Bom menino

"Good boy", de Ben Leonberg (2025) Quando notas sobre o terror indie "Bom menino" começaram a sair nas redes sociais, foi uma comoção: ao descobrirem que o protagonista do filme era um cachorro que procurava salvar o seu dono de uma entidade, e que o filme era todo pela perspectiva do animal, uma multidão declarou que se o animal morresse no final do filme, ninguém iria assistir. Exibido com sucesso no SXSW, "Bom menino" levou 400 dias para ser filmado, ou seja, 3 anos. Indy, o cachorro, tem como tutor o diretor, co-roteirista e co-produtor do filme, Ben Leonberg. Ele foi bastante feliz ao ter a idéia de desenvolver um terror todo sob a perspectiva de um cachoror leal e fiel ao seu dono, que procura salvá-lo ao irem morar em uma casa mal assombrada, que pertenceu ao avô do tutor. BEn não quiz em hipótese alguma utilizar CGI no filme, e todas as imagens de Indy são reais, com ele protagonizando. A grande sacada do filme é que ele é feito para quem ama animais. E esse público vai ficar torcendo e se angustiando por Indy o tempo todo. Certamente, em algumas cenas de jump scare, o público vai dar uns gritos, não pelo susto em si, mas pelo temor de que algo aconteça ao animal. Todd (Shane Jensen)é o jovem tutor de Indy. Ele tem uma irmã, Vera (Arielle Friedman) que encontra Todd inconsciente em casa. Ao levar ao médico, os exames indicam que Todd tem uma doença. Todd decide viajar até a casa isolada de seu avô, na floresta, e ali, descansar. Mas ao chegar na casa, Indy sente a presença de alguma entidade que parece querer se apossar de Todd. Muitos críticos citaram "Presença", de Steven Soderbergh, ao analisar "Bom menino". É que "Presença" é um filme de casa mal assombrada pelo ponto de vista da casa!!! Os movimentos de câmera aqui são mais modestos, até por conta do orçamento, bem menor. O filme emociona e certamente, quem é apaixonado por animais, vai entender a mensagem final. A relação é de mão dupla: o animal também te ama.