segunda-feira, 23 de junho de 2025
Video barn
"Video barn", de Bianca Poletti (2025)
Competindo no SXSW 2025, "Video barn" é um curta de terror fantástico que homenageia os anos 80. AMbientado em uma cidade pequena, e dentro de uma locadora de VHS, duas amigas que trabalham como balconistas estão assistindo a "O massacre da serra elétrica". Jules (Grace Van Dien) e Hannah (Reina Hardesty) conversam sobre filmes de terror. Hannah lembra que tem um encontro e precisa sair mais cedo, deixando Jules sozinha. No dia seguinte, Jules não apareceu para trabalhar. Hannah estranha. Ao assistir a tv da loja, Jules surge do nada, vestida como garota propaganda dos anos 60 e pedindo para Hannah apertar o play e rodar uma fota VHS.
O roteiro é bem mediano e nao traz uma reviravolta surpreendente. Parece até um episódio de Black mirror, com uma vibe meio Cronemberg e Jordan Peele.
Amiko
"Amiko", de Yôko Yamanaka (2017)
Escrito e dirigido pela japonesa Yôko Yamanaka aos 20 anos de idade, "Amiko" é um premiado drama intimista e minimalista sobre uma menina de 10 anos de idade, ), Amiko (Aira Sunohara) moradora da ilha de Nagano, onde mora com seu pai. Aomi é inquieta e observa o mundo ao seu redor de uma forma rebelde. Ela vai para a escola todos os dias, aborrecida com tudo. Até o dia em que conhece o menino Aomi (Hiroto Oshita), um jogador de futebol que tem os mesmos gsostos do que ela: curte Radiohead. Imediatamente Amiko se apaixona por ele.
"Amiko" foi rodado com surpreendentes 2500 dolares de orçamento. É um filme simples, que até custo a acreditar que curtou tal valor, por conta da quantidade de figuração na escola e pela quantidade de locações. Me faz lembrar o naturalismo dos filmes de Eric Rohmer. Um filme ok, ritmo lento, às vezes interessante, às vezes entediante, mas com boa performance da menina Aira Sunohara.
domingo, 22 de junho de 2025
Um guia lésbico de como sobreviver ao roteiro
"Bulletproof: A Lesbian's Guide to Surviving the Plot", de Regan Latimer (2024)
A cineasta Regan Latimer relata no início do documentário que foi fazer um pitching sobre o projeto "Um guia lésbico de como sobreviver ao roteiro", um apanhado de séries e filmes onde as personagens lésbicas ou morriam, ou eram torturadas e não tnham direito a um final feliz. Ao final do pitching, o avaliador falou: "E a quem interessa isso?"
Com essa provocação, Regan Latimer decidiu ela mesma levantar fundos para o projeto, que ela entendeu ser mais do que necessário. O ponto de partida foi o ano de 2016, que ela chama de "Holocausto lésbico": em menos de 10 dias de programação teevisiva, 7 personagens lésbicas foram mortas nas séries: "The 100", "The walking dead", "Game of thrones", "Orange is the new black". Em 2016, foram 25 mulheres queer mortas.
Dividido em atos, o filme a gênese de programas dos anos 80 em diante, que a ajudaram a entender a sua formação e a sua orientaçao sexual, desde boas ou más representações. Séries como "Buffy", "Arquivo X", The L world", Xena", Ellen de Generis", Glee", Greys anatomy", entre outros, tiveram personagens gays que tiveram repercurssão na comunidade lésbica. No último ato, em 2021, Regan destaca o quanto o nível das séries evoluiu em diversidade nos diálogos, a ponto dele assistir a um episódio da série "Feel godd", e descobrir, através do personagem, que elu é não binário, que é como Regan se identifica a partir de agora.
O filme traz excelentes debates com roteiristas e show runners, provocados com a pergunta de porque mataram personagens queer? Na pauta final, foram listados 6 itens importantes para entender melhor a representatividade: 1) Diversidade entre roteiristas 2) Mais personagens principais queer 3) Melhor desenvolvimento dos personagens 4) Respeitar e entender a hierarquia 5) conflitos e riscos são necessários 6) cuidado ao escalar atores famosos
Para casa
"Evge", de Nariman Aliev (2019)
"Para casa" é um filme devastador, um épico intimista que me fez chorar muito na relação desgastada de pai e filho, que aprendem a se apaixonar no caminho até a sua terra natal na Creméia. Drama ucraniano que concorreu no Festival de Cannes na Mostra Un certain regard e vencedor de diversos prêmios internacionais, "Para casa" foi escrito e dirigido por Nariman Aliev, que filmou quando tinha 26 anos de idade. É o seu primeiro longa, após uma carreira premiada de curtas comoventes que trazem o patriotismo ucraniano. Eu precisei fazer uma breve pesquisa sobre a Guerra da Creméia, onde a população foi expulsa e somente em 2014 pode retornar. Os conflitos entre Ucrânia, Creméia e Russia são a base do filme, falado nas 3 línguas e deixado claro o quanto que integrantes de cada comunidade se estranham, não somente em termos culturas, quanto religiosos.
Após a morte de seu filho mais velho, Nazim, que lutava pela Ucrânia contra as forças apoiadas pela Rússia em Donbass, o tártaro da Crimeia Mustafa (Akhtem Seitablaev) chega a Kiev, determinado a levar o corpo do jovem de volta à sua cidade natal na Crimeia. Além disso, ele exige que o irmão mais novo de Nazim, Alim (Remzi Bilyalov), atualmente estudando jornalismo em Kiev. Mustafá e irrita ao saber que Nazim namorava uma jovem cristã, enquanto a rleigião na crimeia é ortodoxa. Durante a viagem até a Criméia, pai e filho discutem, se agridem, passam por muitas dificuldades. Porém, é a oportunidade que Alim terá para entender a história de sua ancestralidade, de seu pai e de seu avô, uma história apagada para a sua geração.
Livremente inspirado na história de seu assistente de direção, o diretor Nariman Aliev traz um filme sensível sobre a relação pai e filho, defendido com garra pelos atores. Akhtem Seitablaev, que interpreta o pai, lembra Gerard Butler. Remzi Bilyalov) já havia trabalhado com o diretor em alguns de seus curtas.
Sem você
"Sensiz", de Nariman Aliev (2016)
Concorrendo no Festival de Berlim na mostra geração, dedicado a filmes com tema sobre a judentude, "Sem você" é escrito e dirigido pelo cineasta ucraniano Nariman Aliev, que realizou o filme com 22 anos de idade, e dedcou o filme a seu irmão. O filme apresenta dois irmãos,
Fevzi (Fevzi Bilyalov) e Remzi(Remzi Bilyalov) que v6em da cidade grande para o aniversário do irmão mais velho, na área rural da Ucrânia, devastada pela guerra contra a Rússia. Quando o carro deles quebra o caminho, Remzi decide seguir a pé, mas Feczi diz que é longe demais, mas decide acompanhar o irmão. Seguindo por planícies, pradarias e rios, eles seguem obsessivamente o desejo de comemorar o aniversário.
O desfcho do filme é surpreendente e bastante comovente: na verdade, o irmão mais velho morreu em batalha, e os irmãos comemoram o que seria o seu aniversário em vida. Com um pano de fundo traumático sobre os horrores da guerra, um filme que transita entre o poético e o trágico.
Marshmallow
"Marshmallow", de Daniel DelPurgatorio (2025)
Quando li que saiu um novo slasher ambientado em um acampamento de verão na beira de um lago, pensei: "mais um". O atual cinema de terror insiste em revisitar essa fórmula desgastada por "Sexta feira 13" e que resultou em filmes terríveis, como o recente "Hell of a summer".
Durante 2/3 do filme, fiquei assistindo a tudo de forma aborrecida, acompanhando os mesmos clichês de sempre: protagonista que sofre bullying, monitores sexualizados, a ida ao banheiro na madrugada naquela casinha separada, o garoto escroto, a menina mimada, a história de terror contada na fogueira, e um passado envolvendo um serial killer que obviamente, espreita a região e doido para atacar a garotada. Eu estava doido para que o serial killer atacasse a garotada até porque é raro ver filmes slashers que matam a criançada ( a "Rua do medo" foi uma das últimas exceções). Mas qual não foi a minha surpresa quando chega o ato final. O filme dá uma rveiravolta digna de "Black mirror", uma trama que se torna totalmente bizarra e até compreensível. E é aí que o filme se torna interessante. Não que o filme como um todo seja bom, até porque quem curte um bom slasher, vai sentir falta de mortes. Mas não deixa de ser uma tentativa de dar uma revigorada em fórmulas gastas. Uma pena que o plot twist final dure pouco, seria lindo ver a chacina comandada pela garotada.
Minha vida sexual
"Veata mea sexuala", de Cornel George Popa (2010)
Drama romeno escrito e dirigido por Cornel George Popa. Após o fim do comunismo na Romênia, Dorina (Vasile Calofir) precisa arrumar um emprego. Sua mãe faleceu, e ela cuida do pai doente e do filho pequeno. Dorina tenta procurar emprego, mas não consegue nenhum. Ela teve que abandonar a faculdade para ter que cuidar do seu pai. Ela acaba se oferecendo para trabalhar em uma sex shop 24 horas, como atendente. Ela precisa lidar com um universo machista que a amaltrata e objetifica.
"Minha vida sexual" é daquela leva de filmes romenos angustiantes que vão apresentando uma protagonista feminina que vai afundando no poço. Todo o seu redor é formado por pessoas que a botam para baixo, apresentando uma sociedade fria e intolerante. A diferença é que aqui no filme, o diretor reserva um pouco de humor inusitado, na figura de um cliente apaixonado por Dorina. Um filme curioso, mas distante das grandes obras romenas.
sábado, 21 de junho de 2025
Love/juice
"Love/juice", de Kaze Shindo (2000)
Vencedor de 2 premios especiais no Festival de Berlim, "Love/juice" é um drama lésbico sobre o relacionamento de 2 melhores amigas. Kyoko (Chika Fujimura) e Chinatsu (Mika Okuno) dividem um pequeno apartamento para ajudar nas despesas. Kyoko é hetero, Chinatsu é lésbica. Elas compartilham suas histórias e até mesmo a cama, como amigas. Quando Chinatsu é dispensada pela namorada, ela entre em depressão. Ao relatar a tristeza para Kyoko, essa a abraça e a beija, e dormem juntas, mas sem sexo. Esse carinho de Kyoko faz com que Chinatsu pense que Kyoko pode querer um relacionamento com ela. Mas Kyoko insiste que é hetero e que gosta de homens. Chinatsu insiste, e por isso, sofre.
Um filme que fala sobre a angústia de se apaixonar por um amigo e não ser correspondido. Todo mundo já passou por uma situação dessas na vida, e aqui, o filme alterna entre momentos de humor, doçura e também dramaticidade, envolvendo até uma tentativa de suicídio. Um filme sensível, bem atuado e com bela fotografia, lembrando os filmes de Wong Kar Wai em início de carreira.
First love- A litter on the breeze
"Choh chin luen hau dik yi yan sai gaai", de Eric Kot (1997)
"First love- A litter on the breeze" é um filme produzido por Wong Kar Wai e fotorgrafado pelo seu fotógrafo australiano, Christopher Doyle, que ajudou a imprimir o estilo de cinema do cineasta de Hong Kong. Dirigido por Eric Kot, o filme é uma confus mistura de gêneros: documentário, drama, romance, com uma narrativa metalinguística. O próprio Eric Kolt interpreta um cineasta que narra as suas dificuldades com a produção. O filme pode ser dividido em 3 atos:
1) Eric kot narra o processo d erealizar o filme, a sua relação com equipe e elenco e comenta sobre Wong Kar Wai.
2) Uma jovem sonâmbula (Lee Wai-Wai) perambula pelas ruas de noite. Um lixeiro (Takeshi Kaneshiro, astro de vários filmes de Wong Kar wai) percebe e a segue, para salvá-la de situações perigosas, e se apaixona por ela
3) Eric Kot dá vida a um homem que reencontra seu primeiro amor (Karen Mok) dez anos depois de deixá-la no altar
O filme começa com uma nota curiosa: durante os créditos, toca a música "Tic tic tac" em versão chinesa, é bem surreal. Apesar das belas imagens e do estilo que lembra os filmes de Wong Kar Wai, é um filme difícil de se assistir. Caótico, fragmentado, confuso, é bem chato e pretencioso.
Maníaco
"Maniac", de Franck Khalfoun (2012)
E se 'Drive", de Nicholas Windn Refrn, fosse um filme de terror? Com essa provocação, "Maníaco" procura ser um filme totalmente estiloso, um slasjer que busca uma nova linguagem. Remake de um clássico cult slasher de 1980, "Maníaco" foi dirigido por Franck Khalfoun, realizador de "Piranha 3D", "Oxigênio" e "p2", com produção e roteiro de Alejandro Aja, um dos papas do extreme french terror. Protagonizado por Elijah Wood, que se desvencilha totalmente do bonzinho Frodo de "Senhor dos aneis" e assume a persona do brutal serial Killer Frank, dono de uma loja de manequins e por conta de um taruma com sua mãe, decide escalpelar mulheres e vestir os cabelos nas manequins. O filme original se passa em new York e o remake em Los Angeles, apresentada em ruas tão desertas, que parece até que se passa durante o lockdown. O filme foi exibido no Festival de Cannes e teve críticas mistas. Muita gente reclamou da misoginia do filme e da morte violenta das mulheres e 'único homem que morre, é um gay. Para mim, o maior erro foi técnico e narrativo: o filme é todo pelo ponto de vista de Frank. Você so vê Elijah Wood pelos refexoes do espelho ou até mesmo da faca. No restante do filme, só ouvimos sua voz. Essa narrativa enfraquece o filme e elimina boa parte da tensão. E também, todo mundo certamente iria querer ver Elijah Wood nas cenas.
We girls
"Xiang yang: Hua", de Xiaogang Feng (2025)
Contudente drama carcerário chinês, e que traz a sororidade como pano de fundo na história de mulheres que foram presas por viverem em um mundo onde os homens as tratam de forma violenta e abusadora. Gao Yuexiang (Zhao Liying) foi presa por se apresentar em sites de stripper. A sua intenção era ganhar dinheiro para comprar aparelho auditivo para sua filha deficiente auditiva, já que seu marido é um vagabundo. Mao Ah (Lan Xia) é uma jovem de 18 anos deficiente auditiva. Ela foi adotada por uma gangue controlada por um chefe violento, que as ensina a roubar. Pelo fato de Gao saber a língua dos sinais, ela é designada a ser responsável por Mao Ah. A guarda carcerária Deng Hong (Chuai Ni) tem um bom coração r começa a entender o verdadeiro motivo da prisão das duas mulheres. Dois anos depois, elas sã soltas, mas a dificuldade de se inserir na sociedade que as condena, faz correrem o risco de terem que voltar ao mundo do crime.
Um filme sofrido, com muitas tragédias e as protagonistas agonizam em muitas sub-tramas violentas e abusivas. É difícil assistir ao filme, por conta da angústia, que é amenizada pelo excelente trabalho do elenco feminino e pela mensagem positiva ao final. Mas até lá, se preparem para sofrer bastante.
sexta-feira, 20 de junho de 2025
Muito louca
"Re loca", de Martino Zaidelis (2018)
Remake de uma comédia chilena de 2016, 'Sem filtro". que já foi adaptada para vários países. Nessa versão argentina, todo o sucesso do filme está no comando da atriz Natália Oreiro, excelente como Pilar, uma mulher que chega aos 40 anos e tudo na sua vida está dando errado. Recém casada com um artista plástico preguiçoso, Javier (Fernán Mirás), que trouxe seu filho adolescente e inconsequente Nicolás (Lucas Pose) para morar com eles. Na agência de publicidade onde trabalha, Pilar sofre etarismo e misoginia de seu chege, que coloca uma assistente mais jovem para dar uma guinada na mídia digital. O ex-namorado de Pilar, Pablo (Diego Torres) está de casamento marcado com Sofía (Gimena Accardi), um desafeto de Pilar. Quando atravessa uma ponte de noite, Pilar encontra um idoso, Fernando Salaberry (Hugo Arana), que lhe sugere um ritual d epurificação e que irá transformar a vida de Pilar. Pilar decide colocar todos os seus sentimentos e angústias para fora, o que ira mudar a sua relação com todo mundo.
O filme é uma divertida comédia dramática, que alterna bons momentos de humor com outros mais exagerados, mas ainda assim, arrancando algumas risadas. Ma sno fundo, é uma metáfora sobre etarismo, sobre a busca da consicência e da auto estima e empoderamento feminino, abafado por outras pessoas que colocam Pilar, uma mulher reprimida, para baixo.
El puto inolvidable
"El puto inolvidable", de Lucas Santa Ana (2018)
Documentário lgbtqiap+ argentino, que traça um retrato de Carlos Jáuregui, ativista LGBT pioneiro do movimento no país. Na década de 80, foi o primeiro homem assumidamente gay a estampar a cada de uma revista, e promoveu a primeira Parada do Orgulho. Sua luta pelo direitos da comunidade e a legislação argentina. Em 1996, ele faleceu em decorrência de complicacões do HIV.
que perdeu a vida em sua batalha pessoal contra o HIV em 1996. Ele lutou pela visibilidade de gays e lésbicas em questões de direitos humanos. Três dias após sua morte, Buenos Aires alterou sua constituição para incluir a cláusula antidiscriminação com base na orientação sexual. Mais tarde, as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo foram aprovadas , tornando a Argentina o primeiro país do Cone Sul a ter esse tipo de política. enfadonho:
O filme é importante como registro histórico da luta da comunidade queer na Argentina.
Green bones
"Green bones", de Zig Madamba Dulay (2024)
Premiado drama filipino ambientado em um sistema carcerário nos arredores de Manilla. O filme é um melodrama que me fez chorar bastante, e me fez lembrar do excelente "Milagre na cela 7", filme turco que arrancou lágrimas de todo mundo na relação pai e filha. Aqui,a relação que deixará todo mundo triste é entre um tio e sua sobrinha. Green bones é uma lenda que diz que quando a pessoa morre e é cremada, se encontrarem ossos verdes, é sinal de que a pessoa foi boa em vida
O filme é dividido em 2 partes: uma pelo ponto de vista de também Dom (Dennis Trillo), um detento que passou uma década em várias instituições correcionais. Ele é suspeito de ter assassinado a irmã e a filha pequena dela. A 2a parte é pelo ponto de vista do guarda carcerário Xavier (Ruru Madrid), que guarda um trauma de sua infâcia, quando sua irmã for morta. Por conta disso, ele quer que Dom pague pelos seus crimes e quando descobre que. apena dele está chegando ao final, por bom comportamento, ele intervém. Mas o filme reserva uma virada, essa, que faz todo mundo chorar.
O filme é bem dirigido e traz ótimas atuações dos dois atores principais, que são galãs nas Filipinas. O melodrama é exagerado, mas é justamente o que segura a atenção do espectador.
Truffaut au Présent
"Truffaut au Présent", de Axelle Ropert (2014)
Em 2014, a cinemateca francesa convidou a cineasta Axelle Ropert para desenvolver 3 curtas, aqui reunidos em um único filme: atrizes, atores e casais. A idéia era homenagear François Truffaut, que teria uma exposição na cinemateca. Alguns dos melhores atores e atrizes da nova geração francesa vão fazer audição para um filme com a linguagem de Truffaut. A cineasta faz as audições da mesma forma que Truffaut fez com os atores, até escolher Jean Pierre Leaud para "Os incompreendidos", e Marie Dubois para ‘Atirem no Pianista". Além de cenas que deveriam ser decoradas e encenadas, Truffaut fazia perguntas como : Como você se vê em 20 anos? Que tipo de adolescente você era? Descreva sua personalidade. Qual papel voc6e gostaria de interpretar? Qual papel você odiaria representar? Saberia dizer em uma palavra quando você atuou bem? Conte um de seus pesadelos. Voc6e tem segredos?
No final, a cineasta dá a mesma cena para os casais que ela formou, e o espectador pode sentir como Truffaut deixou uma marca em sua forma de fazer seus atores interpretarem, mesmo com atores de gerações atuais. O elenco é formado por Anne Azoulay, Agathe Bonitzer, Laetitia Dosch,, Julia Faure, Esther Garrel, Adèle Haenel, India Hair, Swann Arlaud, Vincent Lacoste, Grégoire Leprince-Ringuet, Vincent Macaign, Nicolas Maury. Rodolphe Pauly e Thibault Vinçon.
quinta-feira, 19 de junho de 2025
Extermínio- A evolução
"28 years later", de Danny Boyle (2025)
Confesso que me irritam filmes que acabama abruptamente, com uma cena cliffhanger, que tem que deixar o público esperando anos para acompanhar a continuação. Ainda mais com um personagem importante que surge no filme faltando 5 minutos para acabar. Em 2002, quando o diretor Danny Boyle e o roteirista Alex Garland lançaram 'Extermínio", Cillian Murphy era ainda um jovem pouco conhecido e já despontava para o estrelato. O filme ficou famosos pelas imagens do centro de Londres totalmente vazias, dando credibilidade à epidemia do vírus da raiva que ká se alastrava há 28 dias. Em 2007, foi lançado 'Extermínio 2", com outro diretor, roteirista e elenco, e a história se passava 28 semanas depois da infecção. Agora, é lançado "Extermínio- a evolução", se passando 28 anos depois. Para quem assistiu toda a série "The walkingd ead", e até a franquia "Um lugar silencioso", é difícil não dizer que muitas idéias do roteiro vieram desses projetos: a comunidade isolada e fortemente viligada, com a população vivendo uma vida aparentemente normal; a cena do trem abandonado, que existe em "Um lugar silencioso 2"; a evoluçao dos zumbis, que aqui, são divididos em especimes: os rastejantes e os poderosos Alfas. E principalmente, o mote do filme, que é a aula de como matar zumbis, qie já havíamos visto em "The walkig dead" com o filho de Rick aprendendo a matar e tendo medo. Mas tentei abstrair tudo isso e me deixei levar pelo filme. O elenco, encabeçado por Aaron Taylor Johnson (Jamie), Jodie Comer (Isla) e o filho deles, Spike (Alfie Williams), além de Ralph Fiennes, no papel do dubio Dr Kelson. Todos estão excelentes, e a surpresa é que o protagonista é o menino, que carrega o filme todo nas costas. O filme é mais dramático e traz um grande conflito para Spike: tentar achar uma cura para uma doença sem diagnóstio de sua mãe. Aliás, a cena envolvendo Isla e Dr Kelner e o pequeno Spike é das mais belas do filme, comovente.
Manuela
"Manuela", de Clara Cullen (2022)
Escrito e dirigido por Clara Cullen, "Manuela" é um premiado drama da Argentina rodado em Los Angeles com um orçamento mega apertado de 75 mil dólares. O filme começa com uma cena onde uma mulher, Manuela (Barbara Lombardo) corre com a pequena Alma (Alma Farago), uma menina de 3 anos através da fronteira Los ANgeles e México. O filme volta ao tempo, para que o público entenda o que está acontecendo.
Manuela é uma imigrante mexicana procurando emprego em Los Angeles, sem sucesso. Até que consegue um emprego de babá na casa da rica Ellen (Sophie Buhai), uma jovem solteira, mãe de Alma. Ellen teve Alma por fertilização in vitro e não quer nenhum homem na sua vida. Ela viaja constantemente. Manuela cria uma intimidade forte com Alma, quase se tornando uma 2a mãe. Mas uma tragédia mudará o rumo das personagens.
O filme é rodado com uma narrativa de filme indie, e as performances são totalmente naturalistas, se assemelhando a filmes dos Irmãos DArdenne ou como alguns críticos sugeriram, de Sean Baker. A pequena Alma é filha da diretora e por isso, está à vontade nas cenas. Alguns momentos são angustiantes: quando Alma desaparece no metrô, quando um homem predador tenta assediar Manuela.
Sally
"Sally", de Cristina Constantini (2025)
Premiado no Festival de Sundance 2025, "Sally" é um documentário poderoso que traz o machismo dentro da Nasa e na sociedade americana. Sally Rides, falecida em 2012 aos 61 anos, foi a primeira mulher americana no espaço. ela fez parte da equipe do Challenger, que voou em 1983. O filme mostra o quanto Sally sofreu dentro de um ambiente tóxico e misógeno, que a desconsiderava e a humilhava. Enquanto os homens voltavam como heróis, às mulheres davam um tratamento de curiosidade, algo inusitado, sem dar valor à altura, sendo que as mulheres faziam exatamente o mesmo treinamento pesado e no espaço, tinham as mesmas funçoes. Tem uma passagem agressiva que mostra um grupo de astronautas oferecendo abosrventes e kit maquiagem às mulheres, como sendo o kit sobrevivência delas. Mas o pior ainda estava para ser anunciado, assim que Salle faleceu: durante 27 anos, ela manteve um relacionamento às escondidas com sua amiga de infância Tam O'Shaughnessy, uma tenista, outra paixão de Sally. Com medo de sair do armário, em uma época onde a sociedade não respeitava a comunidade lgbt, Sally não pode viver seu amor com Tam à vista de todos, pegando de surpresa amigos próximos, que decsonheciam a relação.
Quatro mães
"Four mothers", de Darren Thornton (2024)
Nossa, chorei e ri demais nessa linda dramédia irlandesa, um remake do italiano de 2008 "Almoço em agosto". Filmado com muita delicadeza e sensibilidade pelo cineasta Darren Thornton, o filme lida com temas bastante contemporâneos: a velhice, a vida de gays solteiros e como lidar quando você é filho solteiro e tendo que cuidar de mãe idosa e doente.
O romancista gay Edward (James McArdle) é órfão de pai e mora com sua mãe, Alma (Fionnula Flanagan) que teve um derrame e se comunica com um comunicador de voz que ela digita no Pida. Edward de dica a sua vida para cuidar de sua mãe e isso atrapalha a sua vida pessoal e profissional. Quando ele é chamado para faezr um tour nos Estados Unidos para promover seu novo livro, ele fica em conflito, pois teme deixar sua mãe em um asilo por 2 semanas. Para piorar, 3 dos seus melhores amigos, todos gays e solteiros e também cuidando sozinhos de suas mães, decidem curtir a vida e irem até a Parada Lgbt na Espanha, e deixam suas respeoctivas mães com Edward, uma pessoa altruísta e que não sabe dizer não. Do nada, agora ee é obrigado a cuidar de 4 senhoras idosas.
O filme traz um elenco excelente, captaneado por James McArdle, que está excelente como o gay depressivo e enlutado. As atrizes que interpretam as mães também estão incríveis, e todo mundo transitando entre drama e comédia. Um filme delicioso, impossível não se emocionar
quarta-feira, 18 de junho de 2025
Sister midnight
"Sister midnight", de Karan Kandhari (2025)
Concorrendo na quinzena dos realizadores do Festival de Cannes 2025, essa produção Reino Unido, Índia e Suécia é de difícil classificação como gênero. Na maior parte do tempo, parece uma mistura do cinema de Wes Anderson com Aki Kaurismaki, repleto de tempos estendidos, reações patéticas e mostrando o lado absurdo da vida. A fotografia e a câmera exaltam a estilização narrativa, com elementos surreais e lúdicos. Um pouco de drama, humor ácido, surrealismo e até animação stop motion. O pano de fundo apresenta a sociedade patriarcal na Índia, que ainda induz mulheres a se casarem sem um compromisso de amor.
Uma (Radhika Apte) e Gopal (Ashok Pathak) são da aárea rural e após se casarem, se mudam para a cidade grande. Eles moram em um pequeno quarto repleto de eleentos. Gopal, o marido, é tímido e não cosegue fazer sexo com Uma. Ela claramente está infeliz no relacionamento. Gopal trabalha e mantém a casa. Uma decide ir atrás de um trabalho. Quando ambos sã convidados para o casamento de um parente de Gopal, Uma é piada por um inseto. A partir desse momento, ela muda de comportamento, mordendo e matando animais no pescoço.
O filme tem momentos ótimos, poéticos e divertidos, com outros claramente estranhos e metafóricos, como os animsis apresentados em stop motion e a forma violenta como ela lida com os animais, matando-os. Os atores estão ótimos na proposta ousada do diretor. Gostei bastante até determinando momento, já no final, na morte de um personagem em diante, foi difícil embarcar na viagem proposta pelo filme. As imagens da cidade, as cores do figurino e da arte são encantadores e hiponóticos.
Eu bebo seu sangue
"I drink your blood", de David E. Durston (1971)
Cult clássico do Grindhouse, termo utilizado para filmes exploitation exibidos em sessão dupla nos cinemas dos anos 70. Os filmes envolviam cenas de sexo, nudez, terror, violência explícita e atores amadores. Foram filmes baratos e filmados em poucos dias. O roteiro de "Eu bebo seu sangue" é escrito pelo próprio diretor David E. Durston e é tão abusrdo que é justamente essa bizarrice que o torna tão divertido. Trazendo referências à obra prima de George Romero, Á noite dos mortos-vivos", só que ambientado na América da seita dos Manson, e do flower power. Uma seita satância pratica um ritual, quando uma jovem, Sally, testemunha. Ao tentar fugir, ela é violentada pelos homens. Chegando machucada em casa, o avô de Sally, Barnes, e seu irmão pequeno, Peter, juram vingança. O grupo da seite se hospeda em um hotel abandonado da cidade. O avô vai tomar satisfação, mas é obrigado a tomar lsd e pira. Peter decide se vingar: ele mata um cacgorro raivoso e injeta o sangue infectado em pequenas tortas, que são consumidos pelos integrantes da seita. logo, eles se tornam raivosos e passam a matar toos que estão à sua frente.
O filme tem cenas antológicas: um dos ntegrantes ataca um homem e a dentadura do homem cai. Tem também cenas ousadas: uma das mulheres da seita está contaminada e participa de uma orgia com homens de uma construção, infectando a todos. A cena dos homens babando saliva branca e correndo atrás de vítimas é sensacional. Um filme imperdível para quem curte trash. P filme teve argumento inspirado em um caso real ocorrido em uma vila do Irã: cachorros raivosos invadiram uma escola, amedrontando os alunos.
terça-feira, 17 de junho de 2025
Predador- Assassino dos assassinos
"Predator: killer of killers", de Dan Trachtenberg e Josué Wassung (2025)
Animação dirigida pelo cineasta Dan Trachtenberg, que em 2022 lançou o ótimo "Predador, a caçada.". "Assassino dos assassinos" é o oitavo filme da franquia, que terá "Badlands", dirigido pelo mesmo cineasta, a ser lançado em 2025.
O filme se passa em 4 épocas distintas, com caçadores lutando com um predador.
1) O escudo- Na Escandinávia, no ano 841, a guerreira viking Ursa procura ensinar o seu filho Anders a se tornar um guerreiro poderoso e vingar a morte do pai.
2) A Espada - Em 1609, no Japão, os irmãos Kenji e Kiyoshi, filhos de um senhor da guerra samurai, duelam para ver quem é o senhor da guerra. mas um predador surge no caminho deles.
3) A bala - Em 1942, John Torres é convocado pilotar um caça até a Africa do norte, junto do capitão Vandy.
Torres acorda em uma cela ao lado de Ursa e Kenji, os três tendo sido colocados em animação suspensa pelos Predadores. Eles são levados para uma arena de gladiadores em um mundo alienígena e apresentados a um senhor da guerra Predador. Mas eles são interceptados por uma nave de um predador.
4) Epílogo - Três sobreviventes, um de cada história, se encontram em uma arena alienígena, tendo que lutar com predadores.
O filme honra o filme e é repleto de violência explícita, até mais do que nos filmes live action. A estutura me fez lembrar da animação 'Heavy metal", que trazia diversas histórias, costuradas por uma em comum.
A última cabana
"The last cabin", de Brendan Rudnicki (2025)
Found footage ainda é uma narrativa que funciona? Se depender de "A última cabana", é melhor aposentar essa linguagem. Mistue no memso pacote "A bruxa de Blair", "Os estranhos", "Clown in the cornfield" e "O massacre da serra eletrica" e você saberá que filme irá assistir..bom, se pelo menos o filme chegasse ao nível de algum desses filmes teria sido ótimo. Mas infelizmente, o roteiro é ruim, as atuações amadoras ( e não é proposital) e o roteirista nem esconde as referências explícitas de " Abruxa de Blair", com personagem prostrado de costas, uma pessoa aterrorizada fazendo monólogo para a câmera e outras cenas chupadas mais.
Três amigos, Ben (Brendan Goshay), Shawn (Tanner Kongdara) e Hope (Isabella Bobadilla) foram uma equipe de filmagem em busca da locação perfeita. Eles encontram na forma de uma cabana escondida em uma floresta isolada. Os celulares param de funcionar!!!) e eles percebem que existem estranhos vestidos com máscara de palhaços que os assustam, e depois, passam a matá-los um por um.
O filme não assusta, não aterroriza e tem personagens chatos e sem noção. Esses roteiristas acham mesmo que alguém vai se enfiar em cabana dentro de floresta escura e isolada para filmarem sozinhos de madrugada? Bom, ainda veremos muito esse plot em filmes futuros.
segunda-feira, 16 de junho de 2025
A história de Jim
"Le roman de Jim", de Arnaud Larrieu e Jean-Marie Larrieu (2024)
Exibido no Festival de Cannes e vencedor do prêmio de melhor ator para Karim Leklou no César 2025, "A história de Jim" é adaptação de romance homônimo escrito em 2021 por Pierric Bailly. Eu fiquei bastante comovido com a história, que apresenta um protagonista altruísta e resiliente, e como pano de fundo, o tema da paternidade. Karim Leklou, do filme de ação "Vincent deve morrer", está excelente e apaixonante na construção de seu personagem.
Em 1996, o jovem Aymeric (Karim Leklou) é envolvido em um roubo à uma residência por conta de amigos que se aproveitaram de sua ingenuidade. ele acaba sendo preso e passa 2 anos na cadeia. Ao sair, ele reencontra Florence (Laeticia Dosch), uma antiga amiga do colégio, que está grávida de Cristophe, um rapaz casado que a abandonou. Aymeric decide assumir um relacionamento com Florence e quando a criança, Jim, nasce, ele assume o papel de pai. Os anos se passam e Christophe retorna, reinvidicando a paternidade e pior: leva Jim e Florence para Montreal. Aymeric fica arrasado. Passam-se 20 anos, e Aymeric reencontra Jim, que acredita que Aymeric o abandonou e guarda mágoas dele.
A última meia do filme me comoveu com força total, no reencontro de Aymeric e Jim adulto. O filme traz um time excelente de atores, e mesmo com o ritmo leto, tem uma edição que trabalha com elipses abruptas de tempo. É um melodraama cativante.
We might as well be dead
"Wir könnten genauso gut tot sein", de Natália Sinelnikova (2022)
O cineasta grego Yorgos Lanthimos fez escola com o seu estilo narrativo bizarro e surrealista. "We might as well be dead" é o longa de estréia da roteirista e cineasta alemã Natália Sinelnikova e tem na sua estética e conceito muito do cinema de Lanthimos. O filme ganhou o prêmio de Melhor Fotografia Internacional no Tribeca Film festival. Co-produzido por Alemanha e Romênia, o filme também concorreu no Fetsival de Berlim. Além da fotografia, eu gostei muito a trilha sonora de Maxi Menot, que traz uma mistura de tom soturno, de ameaça constante, e ao memso tempo, solene. É uma parábola sobre o confinamento da Covid e as consequências sobre a saúde mental da sociedade, envolvendo ansiedade, paranóia, medo, depressão e angústia. Um condomínio isolado em uma floresa é o último pouso seguro de uma sociedade distópica. Anna (Ioana Iacob) trabalha ali há 6 anos como zeladora, segurança e avaliadora de novos moradores. Com bastante rigor, ela ajuda a definir quem são os felizardos que poderão morar ali, em um processo de seleção dos mais fortes e poderosos. Sua filha adolescente, Iris (Pola Geiger), se tranca trancada no banheiro com medo de estar com mau-olhado porque o cachorro de um vizinho que ela odeia desapareceu. Os moradores montam um grupo de vigilância para ir fazer uma busca sobr eo paradeiro do animal. Quando um grupo de vigilantes recém-formado exige medidas de segurança mais rigorosas e um novo teste de aptidão para toda a comunidade, Anna começa a temer por seu direito de ficar.
Confesso que não curti muito o filme. Tem uma idéia interessante, sobre quem tem direito e poder de selecionar pessoas que deverão entrar na comunidade ( uma analogia com as redes sociais que determinam esse tipo de critério), além da metáfora sobre imigração nos países europeus. A atriz principal está bem, a direção é boa e rigorosa. Mas é uma narrativa fria, não me prendeu.
Kids return- De volta às aulas
"Kizzu ritân", de Takeshi Kitano (1996)
Concorrendo no Festival de Cannes na mostra quinzena dos realizadores, "Kids return- De volta às aulas" foi lançado 1 ano antes de Takeshi Kitano vencer o Leão de Ouro em Veneza por "Hana-bi- fogos de artifício", sua obra-prima.
Mais uma vez, Kitano traz a Yakuza para a sua história. Aqui, traz elementos autobiográficos, como a comédia como opção de trabalho para um dos personagens. Shinji e Masaru são melhores amigos. Eles estudam na high school, mas preferem faltar as aulas. eles aterrorizam os alunos roubando dinheiro e inceideiam o carro do professor. Depois que algumas de suas vítimas contratam um boxeador para espancar Masaru, ele decide se vingar e leva Shinji com ele para uma academia de boxe. Para a surpresa de seus treinadores, Shinji é naturalmente talentoso no boxe e derrota Masaru. Masaru desiste do boxe, e decide ir trabalhar para a Yakuza. Shinji treina firme para se tornar um boxeador profissional.
Um simpático drama que alterna alguns momentos de humor e ação, e contando com boas performances dos atores principais, que são carismáticos e o espectador acaba se afeiçoando pelas suas tentativas de vencer na vida das piores formas possíveis. O final é divertido e encantador.
O ritual
"The ritual", de David Midell (2025)
O filme é inspirado no livro de 1935, "Begone Satan", sobre o exorcismo de uma jovem em Iowa. Porém, o roteiro e a direção apostam em todos os clichês já visto inúmeras vezes em filmes de exorcismo: tem o padre incrédulo e que coloca a sua fé em questão, tem o padre veterano, tem a família fanática, tem o demônio que fala em várias línguas, objetos que voam. O maior chamariz do filme é a presença de Al Pacino como o padre Theophilus Riesinger, mas infelizmente a sua presença, ou a de Dan Stevens omo o padre incrédulo Joseph Steiger, não garantem a qualidade do filme. É arrastado, óbvio, e eles estão no auomático. O que segura a atenção do espectador é a boa fotografia, direção de arte e desenho de produção. Baseado em uma história real, no ano de 1928, os padres Theophilus Riesinger ( Al Pacino ) e Joseph Steiger ( Dan Stevens ) tentam salvar uma jovem supostamente possuída, Emma Schmidt ( Abigail Cowen ), através de exorcismo .
Vibrator
"Vaiburêta", de Ryuichi Hiroki (2003)
Vencedor de mais de 30 prêmios internacionais, "Vibrator" é adaptação do romance homônimo de Akasaka Mari. O filme apresenta uma relação baseada em sexo, depressão e novas descobertas entre dois estranhos, Hayakawa Rei (Shinobu Terajima), uma escritora solitária e depressiva,e o motorista de caminhão que faz entregas para a Yakuza, Takatoshi (Nao Amori, protagonista de "Ichi, the killer", de Takashi Miile").
Uma noite , em um supermercado, Rei compra vinho e fala sozinha. ela conhece Takatoshi e fica encantada por ele. Quando ele está para sair com o caminhão, ela pede para ir com ele. Durante a viagem até Hokkaido, onde ele precisa fazer uma entrega, ambos conversam, falam sobre suas vidas e ficam juntos.
Os pensamentos de Rei são apresentados em cartelas em estilo cinema mudo. É um filme de atores, onde quase tudo acontece dentro do caminhão. A cena onde Takatoshi dá banho em Rei em uma banheira é tocante e dolorosa.
domingo, 15 de junho de 2025
Manta Ray
"Kraben rahu", de Phuttiphong Aroonpheng (2018)
Vencedor do Prêmio Venice Horizons de melhor filme no Fetsival de Veneza, esse drama tailandês é uma experiência sensorial e etérea que relembra os melhores filmes do conterrâneo Apitchapong. Pela tensão sexual entre os protagonistas e sensuais cenas de homoerotismo, ele se aproxima mais de "Mal dos trópicos", de Apitchapong, ainda mais porque envolve elementos metafísicos, sobrenaturais e uma virada na história, onde muda o protagonismo. Co-produzidopor Tailândia, China e França, o filme apresenta um pescador (Wanlop Rungkumjad), um jovem de cabelos tingidos de loiro. ele foi abandonado pela esposa Saijai (Rasmee Wayrana), uma funcionária de uma fábrica que o trocou por outro homem. Um dia, ao perambular pela floresta em busca de pedras preciosas, ele encontra um homem ferido. O pescador cuida dele, e o leva para sua casa, dando casa e comida. Com o tempo, o pescador o ensina a pilotar moto e a cuidar de sua casa. O homem misterioso, que ficou mudo, é apelidado pelo pescador de Tongchai (Aphisit Hama) e tornam-se inseparáves. Tongchai todo final de dia vai até o pier receber o pescador, que volta com sue barco. Mas um dia, Tongchai vai receber o pescador e ele não aparece. Os colegas dele dizem que ele saiu com o barco e provavelmente o mar o levou. Misteriosamente, Saijai retorna e volta a morar na casa. Tongchai vai aos poucos, assumindo a personalidade do pescador.
O filme é dedicado pelo roteirista e diretor Phuttiphong Aroonpheng à minoria rohingya, que foi dizimada pelo governo. As cenas do pescador e Tongchai são de incrível tensão sexual. A cena mais brilhante e contundente que vi em muito tempo, é quando eles dançam improvisados em uma pista de dança improvisada pelo pescador, com luzes estroboscópicas. O filme é repleto de cenas quase oniricas e lúdicas.
Improvisação Perigosa
"Deep cover", de Tom Kingsley (2025)
Exibido em Tribeca, "Improvisação Perigosa"é uma divertida comedia de ação policial, que traz um elenco excelente dando vida a personagens carismáticos e facilmente indetificáveis, dentro do universo d elosers que decsobrem uma nova chama para reacender seu desejo por encarar os desafios da vida. Kat (Bryce Dallas Howard) é uma atriz frustrada que nunca encontrou uma chance de brilhar e posterga uma estréia solo. Ela é professora de improvisação em Londres. Entre seus poucos alunos, ela recebe dois novos: Marlon (Orlando Bloom), um ator metódico que leva tudo muito a sério, e por isso mesmo, nunca passa nas audições. Ele sbrveive como personagem nas ruas anunciando uma pizzaria. O outro é Hugh (Nick Mohammed), um funcionário de um escritório que tem problemas de socialização e quer aceito pelos colegas do trabalho. Por algum motivo surreal, eles são convidados pela polícia a se infiltrar no submundo do crime de Londres e facilitar a prisão de um poderoso traficante, Metcalfe ( Ian McShane, de "John Wick).Eles se infiltram no esquema do bandido Fly ( Paddy Considine) e acabam colocando sua vida em risco.
O filme te um roteiro bem maluco, e boas cenas de ação. Bryce Howard surpreende no humor corrosivo, assim como Orlando Bloom. Mas Nick Mohammed rouba todas as enas em que aparece. As piadas envolvendo o mundo difícil dos atores e por consequência, da comédia de improvisos, são muito boas e certamente todo ator irá se identificar.
Like twenty impossibles
"Like twenty impossibles", de Annemarie Jacir (2003)
Poderoso curta dirigido pela palestina radicada nos Estados Unidos Annemarie Jacir. O filme é um falso documentário, onde a propria Annemarie Jacir interpreta uma versão ficional de si mesma. Ela está com uma pequena equipe de filmagem, composta por paletsinos e um ténico de som israelense, que estão enfileirados em um posto de controle das Forças de Defesa de Israel (IDF) a caminho de Jerusalém. O posto de controle fecha, mas, sem se deixar abater, eles decidem segir por um caminho alternativo, que segue pelas montanhas. Mas eles são parados por soldados isrelenses, que passam a quetsionar a presença deles ali. Pelo fato de Annemarie ter documentos americanos, ela tem passe livre. Mas os paletsinos, incluindo o ator, não podem cruzar. O técnico de som, israelense, questionaos atos e é desprrezado pelos israelense,s visto como um traidor e até como sendo um palestino.
A forma como a diretora conduz o filme é brilhante. Como se fosse um filme ao vivo, as imagens vão se tornando mais caóticas, e principalmente, no final, quando o técnico de som é preso, o filme fica mudo, sem áudio. É uma crítica ferrenha que o cinema proprciona como sensação.
Rodado no Territorio palestino ocupado, é o primeiro curta-metragem palestino a ser selecionado para o Festival de Cinema de Cannes. Também o primeiro filme de uma mulher palestina em Cannes. É um dado histórico e muito importante.
Norma Alendro, O Voo da Borboleta
"Norma Alendro, el vuelo de la mariposa", de Carlos Duarte Quin (2022)
Documentário que traz um retrato da grande dama do teatro e cinema argentino, Norma Aleandro. Entre os premiados filmes, estão "A história oficial", vencedor do Oscar de filme estrangeiro em 1986, e "O filho da noiva". O diretor Carlos Duarte Quin reúne diretores, músicos, atores para trazerem depoimentos sobre Norma. Mas a narrativa principal é focada na narração da própria, que traz textos escritos por ela em seus tetxos teatrais e livros, falando sobre o artista, e a sua relação com a arte e a platéia.
"Tenho medo daqueles que dizem que são mais felizes quando estão no palco", porque a felicidade precisa ser alcançada no mundo real, na vida cotidiana. Trabalhar como escapismo, ou encontrar a felicidade vivendo uma vida que não é a sua por não aceitar a realidade, é perigoso.""
É experimental, trazendo uma atriz mais jovems que faz performances. Uma pena que Norma não apareça ela mesma dando depoimentos. Todo o filme é composto de material de arquivo de seus trabalhos. Ainda asism, obrigatório.
sábado, 14 de junho de 2025
Pais
"Padres", de Benjamin Lopez (2024)
Drama Lgbtqiap+ porto riquenho, que traz também elementos de comédia romântica, mas aposta mais no melodrama com tragédias. O filme traz um casal gay, David (Luciano D'Alessandro) e Bruno (Marcos Carlos) que deseja muito ter um filho. A irmã de David, Virginia (Dayanara Torres) se oferece para ser barriga de aluguel, mas prefere não falar com seu marido, Miguel (Rodolfo Salas), que é machsita e não aceitaria que sua esposa se sujeitasse a esse papel. O Bebê nasce, Miguel se irrita. Ao dar carona para Virginia, Bruno provoca um acidente e os dois morrem. Após o luto de todos e muito sentimento de culpa, a criança é disputada por David, por Miguel e pela mãe de Bruno, a milionária Cayetana (Mimi Lazo), que sempre rejeitou seu filho por ser gay.
O filme é uma grande novela repleta de intrigas, digna de novela mexicana. Tem seus exageros, caricaturas de alguns personagens, ma sno fundo, traz mensagens de homofobia e de redenção, com viradas nas trajetórias de todo mundo.
O grande golpe do leste
"Zwei zu eins", de Natja Brunckhorst (2024)
Comédia dramática baseada em incrível história real. Protagonizada por 3 dos maiores atores alemães da geração dos 40 anos de idade, aSandra Huller (Anatomia de um crime), Max Riemelt (Sense 8) e Ronald Zehrfeld (Barbara), o filme me fez lembrar imediatamente de 'Adeus, lênim". Ambos os filmes retratam o caos que ocorreu com a população da Alemanha oriental assim que o muro de Berlim foi derrubado, e o país passou a se tornar capitalista. A Alemanha Oriental vive um momento de crise, onde o sistema comunista foi derrubado e o capitalismo está evoluindo.
Três amigos que fizeram parte da resistência socialista, Maren (Sandra Hüller), Robert (Max Riemelt) e Volker (Ronald Zehrfeld), se encontram desempregados e sem perspectiva de futuro. . Com a ajuda de Markowsk (Peter Kurth), um ex-militar, eles descobrem um depósito subterrâneo abandonado cheio de dinheiro da moeda corrente da Alemanha oriental. Porém, está prestes a perder seu valor devido à reunificação da Alemanha.
Eles contrabandeiam mochilas cheias de dinheiro e, junto com seus amigos e vizinhos, desenvolvem um sistema engenhoso para a troca por bens materias que nunca tiveram, se rendendo aos prazeres do capitalismo.
Ua fábula sobre ganância , crime e castigo, "O grande golpe do leste" conta com um delicoso roteiro e que traz atores conhecidos pelo drama em deliciosas atuações cômicas.
sexta-feira, 13 de junho de 2025
O verão
"The summer", de Han Ji-won (2023)
É tão raro ver um anime com protagonistas lésbicas. Geralmente são os BL yaoi, com rapazes. "O verão" é um anime sul coreano, e traz o despertar sexual da protagonista, Yi-gyeong, uma estudante de high school. Quando ao atravessar o campo esportivo, uma bola bate em sua cabeça, ela acaba conhecendo a jogadora de futebol Su-yi. Elas se tornam grandes amigas, e logo, se apaixonam. Quando elas se formma, decidem morar juntas em Seul. Yi estuda firme e forte na faculdade, enquanto trabalha em uma cafeteria. Su-yi se machuca num jogo e precisa abandonar o esporte, se dedicando a ser mecânica de automóveis. Mas as ambições e desejos tão diferente do casal acaba por afastá-las.
Eu crente que seria um filme romântico, me deparei com uma história melancólica sobre solidão e desejos onde uma relaç˜ão de casal não tem espaço. De qualquer forma, é um filme sensível, que traz sentimentos realistas sobre duas jovens que se amam, mas que possuem outras ambições na vida.
Sin city- Cidade do pecado
'Sin city", de Frank Miller, Quentin Tarantino e Roberto Rodríguez (2005)
Um grande classico do cinema dos anos 2000, que teve uma continuação em 2014, 'Sin city- a cidade do pecado" concorreu à Palma de ouro no Festival de Cannes, de onde saiu com o grande prêmio técnico em 2005. Adaptado da série graphic novel de Frank Miller, que dirige junto de Rovert Rodriguez (Tarantino dirigiu uma cena do episódio de Clive Owen). Rodriguez também é responsável pela excelente fotografia, toda em tons cinza e reproduzindo uma atmosfera de filme noir, com elementos coloridos.
O filme apresenta 3 história, cada uma protagonizada por um tipo durão: Bruce Willis, Mickey Rourke, Clive Owen e Josh Hartnett, rodeados por vilões implacáveis (Benicio del Toro, Michael Madsen, Rutger Hauer, Michael Clarke Ducan, Nick Sthal e um impressionante Elijah Wood, interpretando um serial killer ( tomou tanto gsto que viria a protagonizar um serial killer no remake de "Maníaco", em 2012). As mulheres fatais e dúbias também não poderiam faltar : Jessica Alba, Britthany Murphy, Devon Aoki, Rosario Dawson, Makenzie Vega, Carla Gugino, entre outras. Com esse time incrivel de atores, os diretores não decepcionaram, trazendo um filme que impressiona no visual, nos efeitos, revolucionários para a época, e certamente a melhor tradução de graphic novel para as telas.
SOS - Tem um Louco Solto no Espaço
"Spaceballs", de Mel Brooks (1987)
Decidi rever "SOS- Tem um louco solto no espaço" assim que o próprio Mel Brooks, no alto de seus 98 anos, decidiu avisar que vai lançar a parte 2 do filme, a ser lançado em 2027. Mel Brooks é um dos grandes mestres da comédia, e disso ninguém tem dúvida. Realizador de grandes obras primas do humor, como "O jovem Frankestein", "Primavera para Hitler", "Alta ansiedade", entre outros, faltava uma paródia ao universo de "Star wars". Lançado em 1987, o filme foi um sucesso comercial e boa parte da crítica se divertiu. No fundo não é dos seus melhores filmes, e está bem longe disso. As piadas são bobas em sua maioria, piadas sexiatas, paródias a diversos filmes como "O planeta dos macacos", "Tubarão", Alien, o 9o passageiro", com a melhor cena do filme, protagonizada pelo próprio John Hurt. Mas ainda é pouco para quem fez tanto para a comédia. Mas funciona para quem quer ver uma comédia boba e defiitivamente, para quem ama a franquia 'Star wars", que é sacaneada de tudo que é forma. O próprio George Lucas leu o roteiro e amou, e decidiu ajudar na pós produção do filme com a sua Lucasfilm.
O elenco conta com uma turma divertida: Rick Moranis é Dark Helmet; Mel Broojs interpreta Yoghurt (sacaneando Yoda) e o Presidente Skroob; Bull Pulmann é Lone Starr; Dafne Zuniga é Princesa Vespa; John Candy é Barf ( sacaneando Chewbacca).
No pacífico planeta Druidia, o Rei Roland tenta casar sua filha, a Princesa Vespa, com o Príncipe Valium, mas Vespa e seu leal droide Dot Matrix escapam durante o casamento. Depois de desperdiçar o ar respirável no distante planeta Spaceball, o corrupto Presidente Skroob ordena que Dark Helmet sequestre a Princesa Vespa para forçar o Rei Roland a fornecer-lhes o código para a atmosfera de Druidia. O mercenário Lone Starr e seu companheiro Barf, tentam salvar a princesa.
Mel Brooks exculhamba com tudo e talbez as piadas mais divertida seja quando ele expõe os merchandising do filme dentro das cenas, com produtos oferecendo a marca 'Spaceballs". Bill Pulmann e Dafne Zunige formam uma boa química, John Candy aproveita bastante a maluqice de seu Barf e a androide Dot Matrix, uma variação de C3Po e a obsessão em manter a princesa virgem são hilários.
quinta-feira, 12 de junho de 2025
Oásis
"Oasiseau", de Lee Chang-dong (2002)
Melhor diretor no Festival de Veneza 2002, "Oásis" recebeu mais de 30 prêmios internacionais ( em Veneza levou 5 prêmios, além de ator e atriz na mostra paralela). O filme foi indicado pela Coréia do Sul para uma vaga ao Oscar de filme internacional, mas não ficou entre os finalistas.
Lançado após o sucesso de crítica de seu filme anterior, "Doce de menta", o cineasta e roteirista Lee Chang-dong repete o casal de atores principal do seu filme anterior, e novamente traz 2 performances espetaculares. "Oásis" é angustiante do início ao fim, e em diversas cenas, o espectador fica com uma sensação terrível sobre o pior do ser humano, um sentimento de revolta a impunidade. "Oásis" se tornou controverso e polêmico por causa da cena de estupro, violenta.
Jong-du (Sol Kyung-gu) acaba de sair da prisão. ele foi preso por ter atropelado e matado uma pessoa e por tentativa de estupro. Jong-Du tem problemas mentais. Quando ele volta ao apartamento da família, ele descobre que a família se mudou. Ele vai visitar a família do morto e pedir desculpas. Ele conhece a filha do morto, Gong-ju (Moon So-ri), que tem paralisia cerebral e não consegue expressar as palavras e nem andar. Jong-Du se afeiçoa à ela e num extremo de desejo, a estupra, mas depois se arrepende. Para sua surpresa, Gong-Ju liga para ele e diz que quer vê-lo. Nasce entre os dois um amor e paixão que incomoda a família dos dois.
Fiquei arrepiado com as performances dos dois atores. Para Moon So-ri é muito mais complexo, pelo seu extremo e complexo trabalho físico. O diretor Lee Chang-dong em todos os seus filmes não permite que eus personagens tenham um final feliz. São histórias trágicas, que explora o desespero e o sacrifício de seus protagonistas. A cena final, de Jong-Du serrando os galhos da árvore que tato incomodavam e amedrontavam Gong -ju é forte, apaixonante e comovente. Um grande filme.
Beyond Prognosis
"Beyond Prognosis", de Morgan le Faucheur e Silvalex (2024)
Documentário que retrata a incrível história do ciclista francês Yannis Pelé. Fazendo carreira no mountain bike downhill, um esporte radical com ciclistas subindo e descendo montanhas perigosas, Yannos sofreu um acidente em 2016, durante uma competição, quando tinha 17 anos de idade: suas vértebras ficaram fraturadas e sua medula espinhal, lesionada. Yanis perdeu os movimentos das pernas e o sonho de participar da Copa do mundo. Mas ele se recusou a aceitar o diagnóstico dos médicos, de que jamais voltaria a andar novamente. Yannis acreditou no poder da mente e todos os dias, acreditava na cura e escrevia no caderno frases sobre estar curado. Resultado: conseguiu reativar cada célula de seu corpo para despertar suas pernas por meio de exercícios de visualização mental. Sete anos após o acidente, Yannis recuperou 80% dos movimentos, e continua a faezr reabilitação. Voltou a particar seu esporte favorito e agora, faz filmes sobre mountain bike downhill. Yannis também criou uma Ong que pesquisa a medula espinhal.
O filme funciona para quem acredita no poder da fé. Tem imagens belíssimas de drones e com cilcitsas em ações perigosas e espetaculares nas montanhas íngrimes.
Quem éramos nós
"Watakushidomo.wa", de Tetsuya Tomina (2024)
"Quem éramos nós" faz lembrar muito o cinema da cineasta japonesa Naomi Kawase, de quem não sou muito fã. É um cinema etéreo, metafísico, ambientado na natureza, onde persnagens discorrem sobre vida e morte, em ritmo muito lento e contemplativo.
O filme se passa na Ilha de Sado, famosa por suas minas, que são atração turística nos dias de hoje. Durante o período Edo (1603-1868), o xogunato Tokugawa, no poder, enviava criminosos e indigentes para a Ilha de Sado e os forçava a trabalhar nas minas — muitas vezes, até a morte. Na Ilha de Sado, Kii trabalha como faxineira em uma mina de ouro. Um dia, ela encontra uma mulher desmaiada nas instalações e a leva para sua casa. A mulher não se lembra de seu passado nem mesmo de seu nome. A mulher é chamada de Midori pelas outras duas garotas que vivem com Kii. Kii obtém permissão do diretor para Midori trabalhar como faxineira na mina. Um dia, Midori é atraída pela presença de gatos e isso a leva a conhecer Ao, que trabalha como guarda noturno na mina de ouro. Ao diz a ela que também não se lembra de seu passado. Midori e Ao se sentem atraídos um pelo outro e passam um tempo juntos.
O filme fala sobre rencarnação e tem forte contexto sobre o budismo. Tem um pano de fundo interessante, e a fotografia e as locações são belíssimas. A parte que mais me encantou é o desfecho, que acontece dentro de um túnel iluminado de verde. É melancólica e cinematicamente falando, espetacular.
A morte de dois amantes
"The killing of two lovers", de Robert Machoian (2020)
Concorrendo no Festival de Sundnace, "A morte de dois amantes" é dos filmes mais contundentes e sublimes que assisti recentemente. Uma história de um casal que sofre a separação, e a consequência desse ato reflete na filha adolescente. Escrito e dirigido com maestria por Robert Machoian, o filme traz diversos planos sequências, que favorecem a performance do elenco, parecendo um teatro cinematográfico, repleto de emoções. O filme concorreu em Sundance e venceu o prêmio de melhor filme em Atlanta 2020.
em uma pequena cidade de Utah, David (Clayne Crawford) é um cantor e compositor desempregado, que vive de bicos. Ele e sua esposa, Nikki (Sepideh Moafi), uma advogada de sucesso, decidiram dar um tempo no relacionamento, por pedido dela, que não conseguia mais viver com David. Ela fica na casa com os 4 filhos: a adolescente Jess (Avery Pizzuto) e os 3 filhos menores. David vai morar no sotão na casa de seu pai. O casa decide em abrir o relacionamento, e por isso, Nikki passa a namorar um advogado de seu escritório. David é apaixonado ainda por Nikki e não consegue esconder as emoções do ciúme, mas os guarda para si e sofre sozinho. Jess cobra de seu pai que retorne para a sua mãe e voltem a morar juntos, pois ela está sofrendo muito. Mas david quer respeitar os direitos e pedidos de Nikki.
Me emocionei muito com o filme, o desfecho é de arrasar com o coração do público. Duas cenas em particular são avassaladoras: a discussão d epai e filha na caminhonete; a discussão do casal e d namorado; e o arremate final, no campo, do marido e esposa. Performances avassaladoras em um filme que faria um sucesso enorme nos palcos do teatro.
Chop shop
"Chop shop", de Ramin Bahrani (2007)
Concorrendo no Festival de Cannes na Mostra quinzena dos realizadores, "Chop shop" foi listado pelo famoso crítico de cinema Roger Ebert em seu livro "Grandes filmes". O filme foi escrito e dirigido por Ramin Bahrani, descendente de iranianos e residente nos Estados Unidos. O film etraz referências do cinema humanista dos irmãos Dardenne, com protagonistas sendo integrantes da marginalidade, com estilo documental. O filme foi adquirido pelo selo Critterion, dedicado a filmes de arte.
Alejandro (Alejandro Polanco), um menino de 11 anos, órfãos de pais e morador de rua em Nova York, vive de bicos para sobreviver: vende dvds piratas na rua, doces no metrô. Ele consegue um trabalho no bairro do Queens, em uma região famosa por consertos clandestinos de carros. Ele fica na rua seduzindo clientes para a loja do seu patrão, e ajuda a limpar os carros. Em troca, ele ganha um salário e dorme nas instalações do ferro velho. Alejandro fica feliz quando sua irmã 4 anos mais velha, Isamar (Isamar Gonzales) vem morar com ele. No início ela reclama do local, mas logo ela consegue um trabalho. Alejandor fica feliz com a presença da irmã, mas ao descobrir que ela se prostitui com caminhoneiros, ele se frustra e fica irritado com ela.
Em filmes com esse, repleto de realismo social e apresentando a decadência da sociedade capitalista, não há final feliz. É um registro soturno e melancólico de pessoas sem esperança. O roteiro tenta trazer momentos de felicidade, em vidas totalmente precárias. As atuações são improvisadas e cheia de vida e energia, graças ao elenco e em especial, Alejandro, um garoto que vivencia a sua própria história.
quarta-feira, 11 de junho de 2025
Como treinar o seu dragão
"How to train your dragon", de Dean DeBlois (2025)
Primeira live action lançado pela Dreamworks, adaptado de uma animação de grande sucesso. Dean Deblois diriigu os 2 filmes, tanto o de 2010, quanto o de 2025, mantendo Gerard Butler no elenco, no papel de Stoico, chefe de uma comunidade Viking, pai do herói Soluço (Mason Thames, o jovem protagonista do terror "O Telefone preto"). A história todo mundo já sabe: Na ilha de Berk, vikings de várias comunidades se unem para caçar e matar os dragões. A esposa de Stoico foi levada por um dragão e morta, e esse é o motivo da vingança que ele deseja, obcecado em procurar o ninho dos dragões. Soluço, durante um ataque de dragões, fere um Fúria da noite, um especime raro e perigoso de dragão. No dia seguinte, durante um acaminhada, ele encontra o dragão ferido, e o apelida de Banguela. Quando ele vai matar o animal, desiste de última hora, e cuida das feridas e da alimentação. Os dois se tornanm amigos. Mas para infelicidade de Soluço, sue pai quer que ele faça um treinamento para matar dragões, se unindo a um time d ejovens vikings, desengonçados, que também treinam, entre eles, a corajosa Astrid (Nico Parker, de 'Dumbo", de Tim Burton).
O filme é celebrado pelo público e parte da crítica como um dos melhores live actons, superando e muito os da Disney, que ultimamente, têm sido execrados pelo público ( vide "Branca de neve"). Eu achei o filme longo: tem 2hr 05, 25 minutos a mais que a animação. Foram incluídos mais drama na relação pai e filho, e dos outros jovens também. As cenas de vôo de dragão, impossível não lembrar de Game of thrones".
Não amarás
"Krótki film o milosci", de Krzysztof Kieslowski (1988)
Lançado nos Estados Unidos com o título de "A short film about love", "Não amarás" faz parte de um decálogo filmado pelo cineasta polonês Krzysztof Kieslowski, morto em 1996 aos 54 anos. Originalmente, o decálogo era uma série de tv, com cada episódio representando um dos 10 mandamentos. O filme ganhou diversos prêmios, incluindo no Festival de San Sebastian e na Mostra de São Paulo. A trilha sonora é do compositor de quase todos os trabalhos do cineasta, Zbigniew Preisner, e é sublime.
Tomek (Olaf Lubaszenko) é um rapaz de 19 anos, solitário e tímido. Ele trabalha na agência dos correios de Varsóvia. Anti-social, ele não tem amigos. Ele mora em um conjunto habitacional com a mãe de um amigo que serve o exército, uma mulher solitária. Tomek observa pela luneta a vizinha do prédio da frente. Magda (Grazyna Szapolowska) é uma mulher mais velha, e recebe amantes , faz sexo e fica deprimida. Tomek se apaixona por ela. Ele envia cartas para ela, para que ela vá na agência e ele a veja. Ele entrega leite no apartamento dela, até que cria coragem e diz que ama.
Uma bela homenagem à "Janela indiscreta", de Hitchcock, o filme, assim como os outros filmes de Kieslowski, é melancólico e fala sobre a solidão humana e a dificuldade da interação. Atuações soberbas, uma fotografia sombria e uma contemplação sobre o amor doloroso e sofrido.