quarta-feira, 7 de maio de 2025
O gabinete do Dr Caligari
"Das Cabinet des Dr.", de Robert Wiene (1920)
Obra-prima do expressionismo alemão, "O gabinete do Dr Caligari", lançado em 1920, foi um marco na história do cinema, por trazer uma linguagem visual, que envolve tantos os cenários geométricos que emulam loucura e paranóia, quanto aos intertítulos e cartelas que seguem esse design, além de personagens que no conjunto, influenciaram outras obras-primas como "Nosfetaru", de Murnau, e "Metropolis", de Fritz Lang.
O filme traz muitas simbologias políticas acerca do momento político que a Alemanha estava vivendo. A fotografia, o design de produção, a maquiagem, o figurino, tudo é icônico e casa bem com a proposta do roteiro, que inovou por trazer um falso ponto de vista, que se revela no final através de um plot twist até então revolucionário.
O filme começa com dois homens sentados, conversando em um jardim. Um dos homens, Francis (Friedrich Fehér) conta uma aterrorizante história ocorrida em sua cidade: quando chegou uma feira anual, umas das atrações era a apresentação do Dr Caligari (Werner Krauss), um homem que hipnotiza um sonâmbulo, Cesar (Conard Veidt), que por 23 anos se mantém dormindo. Cesar faz previsão do futuro para quem o pergunta, e na sua resposta, as pessoas morrerão no dia seguinte, Diversos assasinatos ocorrem, e todos tentam descobrir quem é o responsável pelas mortes.
É impressionante assistir a um filme realizado há 105 anos atrás e entender o quanto ele continua original e ousado no seu visual, com um trabalho impecavel e vanguardista na elaboração de cenários desconstruídos, até hoje incessantemente copiados. A figura de Cesar certamente inspirou a composição do ator Max Schreck para seu nosferatu de Murnau.
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