quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

O olhar misterioso do flamingo

"La misteriosa mirada del flamenco", de Diego Céspedes (2025) Indicado pelo Chile à uma vaga ao Oscar de filme internacional 2026, "O olhar misterioso do flamingo" ganhou melhor filme na Mostra Un certain regard em Cannes 2025. O filme me fez lembrar de "Alpha", de Julia Ducorneau, e de "Miss carbón", com Lux Pascal, irmã trans de Pablo Pascal. O 1o é uma metáfora distópica sobre a chegada do HIV. O 2o, retrata mulheres em uma região de extração de carvão e que são ajudadas pelas mulheres trans a se empoderarem em um mundo machista. Co-produzido pela França, Chile, Alemanha, Espanha e Bélgica, "O olhar misterioso do flaminco" é o longa de estréia do cineasta chileno Diego Céspedes, que também escreveu o roteiro. O filme é ambientado em 1982, em uma cidade mineradora do norte do Chile. Lídia (Tamara Cortes), 11 anos, é criada por uma família de mulheres trans. O único local onde os homens mineradores possuem para se divertir, é no cabaré de Mama Boa (Paula Dinamarca. Lá, eles bebem, dançam e se divertem com as dançarinas da casa. Uma doença desconhecida e mortal começa a se espalhar; a lenda diz que ela é transmitida por um simples olhar, quando duas pessoas se apaixonam. A família trans de Lídia é acusada de espalhar a doença. Flamingo (Matías Catalán), uma das dançarinas e quem cuida de Lídia, tem como amante um dos mineradores, Yovani (Pedro Muñoz), que a acusa de lhe ter contaminado. O filme tem aspect ratio de 4:3 e uma textura que reproduz películas dos anos 70, com granulação. O tom utilizdao pelo cineasta é a de um faroeste, enquadradando a locação do deserto da região como um filme de John Ford. durante boa parte do filme, a Aids é trabalhada de forma metafórica, só s erevelando realista em seu desfecho. O filme trabalha com lindas imagens de realismo fantástico, incluindo uma no final que irá emocionar o público. O trabalho do elenco é todo excelente.

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