quarta-feira, 3 de dezembro de 2025
The end of cruising
"The end of cruising", de Antony Hickling, Charles Lum, Xavier Stentz (2013)
"Cruising"é uma gíria queer inglesa que significa a prática de encontrar parceiros s3xu41s anônimos em locais públicos, como estacionamentos, praças ou praias, comum entre homens gay. "The end of cruising" é um documentário com cenas filmadas com atores pornôs ilustrando os depoimentos de indivíduos de diversas partes do mundo, retratando de forma explícita as suas aventuras s3xu41a em pontos de pegação espalhados pelo mundo. O tema mais interessante é sobre como o surgimento de apps como Grindr e Scruff fizeram com que a prática do cruising presencial diminuísse a ponto de quase não existir mais em alguns lugares, muito pela praticidade e segurança. Segundo um dos entrevistados, "qual o sentido de correr riscos de fazer pegação em banheiros públicos e nas ruas, correndo o risco de ser preso ou morto?"
Dirigido por vários cineastas do mundo, o filme faz um verdadeiro mapeamento de locais famosos em países na prática do cruising:
Prospect Drive - London
Hyde park- London
Meat rack- Fire island, Nova York
Washington square park- Washington
Route 91- Mount Holyoke- Massachussets
Val D'auron - Bourges- França
The fens- Boston's Emerald Necklace-Boston
Tuelieries 75001- Paris
Orstedsparken- Copenhaguen
Tiergarten- Berlim
Tom's gift- Nova York (local de banheiro público para glory holes)
Flushing Meadows–Corona Park- World's fair- Queens- Nova York
Buttes Chaumont- 75019- Paris
The Loop at Mattapan station- Boston
Independence park- Tel Aviv
Banheiro público de Lisboa- portugal
World trade center - Nova York
The towers of cum and Horndogs of Yore - Nova York
Hampstead Heath - London
Atores contratados para retratar depoimentos
Na era do Grindr, Scruff e outros aplicativos, quem ainda pratica cruising? Este instigante documentário antológico celebra os prazeres que os homens gays encontravam em lugares para atividades sexuais anônimas. Narradores eloquentes falam com saudade e apreço sobre como o ato de cruising desempenhou um papel importante em seu desenvolvimento e satisfação sexual. Explora diferentes pontos de cruising nos EUA, Reino Unido e Europa através de histórias contadas pelos homens que os frequentaram (incluindo alguns muito ativos no antigo World Trade Center). É político, é sensual e, às vezes, sexualmente explícito. Uma exploração oportuna do cruising gay e do sexo em público.
Qualquer pessoa que já tenha tido experiências de cruising em banheiros públicos ou parques se identificará com as histórias anedóticas contadas aqui. O filme é dividido em pequenas vinhetas de 5 a 10 minutos, cada uma focada em um local específico de cruising e narrando a experiência de uma pessoa ali. Visualmente, somos transportados para o local em questão e vemos os espaços de cruising como eram antigamente, ou como se tornaram (muitas vezes extintos). Somos brindados com um caleidoscópio de imagens em movimento, uma paisagem onírica para os flashbacks de outras pessoas sobre as características desses locais, por assim dizer. Verow também conseguiu transmitir, em cada história, um sentimento diferente. A trilha sonora contribui muito para isso.
Felizmente, não há entrevistas com especialistas neste filme. As vozes (muitas vezes animadas) falam por si mesmas e, visualmente, é a atmosfera do local que se sobrepõe à recriação exata das práticas sexuais narradas. Eu gosto assim. Embora possa ter um toque de abstração, é totalmente acessível a qualquer pessoa interessada em cruzeiros (para elas, as imagens farão todo o sentido).
Apesar do título "O Fim dos Cruzeiros", o filme apresenta alguns locais e histórias que indicam que ainda há esperança. Fico feliz por isso, pois, pela minha experiência, acredito que ainda existem muitos lugares prosperando (graças a Deus!).
Útil
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