quinta-feira, 4 de dezembro de 2025
Cyclone
"Cyclone", de Flavia Castro (2025)
Produzido pela atriz Luiza Mariani, dirigido por Flavia Castro e escrito por Rita Piffer, "Cyclone" é um drama brasileiro sob a ótica feminina na frente e atrás das câmeras, com fotografia de Heloísa Passos e uma equipe majoritariamente formada por mulheres. O filme é uma cinebiografia de Maria de Lourdes Castro Pontes (1900–1919), mais conhecida pelo nome artístco de Miss Cyclone. Escritora brasileira associada ao movimento modernista, Maria morreu por complicações associadas ao aborto clandestino, aos 19 anos de idade. A narrativa e estética do filme me fizeram lembrar do recente filme "Madame Durocher", sobre a primeira parteira do Brasil. Ambos filmes históricos, filmados sob uma linguagem intimista e com a câmera literalmente colada no rosto da protagonista (linguagem que auxilia muito para resolver questões orçamentárias para um filme de época). São Paulo, 1919. Maria de Lourdes era operária, escrevia peças de teatro escondida no intervalo do trabalho e venceu um concurso que a levaria para Paris. Ela mantém um caso escondido com o autor Heitor Gamba (Eduardo Moscovis), que se apropria de suas escritas e anuncia como sendo dele.
Esse tema da apropriação rtístoca macsulina sobre a obra criatva de uma mulher já foi vista em filmes como "Colette", 'A esposa", e 'Sr e Sra Adelmann". Vivendo em mundos machistas, todas essas escritoras foram silenciadas e abafadas pelos seus parceiros. O filme traz diversas participações especiais de um ótimo elenco: Eduardo Moscovis, Karine Teles, Magali Biff, Luciana Paes e Ricardo Teodoro, que interpreta o chefe de Maria na gráfica, e que também a maltrata com ofensas e humilhações. O filme concorreu no Festival do Rio e na Mostra de São Paulo.

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