua amiga Shan-Shan (Rowena Cortes). A sua classe é só de garotas. A professora anuncia que o rendimento de notas da turm ainteira é péssimo, e a única forma delas se salvarem é participando de uma atividade extra-classe, valendo nota, que é a montagem teatral de uma peça de teatro acadêmica. Todas se inscrevem. O diretor da peça, Jackson (Leslie Cheung), é um estudante que vai montar "Romeu e Julieta". Ele se escala como Romeu e cabe à Ting Ting o papel de Julieta. Ela, que nunca teve sentimentos de amor antes, se apaixona pelo professor.
Um filme divertido, repleto de números musicais, é um registro histórico e cultural de um país em mudança, e que ainda não trazia traços d movimento do Novo cinema taiwanês, e começaria em breve, trazndo temas mais reflexivos e existencialistas. É um filme pop, com um elenco divertido. A cena final, com a montagem de "Romeu e Julieta", é uma delícia.
Hurry up tomorrow: Além dos Holofotes
"Hurry up tomorrow", de Trey Edward Shults (2025)
Lançado como um projeto multimídia, que incluiu um album homônimo lançado em 2025, que inclui uma faixa, "São Paulo", cntado com Anitta, o filme "Hurry up tomorrow", dirigido por Trey Edward Shults ( dos excelentes "Hriska" e "The waves"), foi detonado pela crítica mundial. Visto como uma egotrip vazia e egocêntrica de seu astro The Weeknd (nome artístico de Abel Tesfaye), o argumento do filme foi inspirado em uma história real ocorrida com Abel: um incidente real em que The Weeknd perdeu a voz durante um show em setembro de 2022 no estádio SoFi, em Los Angeles. O filme explora os clichês vivenciados por astros pop: empresários arrogantes e ganaciosos; drogas, bebidas, mulheres, depressão, os excessos da fama, que vão de encontro a um vazio existencial. Tudo deflegrafo por uma ex-namorada que o largou (na voz de Riley Keough), Abel vai se fechando em uma profunda melancolia e falta de motivação, contrastado com a energia e exploração de seu empresário, Lee (Barry Keoghan). Uma fã, Anima (Jenna Ortega), que é na verdade uma metáfora sobre alguém que injeta literalmente ânimo na vida de Abel, inclusive vista como uma incendiária que bota "fogo". O roteiro é bem estranho e confuso, alternando com números musicais de seus shows.
As imagens e o trabalho da câmera são fantásticos. Mas infelizmente tudo a serviço de uma história óbvia e de narrativa fria, sem conexão com o público, talvez um fã mais exaltado.
sexta-feira, 6 de junho de 2025
Ingrid goes west
"Ingrid goes west", de Matt Spicer (2017)
Concorrendo em Sundance, "Ingrid goes west" é um trhiller que apresenta uma protagonista, Ingrid Thorburn (Aubrey Plaza), que stalkeia influencers de forma obsessiva pelo Instagram. Ela vai presa após agredir uma delas, por não ter sido convidada para seu casamento.
Após um período internada em uma clínica psiquiátrica, Ingrid descobre outra influenciadora, Taylor Sloane (Elisabeth Olsen), de Los Angeles . Usando o dinheiro que herdou após a morte da mãe, Ingrid viaja para Los Angeles. Ela aluga uma casa em Venice de Dan Pinto, um aspirante a roteirista, e decide fazer de tudo para stalkeiar e se tornar a maior das seguidoras de Taylor.
O filme segue a tradição de filmes como "O fã, obsessão cega", e outros sobre relação fã e artista. As atrizes estão ótimas, e o roteiro , mesmo sem grande ssurpresas, traz uma mensagem final bem debochada e crítica às redes sociais fúteis.
Frágil
"Fragiles", de Jaume Balagueró (2005)
Após o ótimo "Escuridão", terror com Ana Paquim e Lena Olim, o roteirista e cineasta espanhol Jaume Balagueró lança "Frágil", um terror sobrenatural que acontece quase todo dentro de um hospital infantil. Dois anos depoi,s, em 2007, Balagueró ficaria famoso no mundo inteiro com o clássico "Rec".
Calista Flockhart, protagonista da série "Ally Macbeal", é a enfermeira americana Amy, que vai trabalhar no turno da noite do hospital infantil Mercy Falls, localizado numa região afastada da cidade. O hospital está decandente e prestes a ser destaivado. No entanto, as crianças que estão ali intenadas, acreditam que viram um fantasma, que elas acreditam ser de uma criança chamada Charlotte. As crianças surgem com os ossos quebrados. O diretor do hospital, Robert (Richard Roxburgh, o Drácula de 'Van Helsing") não acredita na fantasia das crianças. Amy decsobre que o 2o andar do hospital, que esá desativado, em 1958, havia uma criança em uma cadeira de rodas que tinha uma doença que a deixava com os ossos quebrados. Ela decide subir e tentar entender o que está acontecendo.
Mesmo com um ritmo lento, o filme tem uma excelente atmosfera, graças à fotografia e à direção de arte. Os efeitos também são bons e funcionais. Calista surpreende no terror, mas o filme é do elenco infantil, principalmente da pequena Meggy *Yasmin Murphy), que tem um arco dramático bem triste. O filme não tem piedade com as crianças e as mostram sofrendo bastante nas mãos da fantasma.
O incidente no Nilo Hilton
"The Nile Hilton incident", de Tarik Saleh (2017)
Melhor filme no Festival de Sundance 2017, "O incidente no Nilo Hilton" é um excelente thriller noir egípcio, co-escrito e dirigido por Tarik Saleh. O filme é livremente inspirado em uma história real, sobre o assassinato de uma cantora libensa. Ambientado em 2011 no Cairo, durante a Revolução egípcia, o filme apresenta Noredin (Fares Fares, super star libanês que atualmente trabalha em Hollywood), um policial corrupto que foi colocado no posto por seu tio que trabalha na segurança do governo, igualmente corrupto. Ele investiga o assassinato de uma prostituta no luxuoso Nilo Hilton. Uma camareira senegalesa, Sawal ((Mari Malek)) testemunhou o assassino e ela procura se esconder, com medo de ser procurada pela polícia e pelos assassinos.
O filme trabalha com muitos temas, mas é impressionante o nível de corrupção em todos os níveis da sociedade, que se alimenta e funciona a base de propinas. A questão da imigração também é um plot importante, quando imigrantes acabam sendo pressionados pela polícia, correndo o risco de serem deportados. O elenco é formidável, assim como o valor de produção do filme, finalizando com uma imagem espetacular de manifestação nas ruas.
quinta-feira, 5 de junho de 2025
Separados pelas estrelas
"I Byeol-e Pil-yohan", de Han Ji-won (2025)
Que lindo anime sul coreano, chorei horrores no final. "Separados pelas estrelas" é um romance, daqueles bem à moda antiga, onde o público se apaixona e torce pelo casal, e também é uma ficção científica, no estilo de "Perdido em Marte", que deve ter sido uma das inspirações. E de quebra, ainda traz um lindo número musical com uma canção K pop.
Quando a aspirante a astronauta Nan-young Joo é reprovada em um teste psicológico, ela é excluída da lista de convocados para a próxima expedição da NASA a Marte. Retornando à Coreia para continuar a pesquisa sobre seu Detector de Formas de Vida experimental, ela se envolve com Jay, um técnico de conserto de equipamentos de áudio e músico amador. À medida que o relacionamento deles floresce, eles precisam lidar com a inevitável separação através do vasto abismo espacial quando Nan-young recebe novamente a oferta de um lugar na perigosa expedição.
Tudo no filme é encantador. O roteiro, que traz diversos gêneros, e o enorme carisma dos protagonistas. A menção ao guarda chuva do pai, conectado a Jay, é emocionante. Todo o ato final é bem dinâmico e tenso, embalado por uma canção que emoldura o amor do casal.
Vestida de azul
"Vestida de azul", de Antonio Giménez Rico (1983)
Documentário LGBTQIAP+ espanhol, considerado perdio e recuperado em 2022. O filme foi lançado em 1983 e apresenta um encontro entre 6 mulheres trans no Palácio de Cristal, em Madri: Loren, Renée, Eva, Tamara, Nacha e Josette. Elas surgem belas, elegantes e discretas, tomando um chá da tarde. Elas abrem suas intimidades e revelam histórias sobre como se descobriram mulheres; cirurgias; transfobia na família; Hiv ( na época, a aids estava no auge. 4 delas viriam a falecer de Hiv nos anos 90 ) e como sobreviveram na ditadura de Franco, perseguidas constantemente pela polícia.
O diretor falou sobre sua ideia inicial de fazer um filme sobre mulheres transgênero que eram advogadas ou que ocupassem cargos importantes na sociedade. Ele descobriu que a maioria das mulheres trans eram forçadas a seguir uma de três carreiras: cabeleireira, artista ou prostituta. Todas as 6 entrevistdas trabalham com o sexo para sobreviver. O filme acompanha cada uma delas isoladamente em suas vidas privadas. Existe uma cena explícita de cirurgia de colocação de silicone nos seios. Em um dos momentos mais divertidos do filme, uma delas recebe um telefonema de um cliente, que entre outras coisas, lhe pergunta que tipo de sreviço ela faz e qual o valor. Ela diz que sua massagem é estilo grega. O cliente pergunta o que é e ela responde: é anal com sexo. Ela diz todos os tipos de massagem. A inglesa envolve SM. O cliente pergunta o valor, e pergunta se levar um amigo, ela faz desconto. A trans diz que ela não é "o corte inglês- famosa loja de depatos) e que não faz desconto. Assistindo ao filme, é natural descobrir de onde Almodovar retirou boa parte de sua malícia e diversão, retratando a strans em seus filmes. Elas são hilárias, e mesmo retratando tragédias, conseguem relatar com humor.
Coração Arruinado: Outra História de Amor Entre um Criminoso e uma Prostituta
"Ruined Heart: Another Lovestory Between a Criminal & a Whore", de Khavn (2014)
Fotografado pelo australiano Christopher Doyle, o fotógrafo de diversas obras primas de Wong Kar Wai, "Ruined heart" é uma co-produção Filipinas e Alemanha e traz uma embalagem muito ousada: sem diálogos, o filme é narrado através de músicas, mas não é um musical. É um drama, romance, filme de ação e de mafiosos. É ua história simples: um assassino de aluguel (Tadanobu Asano) se apaixona por uma prostituta latina (Nathalia Acevedo). O ambiente em que vivem é das favelas d aperifera de Manilla, capital do país. As imagens são totalmente estilizadas e lindamente coreografadas na camera na mão.
É difícil conceituar o filme. A dica é se entregar ao belo mise en scene, à fotografia neon e pop e aos rostos do belo elenco principal. As locações da favela são registrada com cores bastante saturadas.
Amor à primeira vista
"Falling in love", de Ulu Grosbard (1984)
Que peça teatral formidável esse filme daria, com 4 ou 5 atores em cena. O filme fala sobre traição no casamento, mas sem julgamentos. É um filme lindo, um romance para torcer, se apaixonar...pelos amantes!!! Meryl Streep faria anos depois "As pontes de MAdison", que tem um tema parecido, mas um desfecho inversamente diferente, e desolador. O final aqui é apaixonante, e me lembrou o final de "Um homem, uma mulher", de Claude Lelouch.
Ter Meryl Streep e Robert de Niro em um filme, já é um mega acontecimento. Acrescente Hervey Keitel e Dianne Wiest e terá um filme poderoso, sob uma direção elegante de Ulu Grosbard. O filme acontece durante 1 ano, entre um Natal e o outro Natal, na cidade de Nova York. Meryl Streep venceu o prêmio de melhor atriz no David de Donatello italiano, por seu retrato melancólico de uma mulher dividida.
Frank Raftis (Robert De Niro) é um engenheiro arquitetônico que mora em Westchester, Nova York, com sua esposa Ann (Jane Kaczmarek) e seus dois filhos pequenos. Molly Gilmore (Meryl Streep) é uma artista gráfica que mora no mesmo subúrbio, com seu marido Brian (David Clennon), um . O pai de Molly está internado e ela se ocupa parte do seu tempo estando próxima a seu pai.
Na véspera de Natal ambos pegam um tream até Manhattan, para compras de última hora. Na livraria, eles se trombam e acabam trocado os livros sem querer. Três meses depois do Natal, Frank e Molly se reencontram no trem. Eles se reconhecem e daí, todos os dias, se encontram no trem, descobrindo um pouco de cada um. Eles sabem que ambos são casados, mas isso não impede que uma chama se acenda sobre eles.
Fico tentando imaginar o que é fazer um filme com dois monstros sagrados do cinema em um trem em funcionamento, durante diversos dias de filmagem, e também na estação d etrem central de NY. O filme foi muito criticado na época, mas vale uma revisão. Sim, é um melodrama, mas certamente, os corações irão se apaixonar por esse casal. Uma boa polêmica.
quarta-feira, 4 de junho de 2025
Murmúrio da juventude
"Mei li zai chang ge", de Cheng Sheng Lin (1997)
Concorrendo em Cannes na mostra Quinzena dos realizadores de 1997, "Murmúrio da juventude"é um clássico do chamado "Noco cinema taiwanês", um movimento cinematográfico surgido nos anos 80. É um cinema naturalista, que refelete a mudança do comportamento dos personagens diante de um país em avanço para o capitalismo. São filme de narrativas frias, distanciadas e apresentam um momento de transformaçao dos protagonistas de forma bastante minimalista. Desse cinema, surgiram grandes cineastas, como Edward Yang, Hou Shiao Hsen e Tsai Mih Liang.
Em Tapei, a adolescente Mei-li Chen mora com sua enorme família no subúrbio. Sua avó está doente e constantemente diz que irá morrer. Seus pais cobram de Mei Li vivem criticando a jovem. Ela abandona a faculdade quando decsobre que o garoto que els estava a fim, começou a namorar uma garota. Mei Li vai trabalhar como bilheteira em um cinema e lá fica amiga de Mei Li, uma garota com o mesmo nome que o dela. Entre as duas, muitas intimidades reveladas, e a percepção de que algo surge entre elas.
O filme tem um ritmo extremamente lento e muito pouca coisa de fato acontece, É uma narrativa minimalista, mostrando vias mundanas. A descoberta da homossexuaidade é mostrada de forma bem discreta, e bela. Um filme sobre amadurecimento e sobre percepções da vida e do mundo ao redor.
Stolen
"Stolen", de Karan Tejpal (2023)
Filme de estréia do diretor e roteirista indiano Karan Tejpal, "Stolen" é baseado em trágica história real: Em 2018, dois homens, injustamente acusados de serem sequestradores de crianças, foram espancados até a morte por uma multidão em Assam. O filme traz um roteiro repleto de plot twists, que deixam em aberto a índole de diversos personagens. Além disso, tem cenas de ação especatulares que certamente tiveram como inspiração "Filhos da esperança", de Afonso Cuarón, mais especificamente a famosa cena do carro com a câmera toda interna e uma multidão tentando avançar neles. Essa cena é repetida aqui, com um plansequência dentro do carro e um linchamento acontecendo do lado de fora. É tenso e muito bem dirigido.
Dois irmãos, Raman (Shubham Vardhan) e Gautam (Abhishek Banerjee) se encontram na estação de trem, à caminho do casamento da mãe deles. Mas Raman é acusado por um mulher, Jhumpa (Mia Maelzer), de ter sequestrado sua bebê. Após a polícia esclarecer que os irmãos não tinham nada a ver com o sequestro da mulher, Gautam decide ajudar a mulher a localizar seu bebê. Raman discorda e pede para que sigam ao casamento. Gautan convence Raman e eles, junto de Jumpha, seguem até uma pista.
Fazia tempo que eu não ficava tão angustiado com cenas como nesse filme. São cenas aterrorizantes, onde vemos inocentes sendo massacrados. É muito tenso e o público fica torcendo o tempo todo para que nada de mal aocnteça aos irmãos. Novamente, as cenas de ação são impressionnates. Um trunfo de performances tanto do elenco, quanto da figuração.
The death that awaits
"The death that awaits", de Richard J. Lee (2024)
Um terror indie, que parece mais próximo à saga "Crepúsculo" ao trazer uma trama sobre vampiros. Cassie (Katya Martín) é uma mulher que vai trabalhar na casa de uma família que mora afastada. Ela descobre que irá cuidar de Nina (Megan Lawless), uma jovem de 19 anos que tem tido terrores noturnos. Um médico cuida de Nina fazendo experimentos com ela. Nina se mostra arredia à presença de Cassie, mas as mulheres aos poucos se tornam amigas e decsobrem as reais intenções do médico e dos familiares.
"The death that awaits" foi escrito por uma mulher, Rachel Kiley, e isso explica muito da sororidade que é apresentada na trama. Os homesn são vistos como misógenos, abusadores e estúpidos. Tivesse 20 minutos a menos e um ritmo mais dinâmico, o filme teria sido bem mais interessante.
Faça ela voltar
"Bring her back", de Danny Philippou e Michael Philippou (2025)
Dirigido pelos mesmos cineastas do sucesso de terror "Fala comigo", os irmãos australianos Danny Philippou e Michael Philippou, "Faça ela voltar" é muito superior ao filme anterior. Produzido pela A24, muito do sucesso vem do excelente e inusitado elenco. Sally Hawkins (2 vezes indicada ao Oscar de atrz, é a vilã da vez. O cinema de terror entendeu que escalar um ator de ponta faz toda a diferença no resultado de seus filmes. Foi assim com Toni Colette em 'Hereditário", "Hugh Grant em "Herege" e agora com Sally Hawkins, assustadora e absurdamente aterrorizante como Laura, uma mãe solitária que sofre de luto pela morte de suaa filha adolescente Cathy, que morreu adogada na piscina. Ela decide adotar dois meio irmãos órfãos, Piper (Sora Wong, 11 anos) e Andy (Billy Barratt), 17 anos. Piper sofre de uma condição chamada coloboma e microftalmia, que a deixaram com visão limitada ( a atriz Sara Wong é portadora da doença e foi escalada após sua mãe ler um an;uncio de audição para o filme no Facebook).
Assim que chegam na casa de Laura, Andy percebe que a mulher o ignora e suas atenções são todas para Piper. Andy circula na casa e observa um menino no andar de cime,a trancado Oliver (Jonah Wren Phillips, a figura mais assustadora dos últimos filmes de terror). Laura vai criando um atrito entre os irmãos, para deixar Piper isolada.
O filme tem cenas angustiantes, a maioria enovlvendo Oliver. O elenco é a grande força do filme. Todos os 4 principais estão ótimos. Mesmo eu tendo gostado do filme, tenho que confessar que odiei a morte de um determinado personagem, fiquei muito irritado. Os efeitos de maquiagem são incríveis e assustadores.
Colegas de classe
"Doukyuusei", de Shôko Nakamura (2015)
Um anime Yaoi, que são histórias romanticas focadas no amor entre os jovens protagonistas masculinos. Também chamado de BL (boy lovers), podem variar entre filmes mais picantes e eróticos ou apenas românticos, que é o caso desse "Colega de classes".
O filme tem uma narrativa simples. Em uma high school apenas de rapazes, os alunos estão ensaiando com o professor de música para um concurso de coral. O tímido Licht Sajo, o aluno mais inteligente da turma, não consegue acompanhar. O guitarrista de uma banda de rock, Hikaru Kusakabe, decide ajudá-lo. Durante os ensaios e passeios do dois, surge uma atração mútua. mas Licht não está preparado para assumir sua sexualidade.
A história se passa por elipse d etempo, cobrindo as 4 estações do ano. Não curti muito o roteiro, mas tem uma cena primorosa que fez valer assistir ao filme> o professor de música, um homem mais velho, seduz e avança sexualmente sobre Sajo. Hikaru surge na sala e bate no professor, fugindo com Sajo. É uma cena divertida e ousada, que me divertiu bastante.
Man push cart
"Man push cart", de Ramin Bahrani (2005)
Concorrendo no Festival de Veneza na mostra Orizontti, o filme de estréia do cineasta iraniano americano Ramin Bahrani é um retrato melancólico e terrivelmente desolador de um imigrane paquistanês em Nova York, sobrevivendo na dura e cruel rotina diária da cidade. A idéia para escrever o filme veio logo após o 11 de setembr, quando imigrantes do oriente médio sofriam xenofobia dos americanos, que os viam como terroristas. Bahrani humaniza a vida de seu protagonista, o jovem Ahmad (Ahmad Razvi. Proveniente do Paquistão, onde era um cantor de grande sucesso, Ahmad veio para os Estados Unidos por conta do sonho de sua esposa em querer morar no país. Ahmad abandona todo o sucesso para fazer acontecer a esperança de um futuro melhor para sua esposa. Mas ela faleceu recentemente, e Ahmad perde a guarda do filho para a sua sogra. O seu único sustento é um barraca móvel, ond evende café e bagels. Todo dia, ele acorda as 3 da manhã e busca o carrinho no depósito e vai trabalhar na rua. Ele conhece uma jovem espanhola, que trabalha em uma banda de jornal mas não consegue se relacionar com ela. Um paquistanês que é seu cliente reconhece Ahmad pelo seu passao e procura ajudá-lo a se levantar novamente.
O filme foi adquirido pela Criterion collection, dedicado a filmes artísticos. A narrativa segue toda a cartilha de um documentário ficional. Ahmad Tazvi é um não ator. Ele mesmo havia trabalhado em um carrinho nas ruas de NY. O filme é muito angustiante, tudo dá errado na vida de Ahmad, parece que o roteirista o odeia. É um belo retrato de uma pessoa invisível, mas não recomendo para quem estiver deprimido.
terça-feira, 3 de junho de 2025
O meu lugar é aqui
"Il mio posto è qui ", de Cristiano Bortone e Daniela Porto(2024)
Drama italiano lgbtqiap+ e feminista, vencedor de mais de 20 prêmios internacionais, "O meu lugar é aqui" é dirigido por Cristiano Bortone, do excelente "Vermelho é o céu", e co-dirigido e escrito por sua esposa, que escreveu o livro, adaptado por Bortone e Porto.
Nos anos 40, na Itália fascista, em uma região rural, Marta (Ludovica Martino) tem uma gravidez indesejada e é abandonada pelo namorado. Criando seu filho sozinha, ela recebe uma oferta: de se casar com um fazendeiro mais velho. Ela conhece o cerimonialista Lorenzo (Marco Leonardi, de "Cinema Paradiso"), um gay assumido que sofre preconceito da sociedade. Ele enxerga nela tudo o que ele queria poder ter: força de poder lutar por um ideal, ainda jovem. Lorenzo decide ajudar Marta a se empoderar. Ele descobre que ela sonha em ser uma escritora e faz de tudo para ajudá-la. Aos poucos, Marta entende o sue lugar na sociedade, e sua força como mulher, em uma época que antece o início do sufrágio pelo voto feminino.
Para quem viu "Vermelho é o céu", sabe que o diretor gosta de comover sue público com cenas emocionantes que fará o público chorar. O Desfecho certamnete é o momento mais sensível e lacrimogêneo. Marco Leonardi está em seu melhor papel: comedido, repleto de camadas, astuto e carismático.
Pontypool- Pesadelo zumbi
"Pontypool", de Bruce McDonald (2008)
Terror indie adaptado do romance de Tony Burguess, escrito em 1995, "Pontypool" é um filme de zumbis que traz uma premissa muito bizarra: as pessoas se infectam por conta da linguística, ao falarem determinadas palavras em inglês, elas passam por 3 estágios: 1) passam a repetir a mesma palavra 2 ) falam frases desconexas 3) precisam encontrar uma vítima para trocar as mesmas frases desconexas, caso contrário, o infectado se suicida.
O filme todo se passa em um único ambiente: uma estação de rádio em Pontypool, cidade pequena no Canadá. Um radialista, Grant Mazzy, traz música e informações da cidade. Sidney é a produtora da rádio e Laurel-Ann Drummond, a assistente da rádio. Em um dia comum, eles ouvem o correspondente da rua falar sobre pessoas estressadas querendo invadir o conultório do Dr Mendez. Aos poucos, as pessoas se mostram infectadas e vão atacando e matando as outras pessoas. Os 3 da estacão de rádio procuram entender o que acontece no mundo externo, até que zumbis chegam até o prédio.
A idéia da história veio por conta da famosa transmissão de rádio que Orson Welles deu sobre uma invasão alienígena. Em "Pontypool", tudo o que sabemos d ainvasão zumbi é apenas dita na rádio, como uma radio novela. Para que essa estrutura funcione, é fundamental ter bons atores e boas vozes narrando em off, e isos o filme tem. O elenco é todo de rostos desconhecidos, o que confere um tom mais assustador. Os efeitos de zumbis são bons para um projeto indie.
Abduct
"Abduct", de Chris Riggi (2025)
Quando você une um grupo de amigos para fazer um filme indie, você pode percorrer diverss caminhos. 'Abduct" decidiu ir pelo caminho da estranheza...ele começa como drama, caminha pela ficção cinetífica, beira o suspense..o trhiller... mas no final, você vai entender que essa equipe e elenco só queriam se divertir, e tudo pode ser visto como uma divertida comédia inusitada, quase beirando o trash, mas ainda assim, sem noção e desastradamente divertida.
O poster vende um filme amador, e ele é, Os atores são ok. O diretor, Chris Rigg, é co-diretor e também um dos atores. O outro co-roteirista, Ken Kirby, tammbém interpreta um personagem, Chris, namorado de Emma (Nicole Sun). A dupla passa um final de semana em uma cabana com 3 amigos. Durante a noite, Chris observa uma luz verde na floresta. Acreditando se tratar de pegadinha, ele vai atrás..até que desaparece. Sua namorada e os amigos ficam desesperados e vão até uma dupla de policiais atrapalhados. mas Chris retorna..só que no corpo de outra pessoa (Chris Rigii, o diretor).
Os amigos roteiristas e atores devem ter achado o maior barato trocarem de corpo no mesmo papel. Essa zoação está como pano de fundo em um filme que traz uma mudança de gênero no meio. O filme, sim, é tosco, mas vale, pela grande bizarrice que é.
segunda-feira, 2 de junho de 2025
Toothbrush
"Toothbrush", de Shaun Kitchener (2024)
Premiado drama Lgbtqiap+ inglês, ""Toothbrush" é uma linda, romântica e divertida história sobre dois ex-namorados, mas que se unem novamente por conta de uma escova de dentes. Liam (Jack Armstrong) está na festa de despedida de solteiro de um grupo de amigos. Liam bebe bastante. No caminho, ele perde tudo: carteira, chaves. Ele decide bater na porta de seu ex, Will (Alexander Mushore), que se supreende por Liam caminhar de tão longe na alta hora da noite. Liam pede ajuda para ficar na casa de Will até amanhecer. Liam descobre 2 coisas: que Will não está mais no relacionamento com George eque ele está com um peguete na casa, que acaba indo embora. Will acaba deixando Liam dormir na sala, no sofá. Will faz a pergunta decisiva: "Qual a verdadeira intenção de Liam em ir na sua casa?". Quando Will vai pegar as escovas de dente de Liam que havia ficado guardada, memórias do casal vêem à tona.
Uma fofura de filme, com dois ótimos atores e que se estendida, pode até render uma peça de teatro de sucesso.
O esquema fenício
"The phoenician squeme", de Wes Anderson (2025)
Eu fui assistir "O esquema fenício" com um pé atrás, pois todo mundo dizia que era o mais do mesmo. ë o filme mais non sense e divertido de Anderson, e para mim, o melhor desde o maravilhoso "A ilha dos cães", de 2018. Pela 1a vez, Anderson trabalha sme o seu fotógrafo que lhe deu a sua identidade visual, Robert D. Yoman e trabalha com Bruno Delbonnel, de "Amelie Poulain", e que seguiu a cartilha em todos os detalhes. O elenco, acrescido dos novatos Michael Cera, Riz Ahmed e Mia Threapleton, traz toda a trupe estelar com quem ele tem trabalhado ultimamente, alguns até fazendo figuração: Benicio Del Toro, Tom Hanks, Bryan Cranston, Scarlett Johansson, Jeffrey Wright, Richard Ayoade, Mathieu Amalric, Willem Dafoe, F. Murray Abraham, Charlotte Gainsbourg, Bill Murray e Benedict Cumberbatch. A trama, como não poderia deixar de ser, é maluca e muitas vezes, confusa:
Zsa-zsa Korda (Benicio del Toro), um bilionário que sofre constantes atentados por parte de inimigos misteriosos e que dedica seus dias a um grande projeto que considera seu legado, nomeia como herdeira e colaboradora a única mulher entre seus dez filhos: Liesl (Mia Threapleton, filha de Kate Winslet). Acontece que Liest é uma freira e é retirada do convento para ajudar seu pai. Bjorn (Michael Cera) é contratado para ser o secretário de Zsa Zsa. Juntos, eles seguem um esquema: Zsa Zsa guarda caixas de sapato, e cada uma delas direciona o trio para encontrar familiares que estão de certa forma, financeiramente relacionados ao projeto.
O filme enche os olhos do início ao fim: tanto na footgrafia, quanto na impressionante direção de arte. O humor aqui é mais escrachado, com cenas investindo inclusive no pastelão. O elenco em uníssono encontra o tom para dar vida a personagens excêntricos.
Sapatos vermelhos
'Zapatos rojos", de Carlos Eichelmann Kaiser (2022)
Concorrendo no Festival de Veneza em 2022, "Sapatos vermelhos" é um drama que traz uma triste realidade: o feminicídio no México, uma violência tão recorrente quanto assassinatos por tráfico e guerra entre gangues. Don Tacho (Eustacio Ascacio, espetacular, e ator não profissional) é um idoso que mora sozinho em suas terras na cidade de Cohahuilense, região pobre na área rural do país. Ele vive de subsistência. Um dia, ele decsobre que sua filha única, que ele expulsou de casa ao flagrá-la fazendo sexo, foi assassinada. Tacho viaja até a cidade de Mexico, e lá, ele sofre todo o tipo de violência de uma pessoa que não está habituada à cidade grande. Ele conhece Damiana (Natalia Solián), uma jovem prostituta, amiga de sua filha. Ela o ajuda a recuperar o corpo dela e enterrar, mas para isso, Tacho deverá passar por uma verdadeira via crucis burocrática. E tudo o que ele mais quer, é enterrar a filha com os sapatos vermelhos que ela tanto queria.
Um filme que mescla ficção e documental, "Sapatos vermelhos" é filmado lindamente, com muita sensibilidae, e assim como "Nomadland", mostra um país desolador. As performances dos dois atores principais é comovente, e em um plano sequênciaa final, sem cortes, quando ambos abrem o coração e revelam seu passado traumático, é de cortar o coração.
30 dias de noite
"30 days of night", de David Slade (2007)
Assisti a esse filme quando foi lançado nos cinemas em 2007. Na época não havia gostado muito. MAs decidi rever e mudei toda minha opinião. O filme é excelente, e poderia facilmente ser relançado nos cinemas: as atuações são ótimas ( Josh Hartnett e Melissa George estão incríveis), os efeitos são muito críveis; a make dos vampiros é assustadora, saindo daquela leva de vampiros românticos e galãs; a fotografia espetacular de Jo Willems , dificílima, pois o filme todo é noturno, com locações na Nova Zelândia gélida e branca de neve com manchas de sangue; a direção de David Slade, que havia surgido no cinema com o cult "Menina.ma.com", e cria muita atmosfera de terror; e finalmente, o roteiro, adaptado dos quadrinhos de Steve Niles.
O filme se passa em Barrows, a cidade mais ao norte do Alaska, onde durante o inverno, a noite dura 30 dias. Parte da população viaja para outros lugares, mas os que ficam, estão acostumados com a escuridão total. Entre eles, o sherife Eben (Josh Hartnett) e seu auxiliar, Billy. Stella Oleson (Melissa George), ex-esposa de Eben, sofre um acidente e nã consegue embarcar, sendo obrigada a ficar na cidade. O irmãos mais novo de Eben, Jake, e sua avó, Helen, o ajudam na delegacia. Um navio aporta e ali, está uma horda de vampiros, liderada por Marlow (Danny Huston). Eles contam com a ajuda de um humano (Ben Foster), que deseja se tornar vampiro. A cidade toda é massacrada, restando um grupo de sobreviventes, que precisa se manter vivo até o final da 30a noite.
A cena final é dos momentos mais comoventes e sublimes que voc6e irá assistir em um filme de terror, quando romance e drama se misturam de forma arrebatadora.
Felicidades
"Felicidades", de Lucho Bender (2000)
Premiado drama argentino co-escrito e dirigido por Lucho Bender, "Felicidades"foi indicado pelo país à uma vaga ao Oscar de filme internacioal nos anos 2000. O filme segue a tradição do cinema americano de pegar datas festivas e fazer dela um filme mural com diversos personagens se entrecruzando, como em "Noite de ano novo". O filme se passa na véspera de Natal, dia 24 de dezembro. São personagens e histórias bastante melancólicas, que falam sobre amores partidos, solidão, morte, compaixão. Logo no início, em uma festa de empresa, um cantor surge em uma iusitada cena onde ele canta "I will survive" em espanhol, um mmento que lembra bastnate a cena de casamento de "Relatos selvagens". O cinema argentino ama apresentar pessoas em situações patéticas e constrangedoras. Juan Sikora (Luis Machín) está na festa, e precisa atravessar a cidade para ir atrás de uma mulher e passar a noite com ela. Mas os táxis não se encontram disponiveis. Luis aceita a carona de um dos animadores da festa. O ciurgião Rodolfo Plataña (Pablo Cedrón) está triste pois perdeu um paciente. Na rua, ele encontra um cadeirante que lhe pede ajuda para levá-lo até a sua casa. Julio Debiasi (Gastón Pauls) é um dentista que após o trabalho, precisa comprar um brinquedo para o seu filho. O brinquedo está esgotado, e ele precisa encontrar em algum lugar, de qualquer jeito.
O filme, apesar de tantas histórias, tem um ritmo arrastado. A fotografia é bastante escura, considerando que o filme é praticamente noturno. Faltou uma abraçada mais alíivo cômico que os americanos fazem com o sib-gênero "feel good movie".
domingo, 1 de junho de 2025
The Blair witch documentary
"The Blair witch documentary", de Jed Shepherd (2025)
Documentário que apresenta ao público todo o processo de como foi concebido e filmado o famoso filme de terror "A bruxa de Blair", que mudou a cara de Hollywood ao trazer o conceito do found footage ( que já havia sido explorado em filmes como o cult "Canibal Holocausto", com a mesma premissa de que a equipe de filmagem desapareceu e que a polícia encontrou o filme perdido). O filme tem um vasto material e uma duração de 2hrs e meia. O mais incrível é que os proprios cineastas se filmaram durante todo o processo, de um filme que começou a ser pensado em 94. Mas o que mais senti falta, e isso me deixou bastante frustrado, foi não terem entrevistado os 3 atores do filme. Dizem que o elenco ficou muito revoltado com os diretores e produtores do filme, por motivos finnaceiros ( eles não receberam lucros do mega sucesso do filme) e por terem sido maltratados durante todo o processo de filmagem, que é revelado no documentário.
O longa foi rodado em 97, na cidade de Burkstville, Maryland. A idéia do filme veio quando os dois amigos, os diretores Daniel Myrick e Eduardo Sánchez, assistiram ao filme "A hora do pesadelo 6" e constataram que não se fazia mais bons filmes de terror. Decidiram partir para uma história baseada no conceito narrativo da série de tv "In search of extraterrestrial", onde uma equipe saía pelo mundo, em linguagem documental, em busca de vestígios. Bancado pelos diretores e por pequenos investidores, deram início às audições em LA, NY e Orlando. Ficou claro nos testes que só poderia fazer o teste quem estivesse acostumado a estar em florestas de noite, no frio, sem conforto, e que era um filme de terror. A orientação também é que, assim que entrassem na sala do teste, entrassem no personagem e não podiam sair dele. Essa é a melhor parte do filme. Daí em diante, os diretores explicam a parte d aviralização na internet, quando decidiram enganar a todos de que a equipe de filmagem desapareceu e que o filme foi encontrado. Os atores não podiam aparecer em redes sociais. O longa foi rodado em 8 dias. Os diretores proibiram os atores de saírem dos personagens, de tomar banho, de trocar de roupa. Várias vezes, os diretores criaram situações para provocar medo no elenco, sem que eles soubessem. É um filme muito bom para quem trabalha com audiovisual, para entender que muito do hype de um filme depende de muitos fatores, incluindo, da sorte e das boas idéias.
Fora do jogo
"Afsaid", de Jafar Panahi (2006)
Escrito e dirigido por Jafar Panahi, "Fora do jogo" é um drama iraniano que ganhou o Grande prêmio do juri no Festival de Berlim em 2006. Com a conhecida narrativa que mistura ficção e documentário, Panahi começa o filme contextualizando o espectador: No Irã, as mulheres são banidas de eventos esportivos nos estádios. A maior parte das filmagens aconteceram em 2005 quando o Irã derrotou Bahrain para entrar nas eliminatórias da Copa do mundo. A idéia do filme surgiu Panahi recebeu a tarefa de cobrir um jogo de futebol anos atrás. Sua filha adolescente implorou para acompanhá-lo, mas ele disse que ela não tinha permissão para entrar no estádio. Ela lhe contou mais tarde que conseguiu entrar no estádio. Quando ele perguntou como, ela respondeu: "Sempre há um jeito".
Um pai está tentando encontrar a sua filha, que foi disfarçada de homem para entrar no estádio. Temendo que ela seja punida pelas autoridades, o homem pede ajuda. Enquanto isso, uma adolescente vai disfarçada de homem e tenta entrar no estádio. ela acaba sendo reconhecida por um guarda, que a leva até um cercado, onde outras 4 meninas disfarçadas também estão presas. Elas tentam convencer os guardas de liberá-las, sem sucesso. Até que uma delas pede para ir ao banheiro, mas só há o masculino.
O filme traz, através do pano de fundo esportivo, uma poderosa crítica à sociedade patriarcal e milenar de Irã, que considera a mulher como 2o plano, sem direitos igualitários aos dos homens. Na cena do banheiro, o guarda pega um poster com o rosto de um jogador e pede para a garota colocar no rosto, como se fosse uma máscara, para que ela não seja reconhecida como mulher. Elas são exploradas financeiramente, agredidas, mas o amor pelo futebol as fazem continuar na sua luta.
Star 80
"Star 80", de Bob Fosse (1983)
A angústia que o final desse filme me traz me lembra o desfecho de "À procura de Mr Goodbar", com Diane Keaton. Mulheres que ousaram ser livres e independentes e fora cruelmente assassinadas pelos seus amantes misógenos, machistas e violentos.
Último filme dirigido pelo mestre Bob Fosse, autor das obras-primas "Cabaret", "Charity, meu amor" e "All that jazz", que havia acabado de ganhar a Palma de ouro em Cannes em 1980, dividido com "Kagemusha", de Kurosawa.
"Star 80" é a dramatização da história real de playmate Dorothy Stratten (Mariel Hemingway), assassinada aos 20 anos de idade pelo seu ex-marido Paul Snider (Eric Roberts), em 1980. Dorothy trabalhava em uma lanchonete como atendente, até que conheceu Paul, um malandro sedutor. Logo depois se casaram. Paul acredita no potencial de Dorothy e tira fotos dela, que acabam sendo compradas pela Plyboy. Dorothy se torna capa da revista em agosto de 79 e logo, a capa do ano. Mas a fama de Dorothy vai consumindo Paul, que fica com ciúmes e a proíbe de eventos sociais, até que ela decide se separar dele e passa a se relacionar com o cineasta Aram Nicholas (Roger Rees, na vida real, o cineasta Peter Bogdanovich era o namorado de Dorothy)
A atriz Carrol Baker, de "Baby doll", de Elia Kazan, interpreta a mãe de Dorothy, e Cliff Robertson, o dono da Playboy, Hugh Heffner. A fotografia é do mestre Sven Nykvist, fotógrafo de Ingmar Bergman. As performances de Eric Roberts e de MAriel são primorosas, e viscerais. É um filme doloros, e muito arrebatador acompanhar toda a tragédia de Dorothy. não é um filme fácil de se assistir.
sábado, 31 de maio de 2025
When the lights breaks
"Ljósbrot", de Rúnar Rúnarsson (2024)
Diretor islandês do excelente drama sobre terceira idade "Volcano", Rúnar Rúnarsson ganhou mais de 20 prêmios, incluindo concorreu no Festival de Cannes na mostra un certain regard. Assim como falou da morte na velhice, Runar parte para o mesmo tema, porém com a juventude, deixando claro na sua mensagem que a morte paira sobre todos e está sempre por um fio.
O filme abre com um jovem casal de estudantes na praia, ao por do sol: o rapaz, Diddi (Baldur Einarsson) e a garota, Una ((Elín Hall), uma garota andrógena de cabelo raspado. Eles vão para casa e fazem sexo. Descobrimos que Diddi namora Klara (Katla Njalsdottir) e que Una é sua amante. Diddi promete contar para Klara a verdade e que irá se separar dela. Um acidente acontece em um túnel e diversos passageiros em carros passeio morrem em uma explosao. Diddi estava em um dos carros. Os amigos aguardam no hospital para saber o estado de Diddi. Klara chega, desesperada, e todos a confortam. Una, a amante que ninguém sabe que namorava Diddi, se sente solitária e sem poder externalizar a sua dor e mágoas. Até que Diddi morre, e Klara encontra em Una o afeto que precisava.
O filme faz uma homenagem a Bergman em 2 momentos: quando Una diz que adoraria conhecer a Ilha de Faro (Ilha na Suécia onde Bergman morou). E em uma cena onde pelo reflexo do vidro, as imagens de Una e Klara se unem em uma só, referência a "Persona". É um bom filme, com excelente elenco de jovens atores. O ritmo é lento, planos longos e contemplativos, com uma fotografia estonteante.
Pasajero
"Pasajero", de Juan Pablo Zaramella (2022)
Premiado em diversos festivais de animação, "Pasajero" é uma produção argentina escrita e dirigida por Juan Pablo Zaramella. Totalmente feita com recortes de papel, o filme é uma história sobre individualismo e socialização, e o quanto as pessoas sofrem com sua fobia social. Um homem embarca em um trem, com seu jornal. Como ele está sozinho, ele faz o que quer: canta lírico, peida, sem ter ninguém para julgar. na próxima estação, m homem com toc entra, e de todas as cadeiras vazias, ele decide sentar ao lado do homem. Na próxima estação, sobe uma mulher que sofreu diversos assédios sexuais na plataforma. O homem a paquera, e ela se irrita. Na próxima estaçao, o trem lota de vez, e o homem passa a sofrer de fobia.
É um filme muito instigante, com uma ótima história sem diálogos e de fácil entendimento, e no desfecho vai para um caminho mais surrealista. Os créditos finais sao incríveis, com recortes sendo feitos à medida que personagens e cenários vão surgindo.
Cadáveres Bronzeados
"Laissez bronzer les cadavres", de Hélène Cattet e Bruno Forzani (2017)
Premiada produção Bélgica e França que concorreu em Locarno, "Cadáveres bronzeados" é da mesma dupla de cineastas do cult "A Estranha Cor das Lágrimas do seu Corpo", de 2013. Em seus filmes, a dupla traz referências estilísticas do "Giallio", além de trilha sonora de Ennio Morricone. É um cinema surreal, erótico, onírico, trazendo imagens e cenas muitas vezes inexplicáveis, somente pelo prazer estético.
Em "Cadáveres bronzedaos", as referências, além do cinema dos anos 70 e do gilalio, vem também com força total no faroeste italiano e no terror cósmico. A inspiração do tema vem do clássico de John Houston, "O tesouro de Sierra Madre": ua gangue rouba uma quantidade de barras de ouro de um caminhão e seguem até uma cidade fatasma, ficando na casa da misteriosa Madame Luce. Dois policiias surgem no encalço deles, além de um artista, sua esposa, filho pequenoe uma amiga da mulher. A mensagem do filme é: não confie em ninguém, muito menos em suas memórias.
Psicodélico, barulhento, surreal, é difícil explicar a qual gênero o filme pertence. Muito sangue estilizado, tiros, pó de ouro banhando os corpos, sexo. Ingredientes qeue agradam o público, mas adornados com muita estilização pelos cineastas, tornando tudo muito hermético e chato.
Buster - Procura-se um Ladrão
"Buster", de David Green (1988)
Só o fato de tocar 2 clássicos de Phil Collins, esse filme já vale ser visto: "Two hearts" e "Groovy kind of love". Ótimo drama policial que tem como protagonista o cantor Phil Collins, no papel do assaltante Ronald Christopher "Buster" Edwards, famoso por, junto de outros 15 assaltantes (e entre eles, Ronald Biggs, que fugiu e veio morar no Brasil), praticarem o maior roubo da Inglaterra em agosto de 1963: assalto a um trem postal de Londres para Glasgow, roubando £ 2,6 milhões, cerca de £ 50 milhões hoje.
O filme provocou muita polêmica na época de seu lançamento, em 1988: o príncipe e princesa de Gales foram convidados para a estréia, mas logo foram cancelados. A opinião pública rechaçou a ideia do filme de humanizar e tornar carismáticos os assaltantes, inclusive mostrando sua vida particular, com esposa e filha, sendo que o maquinista foi violentamente atacado e não pode mais trabalhar.
O filme foca em Buster, sua esposa June (Julie Walters)e a filha pequena, e como que June foi fundamental para humanizar Buster, que acabou se entregando e passando 15 anos preso. Na cena final, trabalhando como vencedor de seu quisque de flores na beira do Rio, ele quebra a quarta parede. É uma cena emocionante, e toca na sequência "Two hearts". Um primor. Phil Collins e Julie Walters estão espetaculares.
Le horla
"Le horla", de Marion Desseigne-Ravel (2023)
Livre adaptação do conto homônimo de Guy de Maupassant, lançado em 1886, sobre um homem que vai enlouquecendo e acredita que algo o está ameaçando, até tentar o suicidio no final. É um filme que fala sobre estados mentais e principalmente, isolamento e depressão.
Adaptado para os dias de hoje e dirigido pela cineasta francesa Marion Desseigne-Ravel, o filme apresenta a família composta pelo jovem casal, Damien (Castien Caldo), um designer gráfico; Nadia (Mouna Soualem), uma cientista, e a pequena Chloe, a filha deles. NAdia recebe um convite de trabalho e se muda com a família , saindo de Paris e indo morar numa província. Damien trabalha em home office. Aos poucos no entanto, ele vai sentindo uma presença no apartamento, que só ele escuta. Ele conhece uma vizinha que pratica rituais, mas Nadia não a quer na sua casa. O tempo passa e Damien vai ficando cada vez mais surtado e paranóico.
"Le horle" é um bom filme, defendido por bons atores. os efeitos são simples , muito em função do baixo orçamento do projeto. Mas o foco, acertadamente, está nos personagens e na crise conjugal.
Ossos e nomes
"Knochen und Namen ", de Fabian Stumm (2023)
Vencedor de um prêmio especial no Festival de Berlim 2023, "Bones and names" foi escrito e dirigido pelo cineasta alemão Fabian Stumm, em seu filme de estréia e que ainda protagoniza a produção. O filme é uma comédia dramática que explora as dificuldades de um relacionamento entre um casal gay de meia idade, Boris (Fabian Stumm) e Jonathan (Knut Berger). Ambos estão em crise criativa com os seus respectivos trabalhos.
Jonathan está totalmente perdido em escrever um novo romance. Boris ensaia um novo filme como ator junto de outros 2 atores, entre eles, o jovem Tim. A diretora é exigente e pratica um método cruel fisicamente e psicologicamente falando para dirigir os seus atores.
Confesso que não curti o filme. Achei chato, e Fabian Stumm filmou tudo com uma narrativa extremamente fria e sem empatia. Impossível sentir qualquer tipo de aproximação emotiva com os personagens. Não achei divertido, e mesmo nas crises criativas de ambos, não me vi ali representado. O uníco momento que realmente vale a pena no filme, lindamente filmada em um plano fixo, é a do sexo do casal, que começa frio e vai se tornando quente e apaixonante, ao som de Canon em D, de Johan Pachelbel.
quinta-feira, 29 de maio de 2025
Pai nosso
"Paternoster", de Daniel Alvaredo (2013)
Baseado numa história real de um homem paranóico que cometeu crimes por ciúmes, através de visões de um homem que o alerta sobre uma traição de sua esposa. Tito (Eduardo Blanco) é um fotógrafo, casado com Carmen (Adriana Salonia). Ele tem um desejo de se tornar pai, mas Carmen acabou tendo complicações na gravidez. Tito herdou uma cabana afastada de sua família, e vai lá para espairecer. Ali ele conhece um homem, que o deixa com pulga atrás da orelha. Ao retornar para casa, ele descobre que sua esposa não perdeu o bebê, e mais: que seu melhor amigo, German (Ivan Balsa), esteve com ela nos dias que ele esteve fora. Tito passa a ter acessos de ciúme, e de super proteção com Carmen o que a deixa angustiada.
O filme recebeu os prêmios de melhor ator e melhor filme de terror no Fetsival de Mar del Plata. É um filme interessante, um drama psicológico que no final se torna terror. Foi ótima a escalação de Eduardo Blanco no papel principal, pois está acostumado a papéis cômicos, o que torna mais surpreendente a sua performance.
On swift horses
"On swift horses", de Daniel Minahan (2024)
"On swift horses" começou a viralizar nas redes sociais antes mesmo de seu lançamento, por conta das cenas entre Jacob Elordi e Diego Calvas que deixou o público atiçado. Jacob já havia protagonizado cenas quentes em 'Saltburn" e agora repete a dose, em cenas muito menos ousadas, mais certinhas. Adaptado do romance escrito por Shannon Pufahl, que por sua vez foi inspirada na avó de Pufahl e em suas experiências no mundo dos jogos de azar na década de 1950, no Kansas. Muriel (Daisy Edgar-Jone, de "Normal people" e "Twisters") é casada com Lee ( Will Poulter ), veterano da guerra da Coréia. Ela é garçonete, ele é metalúrgico. O irmão de Lee, Julius (Jacob Elordi) chega na casa deles. Julius combateu na guerra e está sem rumo. Lee está ansioso para que os três construam uma nova vida juntos em San Diego, mas Julius decide viajar para Las Vegas, onde encontra emprego em um cassino: e;e é um olheiro, um tracapeiro que fica esondido vendo os jogos e repassando as informações. Ele conhece outro olheiro, Henry (Diego Calva) e se apaixonam. Enquanto isso, Muriel decide apostar em cavalos de corrida e conhece uma mulher, por quem sente interesses. Uma vizinha do casal, Sandra (Sascha Calle) pede ajuda ao casal para um abaixo assinado contra a construção de uma estrada que irá passar por cima da casa dela. lee recua, mas Muriel decide dar apoio à ela. As duas se tornanm amantes.
Com um elenco lindo de se ver e muito talentoso, a produção do filme é caprichada em todas as áreas: fotografia, arte, figurino, trilha sonora. As cenas de sexo são comedidas, sem ousadias. O roteiro apresenta muitos personagens e sub-plots e isso desvirtua um pouco a história central de Muriel. O desfecho pode lembrar 'Brockeback mountain", mas a sensibilidade da roteirista propõe um final mais sublime e avassalador, que certamente irá comover a platéia.
Cobra verde
"Ching se", de Tsui Hark (1993)
Baseado no romance homônimo de Lilian Lee, que por sua vez é adaptado do conto popular chinês "Madame Cobra Branca", "Cobra verde" é uma fantasia chinesa muito bizarra e alegórica, com muitos efeitos, cores e uma história fantasiosa e mágica. Com uma atmosfera que lembra um sonho, com imagens etéreas e cores vibrantes e magicas, o filme conta a história de duas irmãs, Cobra branca (Joey Wang) e Cobra verde (Maggie Cheung, de "Amor à flor da pele"). Elas se transformam em humanas e asism, poderem aprender sobre amor e sentimentos. Cobra Branca casa-se com o estudante Hsui Xien, que decsonhece a verdade origem de sua esposa. Cobra verde, por não sabe dominar totalmente as suas magias, não consegue ficar o tempo todo como humana. ela atrai a atenção do monge budista Fa Hai, que está determinado a banir as duas cobras da Terra.
O filme tem uma história confusa, portanto, é melhor não tentar compreender muito ela e ficar mais atento aos detalhes de arte, figurinos, fotografia . O visual do filme, mesmo tendo quase 30 anos, ainda é avassalador. As atrizes estão belíssimas em cena, com muito jogo de sedução e envolvidas em cenas de ação.
Colapso no Ártico
"The last winter", de Larry Fessenden (2006)
Thriller de terror totalmente rodado na Islândia, "Colapso no Ártico" tem como referência "O enigma de outro mundo", clássico de John Carpenter. Só que ao invés de uma criatura alienígena, "Colapso no Ártico" traz os demônios Wendigo, provenientes do folcore indígena.
Uma empresa americana explora o petróleo no Ártico. Um grupo trabalha ali.
Enviado para avaliar o impacto ambiental da perfuração de petróleo no Ártico, James Hoffman (James Le Gros) entra em conflito com o chefe da equipe de perfuração, Ed Pollack (Ron Peralman) que quer terminar o trabalho e não pretende parar os trabalhos. Aos poucos, uma um vai tendo aliconações e morrendo. Ed credita aos gases que saem da extração como resposnável pelos delírios e paranóias, mas um integrante da equipe, descendete de indigenas, diz que são os Wendigo, reinvidicando suas terras, que estão sendo invadidas pelas perfurações.
O filme demora a trazer elementos de terror,e. os efeitos são bem fracos, provavelmete por conta do orçamento modesto. Não te como comprar com "O enigma do outro mundo", que mantém uma tensão constante. A cena final, que deveria ser chocante e apolcalíptica, não traz o efeito desesperador almejado.
quarta-feira, 28 de maio de 2025
Banheiro errado
"Wrong Bathroom", de Ragini Bhasin (2024)
Tendo como tema central o desejo e necessidade de pertencimento a um grupo específico, "Wrong bathroom" é um filme lgbtqiap+ americano dirigido pela cineasta indiana Ragini Bhasin, atualmente residente em los Angeles. O filme é inspirado na história do roteirista trans
Nate Gualtieri. Gabe (Benny Zielke, alter ego de Gualtieri) é um adolescente trans. Durante o intervalo na high school, ele decide usar o banheiro pela 1a vez, após a sua transição. Gabe se tranca na cabine, quando dois rapazes entram no banheiro vazio e fumam maconha. Gabe sem querer faz banheiro. Os rapazes ecsutam e a descobrem na cabine. Eles pressionam Gabe para que ele revele itimidades de Leslie, sua melhor amiga. Gabe entra em um conflito moral: deve contar e assim, faezr parte do grupo dos rapazes, ou segurar a informação para si e ser leal à Leslie.
O filme traz ótimas performances dos 3 jovens atores, e de forma concisa, a direção apresenta os conflitos de um jovem trans que precisa entender a sua nova identidade, e como ele espera que os outros o enxerguem de agora em diante.
Aichaku
"Aichaku", de Raito Nishizaka e Michael Williams (2025)
Escrito pelo ator Christopher McCombs que interpreta Lucas, o roteiro de "Aichaku" (que em japonês significa "Apego) foi dirigido por dois diretores, um japonês e um americano, Raito Nishizaka e Michael Williams. Rodado em Chiba, área rural do Japão, o filme apresenta Lucas (McCombs), um professor de inglês de uma escola que está passando por problemas financeiros. O salário de Lucas é baixo, mas ele continua pois precisa de trabalho para obter o seu visto de residência definitivo no Japão. Lucas vai de bicileta todos os dias para a escola. No caminho, ele sempre observa Ken (Christopher Nishizawa), um operário mestiço bonito e sedutor. Ken mora com seu tio, que o trata com rispidez. O destino fará com que os dois homens se tornem íntimos e mantenham um relaiconamento de 3 dias.
O filme é longo, quase 2 horas, e ritmo lento. Mas o que mais me incomodou, além dos diálogos muito simplórios, é da escalação de Christopher McCombs no papel de Lucas. Não há química entre ele e o ator que interpreta Ken, e Christopher é um ator mais fraco.
Crutch
"Crutch", de Rob Moretti (2004)
Estréia na direção do roteirista e diretor Rob Moretti, que traz uma cinebiografia em "Crutch", ao expôr para o mundo a sua história, através de David. Um filme que fala sobre a descoberta da homossexualidade, depressão, vício em drogas e bebidas, homofobia, violência doméstica e principalmente, um relacionamento toxico avassalador que quase destruiu a vida de David.
David (Eben Gordon - que aparenta muito mais idade do que pede o persnagem) é um estudante de 16 anos que está passando por um momento difícil em sua vida. Seus pais estão se separando. Seu pai trocou sua mãe alcóolatra por outra mulher. Os irmãos de David não querem se envolver com o drama dos pais. David e sua namorada se inscrevem na aula de artes dramáticas da escola, ministrada pelo professor Kenny (Rob Moretti), um homem mais velho que David. David começa a passar problemas financeiros na fanília, e mesmo gostando das aulas dramáticas, que ajudaam a avaliar as suas dores mentais, David anuncia ao professor que precisa sair das aulas. Kenny, apaixonado por David, decide ajudá-lo e assim, fazer com que o aluno permaneça nas aulas. Aos poucos, Kenny se apropria de seu poder como professor e induz David a se relacionar com ele. David cede, muito pela sua carência. Kenny introduz a cocaína para David, que se torna viciado.
O diretor Rob Moretti foi corajoso ao abrir a sua vida para o público. Ele dedica o filme à sua mãe, que faleceu de overdose. O elenco é mediano, e curiosamente, o ator Eben Gordon, mesmo mais velho, está melhor em cena que Rob Moretti, que se escalou para interpretar o Professor. Ele está canastrão e exagerado. A questão da pedxxxx acaba abafada pela escalação d eum ator que aparenta ser mais velho que um adolescente de 16 anos.