segunda-feira, 19 de maio de 2025

Até que a música pare

"Até que a música pare", de Cristiane Oliveira (2023) Co-produzido por Brasil e Itália, "Até que a música pare" é o terceiro longa dirigido pela cineasta cristiane Oliveira: antes, tivemos "A primeira morte de Joana" e "A mulher do pai". O que une os 3 filmes, além de terem sido rodados no sul, é o protagonismo feminino em fases diferentes da vida: adolescência, meia idade e agora, terceira idade. Rodado nos municípios gaúchos de Antonio Prado, Veranopolis, Nova Roma do Sul e Nova Bassano, o roteiro foi escrito por Oliveira e Gustavo Galvão. Participou da Mostra de SP e do Festival do RJ. O filme tem um elenco escalado através de um grupo de teatro de CAxias do Sul, e todos falam a língua "Talian", língua brasileira oficialmente reconhecida em 2014 e formada a partir do contato do português com línguas de imigrantes do norte da Itália, que chegaram ao Brasil no século XIX. Chiara (Cibele Tedesco) é a matriarca de uma família de ascendência italiana desfeita. Depois que seu filho mais novo se muda, ela decide acompanhar Alfredo (Hugo Lorensatti), seu marido, em suas viagens como vendedor nos bares da Serra Gaúcha, no sul do Brasil. O casal vive o luto pela morte de um dos filhos, e a sensação de ninho vazio. A polarização política de 2022 , o conservadorismo e o fanatismo religioso também surgem como pano de fundo, e a crise religiosa em relação ao budismo e a possibilidade de reencarnação na forma de um animal: uma tartaruga. O filme tem planos longos e formalmente rígidos, o que fez um crítico citar a influência do cinema de Chantal Akerman, principalmente "Jeanne Dealmann", onde o cotidiano de poucos conflitos fazem parte de uma narrativa documental e fria. O ritmo muito lento e a naturalidade das performances do elenco podem assustar espectadores, mas no final, fica a certeza d eter assistido uma obra diferenciada, registrada com brilho e que é um pedaço d ahistória cultural do Brasil.

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