Morra, meu amor

'Die, my love", de Lynne Ramsay (2025) A cineasta Lynne Ramsay não é adepta de finais felizes em seus filmes ( ela também dirigiu "Precisamos falar sobre Kevin"). O desfecho de "Morra, meu amor", provocou controvérsias de parte do público. Eu mesmo não gostei, mesmo sem entender se era um desfecho realista ou metafórico. Adaptado do romance "Die, my love" , de Ariana Harwicz, de 2012, o filme teve Martin Scorsese como um dos produtores, que escalou Jennifer Lawrence no papel de Grace após a sua performance em "Mãe", de Aranofsky. Ambos os filmes conversam bastante entre si, pois falam sobre os efeitos devastadores da maternidade no psicológico de uma mãe jovem. Muitos filmes recentes tratam do tema do anti-romantismo da maternidade e seus efeitos na sanidade mental da protagonista: "Se eu tivesse pernas, eu te chutaria", "Nightbitch", "Pedaços de uma mulher", "A filha perdida". O filme foi rodado em 35 mm, pelo mesmo fotógrafo de "Kevin", Seamus McGarvey. O filme estreou no Festival de Cannes 2025, com críticas unânimes à performance de Lawrence, que perdeu o prêmio para Nadia Melliti, de "La Petite Dernière". A aspirante à escritora, Grace (Jennifer Lawrence) e seu namorado Jackson (Robert Pattinson), trocam Nova York por uma casa isolada em Montana. A casa foi gerdade por seu tio, que se suicidou. O casal vive feliz. Mas com a chegada do bebê ( que o casal decide não dar nome), Grace vai ficando mentalmente instável. Ela descobre que Jackson a está traindo, além de se ausentar por longos períodos, deixando-a sozinha. Ele traz um cachorro para casa, cujos latidos insistentes irritam Grace. Grace visita a mãe de jackson, Pam (Sissy Spacek), que entende os sentimentos de Grace. O filme traz no elenco Nick Nolte, que faz uma participação como o pai de Jackson. : Morra, meu amor", não é um filme que irá agradar todo mundo. Com uma narrativa fragmentada, traz uma atmosfera que oscila entre o lúdico e o pesadelo. O grande destaque do filme é a performance do seu elenco. Jennifer Lawrence prova ser das melhores atrizes de sua geração ( seu papel me fez lembrar o tempo todo de "Mãe"). Robert Pattinson se desde de vaidade e também se mostra vulnerável em um papel complexo. Sissy Spacek traz dignidade à sua participação.