Ahad, 30 November 2025
Eternidade
'Eternity", de David Freyne (2025)
Meu Deus, chorei por meia hora sem parar nessa brilhante comédia romântica fantasiosa produzida pela A24. Diversos críticos o compararam a "Brilho eterno de uma mente sme lembrança", e mesmo não chegando ao nível d egenialidade do filme de Michel Gondry, "Eternidade" irá cativar e comover o público apaixonado por histórias de amor à moda antiga, baseada nos preceitos de felicidade e amor eterno.
O roteiro, co-escrito pelo diretor David Freyne e Patrick Cunnane, é extremamente criativo e percorre muitos gêneros: drama, romance, comédia, ficção científica, ação e aventura. Larry (Barry Primus) e Joan (Betty Buckley) formam um casal octagenário casados há 50 anos. Eles possuem 2 filhos adultos. Durante a visita do casal à casa do filho que será pai, Larry vê uma foto antiga de Joan com o primeiro marido dela, Luke, que morreu na Guerra da Coréia. Ele engasga e acaba morrendo. Ao acordar, ele se vê jovem (Miles Teller) em uma espécie de estação de trem, com uma multidão, e descobre que é uma espécie de purgatório. Todos que morrem, são recebidos por agentes que os orientam a escolher um mundo temático para passarem a eternidade. Para surpresa de Larry, Joan aparece (Elisabeth Olsen), e eles decidem passar a eternidade juntos. Mas o detsino faz com que surja Luke (Callum Turner), que por 67 anos, ficou aguardando a chegada de Joan. Agora, ela precisa decidir com qual dois dois ela vai querer passar a eternidade.
Produzido pela A24, "Eternidade" encontra no roteiro e no elenco o melhor dos mundos. Miles Teller, que já havia feito outras comédias românticas, agora está madruo, sem aquele rostinho de garoto, e está apaixonante com seu tipo divertido e irreverente. Elisabeth Olsen compõe uma mulher dividida entre dois amores de forma bastante carismática, e seus olhos grandes exprimem a tensão e comoção da escolha. Callum Turner está ótimo como o homem de espírito juvenil, pois morreu jovem e não entende de maturidade. O elenco de poio, principalmente Da'Vine Joy Randolph e John Early, como os agentes Anna e Ryan, estão hilários. O Desenho de produção busca um visual vintage e acerta no apelo nostálgico.
A caridade
"La caridad", de Marcelino Islas Hernández (2016)
"A caridade" é um drama mexicano que me fez lembrar da frieza e crueldade do cinema de Michel Franco e Michael Haneke. Premiado em festivais, o filme é escrito e dirigido por Marcelino Islas Hernández. José Luís (Jaime Garza) e Angélica (Veronica Langer) se conheceram no final dos anos 80 e tiveram um relacionamento feliz. Quando o filho Daniel cresceu e saiu de casa, o casal continuou na mesma casa. Após comemorarem 30 anos de casamento, José Luis e Angélica sofrem um acidente de carro. José Luis é submetido a uma cirurgia e perde a perna, que teve que ser amputada. Sua reabilitação é um processo lento e doloroso que colocará à prova seu relacionamento com Angélica, que já estava desgastada. A perna que falta em José se torna a metáfora de um casamento que não se sustenta mais. José Luis encontra refúgio em suas fantasias sexuais com a jovem enfermeira Eva (Adriana Paz)que cuida dele, enquanto Angélica tenta, sem sucesso, chamar a atenção do marido.
O grande desafio para que o filme funcionasse, seria a escalação para o ator que iria interpretar José Luís. Estava claro para o diretor que deveria ser um ator que tivesse uma perna amputada, e não apagada em pós produção. Ele acabou sendo procurado por uma mulher, Ana Garza, irmã de Jaime, que era um ator que perdeu a perna, assim como o personagem. O filme é intimista, silencioso. As cenas tanto de José Luis com a enfermeira, e a de Angélica, em um baile, em busca de parceiro, são muito dolorosas. Não é um filme recomendado para queme stá em uma situação semelhante de desgaste no casamento, pois poderá trazer gatilhos emocionais bem fortes. O elenco, incluindo Adriana Paz, está excelente, com a melancolia de seus olhares comunicando uma vida desesperançada.
Sabtu, 29 November 2025
Truth
"Truth", de Rob Moretti (2013)
Escrito e dirigido por Rob Moretti, "Truth" é um thriller erótico queer protagonizado pelo jovem Sean Paul Lockhart, nome artístico de Brent Corigan, famoso ator pornô que em 2005, declarou publicamente que tinha 17 anos quando fez seus primeiros filmes eróticos, produzidos pela Cobra video, cujo dono foi assassinado por conta de uma disputa com o concorrente sobre os direitos do uso de Corrigan.
O filme apresenta Caleb (Lockhart), que está preso na penitenciária e contando a sua história para a Dra Carter (Blanche Baker). Quando adolescente, ele foi abusado moralmente por sua mãe homofóbica (Suzanne Didonna, caricata e divertidamente histriônica). Adulto, ele conhece por um app de pegação Jeremy (o diretor e roteirista Rob Moretti), um homem mais velho. Os dois se apaixonam e fazem s3x0. Mas Jeremy some por 3 dias. Caleb procura localizá-lo, sem sucesso, até que Jeremy reaparece. Eles retornam o relacionamento. Mas quando Caleb decsobre que Jeremy é casado e pai d euma filha pequena, e que esconde de todo mundo a sua homossexualidade, Caleb surta e se torna um psicopata violento, amarrando Jeremy com algemas na cama e o torturando.
O filme reúne um festival de atuações amadoras e canastronas, e talvez esse seja o motivo de se assistir ao filme e se divertir bastante. Outro motivo para assistir, voltado ao público gay, são as cenas de s3x0, que mesmo pudicas, contém alta dose de homoerotismo. O desfecho é ruim, tentando trazer referências de "A mão que balança o berço", mas sem suspense e uma construção fraca de tensão.
Bia mais um
"Bia mais um", de Wellington Sari (2021)
Produção independente de Curitiba, escrita e dirigida por Wellington Sari, "Bia mais um" é seu longa de estréia, rodado em 2018 e que somente encontrou espaço par distribuição em circuito comercial em 2025. Ambientado em Curitiba, o filme é um drama coming of age dividido em dois pontos de vista no relacionamento de um jovem casal: o 1o ato acompanha Bia (Gabrielle Pizzato), uma jovem de 17 anos recém chegada do exterior. Ela vem antes que seus pais para o apartamento e aproveita o momento de solidão e independência. Angustiada, Bia sabe que está grávida, mas não contou ainda para seus pais. Ela conhece Jean (Gustavo Piaskoski), se apaixonam, mas não está certa se deverá contar a ele sobre a sua gravidez. No 1o ato, o espectador acompanha a rotina de Jean.
O filme exala artes, tanto a plástica, através da paixão de Bia por pinturas, quanto pela literatura ( Jean trabalha como bibliotecário). O filme encontra espaço para referências cinefílas, como a homenagem a Brian de Palma e "Vestida para matar".
A garota canhota
"Zuopiezi nuhai", de Shih-Ching Tsou (2025)
O cineasta Edward Yang lançou em 2000 o clássico "As coisas simples da vida", de onde saiu com o prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes. O drama traz uma estrutura familiar observada por um menino de 8 anos de idade, que tenta entender o mundo conflituoso dos adultos. Em "A garota canhota", a estrutura é identica, porém sob um olhar feminino de 4 mulheres de uma mesma família, mas de gerações diferentes. O filme é dirigido e co-escrito pela cineasta de Taiwan Shih-Ching Tsou, parceira em produção de diversos filmes de Sean Baker: "Tangerina", "Projeto Florida" e "Red rocket". Sean Baker co-escreveu o roteiro e editou o filme, que, para quem conhece a sua filmografia, tem muito de sua narrativa. O filme, todo rodado em Iphone ( assim como "Tangerina"), concorreu na Mostra semana da crítica do Festival de Cannes 2025, de onde saiu com um prêmio de distribuição.
Shu Fen (Janel Tsai) é uma mulher abandonada pelo marido, e por isso, decidiu sair de Taipei com suas duas filhas: a jovem de 18 anos, I Ann (Shih-Yuan Ma), e a pequena de 8 anos, I Jing (Nina Yeh). Passado um tempo, ela decide retornar para Taipei, para ficar mais próxima de seus pais e poder abrir um negócio: uma barraca de macarrão em uma feira noturna. I Ann teve que abandonar a faculdade para poder ajudar a família financeiramente, trabalhando em uma barraca de óleo e ervas. I Ann acaba se envolvendo com o seu chefe, que é casado, e engravidam mantendo em segredo para sua mãe. I Jing é canhota e seu avô a recrimina, dizendo que na lenda, pessoas canhotas são associadas ao diabo. O ex-marido de Shu Fen está internado e ea decide visitá-lo. Mas ao morrer, ele deixa a ex-esposa com mais dívidas do hospital.
Quem assiste aos filmes de Baker, sabe que ele não tem pudor com seus protagonistas, e que as faz sofrer bastante, colocando-as cada vez mais em situações que normalmente terminam no fundo do poço. Aqui não é diferente. É uma tragédia atrás de tragédia, uma decsoberta cruel atrás da outra. A pequena I Jing lembra a pequena protagonista curiosa e com comportamento de adulta de "Projeto Flórida". As atrizes são todas excelentes, e o ator que interpreta Jonnhy, o barraqueiro que fica amigo de Shu Fen, tamnbém é ótimo.
A palavra
"A palavra", de Guilherme de Almeida Prado (2025)
Cineasta festejado pelas premiadas produções "A dama do cine Shanghai", "Perfume de Gardênia" e "Onde andará Dulce Veiga", todos com elementos de cinema noir e protagonizados por femmes fatales, Guilherme de Almeida Prado retorna, 20 anos depois de sua última ficção, com um filme encomendado, saindo de sua seara autoral. Rodado no sertão pernambucano, o filme é uma releitura da passagem bíblica de Elias e Eliseu, ambos interpretados por Tuca Andrada. Guilherme de Almeida Prado porpõe a seguinte possibilidade: e se a história de Elias e Eliseu fosse ambientada nos dias atuais, e no sertão nordestino? Elias é visto como um profeta, e Eliseu é um engenheiro. Uma repórter famosa e bastante ambiciosa de tv, Jezebel (Regina Remencius), é enviada por seu namorado (luciano Szafir), que produz o programa dela, até um lugar do interior do sertão nordestino, para desmascarar um homem do povo ELias, considerado um profeta e milagreiro. Acompanhada de seu cinegrafista, ela entrevista moradores, capta a pobreza da região e tenta localizar o paradeiro dele. AO mesmo tempo, descobre estar grávida. Decsrente das palavras de Deus, ela logo entenderá que precisará se conectar com sua religiosidade para poder salvar a quem ela mais ama.
El cielo dividido
'El cielo dividido", de Julián Hernández (2006)
Premiado drama queer mexicano, escrito e dirigido por Julián Hernández, "El cielo dividido" é um ambicioso filme sobre um triângulo amoroso entre 3 rapazes adolescentes de 140 minutos de duração. A história é recheada com intensas e explícitas cenas de s3x0 e nudez total do elenco de jovens atores. Com poucos diáologos, é um filme minimalista, com cenas longas, ritmo lento e muia exploração do olhar. Os estudantes Gerardo (Miguel Ángel Hoppe) e Jonás (Fernando Arroyo) se conhecem na escola de ensino médio e se sentem atraídos de imediato. A atração se transforma em paixão, que eles não escondem de ninguém. Quando os dois seguem para uma boite, Gerardo presencia Jonas ficando com um desconhecido e fica emocionamlemte destruído. Os dois discutem, e continuam o relacionamento. Mas agora é Gerardo quem conhece um novo rapaz, Sérgio (Alejandro Rojo), e a partir dái, o relacionamento dos três se torna mais dolorosa e inconstante.
Fico muito na dúvida sobre minha opinião em relação ao filme. A excessiva duração me deixou muito incomodado. O trabalho dos atores é bom, e o diretor explora a beleza deles e a objetificação de seus corpos e nudez. Mas a simplicidade da história, que poderia ter sido contada em 80 minutos, é explorada ao extremo, em cenas expositivas.
Jumaat, 28 November 2025
Tentáculos
"Deep rising", de Stephen Sommers (1998)
Um filme de ação e aventura com um monstro aquático e que faz referências explícitas a "Titanic", "Alien, o 8o passageiro" e "Jurassic park"? Mas como eu nunca soube da existência desse filme de 1998?
Chamado de "Tentáculos" ("Deep rising" no original), o filme foi dirigido e escrito por Stephen Sommers, diretor dos grandes sucessos " A múmia", "O retorno da múmia", "Van Helsing" e "GI Joe". No elenco, Treat Willians ( de "Hair"), Djimon Hounsou, Famke Janssen ( de ""X-men") e Anthony Heald ( de "O silêncio dos inocentes") se unem para lutar contra um grande Octopus, oriundo de uma criatura pré-histórica gigante, com centenas de tentáculos e um ácido que dissolve tudo. Treat Willians é John Finnegan, um capitão d eum barco de mercenários, que invadem cruzeiros d eluxo para roubar os passageiros. Quando ele e sua trupe de bandidos se aproximam de um transatlântico, se espantam que o local está todo destruído e sem ninguém. Logo eles encontra, Trillian (Jamsen), uma ladra, e Simon (Anthony Heald), o dono do navio. Todos lutam pela sobrevivência quando decsobrem a existência do monstruoso octopus.
Li que o filme, de 1998, custou a grande fortuna para a época de 45 milhões de dólares, e foi um grande fracasso comercial. O final supõe uma continuação, mas a posisbilidade de continuação foi engavetada. Uma pena, pois o filme é um divertido filme B, com cenas divertidas, personagens carismáticos e ótimas cenas de ação, descaradamente roubadas principalmente de "Alien". Vale uma super sessão pipoca.
Khamis, 27 November 2025
G lost in Frankfurt
"G lost in Frankfurt", de George Dare (2015)
Eu chamaria "G lost in Frankfurt" de uma versão queer de "Requiém para um sonho", de Daren Aranofsky. G, do título do filme, é uma abreviação para GHB, droga sintética utilizada em raves, baladas e principalmente, nas famosas "Chem s3x", festas de s3x0 onde os participantes consomem GHB e passam dias fazendo s3x0 ininterruptamente. A droga também é utilizada em bebidas no golpe "Boa noite, Cinderela", deixando as vítimas desnorteadas. "G lost in Frankfurt" traça um painel na vida queer em Frankfurt, regadas a s3x0, drogas e música eletrônica, em contemplação hedonista, onde s3x0 e prazer ditam a sregras para a geração Z.
Kris (Krzysztof Broda-Zurawski) é um jovem alemão não consegue emprego em Varsóvia e agora tenta a sorte em Frankfurt. Ele acaba conseguindo um emprego como vendedor de uma loja de underwear masculina voltada para o público gay. O seu empregador diz que a regra é simples: não se envolva com clientes em busca de s3x0. Mas o primeiro cliente que chega, Damiano (Damiano Gaumann), já deixa Kris seduzido pela beleza do rapaz, que o convida para sair d enoite. Eles vão para uma balada, tomam GHB e fazem s3x0. No dia seguinte, Damiano apresenta um amigo a Kriz, David (David Sembritzki) e eles saem de noite para um ménage. Com o passar dos dias, a loucura do s3x0 e das drogas vai aumentando, até chegar em uma 0rg14 em um evento de chem s3x.
Curiosamente, o filme, escrito e dirigido por George Dare, tem poucos diálogos. No entanto, a trilha sonora toca ininterruptamente músicas eletrônicas, como se o filme fosse uma grande coletânea de festa rave. Não gostei das cenas de s3x0 da forma como foram retratadas: sempre em cor vermelha, como se fossem cenas "infernais", e o aspect ratio e o uso de efeitos descaracterizam as imagens. Um filme moralista, que mostra a perdição de uma parcela da comunidade lgbt sem filtro e sem futuro.
Sisu- Road to revenge
"Sisu 2", de Jalmari Helander (2025)
Em 2022, surgiu um inusitado filme de ação co-produzido pela Finlândia, Reino Unido e Estados Unidos chamado 'Sisu" que imediatamente se tornou um cult, sendo comparado a "John Wick" e suas milaborantes e coreografadas cenas de ação. O Sucesso foi tanto que em 2025, foi lanácada uma parte 2, chamada de "Sisu- Road to revenge", com o mesmo protagonista e ambientado agora já no pós 2a guerra mundial. Segundo um crítico que comparou os dois filmes com 'Evil dead": o 1o "Sisu" estaria para o primeiro 'Evil dead", e o 2o, para o "Evil dead 2", que era mais explosivo e movimentado, com muito mais ação. O diretor Jalmari Helander disse em entrevista que o tom pretendido para o filme e seu foco na ação foram influenciados por 'Indiana Jones', 'James Bond' e por Buster Keaton. O filme é excelente, e é tudo o que "Mr Nobody 2" não conseguiu, que era manter o interesse e a paixão pela história e pelo protagonista.
Aatami Korpi (Jorma Tommila), o sobrevivente do filme anterior, agora retorna para casa, mas decsobre que sua esposa e seus dois filhos foram assassinados friamente pelos russos. Aatami resolve demsontar toda a sua casa, madeira por madeira, e a transporta, junto de seu fiel cachorro, para uma região e poder reconstruí-la do zero. Mas um general russo (Richard Brake) decide libertar um perigoso oficial do Exército Vermelho, Igor Draganov (Stephen Lang, de 'Avatar" e "O homem das trevas"), que matou a família de Aatami, e o envia para perseguir e matá-lo.
Toda. ahistória pode ser resumida em 2 frases. O que interessa aqui são as absurdas e bizarras cenas de ação, que envolvem motociclistas, aviões, as madeiras!!!!! do caminhão e um trem, com muita cabeça decepada, corpos explodindo, e violência gráfica, fazendo lembrar de desenhos animados pela escalada surreal de porradaria. É uma aula de filme de ação, praticamente sem diálogos (o protagonista não diz uma única palavra ao longo do filme).
Às escondidas
"A escondidas", de Mikel Rueda (2014)
Escrito e dirigido por Mikel Rueda, "Às escondidas" é um drama coming of age queer espanhol. O filme entrelaça duas histórias protagonizadas por adolescentes em Bilbao: um imigrante marroquino, Ibrahim (Adil Koukouh), 16 anos, mora em um abrigo para imigrantes sem residência. Ele frequenta um clube náutico, onde Rafa (German Alcarazu), um adolescente espanhol treina esporte aquático com a turma de sua escola. Os colegas de Rafa o pressionam para ele namorar Marta, mas Rafa é gay enrustido e fica tentando adiar o encontro. Quando Ibrahim e rafa se esbarram, os dois se sentem atraídos. Mas Ibrahim decsobre que será deportado em poucos dias e foge. Ao tentar assaltar uma loja de conveniência, ele é ajudado por um jovem árabe, Youssef, que o ensina a roubar. Enquanto isso, rafa vai em busca de Ibrahim.
A história e o elenco são interessantes a ponto de segurar a atenção do espectador. O que prejudica a narrativa, foi a decisão errônea de contar a história em tempos distintos, através de flashbacks e deixando tudo bem confuso. O filme começa com Ibrahim fugindo, depois volta ao passado quando ele conhece Rafe e por aí vai, em alternâncias temporais que não fazem sentido. Tivesse sido contada em ordem crono'logica, teria sido mais interessante.
Soberano
"Sovereign", de Christian Swegal (2025)
Concorrendo no Festival de Tribeca 2025, "Soberano" foi elogiado pelo cineasta Paul Schrader como um dos grandes filmes do ano. Baseado em trágica história real ocorrido no dia 20 de maio de 2010 em West Memphis, Arkansas: 2 policiais que estavam em serviço, Brandon Paudert e Bill Evans, foram assassinados por Jerry Kane (Nick Offerman) e seu filho Joe Kane (Jacob Tremblay). Uma caçada policial se inciiaou, e por fim, pai e filho foram mortos. Mas quem eram Jerry e Joe Kane?
O pano de fundo do filme "Soberano" é o movimento "Cidadão soberano", que eu desconhecia. O movimento dos "cidadãos soberanos" é um grupo extremista e uma teoria da conspiração com origem nos Estados Unidos, que surgiu na década de 1970. Seus seguidores acreditam em argumentos pseudojurídicos que defendem que eles próprios são "soberanos" e, portanto, não estão sujeitos às leis federais e estaduais do país, nem aos impostos ou regulamentos governamentais. Centenas de milhares de extremistas de extrema-direita acreditam que eles — e não juízes, júris, policiais ou autoridades eleitas — têm o direito de decidir quais leis obedecer e quais ignorar, e que não acham que devam pagar impostos. Jerry trabalhou por muito tempo como telhadista. Nos últimos anos, dava palestras pagas sobre os conceitos do 'Cidadão Soberano", junto de seu filho Joe, que grava tudo. Joe questiona sue pai sobre algumas das dceisões radicais que ele tomava, mas Jerry, com seu temperamento violento, ofuscava qualquer tentativa de Joe de questionar. John Bouchart (Dennis Quaid) é um chefe de polícia que quer que seu filho, também policial, Adam (Thomas Mann), seja um policial durão e violento.
O roteiro traz o paralelo entre dois pais e as educações rígidas e severas que dão para seus filhos, dentro dos preceitos de uma sociedade machista, tóxica e violenta. O filme traz performances excelentes do elenco, em especial de Jacob Trembley, já cresido e maduro, em comovente atuação.
Rabu, 26 November 2025
I wish you all the best
"i wish you all the best", Tommy Dorfman (2024)
Concorrendo no Festival SXSW, "I wish you all the best" é co-escrito e dirigido por Tommy Dorfman. O filme é uma produção indie americana, focada em temática queer coming of age. O filme é adaptado do best seller escrito por Mason Deaver, e dirigido com muita sensibilidade por Tommy Dorfman, que apresenta um tema contemporâneo sobre orientação sexual.
Um estudante do high school, Ben (Corey Fogelmanis), se assume como não-binário e é expulso de casa pelos seus pais. Sem ter para onde ir, ele se muda para a casa da irmã mais velha Hannah (Alexandra Daddario) e do marido dela, Thomas (Cole Sprouse), que o acolhem. Após se matricular em uma nova escola, ele encontra apoio em uma professora de arte, Ms Lyon (Lena Dunham) e se torna amigo de Nathan (Miles Gutierrez-Riley), colega da escola. os dois acabam se apaixonando.
Com um time de ótimos atores jovens, "I wish you all the best" pode render uma excelente peça de teatro. Os diálogos são excelentes e as situações pelos quais os personagens percprrem trazem significados que alteram a percepção de vida de todos os ebvolvidos na história de Ben. As cenas de romance entre Ben e Nathan são muito bem filmadas, e é um roteiro que respeita muito as histórias e os caminhos de seus personagens.
O sobrevivente
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"The running man", de Edgar Wright (2025)
Remake do filme dirigido por Paul Michael Glaser em 1987, protagonizado por Arnold Schwarzenegger e adaptado de obra de Stephen King. A direção é de Edgar Wright, de "Todo mundo quase morto", "Scott Pilgrimm", "Baby driver" e "Noite passada no Soho". Michael Cera, que trabalhou com Wright em "Scott Pilgrimm", tem uma divertida participação no filme.
Em uma sociedade distópica, moram Ben Richard (Glen Powell), sua esposa Sheila (Jayme Lawson) e a filha de 2 anos do casal, que está doente. Após fazer uma denúncia na empresa em que trabalhava, sobre contaminação radiativa, Ben é demitido e tem a sua ficha cadastral não recomendada, o que o impede de conseguir emprego. Sua esposa trabalha como dançarina em uma boite, o que deixa Ben irritado. Sem dinheiro para pagar as contas do hospital de sua filha, Ben decide que a única maneira de conseguir o dinheiro é participando de um dos muitos programas de reality de tv, em troca de dinheiro. Por conta de seu temperamento explosivo, Ben é aprovado para participar de "O sobrevivente", o que ele não deseja, pois sabe que os concorrentes acabam morrendo antes da final. Mas quando o dono do programa, Dan Killian (Josh Brolin) o seduz com uma soma alta em dinheiro, Ben aceita. as regras do programa: permanecer vivo por 30 dias, com caçadores assassinos que o caçará até matá-lo. Ben conta com a ajuda de rebeldes reovlucionários, entre eles, Elton Perrakis (Michael Cera). Com um elenco de estrelas, que inclui Colman Domingo, como o apresentador do programa, Willian H Macy, entre outros, o filme diverte pelo seu tom bem anos 90, com cenas exageradas, personagens caricatos, muito colorido e ação desenfreada. Glen Powell é o tipo de ator que faz uito bem esses personagens divertidos, metidos a mchão , cheios de virilidade ( claro, ele aparece sme roupa em uma sequência) e carismático.
Label:
ação,
Aventura,
Drama,
fantasia,
Ficção Científica
Boxcutter
"Boxcutter", de Reza Dahya (2024)
Concorrendo no Festival SXSW, "Boxcutter" é uma produção indie canadense, escrita e dirigida por reza Dahya, com protagonsimo negro em uma história cativante de resiliência, que ocorre em um único dia na vida de Rome. O filme me fez lembrar de "After hours", de Scorsese, onde tudo dá errado na vida do protagonista, que precisa percorrer toda Toronto em busca de seu laptop que foi roubado. Além de drama, o filme traz elementos de romance, musical e um pouco de humor.
Rome (Ashton James) é um jovem que trabalha como empacotador de produtos em um galpão ( tipo Amazon). Ele é aspirante a rapper e já gravou algumas músicas em seue stúdio improvisado em seu apartamento. Quando ele tem a oprtunidade de apresentar as suas músicas para um produtor musical que estará em um evento de rap de noite, ele tem seu apartamento roubado. Seu estúdio e seu laptop foram roubados. Desesperado, ele conta com a ajuda de uma amiga aryista visual, Jenaya (Zoe Lewis) e juntos, percorrem toda a Toronto em busca de back ups das músicas, que ele entregou para alguns produtores.
Com ótimo ritmo e um frescor excelente e sedutor de um cineasta indie que é apaixonado pelos seus personagens e pela cultura negra ( algo como Spike Lee em início de carreira), o filme exala paixão e musicalidade. Acompanhar com os personagens as ruas de Toronto, em uma busca desenfreada, com o tempo correndo, é ao mesmo tempo, apaixonante, pois a gente percebe a relação entre os amigos se estreitando em amor, e a tensão pela aproximação do evento. As músicas da trilha sonora são muito boas.
Tesoros
"Tesoros", de María Novaro (2017)
Concorrendo no Festival de Berlim na Mostra Generation, destinado a filmes para a juventude, "Tesoros" é um drama mexicano escrito e dirigido por Maria Novaro. O filme tem uma forte pegada no documental. A idéia inicial de Novaro era homenagear os 43 estudantes da Escola Normal Rural de Ayotzinapa, que desapareceram em setembro de 2014. O caso continua sem solução e acredita-se que foram mortos pelos membros dos Guerreros Unidos, após policiais corruptos terem sequestrados os estudantes e entregues ao grupo terrorista. Os jovens faziam um protetso, que incomodou os governantes. Com um material muito trágico e dramático, Navaro decidiu mudar o foco do filme. Os protagonistas são crianças, moradoras de uma pequena comunidade na costa do Pacífico mexicano, chamada Barra de Potosí, em Guerrero. As crianças estão convencidas que um tesouro pirata está esconido há séculos em algum lugar e elas decidem procurar. As 3 crianças principais são netas da cineasta, o que explica muito a naturalidade com que agem de frente à câmera (são crianças bem pequenas, de 4 a 8 anos). O filme é naturalista, certamente muita coisa foi improvisada. A câmera documental acompanha as crianças na sua relação com a natureza, entre elas mesmas, com seus professores e pais. É um filme bonito, aparentemente parece não ter um roteiro definido.
Selasa, 25 November 2025
Sunshine
'Sunshine", de Antoinette Jadaone (2024)
Escrito e dirigido por Antoinette Jadaone, 'Sunshine" expõe a cruel realidade das Filipinas, semlhante a muitos países do mundo. Filipinas é um país extremamente católico, e o aborto é proíbido. A mulher que decide abortar pode sofrer punições penais. O filme de Antoinette faz uma denúncia: as mulheres no país não têm poder de decidir sobre o seu próprio corpo. Vencedor do prêmio de melhor filme da Mostra Generation do Fetsival de Berlim 2025, destinado a filmes para ajuventude, 'Sunshine" faz lembrar os filmes brasileiros recentes "Levante" e "Ainda não é amanhã". São filmes onde. aprotagonista é recém saída da adolescência, e por um descuido, se descobre grávida.
Sunshine (Maris Racal) é estudante e ginasta que treina para os Jogos do Sudeste Asiático, competição que pode abrir caminho para as Olimpíadas. Sunshine mora com sua irmã mais velha, que tem um filho recém nascido, e seu irmão. Moradores de um bairro de classe média baixa, Sunshine vê nos esportes uma chance de melhorar o seu futuro. Quando ela desmais durante um treino, ela descobre estar grávida. Ela vai atrás do rapaz que a engravidou (Elijah Canlas), que quer que ela aborte. Desesperada, Sunshine vai até um mercado clandestino comprar um remédio abortivo, mas acaba parando no hospital. Todos ficam sabendo de sua gravidez. Ao mesmo tempo, Sunshine alucina com a aparição de uma menina, Lilibeth (Annika Co), que a aborda com questões sobre ser mãe ou fazer o aborto.
A atriz Maris Racal foi a escolha da diretora pelas suas habilidades como ginasta, e está excelente, trazendo todo o turbilhão emocional da personagem para as cenas. A periferia de Manilha, capital do país, é apresentada com cores frias pelo fotógrafo Pao Orendain, com um olhar quase documental. É um filme que traz reflexões importantes sobre decisões polemicas pelo ponto de vista de uma jovem.
Bugônia
"Bugonia", de Yorgos Lanthimos (2025)
Terceira parceria de Emma Stone com o cineasta grego Yorgos Lanthimos, em projetos que certamemte moldaram o trabalho artístico da atriz, que recebeu o seu 2o Oscar por "Pobres criaturas". "Bugonia" é o projeto mais caro de Lanthimos, estimado em 55 milhões de dólares. Assistindo ao filme, fiquei tentando entender aonde foi gasto todo esse dinheiro. Pelo que entendi, além do cachê do elenco, Lanthimos mandou construir a casa, onde se passam quase 80 por cento da história. Além disso, todo o ato final, um plot twist, custou bem caro com efeitos e figuração. O filme concorreu no Festival de Veneza 2025 ao prêmio principal, e saiu com o prêmio Green Drop Award. Yorgos é dos poucos cineastas cujo conteúdo e formato é facilmente idenficado pelo publico pela sua autoria muito particular. Remake do filme sul coreano "Save the green planet", de Jang Joon-hwan (2003), "Bugonia" seria incialmente dirigido pelo mesmo cineasta, mas alegando problemas de saúde, ficou nas funções de co-roteirista e produtor.
Teddy (Jesse Plemmons) e Don (Aidan Delbis) são dois jovens apicultores. Teddy acredita que a CEO de uma empresa, Michelle (Emma Stone), é uma alienígena e que existe uma conspiração para destuir a Terra. A mãe de Teddy, Sandy (Alicia Silverstone) está em coma desde que consumiu remédios experimentais produzidos pela empresa. os dois sequestram Michelle e querem que ela confesse ser uma alien andromediana, o que ela recusa.
Tem muita gente que não aguenta mais assistir aos filmes bizarros e estranhos de Lanthimos. "Bugonia" não será uma excessão. repleto de xecessos e maluquices, o filme, como sempre nos filmes do diretor, traz performances magistrais de um elenco totalmente conectado à sua proposta narrativa. Stone raspou a cabeça e passa metade do filme com um crreme no rosto. As cenas de violência irão chocas os mais sensíveis. Mas no fundo, é uma sátira ao mundo corporativo e à humanidade que destrói o planeta em todos os níveis.
Dream eater
"Dream eater", de Jay Drakulic, Mallory Drumm e Alex Lee Williams (2025)
Para vocês verem como marketing é tudo. Li que esse terror found footage era produzido por Eli Roth e fiquei interessado em assistir. Produção indie canadense, os próprios diretores e roteiristas, o trio Jay Drakulic, Mallory Drumm e Alex Lee Williams, protagonizam o filme. Mallory interpreta uma cineasta, e Alex é um ator desempregado. Alex sofre de parassonia, que é o sonambulismo. Mallory decide alugar uma cabana na floresta junto de Alex para que ele tente relaxar. A médica de Alex sugere que Mallory grave a rotina de Alex. Alex passa a ter comportamento estranho, e acredita que uma criatura o está perseguindo.
Eu me irrito com esses found footage. Estou para ver um que seja totalmente realista, pois a grande maioria se apoia no sobrenatural e em demônios para criar suspense e tensão. O filme falha miseravelmene no quesito terror: não assusta, não tem suspense e muito menos sangue e violência. O mito de que existe um demônio que habita a mente de quem tem sonambulismo é sem graça. Todas as tentaticvas de criar jump scare não funcionam. E para piorar, é o milionésimo filme que começa com uma chama telefônica ligando para a polícia e pedindo ajuda.
Feel good to say goodbye
"Feel good to say goodbye", de Patatarapol Wanathananont (2016)
Drama romântico BL (Boy lover) tailandês, "Feel good to say goodbye" é também um coming of age sobre dois adolescentes, Chai e Taek, apaixonados na época da High School. Os dois se conhecem quando Taek, durante uma aula de esportes, joga a bola sem querer em Chai, que estava caminhando pelo campus, e desmaia. OS dois descobrem que irão dividir o mesmo dormitório. Eles se tornam grandes amigos, e a amizade se tranfsorma em paixão. Quando acabam as aulas, eles se separam e não se vêem mais. Anos depois, os dois se reencontram ao acaso, durante um passeio d ebarco para a praia de Koh Samet. Para tristeza de Chai, Taek está acompanhado da namorada Pui.
O filme, que tem 2 hrs 11 minutos, tem uma história muito simples. É um triângulo amoroso previsível. O ponto de interesse aqui é o fato dos protagonistas serem jovens ainda inciiando a vida adulta, e já sofrendo por amor e pela não aceitação de ser gay. O filme tem uma produção bem amadora, com edição fraca, cenas longas e ritmo arrastado. Certamente, mais de meia hora de filme poderia ter sido retirado ( só para ter uma idéia, o diretor recheia o filme de cenas homoeróticas e como gay bait, coloca os dois jovens o tempo todo semi nús. Em uma cena de banho, a câmera fica pelo menos uns 5 minutos passeando pelo corpo do ator, dos pés à cabeça, e toda vez que passa pela região da púbis, corta para o torso, dando a entender que o rapaz está nú. Mas em um plano, dá para ver um pedaço da cueca.). Os atores são bonitos, mas fracos demais no talento artístico, sem qualquer nuanca de emoção.
Isnin, 24 November 2025
Daly city
"Daly city", de Nick Hartanto (2024)
Premiado curta escrito e dirigido pelo cineasta indonésio radicado nos Estados Unidos Nick Hartanto, "Daly city" é uma comovente história sobre uma família de imigrantes indonésios nos Estados Unidos. O filme é ambientado nos anos 90 (é uma memória da vivência do diretor Nick Hartanto sobre seus pais). Bastian (Jeff Automo), 10 anos, nasceu nos Estados Unidos. Seus pais são indonésios e falam razoavelmente o inglês. A mãe de Bastian, Eliawati (Michelle Lukiman) compra um frango assado à moda chinesa em um restaurante e pede para Batsian mentir, dizendo que ela quem cozinhou em casa. Ela o leva até um evento de senhoras em uma comunidade cristã, onde as mulheres levam comidas feitas em casa. Eliawati ganha um prêmio pelo seu prato. No caminho para casa, Bastian busca seu pai, Heruawan (Kaidy Kuna) no trabalho dele. Ele é um vendedor de carros em uma concessionária, e o único asiático. Ele é motivo de piadas e deboches dos colegas, e tratado como serviçal. Ao olhar de Bastian, duas visões diferentes do que é ser imigrante nos Estados Unidos.
Narrado pelo olhar de uma criança, "Daly city" é um excelente exercício de coesão narrativa: em menos de 15 minutos, uma história elegantentemente filmada, com ótimos atores, concisa e uma decupagem efetiva. As mensagens de pano de fundo do filme trazem questões sobre xenofobia, pertencimento, família, vergonha, humilhação.
Esperando o Sr Guffman
"Waiting for Guffman", de Christopher Guest (1996)
Incluído na lista das 20 melhores comédias de todos os tempos elaborado pela revista Variety (eu discordo da presença desse filme na lista, que exclui clássicos da comédia como "Um convidado bem trapalhão" e "Essa pequena é uma parada"), "Esperando o Sr Guffman" é um mockmentary ( falso documentário), escrito por Christopher Guest e Eugene Levy e dirigido por Christopher Guest, que interpreta seu protagonista, Corky St Claire. O título é uma brincadeira com a peça 'Esperando Godot", de Samuel Beckett: os moradores e a equipe teatral de Blaine, Missouri, aguardam ansiosamente pela chegada do crítico teatral da Broadway Mort Guffman, para assistir à montagem da peça comemorativa da cidade "Red, white and Blaine", mas ele nunca chega.
Para comemorar o aniversário de 150 anos de Blaine, no Missouri, o prefeito da cidade convoca o diretor Corky St. Claire para fazer uma montagem contando a história do lugar, com a participação dos próprios moradores como atores. A cidade toda entra na expectativa, pois corre o boato de que um famoso crítico de teatro chamado Guffman irá assistir ao espetáculo.
A linguagem do Mockmentary funciona bem para a narrativa, com aquela sensação de improviso e frescor documental. Para que o filme funcione, seria fundamental a presença de um time de excelentes comediantes. Parkey Posey, Catherine O'Hara, Eugene Levy e o próprio Christopher Guest, em uma performance bizarra e flamboyant estão ótimos. A minha questão é com o humor do filme: não me fez rir em momento algum. O filme funciona como um retrato da resiliência de pessoas comuns que encontram na arte uma forma de se expressarem em seus medos e angústias. Mas o humor não aconteceu para mim.
O garoto do coração partido
"The heartbreak kid", de Elaine May (1972)
Incluído na lista de 20 melhores comédias de todos os tempos, elaborada pela Variety, "O garoto de coração partido" é adaptado do romance A change of plan", de Bruce Jay friedman, e escrito para o cinema pelo consagrado autor Neil Simon. Curiosamente, ele comentou sobre a escalação de elenco, de que para uma das protagonistas, Lila, tinha sido escalada uma atriz que ele não achava bonita, até descobrir que a atriz Jeannie Berlin era filha da diretora Eaine May. O filme teve um remake de sucesso, "Antes só do que mal casado", dos irmãos Farelly, de 2007, com Ben Stiller no papel de Charles Grodin. Elaine May dirigiu em 1987 'Ishtar", um dos maiores fracassos comerciais da história, protagonizado por Warren Beatty, Dustin Hoffman e Isabelle Adjani. Em "O garoto do coração partido", além de Charles Grodin no papel de Lenny Cantrow, um vendedor de artigos esportivos, e Jeannie Berlin, no papel de Lila, tem Cybil Sheppard, no papel de Kelly, fechando o triângulo amoroso. Sheppard tinha acabado de vir do grande sucesso de "A última sessão de cinema", de Peter Bogdanovich.
Lenny conhece Lila e ambos decidem se casar. Judeus, a celebração segue os rituais da religião judaica. O casal passa a lua de mel em Miami, mas durante as férias, Lila se queima de sol e fica no quarto. Lenny acaba conhecendo Kelly, e se apaixona por ela, entrando em conflito quanto ao que sente por Lila.
O filme tem uma linguagem que traz um humor mais ácido e drama, muito diferente do remake. A linguagem é totalmente de um filme indie dos anos 70, com imagem granulada. Os atores estão excelente, e esse texto renderia uma ótima peça de teatro. O foco são an angústias e ansiedade de um homem que se apaixona fácil, mas não consegue estabelecer um relacionamento estável.
Shall I Compare You to a Summer's Day
"Bashtaalak sa'at", de Mohammad Shawky Hassan (2022)
Concorrendo ao prêmio Teddy 2022 no Festival de Berlim, dedicado a filmes de temática queer, "Shall I Compare You to a Summer's Day", é uma pretenciosa fábula erótica lgbt, co-produzida por Egito, Líbano e Alemanha. Filme de estréia do roteirista e diretor Mohammad Shawky Hassan, a narrativa traz elementos experimentais e de artes plásticas, mesclando animação, vinhetas artísticas e pequenos sketches narrados por Sherazede (Donia Masoud), como em "1001 noites". Ela apresenta dois homens gays que se conhecem em uma boite em Berlim: um egípico e um latino americano. Após fazerem s3x0, eles falam de si e suas aventuras s3xu41s, envolvendo fetiches.
Eu não curti a forma como o diretor decidiu contar a sua história, fragmentada como se fosse uma instalação visual artística. O ponto de interesse do espectador talvez possa ser a presença d eum elenco masculino fotogênico, envolvidos em cenas de forte conteúdo homoerótico, mas nada explícito. Mas o filme em si, é chato e as histórias narradas, sem graça.
Sore- wife from the future
"Sore: Istri dari Masa Depan", de Yandy Laurens (2025)
Um gigantesco sucesso comercial e de crítica na Indonésia, com mais de 3 milhões de espectadores, "Sore- wife from the future" é escrito e dirigido pela cineasta Yandy Laurens. O filme, que mistura romance, fantrasia, drama e ficção científica, originalmente era uma web série ambientada na Itália. A versão para o cinema foi alterado para a Croácia (com cenas rodadas também em Jacarta, na Indonésia, e Helsinki, na Finlândia). A sua trama, envolvendo loop temporal, faz o público chorar rios de lágrimas em seu desfecho comovente. O filme me fez lembrar de "Questão de tempo", com Rachel McAdams e Domhnall Gleeson, mas sem o elemento cômico.
Jonathan (Dion Wiyoko) vive sozinho na Croácia, onde sonha em realizar uma exposição fotográfica com a ajuda de seu amigo Karlo (Goran Bogdan), seu agente. Um dia, Jonathan acorda ao lado de uma mulher chamada Sore (Sheila Dara), e ele acredita ser uma pegadinha de Karlo. COm o tempo, ele se afeiçoa à ela e ambos se conhecem melhor. Até que Sore lhe conta a verdade: ela veio do futuro e é sua esposa que ele virá a conhecer e ter filhos. Mas ele irá morrer em 8 anos por conta de tabagismo, e ela veio faezr com que ele mudasse seus hábitos. Só que toda a vez que ela toca no assunto, o nariz dela sangra e o tempo retorna ao início do dia, quando eles se conhecem, impedindo que ela consiga mudar o rumo do futuro marido.
O filme tem uma trama bizarra e inverossímel, mas o que interessa aqui, é tratar do amor entre duas pessoasm que se amam, e de que forma é possível alterar o futuro de alguém. O filme tem uma fotografia linda de Dimas Bagus Triatma Yoga, que acetua os elementos de fantasia e romance. Os atores são bons e carismáticos, o público torce por eles.
Ahad, 23 November 2025
Valor sentimental
"Sentimental value", de Joachim Trier (2025)
Vencedor do prêmio do juri no Festival de Cannes 2025, considerado um segundo lugar, "Valor sentimental" é a indicação da Noruega à uma vaga ao Oscar de filme internacional 2026. No entanto, todas as apostas contam com indicações em categorias importantes como filme, direção, roteiro, ator coadjuvante para Stellan Skasgard, no papel do patriarca Gustav Borg, e 3 indicações às atrizes: Renata Reinsve no papel de Nora, Inga Ibsdotter Lilleaas no papel de Agnes e Elle Fanning no papel de Rachel Kemp. O filme é escrito e dirigido por Joaquim Trier, conhecido pelos excelentes "Oslo, 31 de agosto" e "A pior pessoa do mundo", filme que revelou ao mundo o talento da atriz Renata Reinsve ( o filme foi indicado aos scar de filme internacional e roteiro em 2022). Em diversos momentos, percebi referência a "A outra", filme de Woody Allen com Gena Rowlands e Mia Farrow: em ambos os filmes, um personagem consegue escutar pela parede uma consulta entre um terapeuta e seu paciente.
A grande protagonista do filme é a casa onde a família de Gustav morou durante décadas. Ali, sua mãe foi torturada pelos nazistas e anos depois, se suicidou. É na casa também que Gustav morou quando se casou e teve suas duas filhas, Nora e Agnes. Ao se divorciar da esposa, ele saiu da casa. Nos dias atuais, Gustav é um cineasta renomado, há anos sem dirigir um filme. Ele decide realizar um filme baseado na história de sua mãe, e para isso, decide escalar a sua filha Nora (Reinsve), consagrada atriz de teatro. Magoada com seu pai, que sempre tratou à ela e à sua irmã Agnes com indiferença, dando prioridade ao trabalho como cineasta, Nora recusa o convite. Ao frequentar uma homenagem à sua filmografia no Festival de Deauville, Gustav é abordado pela atriz americana Rachel (Fanning), que deseja trabalhar com ele. gustav decide convidá-la para estrelar seu filme.
Toda a crítica associou o filme ao cinema de Bergman. Lidando com traumas, dores e reconexões (não à toa Agnes é uma psicanalista), o filme traz um trabalho uniforme e brilhante de todo o elenco. Entre tantas cenas memoráveis, 2 me marcaram: a sequ6encia do ataque de pânico de Nora no dia da estréia de sua peça (angustiante) e a cena em que Gustav presenteia seu neto pequeno com dvs de "Irreversível"e "A professora de piano", mostrando a sua total inadequação.
Sonhos de trem
"Train dreams", de Clint Bentley (2025)
Adaptação do romance escrito por Denis Johnson em 2011, "Sonhos de trem" concorreu no Festival de Sundnace 2025, de onde saiu com elogios da crítica e a performance irrepreensível de Joel Edgerton, no papel de Robert Grainier. O filme acompanha 80 anos de sua vida, até a sua morte em 1968. Robert é um homem comum. A sua tragetória acompanha a modernização do sistema de transportes nos Estados Unidos, que vai desde a construção de estradas de ferro no final do século XIX, até a ida do homem à lua, em 1967. Robert chegou ainda criança órfã em Bonners Ferry, idaho, e por lá permaneceu por quase toda a sua vida. Ao crescer, trabalhou como madeireiro, derrubando árvores para construção de estradas de ferro. Ele conhece Gladys Olding (Felicity Jones), e juntos contróem uma caba modesta à beira do rio Moyle. Eles têm uma filha, Kate. eventualmente, Robert precisa passar uma temporada longe de casa, derrubando árvores em algum ludar do país, Em uma de suas viagens, ao retornar para casa, ele descobre que um incêndio florestal dizimou sua casa, e que Gladys e Kate estão desaparecidas.
Assim como no excelente "O assassinato de Jesse James", "Sonhos de trem" é narrado por um off, contando toda a história do personagem, através da voz do ator Will Patton. Impossível não lembrar da filmografia de Terrence Malick ao assistir ao filme, com suas imagens espetaculares da relação homem e natureza, em lentes grandes angulares, captadas pelo fotógrafo Adolpho Veloso. Um filme sublime, um épico intimista, lento, melancólico.
Sabtu, 22 November 2025
Morte e vida Madalena
"Morte e vida Madalena", de Guto Parente (2025)
Melhor filme queer da Mostra de São Paulo, Melhor roteiro e diretor na Festival Mix Brasil 2025 e melhor filme pela Abraccine do Festival de Brasília, "Morte e vida Madalena" é escrito e dirigido pelo cineasta cearense Guto Parente. Realizador dos premiados "Inferninho", "Estranho caminho" e "Clube dos canibais", Parente faz a sua versão de "A noite americana", de Truffaut: um registro de um diário de filmagem, onde absolutamente tudo dá errado, pontuado com humor e alumbramento, tendo protagonismo queer através da personagem da produtora Madalena (Noá Bonoba) e da assistente de câmera, tabém mulher trans. Madalena é uma produtora de cinema, filha de um famoso produtor, recém falecido. Prestes a rodar o próximo longa independente, com roteiro de ficção cinetífica escrita pelo pai, Madalena vive um luto pela morte dele. Para piorar, o diretor do filme, Davi, seu amante há 8 anos e pai do filho que Madalena está aguandabdo, desaparece e abandona o filme. Madelan convoca um velho amigo de seu pai, o cineasta Oswaldo (Tavinho Teixeira) para dirigir o filme. Mas Oswaldo se mostra abusivo com a equipe, assedia um dos atores e altera o roteiro do pai de Madalena, que fica irritada e decide ela mesma dirigir o filme. Mas os problemas continuam: a falta de depósito do dinheiro para filmar e a consequente greve da equipe, além de problemas pessoais com os integrantes da equipe. Para queme stá acostumado a assistir filmes sobre perrengues de se realizar um filme independnete, vai encontrar similaridades com "Morte e vida Madalena". Certamente, Guto Parente já passou por todos os percalços descritos no filme, comum a qualquer profissional do setor audiovisual. A performance do elenco varia entre registros naturalistas e alguns pendendo mais para a comédia de situações, o que traz mais leveza ao filme. O pode ser visto também como uma metáfora de um país em constante recomeço, repleto de obstáculos e que pela resiliência de indivíduos apaixonados pelo ofício, segue adiante com perspectiva de otimismo.
Estación catorce
"Estación catorce", de Diana Cardozo (2021)
Escrito e dirigido pela cineasta mexicana Diana Cardozo, "Estación catorce" é um drama social com viés documental que ganhou diversos prêmios em festivais, entre eles, o prêmio de Melhor Filme no Festival de Cinema MOOOV, na Bélgica, e no 37º Festival de Cinema Ibero-Latino-Americano de Trieste, na Itália. O filme me fez lembrar do neo realismo de "Ladrões de bicicleta", de Vittorio de Sica, através da relação entre Luis (Gael Vasquez), 7 anos, e seu pai, Manuel (José Antonio Becerril).
Em Estación Catorce, uma cidade em San Luis Potosí, região rural pobre e violenta do México, acontece um atentado onde civis são mortos. A população invade as casas dos assassinados para roubar os pertences. Manuel rouba um sofá e pretende vendê-lo em uma cidade vizinha. Através desses eventos, Luís testemunha morte, violência, a perda da incocência, o desencanto com a figura paterna.
Com uma atuação impressionante do pequeno Gael Vasquez, "Estación catorze" traz uma história universal sobre como a violência chega nas crianças e de que forma ela a absorve, mudando seu olhar sobre o mundo. É um filme angustiante, cruel sobre uma humanidade já destruída pelas convenções da bandidagemm, em terras onde o assistencialismo do governo já não chegam mais.
Jumaat, 21 November 2025
Pedro
"Pedro", de André Santos e Marco Leão (2016)
Concorrendo em Sundance, "Pedro" é um drama queer coming of age, escrito e dirigido pelos cineastas portugueses André Santos e Marco Leão. Repleto de cenas de s3x0 e de erotismo, "Pedro" apresenta uma ousada e polêmica história do relacionamento entre mãe e filho, que se unem na busca de s3x0 em uma praia deserta. Pedro (Filipe Abreu) está no auge de sua sexualidade. Morando sozinho com sua mãe, ao chegar da escola, se tranca em seu quarto e faz webcam com anônimos. A sua relação com sua mãe (Rita Durão) é aberta: eles dividem o mesmo banheiro, ficam nús um para o outro, não escondem seus desejos carnais. Quando a mãe sugere que vão para uma praia deserta, Pedro conhece um banhista e faz s3x0 com ele. Sua mãe idem: conhece um homem e se entrega aos desejos do corpo.
Eu gostei muito do filme, não somente pela frieza da narrativa, quanto pelo forte teor erótico. Aliás, as cenas são filmadas com muito tes40, uma raridade em filmes homoeróticos, que costumam apresentar o s3x0 de forma convencional. O filme em determinado momento sugere um comlexo de Édipo entre mãe e filho, ms logo dissipado quando fica claro que cada um deles tem um desejo muito específico em relação aos prazeres carnais.
Finlândia
"Finlândia", de Horácio Alcalá (2021)
Concorrendo ao Prêmio Teddy no Festival de Berlim, dedicado a filmes de temática queer, "Finl6andia" é uma co-produção Mexico e Espanha. Longa de ficção de estréia do documentarista premiado Horácio Alcalá, o filme tem uma linguagem que oscila entre a ficção e o documental. O ponto de partida é a apresentação da comunidade muxhe: homens que assumiram papéis femininos em todos os aspectos da sociedade. Moradores da região de Oaxaca, muche são indivíduos não binários, que vivem de confeccionar trajes folclóricos da região. Na Espanha, uma estilista descobre a existência dos muxhe e deseja plagiar os trajes, adicionando elementos europeus. Para isso, envia a sua assistente, Marta, para se passar por fotógrafa e fotografar os trajes, em típico caso de apropriação cultural. Marta no entanto, se deixa envolver pelas histórias de vida de Delirio, Amaranta e Mariano, que as recebem com hospitalidade, e entra em profundo conflito ético. Quando um terremoto atinge a região, o detsino de todos altera.
O filme traz, além do olhar documental, elementos de realismo fantástico à história. A parte que mais me agradou, é quando o filme foca nos dramas pessoais dos 3 integrantes da comunidade muxhe, apresentando situações de transfobia, rejeição, amores proibidos e violência familiar. A fotografia de David Palacios enaltece as cores da região e dos coloridos trajes vestidos pelos muxhe.
A natureza das coisas invisíveis
"A natureza das coisas invisíveis", de Rafaela Camelo (2025)
Concorrendo na Mostra São Paulo e no Mix Brasil, "A natureza das coisas invisíveis" é longa de estréia escrito e dirigido por Rafaela Camelo. O filme apresenta um universo de mulheres de 3 gerações: as crianças Gloria (Laura Brandão), Sofia (Serena), ambas de 10 anos. Suas respectivas mães, a enfermeira Antonia (Larissa Meuro) e Simone (Camila Márdila), além da bisavó de Sofia, Francisca (Aline Marta Maia). Todos se conhecem no hospital onde Antonia trabalha como enfermeira. Mãe solteira e sme ter com quem deixar sua filha, Antonia a traz para o hospital, ambiente familiar para a menina, que já fez cirurgia de coração e conviveu com a morte. Entrando de férias, Gloria reclama com sua mãe por ter que ficar no hospital, mas Antonia não tem outra solução. Quando Francisca chega dando entrada na emergência, após cair em acidente doméstico, Gloria conhece a neta dela, Sofia, que ela vem a decsobrir depois, que é uma menina trans. A mãe dela, Simone, tem uma história semelhante a de Antonia: sem a presença do pai, sem ter com quem diexar suas filhas. Quando Simone sugere que todas passaem uns dias em seu sítio, as meninas estreitam a relação e passam a se conhecer melhor.
Um filme sensível, que traz temas contemporâneos, como a jornada dupla de mulheres independentes e a convivência com a morte, "A natureza das coisas invisíveis" tem no elenco a sua grande força, com todas as mulheres dominando as cenas com muita convicção e garra. A permanência de Gloria no hospital não parece muito verossímel, principalmente no carinho da menina com idosos internos, por questões de higiene e risco de infecção, mas as personagens são fortes e interessantes o suficiente para fazer a história acontecer.
Khamis, 20 November 2025
Halloween knight
"Halloween knight", de Nicholas Joel Kranick (2025)
Um fan made filme realizado de forma totalmente independente, "Halloween knight" é co-escrito e dirigido por Nicholas Joel Kranick, que também estrela a produção no papel de Batman. O filme traz o tipo de narrayiva cross over comum nos anos 2000, quando personagens de filmes de sucesso eram unidos em uma mesma trama, como "Alien vs Predador" e "Freddy Vs Jason". Aqui, o filme poderia se chamar "Batman vs Michael Myers". E nessa bizarra mescla, em espaço para Comissário Gordon, Barbara gordon e até Robin/Dick Grayson, onde todos se tornam vítimas da ânsia assassina de Michael Meyers. Quarenta anos após aterrorizar Haddonfield, Michael Myers escapa durante sua transferência para o Asilo Arkham. Ele pega um carro e se dirige até Gothan City, onde dá início à uma nova matança. Batman e Robin, alertados pelo Comissário Gordon, tentam ir em seu encalço, enquanto Alfred procura ajudá-los em sua Bat caverna.
O filme diverte e é melhor que muitos filmes de estúdio de Michael Meyers que não funcionaram e foram caça níqueis. O divertido é que o diretor Nicholas Kranick quiz nem saber de direitos autorais e enfiou a trilna shonora original de "Halloween", composta por John Carpenter, além de enxertos do Batmóvel do filme de Christopher Nolan. Pena que não tinha orçamento para os efeitos, pois as cenas de morte são simples e sem impacto.
Truque de mestre 3
"Now you see me- Now you don't", de Ruben Fleischer (2025)
Franquia de grande sucesso iniciada em 2013 e depois em 2016, "Truque de mestre 3" estreou com grande sucesso de público no mundo todo, porém as críticas foram mistas. O roteiro não traz grandes surpresas. A trilha sonora traz a óbvia "Abracadabra", de Lady Gaga, e um elenco numeroso e novos integrantes dos "Cavaleiros do Apocalipse", totalizando 8, o que faz com que o roteiro não se aprofunde mais nos personagens.
Além dos mágicos originais J. Daniel "Danny" Atlas (Jesse Eisenberg), Merrit McKinney (Woody Harrelson), Henley Reeves (Isla Fisher), Jack Wilder (Dave Franco) e Lula May (Lizzy Caplan ), o filme traz 3 novos mágicos: Charlie (Justice Smith), Bosco Leroy (Dominic Sessa) e June Rouclere (Ariana Greenblatt). Juntos, eles procuram desmascarar a magnata Veronika Vanderberg (Rosamund Pike), chefe de uma empresa de diamantes sul-africana fundada por seu pai, um ex-nazista que usa os negócios para lavar dinheiro para criminosos de guerra.
O filme traz aquilo que o público gosta nos filmes: ação, aventura e claro, os truques de mágica e ilusionismo que enganam a todos. Mas o roteiro traz também muitas cenas explicativas e verborrágicas, que tornam o filme cansativo. O valor da produção, com cenas filmadas em diversos países, e a grande qualidade do elenco, acrescido da excelente Rosemund Pike e uma participação de Mark rufallo, garantem o espetáculo, ainda que morno.
La sabiduría
"La sabiduría", de Eduardo Pinto (2019)
Thrillers de vingança existem aos montes, e protagonizados por mulheres que buscam vingança de um mundo machista e misógeno, idem. "La sabiduria" é co-escrito e dirigido por Eduardo Pinto e e uma produção independente argentina. A história apresenta 3 amigas: Mara (Sogia Gala), Tini (Paloma Contreras) e Luz (Analía Couceyro). Tini tem problemas de relicionamento com sua mãe; Luz está em crise com o pedido de casamento de seu namorado; e Mara nutre paixão platônica por Tini. Elas decidem passar um final de semana em um rancho do interior. de noite, elas são convidadadas pelos moradores da região para participar de uma festa pagã. Elas vestem roupas de época que encontraram em seu rancho e sgeuem para uma noite de farra e bebedeiras. No dia seguinte, Toni desaparece. Mara e Luz tentam procurá-la, mas são ameaçadas e torturadas pelos homens, além de sofrerem 3xtupr0. Elas descobrem que no passado, esses religiosos perseguiam e massacravam os indígenas da região. E agora, eles decidiram torturar as mulheres.
A direção de Eduardo Pinto deixa muitas cenas sem ritmo e com direção de atores oscilante. O roteiro demora para dar a virada na história, e ainda asism, lhe falta mais suspense e adrenalina. A violência que todo mundo quer ver não é o esperado, deixando a crueza mais para o lado psicológico da trama.
Bunny
"Bunny", de Ben Jacobson (2025)
Concorrendo no Festival SXSW, "Bunny" é uma comédia dramática indie americana. Com roteiro escrito por Mo Stark e Ben Jacobson, que também estrelam o filme. Ben Jacobson acumula também a função de diretor desse filme que lembra 'After hours", de Scorsese, com a trama bizarra e confusa acontecendo toda em um único dia, em Nova York. Em um prédio de classe média baixa no East Village, moram diversos moradores, entre eles, Bunny (Mo Stark) e Dino (Jacobson), seu amigo. Bunny é um garoto de programa e casado com Bobbie (Liza Colby). Bunny tem bom coração e ajuda outros moradores do prédio em suas dificuldades, sejam de encanamento até emocionais. É aniversário de Bunny e Bobbie planeja commeorar com uma festa no apartamento. Mas quando um homem entra no prédio e ameaça Bunny, ele o joga pela escada e o homem morre. Bunny pede ajuda para Dino para esconder o corpo do homem, enquanto a polícia chega para fazer investigação.
Jacobson e Stark são bons atores e de fato parecem aquele smalandros Nova Yorkinos de filmes de Spike Lee. Mas o excesso de personagens ( são diversos moradores e cada um com seu sub-plot) esvaziam a trama principal de Bunny e Dino, que na vardade, nem é tão interessante assim. O filme vale pelo olhar caótico mas carismático d euma Nova York repleta de diversidade, mas faltou uma trama que mantivesse um interesse maior do espectador.
Rabu, 19 November 2025
Wicked - Parte 2
"Wicked for good", de John M. Chu (2025)
Eu sou suspeito em comentar sobre a parte 2 de "Wicked", pois amo o musical da Broadway, amo musicais e o elenco do filme é excelente (Cynthia Erivo e Ariana Grande nasceram pros papéis). Talvez o único erro do filme seja não ter conectado melhor a história de Dorothy e seus 3 aliados: Leão, homem de lata e o espantalho surgem todos en passant, sem qualquer destaque, partindo do princípio que todo espectador já conheça a história de "O mágico de Oz". A partir do momento que surge Dorothy, tudo fica atropelado e apressado. Mas ainda assim, eu adorei o filme, não só pelas excelentes encenações e cenas musicais, como pela direção de arte e fotografia exuberantes. John M. Chu é craque em musicais e em filmes repletos de luxo e glamour. Li diversas críticas falando mal do filme, outros elogiando. Curioso é que vários dos que falaram mal, já começm escrevebdo que "não são fãs de musicais...". Outros acham um erro o filme ter sido dividido em 2 partes. Para quem ama o musical e gostou do primeiro filme, certamente irá gostar dessa 2a parte, ainda que provavelmente fiquem frustrados com o sub-plot de Dorothy. Mas novamente, o coração do filme são Glinda e Elphaba, e elas estão soberbas e defendidas com garra pelas atrizes. O filme ainda brinda o espectador com easter eggs de filmes famosos: 'O iluminado", "O grande ditador", "Jurassic park" zoando o próprio Jeff Goldblum.
Antonio's secret
"Ang Lihim ni Antonio", de Joselito Altarejos (2008)
Drama queer filipino, "Antonio's secret" é um coming of age brutal e violento ambientado na periferia da capital do país, Manilha. Antonio (Kinjie Garcia), 15 anos, mora com sua mãe, Tere (Shamaine Buencamino), enquanto seu pai está trabalhando em outro país. Antonio é um garoto como outro qualquer: passa horas jogando games na lan house, sai com seus colegas. Sua mãe o obriga a frequentar o coro da igreja. Uma noite, ele mente dizendo que foi ao coro, mas ele passa a noite na casa do seu melhor amigo Nathan. Após beberem, ambos fazem s3x0. No dia seguinte, Nathan decide não falar mais com Antonio, ignorando o que se passou na noite anterior. Antonio, chateado, volta para casa e decsobre que seu tio Jonbert (Josh Ivan Morales) irá morar um tempo na casa dele. Jonbert dorme na mesma cama que Antonio, que passa as noites admirando o corpo do tio enquanto ele dorme.
"Antonio's secret" é um filme bastante ousado por suas cenas de nudez total e pelas cenas de s3x0. O jovem ator Kinjie Garcia se entrega totalmente ao seu personagem, e provavelmente ele na época da filmagem já fosse maior de idade, senão seria impossível fazer as cenas repletas de homoerotismo. O filme apresenta também em suas locações a pobreza da periferia de Manilla e a dificuldade para encontrar trabalho e subsistência.
Urchin
"Urchin", de Harris Dickinson (2025)
Longa de estréia do ator Harris Dickinson, concorreu no Festival de Cannes 2025 na Mostra Un certain regard, de onde saiu com o prêmio Fipresci da crítica. Trazendo uma narrativa que remete imediatamente ao cinema de Mike Leigh e Ken Loach, com o seu olhar sobre as figuras marginalizadas e desassistidas da sociedade.
Mike (Frank Dillane) é um jovem drogado que mora nas ruas. Ao brigar na rua com Nathan (Harrs Dickinson), um outro sem teto drogado, um homem, Simon (Okezie Morro) intervém e os separa. Simon decide pagar um prato de comida para Mike, que inesperadamente, o ataca e rouba seu relógio. Mike acaba sendo preso e novamente, vai para a prisão, onde fica por 9 meses. Ao sair, ele vai para um programa de reintegração social: ele consegue um quarto em um hostel e um emprego de chef em um restarante de um hotel. A sua ansiedade e stress atrapalham o seu conv;ivio com a sociedade. Para piorar, Mike precisa ir em uma audiência e encarar Simon.
O filme tem um trabalho magnífico do ator Frank Dillane, em performance visceral. O que não gosto no filme, são as intervenções de realismo fantástico que surgem como uma forma de mergulhar Mike em um mundo à parte, uma caverna ecsura e sem saída. Fosse um filme todo realista teria sido mais interessante para mim. de qualquer forma, tem muito potencial dramático para ser apreciado.
Selasa, 18 November 2025
Somewhere I have never travelled
"Dai Wo Qu Yuan Fang", de Tien-Yu Fu (2009)
Escrito e dirigido por Tien-Yu Fu, é um drama de Taiwan premiado em festivais asiáticos. O filme é embientado em uma cidade isolada à beira mar. Ali, vive a família da adolescente Ah Guei, de 15 anos. Ela é daltônica, mas nem ela, nem sua família numerosa que mora com ela, sabem. Sentindo-se rejeitada nos exercícios da escola, ela se apega a seu primo mais velho, Ah Xian, de 20 anos. Ele é gay enrustido, e guarda seu segredo para ele, até que Ah Guei o vê flertando com um estudante japonês. Os dois primos são dois indivíduos que se sentem à parte da sociedade, e o desejo de querer partir.
Um sensível filme que traz ecos dos filmes de Taiwan dos anos 90, principalmente de Edaward Yang: filmes minimalistas, com tempos estendidos, com pouca ação acontecendo e o sofrimento interno de seus personagens. Com belas cenas de romance envolvendo o jovem gay Ah Xian, o filme traz um olhar discreto sobre vidas mundanas. Linda fotografia e bons atores em tom naturalista.
Two black boys in Paradise
"Two black boys in paradise", de Baz Sells (2025)
Adaptação do poema escrito por Dean Atta de mesmo nome, "Two black boys in Paradise" narra o amor entre dois jovens negros gays, Eden e Dula. Ao expôr para o mundo o amor que um sente pelo outro, eles se sentem cobrados por uma sociedade branca, conservadora e homofóbica, que os acusa de serem ladrões e os prendem e se param. Cansados dessa luta permamnente pela autoaceitação, os dois se libertam e vão parar em um paraíso ond eo homem branco não existe. Ali, somente amor entre negros e de orientações sexuais distintas
Belamente ilustrado, com nudez total dos bonecos feitos em massinha, o filme é um libelo contra todo tipo de preconceito, e propõe um mundo utópico e feliz.
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