sábado, 11 de outubro de 2025

Apenas coisas boas

"Apenas coisas boas", de Daniel Nolasco (2025) O cinema do realizador queer goiano Daniel Nolasco é focado no fetiche. Em seus filmes "Vento seco" e "Mr leather", a alta carga erótica permeia a sua dramaturgia, revelando a homofobia da sociedade brasileira em contraponto ao amor livre e tórrido entre homens. Com "Apenas coisas boas", Nolasco retorna aos temas já adiantados em "Vento seco". Igualmente filmado em Góias, região do país conhecida pelo conservadorismo e pelos agro boys, Nolasco conta uma história de amor que percorre décadas. Iniciada em 1984, em Batalha dos Neves, um fazendeiro vive sozinho. Antonio (Lucas Drummond) cuida de seu gado leiteiro, e fornece queijo para a clientela. Ele deixou de se comunicar com seu pai, um fazendeiro homofóbico Um dia, ele encontra um motoqueiro acidentado na estrada, Marcelo (Liev Carlos) eo leva para a sua fazenda, para cuidar de seus ferimentos. Entre os dois homens, nasce uma paixão fulminante. 40 anos depois, Antonio (Fernando Libonati, marido do ator Marco Nanini) agora mora na cidade grande, em uma casa confortável e luxuosa. Ele tem uma empregada, Helga (Renata CArvalho). Antonio frequenta um parque onde rola pegação, e está envolvido no mistério sobr eum desaparecimento. O filme me fez lembrar de "Cidade campo", de Juliana Rojas, "it follows", pelo uso dos característicos zooms dos filmes de Nolasco, trazendo um suspense, e do cult "Um estranho no lago". O filme tem diversas cenas de s3x0 explícito, a mais surpreendente, do casal no banho com direito à s3x0 0r4l. Uma outra cena de 0rg14 também surpeende, mas quem já viu "Vento seco", sabe que o cinema de Nolasco é dos fetiches e da liberdade dos corpos. Seu elenco é viscera e totalmente entregue à proposta do filme, em ato corajoso e ousado, que se torna uma bandeira política.

Nenhum comentário:

Postar um comentário