sábado, 31 de maio de 2025

When the lights breaks

"Ljósbrot", de Rúnar Rúnarsson (2024) Diretor islandês do excelente drama sobre terceira idade "Volcano", Rúnar Rúnarsson ganhou mais de 20 prêmios, incluindo concorreu no Festival de Cannes na mostra un certain regard. Assim como falou da morte na velhice, Runar parte para o mesmo tema, porém com a juventude, deixando claro na sua mensagem que a morte paira sobre todos e está sempre por um fio. O filme abre com um jovem casal de estudantes na praia, ao por do sol: o rapaz, Diddi (Baldur Einarsson) e a garota, Una ((Elín Hall), uma garota andrógena de cabelo raspado. Eles vão para casa e fazem sexo. Descobrimos que Diddi namora Klara (Katla Njalsdottir) e que Una é sua amante. Diddi promete contar para Klara a verdade e que irá se separar dela. Um acidente acontece em um túnel e diversos passageiros em carros passeio morrem em uma explosao. Diddi estava em um dos carros. Os amigos aguardam no hospital para saber o estado de Diddi. Klara chega, desesperada, e todos a confortam. Una, a amante que ninguém sabe que namorava Diddi, se sente solitária e sem poder externalizar a sua dor e mágoas. Até que Diddi morre, e Klara encontra em Una o afeto que precisava. O filme faz uma homenagem a Bergman em 2 momentos: quando Una diz que adoraria conhecer a Ilha de Faro (Ilha na Suécia onde Bergman morou). E em uma cena onde pelo reflexo do vidro, as imagens de Una e Klara se unem em uma só, referência a "Persona". É um bom filme, com excelente elenco de jovens atores. O ritmo é lento, planos longos e contemplativos, com uma fotografia estonteante.

Pasajero

"Pasajero", de Juan Pablo Zaramella (2022) Premiado em diversos festivais de animação, "Pasajero" é uma produção argentina escrita e dirigida por Juan Pablo Zaramella. Totalmente feita com recortes de papel, o filme é uma história sobre individualismo e socialização, e o quanto as pessoas sofrem com sua fobia social. Um homem embarca em um trem, com seu jornal. Como ele está sozinho, ele faz o que quer: canta lírico, peida, sem ter ninguém para julgar. na próxima estação, m homem com toc entra, e de todas as cadeiras vazias, ele decide sentar ao lado do homem. Na próxima estação, sobe uma mulher que sofreu diversos assédios sexuais na plataforma. O homem a paquera, e ela se irrita. Na próxima estaçao, o trem lota de vez, e o homem passa a sofrer de fobia. É um filme muito instigante, com uma ótima história sem diálogos e de fácil entendimento, e no desfecho vai para um caminho mais surrealista. Os créditos finais sao incríveis, com recortes sendo feitos à medida que personagens e cenários vão surgindo.

Cadáveres Bronzeados

"Laissez bronzer les cadavres", de Hélène Cattet e Bruno Forzani (2017) Premiada produção Bélgica e França que concorreu em Locarno, "Cadáveres bronzeados" é da mesma dupla de cineastas do cult "A Estranha Cor das Lágrimas do seu Corpo", de 2013. Em seus filmes, a dupla traz referências estilísticas do "Giallio", além de trilha sonora de Ennio Morricone. É um cinema surreal, erótico, onírico, trazendo imagens e cenas muitas vezes inexplicáveis, somente pelo prazer estético. Em "Cadáveres bronzedaos", as referências, além do cinema dos anos 70 e do gilalio, vem também com força total no faroeste italiano e no terror cósmico. A inspiração do tema vem do clássico de John Houston, "O tesouro de Sierra Madre": ua gangue rouba uma quantidade de barras de ouro de um caminhão e seguem até uma cidade fatasma, ficando na casa da misteriosa Madame Luce. Dois policiias surgem no encalço deles, além de um artista, sua esposa, filho pequenoe uma amiga da mulher. A mensagem do filme é: não confie em ninguém, muito menos em suas memórias. Psicodélico, barulhento, surreal, é difícil explicar a qual gênero o filme pertence. Muito sangue estilizado, tiros, pó de ouro banhando os corpos, sexo. Ingredientes qeue agradam o público, mas adornados com muita estilização pelos cineastas, tornando tudo muito hermético e chato.

Buster - Procura-se um Ladrão

"Buster", de David Green (1988) Só o fato de tocar 2 clássicos de Phil Collins, esse filme já vale ser visto: "Two hearts" e "Groovy kind of love". Ótimo drama policial que tem como protagonista o cantor Phil Collins, no papel do assaltante Ronald Christopher "Buster" Edwards, famoso por, junto de outros 15 assaltantes (e entre eles, Ronald Biggs, que fugiu e veio morar no Brasil), praticarem o maior roubo da Inglaterra em agosto de 1963: assalto a um trem postal de Londres para Glasgow, roubando £ 2,6 milhões, cerca de £ 50 milhões hoje. O filme provocou muita polêmica na época de seu lançamento, em 1988: o príncipe e princesa de Gales foram convidados para a estréia, mas logo foram cancelados. A opinião pública rechaçou a ideia do filme de humanizar e tornar carismáticos os assaltantes, inclusive mostrando sua vida particular, com esposa e filha, sendo que o maquinista foi violentamente atacado e não pode mais trabalhar. O filme foca em Buster, sua esposa June (Julie Walters)e a filha pequena, e como que June foi fundamental para humanizar Buster, que acabou se entregando e passando 15 anos preso. Na cena final, trabalhando como vencedor de seu quisque de flores na beira do Rio, ele quebra a quarta parede. É uma cena emocionante, e toca na sequência "Two hearts". Um primor. Phil Collins e Julie Walters estão espetaculares.

Le horla

"Le horla", de Marion Desseigne-Ravel (2023) Livre adaptação do conto homônimo de Guy de Maupassant, lançado em 1886, sobre um homem que vai enlouquecendo e acredita que algo o está ameaçando, até tentar o suicidio no final. É um filme que fala sobre estados mentais e principalmente, isolamento e depressão. Adaptado para os dias de hoje e dirigido pela cineasta francesa Marion Desseigne-Ravel, o filme apresenta a família composta pelo jovem casal, Damien (Castien Caldo), um designer gráfico; Nadia (Mouna Soualem), uma cientista, e a pequena Chloe, a filha deles. NAdia recebe um convite de trabalho e se muda com a família , saindo de Paris e indo morar numa província. Damien trabalha em home office. Aos poucos no entanto, ele vai sentindo uma presença no apartamento, que só ele escuta. Ele conhece uma vizinha que pratica rituais, mas Nadia não a quer na sua casa. O tempo passa e Damien vai ficando cada vez mais surtado e paranóico. "Le horle" é um bom filme, defendido por bons atores. os efeitos são simples , muito em função do baixo orçamento do projeto. Mas o foco, acertadamente, está nos personagens e na crise conjugal.

Ossos e nomes

"Knochen und Namen ", de Fabian Stumm (2023) Vencedor de um prêmio especial no Festival de Berlim 2023, "Bones and names" foi escrito e dirigido pelo cineasta alemão Fabian Stumm, em seu filme de estréia e que ainda protagoniza a produção. O filme é uma comédia dramática que explora as dificuldades de um relacionamento entre um casal gay de meia idade, Boris (Fabian Stumm) e Jonathan (Knut Berger). Ambos estão em crise criativa com os seus respectivos trabalhos. Jonathan está totalmente perdido em escrever um novo romance. Boris ensaia um novo filme como ator junto de outros 2 atores, entre eles, o jovem Tim. A diretora é exigente e pratica um método cruel fisicamente e psicologicamente falando para dirigir os seus atores. Confesso que não curti o filme. Achei chato, e Fabian Stumm filmou tudo com uma narrativa extremamente fria e sem empatia. Impossível sentir qualquer tipo de aproximação emotiva com os personagens. Não achei divertido, e mesmo nas crises criativas de ambos, não me vi ali representado. O uníco momento que realmente vale a pena no filme, lindamente filmada em um plano fixo, é a do sexo do casal, que começa frio e vai se tornando quente e apaixonante, ao som de Canon em D, de Johan Pachelbel.

quinta-feira, 29 de maio de 2025

Pai nosso

"Paternoster", de Daniel Alvaredo (2013) Baseado numa história real de um homem paranóico que cometeu crimes por ciúmes, através de visões de um homem que o alerta sobre uma traição de sua esposa. Tito (Eduardo Blanco) é um fotógrafo, casado com Carmen (Adriana Salonia). Ele tem um desejo de se tornar pai, mas Carmen acabou tendo complicações na gravidez. Tito herdou uma cabana afastada de sua família, e vai lá para espairecer. Ali ele conhece um homem, que o deixa com pulga atrás da orelha. Ao retornar para casa, ele descobre que sua esposa não perdeu o bebê, e mais: que seu melhor amigo, German (Ivan Balsa), esteve com ela nos dias que ele esteve fora. Tito passa a ter acessos de ciúme, e de super proteção com Carmen o que a deixa angustiada. O filme recebeu os prêmios de melhor ator e melhor filme de terror no Fetsival de Mar del Plata. É um filme interessante, um drama psicológico que no final se torna terror. Foi ótima a escalação de Eduardo Blanco no papel principal, pois está acostumado a papéis cômicos, o que torna mais surpreendente a sua performance.

On swift horses

"On swift horses", de Daniel Minahan (2024) "On swift horses" começou a viralizar nas redes sociais antes mesmo de seu lançamento, por conta das cenas entre Jacob Elordi e Diego Calvas que deixou o público atiçado. Jacob já havia protagonizado cenas quentes em 'Saltburn" e agora repete a dose, em cenas muito menos ousadas, mais certinhas. Adaptado do romance escrito por Shannon Pufahl, que por sua vez foi inspirada na avó de Pufahl e em suas experiências no mundo dos jogos de azar na década de 1950, no Kansas. Muriel (Daisy Edgar-Jone, de "Normal people" e "Twisters") é casada com Lee ( Will Poulter ), veterano da guerra da Coréia. Ela é garçonete, ele é metalúrgico. O irmão de Lee, Julius (Jacob Elordi) chega na casa deles. Julius combateu na guerra e está sem rumo. Lee está ansioso para que os três construam uma nova vida juntos em San Diego, mas Julius decide viajar para Las Vegas, onde encontra emprego em um cassino: e;e é um olheiro, um tracapeiro que fica esondido vendo os jogos e repassando as informações. Ele conhece outro olheiro, Henry (Diego Calva) e se apaixonam. Enquanto isso, Muriel decide apostar em cavalos de corrida e conhece uma mulher, por quem sente interesses. Uma vizinha do casal, Sandra (Sascha Calle) pede ajuda ao casal para um abaixo assinado contra a construção de uma estrada que irá passar por cima da casa dela. lee recua, mas Muriel decide dar apoio à ela. As duas se tornanm amantes. Com um elenco lindo de se ver e muito talentoso, a produção do filme é caprichada em todas as áreas: fotografia, arte, figurino, trilha sonora. As cenas de sexo são comedidas, sem ousadias. O roteiro apresenta muitos personagens e sub-plots e isso desvirtua um pouco a história central de Muriel. O desfecho pode lembrar 'Brockeback mountain", mas a sensibilidade da roteirista propõe um final mais sublime e avassalador, que certamente irá comover a platéia.

Cobra verde

"Ching se", de Tsui Hark (1993) Baseado no romance homônimo de Lilian Lee, que por sua vez é adaptado do conto popular chinês "Madame Cobra Branca", "Cobra verde" é uma fantasia chinesa muito bizarra e alegórica, com muitos efeitos, cores e uma história fantasiosa e mágica. Com uma atmosfera que lembra um sonho, com imagens etéreas e cores vibrantes e magicas, o filme conta a história de duas irmãs, Cobra branca (Joey Wang) e Cobra verde (Maggie Cheung, de "Amor à flor da pele"). Elas se transformam em humanas e asism, poderem aprender sobre amor e sentimentos. Cobra Branca casa-se com o estudante Hsui Xien, que decsonhece a verdade origem de sua esposa. Cobra verde, por não sabe dominar totalmente as suas magias, não consegue ficar o tempo todo como humana. ela atrai a atenção do monge budista Fa Hai, que está determinado a banir as duas cobras da Terra. O filme tem uma história confusa, portanto, é melhor não tentar compreender muito ela e ficar mais atento aos detalhes de arte, figurinos, fotografia . O visual do filme, mesmo tendo quase 30 anos, ainda é avassalador. As atrizes estão belíssimas em cena, com muito jogo de sedução e envolvidas em cenas de ação.

Colapso no Ártico

"The last winter", de Larry Fessenden (2006) Thriller de terror totalmente rodado na Islândia, "Colapso no Ártico" tem como referência "O enigma de outro mundo", clássico de John Carpenter. Só que ao invés de uma criatura alienígena, "Colapso no Ártico" traz os demônios Wendigo, provenientes do folcore indígena. Uma empresa americana explora o petróleo no Ártico. Um grupo trabalha ali. Enviado para avaliar o impacto ambiental da perfuração de petróleo no Ártico, James Hoffman (James Le Gros) entra em conflito com o chefe da equipe de perfuração, Ed Pollack (Ron Peralman) que quer terminar o trabalho e não pretende parar os trabalhos. Aos poucos, uma um vai tendo aliconações e morrendo. Ed credita aos gases que saem da extração como resposnável pelos delírios e paranóias, mas um integrante da equipe, descendete de indigenas, diz que são os Wendigo, reinvidicando suas terras, que estão sendo invadidas pelas perfurações. O filme demora a trazer elementos de terror,e. os efeitos são bem fracos, provavelmete por conta do orçamento modesto. Não te como comprar com "O enigma do outro mundo", que mantém uma tensão constante. A cena final, que deveria ser chocante e apolcalíptica, não traz o efeito desesperador almejado.

quarta-feira, 28 de maio de 2025

Banheiro errado

"Wrong Bathroom", de Ragini Bhasin (2024) Tendo como tema central o desejo e necessidade de pertencimento a um grupo específico, "Wrong bathroom" é um filme lgbtqiap+ americano dirigido pela cineasta indiana Ragini Bhasin, atualmente residente em los Angeles. O filme é inspirado na história do roteirista trans Nate Gualtieri. Gabe (Benny Zielke, alter ego de Gualtieri) é um adolescente trans. Durante o intervalo na high school, ele decide usar o banheiro pela 1a vez, após a sua transição. Gabe se tranca na cabine, quando dois rapazes entram no banheiro vazio e fumam maconha. Gabe sem querer faz banheiro. Os rapazes ecsutam e a descobrem na cabine. Eles pressionam Gabe para que ele revele itimidades de Leslie, sua melhor amiga. Gabe entra em um conflito moral: deve contar e assim, faezr parte do grupo dos rapazes, ou segurar a informação para si e ser leal à Leslie. O filme traz ótimas performances dos 3 jovens atores, e de forma concisa, a direção apresenta os conflitos de um jovem trans que precisa entender a sua nova identidade, e como ele espera que os outros o enxerguem de agora em diante.

Aichaku

"Aichaku", de Raito Nishizaka e Michael Williams (2025) Escrito pelo ator Christopher McCombs que interpreta Lucas, o roteiro de "Aichaku" (que em japonês significa "Apego) foi dirigido por dois diretores, um japonês e um americano, Raito Nishizaka e Michael Williams. Rodado em Chiba, área rural do Japão, o filme apresenta Lucas (McCombs), um professor de inglês de uma escola que está passando por problemas financeiros. O salário de Lucas é baixo, mas ele continua pois precisa de trabalho para obter o seu visto de residência definitivo no Japão. Lucas vai de bicileta todos os dias para a escola. No caminho, ele sempre observa Ken (Christopher Nishizawa), um operário mestiço bonito e sedutor. Ken mora com seu tio, que o trata com rispidez. O destino fará com que os dois homens se tornem íntimos e mantenham um relaiconamento de 3 dias. O filme é longo, quase 2 horas, e ritmo lento. Mas o que mais me incomodou, além dos diálogos muito simplórios, é da escalação de Christopher McCombs no papel de Lucas. Não há química entre ele e o ator que interpreta Ken, e Christopher é um ator mais fraco.

Crutch

"Crutch", de Rob Moretti (2004) Estréia na direção do roteirista e diretor Rob Moretti, que traz uma cinebiografia em "Crutch", ao expôr para o mundo a sua história, através de David. Um filme que fala sobre a descoberta da homossexualidade, depressão, vício em drogas e bebidas, homofobia, violência doméstica e principalmente, um relacionamento toxico avassalador que quase destruiu a vida de David. David (Eben Gordon - que aparenta muito mais idade do que pede o persnagem) é um estudante de 16 anos que está passando por um momento difícil em sua vida. Seus pais estão se separando. Seu pai trocou sua mãe alcóolatra por outra mulher. Os irmãos de David não querem se envolver com o drama dos pais. David e sua namorada se inscrevem na aula de artes dramáticas da escola, ministrada pelo professor Kenny (Rob Moretti), um homem mais velho que David. David começa a passar problemas financeiros na fanília, e mesmo gostando das aulas dramáticas, que ajudaam a avaliar as suas dores mentais, David anuncia ao professor que precisa sair das aulas. Kenny, apaixonado por David, decide ajudá-lo e assim, fazer com que o aluno permaneça nas aulas. Aos poucos, Kenny se apropria de seu poder como professor e induz David a se relacionar com ele. David cede, muito pela sua carência. Kenny introduz a cocaína para David, que se torna viciado. O diretor Rob Moretti foi corajoso ao abrir a sua vida para o público. Ele dedica o filme à sua mãe, que faleceu de overdose. O elenco é mediano, e curiosamente, o ator Eben Gordon, mesmo mais velho, está melhor em cena que Rob Moretti, que se escalou para interpretar o Professor. Ele está canastrão e exagerado. A questão da pedxxxx acaba abafada pela escalação d eum ator que aparenta ser mais velho que um adolescente de 16 anos.

terça-feira, 27 de maio de 2025

Zola

"Zola", de Janicza Bravo (2020) "Zola" concorreu no Festival de Sundance em 2020, e foi produzido pela A24. O filme foi baseado em um thread do antigo Twitter que viralizou em 2015. A thread foi composta por 145 tweets, escrito pela garçonete de Detroit A'Ziah "Zola" King (no filme, (Taylour Paige)). Dançarina e streaper, Zola também trabalha como garçonete. Stefani (Riley Keough, de "American honey") elogia o físico de ZOla e a convida para para em um fim de semana na Flórida, prometendo muito dinheiro. Elas viajam de carro junto do namorado de Stefani, Derrek (Nicholas Braun), e X (Colman Domingo). que Zola tardiamente irá descobrir que é cafetão e prostitui Stefani. Zola é induzida a se prostituir, mas se recusa. Ela ajuda Stefani a s evalorizar: ela cobrava um cachê baixo, e pede que ela cobre um valor bem maior, elevando sua auto estima. Zola procura ver uma forma de voltar pra casa, mas todos se envolvem com traficantes. O filme foi bem elogiado pela crítica. Inicialmente, seria dirigido por James Franco, mas com as acusações de abuso sexual, foi substituído por Janicza Bravo. É um bom filme, que lembra muito "Hustkers", com Jennifer Lopez. pela mistura de ambiente de prostituição, bandidagem e tráfico.

O dia em que me tornei mulher

"Roozi ke zan shodam", de Marzieh Makhmalbaf (2020) Filme iraniano que ganhou 3 prêmios no Festival de Veneza, é dirigido por Marzieh Makhmalbaf, esposa do famoso cineasta Mohsen Makhmalbaf, que escreveu e produziu o filme. O filme é dividido em 3 histórias, todas apresentando protagonismo feminino em idades distintas: uma criança, uma mulher jovem e uma idosa. São histórias que falam da luta das mulheres em uma sociedade patriarcal, e a dificuldade que elas encontram em querer passar pela barreira do preconceito, misoginia e tradições milenares. A primeira história é sobre Have, uma menina de 9 anos que tem como melhor amigo , um menino. No dia de seu aniversario de 9 anos, ela decsobre que a partir dessa data ela é uma mulher e está proibida a se relacionar com garotos. Ela também será obrigada a usar o xador (véu) na cabeça e nunca mais circular em público sem ele. O segundo episódio, a protagonista é Anooh. Ela participa de uma corrida de bicicleta somente de mulheres, mas ela de fato está fugindo de sua casa e de seu marido. O marido e os amigos dele vão atrás dela de cavalo, para convenc6e-la a voltar para casa No terceiro episódio, Hoorah é uma idosa que chega do aeroporto. Ela herdou uma fortuna e quer gastar seu dinheiro comprando tudo o que ela não pode ter na vida: geladeira, tv, mesas e outros bens de consumo. É um episódio surrealista, e termina fechando o ciclo com a menina do primeiro episódio. "O dia em que virei mulher" é um filme lúdico, belo e ao mesmo tempo cruel, ao mostrar a triste realidade de mulheres no Irã. As atrizes são excelentes, dentro de narrativas reflexivas e angustiantes.

segunda-feira, 26 de maio de 2025

Todas as Cores do mundo estão entre o Preto e Branco

"All the Colours of the World Are Between Black and White", de Babatunde Apalowo (2023) Drama lgbtqiap+ da Nigéria, vencedor do Prêmio Teddy em 2023 no Festival de Berlim, destinado a filmes com temáticas queer. A Nigéria é um país que enxerga a homossexualidade como crime e é ilegal. Quem for flagrado, será punido criminalmente, e por isso, os integrantes da comunidade queer precisam se encontrar escondidos, na ilegalidade. Nesse contexto, Bambino (Tope Tedela) é um gay enrustido. Ele vende comida numa barraca de rua e faz bicos como motoboy. Quando ele precisa fazer uma foto para identificação, ele conhece Bawa (Riyo David), o fotógrafo que faz bicos vendendo apostas. entre os dois, surge um amor, mas eles precisam fazer tudo escondido. Bawa quer um relacionamento romântico, e Bambino, temeroso, tem um relacionamento de fachada com uma mulher, que está interessada nele. Tudo no filme é excelente: as atuações, a fotografia, o roteiro, a câmera, trilha sonora e direção. É um filme que comove pelo amor quase "Brokeback mountain", em um contexto de um país homofóbico e pleno de riquezas culturais e e bastante religioso. As cenas da dupla em peregrinações na moto, ou de Babino acompanhando a paixão de Bawa por fotos são muito sensíveis e lúdicas.

Um amor em tempos de selfie

"Un amor en tiempos de selfies", de Emílio Tamer e Federico Finkielstain (2014) Comédia romântica argentina, com toques de drama, escrita e dirigida por Emílio Tamer e Federico Finkielstain. O filme apresenta Lucas (Martin Bossi), um professor de stand up comedy que administra o El Sotano Club à noite, um pub de comédia, e dá aulas de comédia para adultos durante o dia. Lucas é um homem na faixa dos 40 anos e sempre gostou de relacionamentos livres. Um dia, ele conhece Guadalupe (María Zamarbide), uma nova aluna que se inscreveu em seu curso. Lucas é raiz: avesso à internet e redes sociais. Guadalupe é toda tecnológica. Ela é uma comunicadora social enviada por seu chefe (Luis Rubio) para se soltar mais nas suas apresentações comerciais. Lucas e Guadalupe não têm nada a ver um com o outro, mas acabam se apaixonando. Ela introduz Lucas na rede social. A casa noturna bomba, mas as pessoas com quem Lucas interagia antes, a turma mais raiz, começam a sair de sua vida. Lucas passa a faezr piadas grosseiras e machistas sobre relacionamento e acaba ferindo os sentimentos de Guadalupe, que desaparece. O filme começa bem, tem bons personagens e boas cenas envolvedo a arte dramática e interação professor e aluno. É legal ver o contraste entre alguém que é contra a rede social interagindo com outra que e viciada. Mas do meio em diante, o filme toma outro rumo narrativo, e vai ficando pesado no drama.

Como grãos de areia

"Nagisa no Shindobaddo", de Ryosuke Hashiguchi (1995) Melhor filme no Festival de Roterdan 1996, "Como grãos de areia" retrata a juventude japonesa e seus conflitos amorosos e de sexualidade, através de 3 personagens: Ito (Yoshinori Okada), estudante de ensino médio, que nutre paixão platônica por seu melhor amigo, Yoshida (Kouta Kusano). Toshida defende Ito dos atques homofóbicos dos alunos da escola, mas ao descobrir o interesse do amigo por ele, ele recua. O pai de Ito o obriga a frquentar uma clínica psiquiatrica para ser "curado", e ali, ele conhece a estudante Aihara (Ayumi Hamasaki), recém transferida e com um passado traumático. Ito tem liberdade de conversar com Aihara sobre a sua sexualidade. Quando Ito apresenta Yoshida, que namora Shimizu (Kumi Takada), Yoshida sente atração por Aihara. O filme tem uma narrativa totalmente naturalista. O ritmo segue bem lento, em um filme longo, de quase 130 minutos de duração. os atores são bons e correspondem bem a um roteiro repleto de nuances.

Os passos

"Le orme", de Luís Bazzoni e Mário Fanelli (1975) Drama psicológico que não deve ser confundido como um filme 'Giallio". Está mais para "A ilha do medo", de Scorsese, ao retratar a falha de memória de uma mulher, Alice (Florinda Bolkan, atriz brasileira que se tornou estrela de filmes europeus, tendo trabalhado com Visconti e grandes cineastas italianos). Ao ser acordada em sua casa por um telefonema de uma amiga do trabalho, Alice, que é viciada em pílulas para dormir, descobre que faltou 3 dias ao trabalho. Ela no`acredita, mas ao consultar o calendário, se dá por vencida. Ela é demitida do trabalho e decide pesquisar o que aconteceu com ela nos 3 dias. Ela encontra um folheto rasgado de um Hotel, chamado Garma, e decide ir até lá. Hóspedes, funcionários e locais a reconhecem pel nome de Nicole, sendo que Alice alega que jamais botou os pés ali. Alice tem constantes sonhos com dois astronautas pousando no espaço e indo atrás dela. Vendo o filme, é difícil acreditar que Scorsese não tenha visto o filme, de 1975, e se inspirado em "A ilha do medo". Existe um plot twist final que corrobora com esse argumento. O filme tem um ritmo bastante lento e cansativo, mas traz lindas locações filmadas na Turquia e o talento e beleza da estrela Florinda Bolkan. A curiosidade é ver Klaus Kinski em uma participação como um funcionário da Nasa.

domingo, 25 de maio de 2025

Les ailes collées

"Les ailes collées", de Thierry Binisti (2025) Drama Lgbtqiap+ francês adaptado do romance homônimo de Sophie de Baere, "Les ailes collées". O livro foi adaptado por Alexis Bayet e Alain Layrac e traz na direção Thierry Binistri. No dia do seu casamento com Ana (Pauline Bression), Paul (Roby Schinasi) reencontra vê Joseph (Jeremy Kapone), que foi convidado por Ana ao encontrar correspondências dos dois e acreditar que foram amigos de longa data. O filme retorna em 20 anos, trazendo Paul (Max Libert), um adolesente que mora com seus pais e sua irmã. Um dia, ao ir até à praia, ele conhece Joseph (Alexis Rosenstiehl), que acaba de se mudar com sua mãe e moram em um trailer. Os dois se tornam grandes amigos, até que a paixão surge. Os dois são flagrados pelos rapazes da escola, que insistem em praticar bullyings violentos contra Paul. A época é anos 80 e as notícias sobre a Aids tornam a todos homofóbicos. Durante um ataque homofóbico, Paul e Joseph revidam e atacam o rapaz, que desmaia na praia isolada. Os dois amantes acreditam que tenham matado o rapaz e decidem se separar. O filme traz um momento histórico onde a homofobia cresceu na sociedade por conta do preconceito contra a Aids, que surgia no mundo nos anos 80. Os atores que interpretam Paul e Joseph nas duas etapas são bons, e a direção cria um interesse durante a narratva para que o público queira saber qem matou o rapaz homofóbico. O final foi corrido e as situações acontecem atropeladas, principalmente na cena do aniversário de 1 ano do filho de Paul.

O professor

"The teacher", de Farah Nabulsi (2024) Premiado drama escrito e dirigido pela cineasta inglesa e descendente de palestinos indicada ao Oscar pelo excelente curta 'O presente", de 2020, que mostrava um pai atravessando a fronteira entre Palestina e Israel para comprar um presente para a sua filha. Em "O professor", Farah Nabulsi escala o mesmo ator palestino, o espetacular Saleh Bakri, que protagonizou, entre outros, o israelense "A banda", o thriller com Nadine Labaki "Costa Brava, Líbano" e o drama queer egípcio "O caftan azul". Co-produzido por Reino Unido, Catar e Território Palestino ocupado, o filme foi escrito por Farah durante a pandemia e inspirada na história de seus pais, e foi filmado na Cisjordânia. Basem (Saleh Bakri) é um professor palestino de inglês. Ele pede para que um de seus alunos, Yacoub, não falte as aulas e estude, deixando claro para ele que os estudos trazem futuro. Adam é irmão mais novo de Yacoub, e diferente dele, é mais estudioso. Basem se envolve com a assistente social britânica Lisa (Imogen Poots) e aliada à causa palestina. Quando soldados israelenses reinvidicam a casa onde a família de Youseb mora, ele se irirta e procura evitar a expulsão, mas basem surge e pede para que ele deixe os soldados israelenses tomarem tudo. Youseb retorna para o seu terreno e enfrenta um israelense invasor, e acaba sendo morto por ele. Adam se revolta, abandona os estudos e entra para o terrorismo. Basem, que se sente um pai adotivo para Adam, o ajuda. O filme é polêmico e traz uma trama vibrante e poderosa, que inclui personagens que representam o lado israelenes, como os pais do soldado israelense sequestrado por Adam. A diretora decidiu realizar o filme para mostrar a força e resiliência do povo palestino. Os atores são ótimos. Imagem Poots é uma atriz versátil e traz um elemento internacional ao filme que certamente o fará ser visto por um público mais amplo.

Lilo e Sticht

"Lilo and Sticht", de Dean Fleischer Camp (2025) Co-escrito por Chris Sanders, que foi o co-roteirita e co-diretor da animação de 2002 e ainda dublando Stitch, o filme agora é dirigido por Dean Fleischer Camp, da premiada animação "Marcel the shell with the shoes on". Eu fiquei muito chateado com as mudanças do personagem Jumba (Zach Galifianakis), que tem um arco final totalmente diferente da animação. Todo mundo já sabe, e não é spoiler, que o personagem do vilão Capitão Gantu não aparece, e aí foi um grande erro, pois alterou a personalidade de alguns dos personagens. Outra grita do público foi que o alienígena Pleakley (Billy Magnussen) não aparece vestido de peruca e vestido para se disfarçar na terra. Os produtores alegaram que for agora adquirir forma humana, não havia necessidade. Mas muita gente chiou e isso traz um contexto em sub0texto relacionado à gênero, e todo mundo sabe que a Disney agora vetou qualquer menção à lacração. Novos personagens surgiram, como uma vizinha, mãe do persoanagem David, namorado de Nina. E Cobra Bubbles agora é um agente da CIA ao invés de de ser da assistência social, que agora surge em uma personagem nova, Mrs Kekoa (Tia Carrera), personagem criado para dar forma à atriz tia Carrera, que deu voz à Nina na animação de 2002. Muitas cenas aqui foram alteradas do original. Essa versão live action aposta mais na emoção e forcar lágrimas do espectador, principalmente em 2 cenas bem emotivas: quando Nina mergulha para salvar Stitch no mar ( na animação era David) e uma cena final igual a "Et", que foi a referência para criar Stitch.

Lilo e Sticht

"Lilo e Sticht", de Dean DeBlois e Chris Sanders (2002) Indicada ao Oscar de animação 2003, perdeu para a obra prima de Miyazaki 'A viagem de Chihiro". "Lilo e Sticht' tem como pano de fundo o tema das famílias desfuncionais, e a família não sanguínea que criamos ao longo da vida. O diretor e roteirista Chris Sanders ( que dubla Stitch), disse que a ideía do filme quando ele se perguntou se no filme "Et, o extraterrestre", o Et chegasse à terra como um ser violento , e não amigável. Sticht é um ser extraterretsre criado pelo cientista Jumba (David Ogden Stiers), de um planeta distante. Stitch é considerado violento e poderso demais, e sem emoções. A Grande conselheira (Zoe Caldwell) ordena que ele seja eliminado, mas ele consegue fugir e cai na Terra, no Havai. A Conselheira pede que Jumba, junto de Pleakley (Kevin McDonald) e Capitão Gantu (Kevin Michael Richardson) sigam ate a Terra para resgatar o Sticht. Surge Lilo (Daveigh Chase), uma órfã de pais de 8 anos, que mora com sua irmã Nina (Tia Carrera). Como tem que trabalhar, Nina não dá conta de cuidar de Lilo, e por isso o assistente social Cobra Bubbles (Ving Rhimes) está na sua cola. Nina decide comprar um animal para Lilo, e descobrem Stitch, que se disfarça de cachoror, em um canil. Lilo se torna a melhor amiga de Lilo, e ficam próximos. Mas os extraterrestres chegam para resgatá-lo. São muitos os paralelos com o filme 'Et". O filme tem personagens deliciosos e carismáticos. Peakley se disferçando de mulher com vestido e peruca é impagável. As vozes na dublagem são muito boas, e o filme traz muita ação e aventura.

No dogs allowed

"No dogs allowed", de Steve Bache (2024) Certamente o filme mais polêmico e ousado que já assisti, "Cães não são permitidos" é um filme primoroso, com performances extraordinárias de todo o corajoso elenco, principalmente de Carlo Krammling, no papel do adolescente de 15 anos Gabo, que tem uma atração sexual pelo irmão de 8 anos de seu melhor amigo. O filme tem como protagonista um adolescente pedxxxfilo, e essa história é baseada em história real, adaptada e dirigida com coragem pelo cineasta alemão Steve Bache, um filme tabu que jamais teria sido filmado nos Estados Unidos e até mesmo Brasil. O filme foi premiado no Tallinn Black Nights Film Festival e Filmschau Baden Württemberg como melhor filme. Gabo, 15 anos, tem como melhor amigo Sebbo, com quem passa o tempo na escola e na casa dele. mas a atenção de Gabo é para o irmão de 8 anos de Sebbo, Sam. Gabo fica ansioso, se contrai, passa as noites em sofrimento tentando entender os seus sentimentos. Ele olha as fotos de Sam durante a noite e fica totalmente absorvido de paixão. Gabo conhece um homem mais velho, Dave (Robin Sondermann), 40 anos, em um chat de internet e marcam encontro. Dave tenta seduzir Gabo, mas ele deixa claro que ele não gosta de homens mais velhos. mas Sam aproveita a aproximação de Dave para entender como funciona a mente de um pedxxxxfilo. Dave, sagaz, acaba conseguindo seduzir Gabo e faz sex.. com ele. O filme de Steve Bache não faz julgamentos e não traz mensagens moralizantes. Friamente, ele traz personagens errantes, que procuram entender a sua mente. Gabo tem um lado humano mostrado no filme: ele faz de tudo para ajudar a sua mãe depressiva a se resinerir profisisinalmente. Os diálogos são muito realistas. Fico tentando entender como os alemães consegueme scalar menors de idade para um filme com ese conteúdo ( o ator de 8 anos). carlos Krammling, que interpreta o rapaz de 15 anos, li que tinha 20 anos na época da filmagem. Sua performance é simplesmente arrasadora, percorrendo todas as emoções de forma visceral.

sábado, 24 de maio de 2025

A rendição

"The surrender", de Matt Palmer (2025) Terror sobrenatural co-produzido por Canadá e Estados Unidos, concorreu no SXSW 2025. O filme apresenta Megan (Colby Minifie), uma jovem que retorna para a casa de seus pais, após um tempo sem vê-los. Seu pai, Robert (Vaughn Armstrong) está doente em estado terminal. Sua mãe, Barbara (Kate Burton) culpa Megan pelo afastamento dos cuidados do pai. Megan culpa sua mãe por sempre ser tão exigente e passou a vida toda cobrando Megan. Barbara contrata os serbiços de um xamã (Neil Sandilands) para fazer Robert ressucitar, assim que ele morrer. Megan é cética e tenta convencer sua mãe de que o xamã só quer dinheiro. Quando Robert morre, o xamã pede que elas queimem tudo de Robert dentro de um círculo, sem deixar nada para trás, para que todas as lembranças dele sejam apagadas. Mas Megan decide guardar uma foto que ela tinha com seu pai quando riança. Robert acaba retornando como uma criatura monstruosa e canibal. A primeira parte do filme é bem arrastada e focada no drama da família. O 2o ato, a partir d amorte do patriarca, já fica mais tensa, pois é a parte focada no terror. O filme é um baixo orçamento, que se utiliza de efeitos práticos. Os atores são bons e o filme garante alguns sustos e uma boa atmosfera, mas para os fãs de terror, certamente irão achar o filme muito lento. M

Ritas

"Ritas", de Oswaldo Santana e Karen Harley (2025) É recomendável assistir a esse filme "Ritas" junto do documentário "Mania de você": os dois filmes, sobre a cantora e compositora Rita Lee, se complementam. Enquanto "Mania de você", através de uma carta deixada por Rita para seus filhos e marido, escrita 4 semanas antes de morrer, traçar toda a sua trajetória, "Ritas", traz depoimentos de Rita em primeira pessoa, fazendo um painel mais sensorial do que informativo. É incrível como o material de arquivo dos dois filmes são distintos, inclusive quando retratam a mesma música, ou a relação de Rita com seu marido, Roberto de Carvalho, Gil, Elis, Caetano, Ney, entre outros. É uma excelente oportunidade dos fãs reverem um acervo maravilhoso e poder escutar a sua discografia em alto som em uma sala de cinema.

O que tem para o jantar, mãe?

"Mama, gohan mada?", de Mitsuhito Shiraha (2016) Comovente melodrama japonês, co-escrito e dirigido por Mitsuhito Shiraha. O filme fala sobre uma família composta por duas irmãs, Tae e Yo, e como elas vivem o luto pela morte da mãe delas, Kazue, morta por câncer. Ao retornarem à antiga casa onde moravam, que agora será demolida, Tae encontra uma caixa vermelha cheia de receitas e cartas escritas por sua mãe. Ali, entre receitas de comida taiwanesa, Tae descobre todo o drama de sua mãe, que se mudou do Japão para Taiwan nos anos 70, batalhou para se firmar e aprender a língua local, se casou com um taiwanês depressivo, cuidou das duas filhas e teve a comida como elemento de amor que as unia. Tae viaja para Taiwan para resgatar o passado de sua mãe e também, aprender a culinária que a mãe tanto amava. Baseado nas memórias da atriz Tae Hitoto, o filme traz imagens deliciosas de preparo de comida que deixam a todos com água na boca. É filme para chorar muito e se emocionar com trajetória de mulheres fortes e batalhadoras.

Rua do medo- Rainha do baile

"Fear street- Prom queen", de Matt Palmer (2025) Após o grande sucesso da trilogia "Rua do medo", sai mais um filme escrito por R.L. Stine, "Rainha do baile". Novamente ambientado na cidade de Shadyside", palco de muitos massacres e mortes no passado, "Rainha do baile" traz uma história simples e óbvia: uma festa de formatura onde será coroada a Rainha do baile. O ano é 1988. Lori (Índia Fowler) é uma aluna retraída, acuada por causa de sua mãe, acusada de ter matado seu pai. Essa história faz com que Lori seja mal vista por todos, exceto por Megan (Suzanna Son), sua única amiga. Tiffany (Fina Strazza), a bitch da high school, tem um séquito de garotas que a bajulam. Mas na noite da festa, quando Lori também concorre, um assassino surge e vai matando uma a uma as concorrentes. Lily Taylor faz uma participação como uma das orgaizadoras da festa. O filme cria uma expectativa sobre quem pode ser o serial killer. A resolução é fraca. O melhor mesmo do filme são as referências, que v˜ão de "Pânico" a "Carrie, a estranha". A trilha sonora também é o ponto alto, com clássicos da época: Rick Astley, Bananarama, Eurythmics, Tiffany, entre outros. As mortes são toscas, com efeitos práticos que mostram notadamente que tudo é prótese. A trilha de sntetizadores é outro must, além da direção de arte e figurinos.

História de um viciado

"Story of a junkie", de Lech Kowalski (1985) Obscuro documentário lançado em 1985, que retrato de forma crua e brutal a vida de viciados em heroina e cocaína no Lower east side de Nova York. Misturando documentário e ficção, a câmera acompanha Gringo (John Spacely), um jovem que veio para Nova York em busca de fama. e fortuna e acabou se viciando em heroína. (John Spacelly morreu nos anos 90 de HIV, contraído pelo uso das seringas que compartilhava com outros viciados). O filme acompanha o dia a dia de Gringo com outros viciados (negros, latinos, brancos), , alguns roubado para sustentar o vício. Conversas reais sobre o prazer de injetar a heroína e consumir cocaína vai sendo incorporada a esse registro documental onde o consumo é real: os personagens manuseiam e prepararm as drogas sem qualquer tipo de censura. É um filme visceral, assustador e um excelente material para que atores assistam para trabalhar seus personagens viciados. A direção de arte nos apartamentos é quase um filme de terror, onde sujeira, ratos e seringas cheias de sangue se misturam ao ambiente.

sexta-feira, 23 de maio de 2025

Noturno

"Beurokeun", de Jin-hwang Kim (2025) É impressionante que quase todo thriller sul coreano gira em torno do tema da vingança, e uma das arma smortais é um martelo ou um cano de ferro. Em "Noturno", somos apresentados a Min-Tae (Ha Jung-woo), um ex-mafioso que ao defender seu irmão, Seok-tae, acaba indo preso. Anos depois, ao ser solto, Min-Tae desiste de trabalhar como crime e vai trabalhar na construção civil. Mas seu irmão é encontrado morto, e a suspeita recai sobre a esposa dele, Moon-young (Yoo Da-in), que sumiu com a filha do casal. Min-Tae descobre um livro, "Nocturnal", que relata exatamente a história de seu irmão e da esposa, e ele decide procurar o autor do livro, e asism, saber do paradeiro da ex-cunhada e entender o motivo do crime. Diferente de outros thrillers sul coreanos, em "Noturno", o roteiro e do diretor investem mais no drama dos personagens. Ainda assim, existem algumas poucas cenas de porradaria e ação que fazem lemvrar de "oldboy"e a clássica cena do protagonista lutando com uma hroda de bandidos usando um martelo.

E alguém mais

'En iemand anders", de Vincent Tilanus (2025) Drama Lgbtqiap+ holandês, "E alguém mais" concorreu no Festival de Cannes na semana da crítica. Delicado e com um tema complexo, o filme apresenta o adolescente Tommy (Pier Bonnema), gay assumido e morando com seus pais, Lieke (Hanneke Scholten) e Abel (Rienus Krul), além de Max, o irmão mais novo. Tommy ama seus pais, principalmente sua mãe, uma comoanheira que o acolhe em todos os momentos que ele mais precisa, como por ex, quando ele rompeo seu namoro. Ao procurar informações no computador de seu pai, ele sem querer lê um email e decsobre que seu pai tem um amante, Erik, que ele conhece há anos. Tommy entra em um grande conflito: se deve contar para sua mãe e assim, destruir um casamento, ou se ele acolhe o dilema de seu pai. Com ótimas performances de todo o elenco, o filme poderia render uma excelente peça de teatro. Os diálogos são críveis, as emoções bastante realistas. Existe um monólogo de Tommy com seu pai, e de Abel com Lieke, que são excelentes. Um filme respeitoso com o drama dos personagens.

Hace mucho que no duermo

"Hace mucho que no duermo", de Agustin Godoy (2022) Concorrendo a melhor filme no Festival de Mar del Plata, "Hace mucho que no duermo" acabou ganhando um prêmio técnico de melhor som. O filme é uma bizarra história de obsessão e amor ambientada em Buenos Aires. No início do filme, pessoas vão passando uma grande mochila fechada com um cadeado de mão em mão pelas ruas da cidade, como se fossem maratonistas passando o bastão. Por engano, um desses jovens corredores transfere a mochila para Mapache (Agustín Gagliardi), um entediado funcionário de um escritório burocrático que há muito não consege dormir. Mapache está sentado em um banco da praça e ao receber a mochila, sem nem saber o porquê, a leva correndo até sua casa. Chegando lá, ele tenta abrir a mochila, mas do nada, surge uma garota, (Agustina Rudi), que diz que estava jogando tarô que a recomendou a procurar Mapache. A mochila é roubada e os dois passama. correr atrás dela, e ao longo do processo, Mapache vai se apaixonando e saindo de sua letargia. O filme não fecha conclusões e nem traz uma história propriamente dita. Está aberta a muitas metáforas, como por exemplo, a pessoa deve sair de sue modo passivo e encontrar alguma motivação na vida, ou pessoas aleatórias que se apgeam a algo sme snetido e saem em busca de um sentido para a vida. É repleto de humor ácido, bem filmado, com orçamento de filme indie. Uma brincadeira de estilo, que encontra atores dispostos a entrar na farsa.

quinta-feira, 22 de maio de 2025

Você é a garota dos meus sonhos

"Geu sijeol, uriga johahaetdeon sonyeo", de Cho Young-Myoung (2024) Remake de uma comédia dramática e romântica de Taiwan lançada em 2012, "Você é a garota dos meus sonhos" é um filme fofo sul coreano que traz a paixão de Jinwoo (Jin-young), estudante de high school, por Seon-ah (Da-hyun, integrante do grupo Kpop TWICE), uma aluna decsolada, inteligente e bonita, objeto de desejo de todos os garotos da escola. JinWoo faz corpo mole e diz que não sente nada por ela, mas a verdade é que ele é o mais apaixonado pela menina. O filme é ambientado durante a Copa do mundo de 2002 que ocorria no Japão e Coréia. O filme tem uma história simples e sem grandes viradas. Transcorrendo durante mais de uma década na vida dos jovens indo da high school até a formatura na faculdade, é um coming of age da forma mais clássica, e envolve um amor entre duas pessoas incompatíveis, claro.

Deserto da Namíbia

"Namíbia no Sabaku", de Yoko Yamanaka (2024) Concorrendo no Festival de Cannes na mostra quinzena dos realizadores, "Deserto da Namíbia" e um drama intimista de 140 minutos de duração, que reflete o estado mental de uma jovem, Kana (Kawai Yumi). Oss eus relacionamentos são instáveis e violentos, muito por sua própria resopnsabilidade. Ela não consegue se comunicar direito com sua mãe, que é chinesa e foi morar no Japão, nem com os familiares dela, todos chineses. Kana trabalha em uma clínica estética como depiladora. Kana é fria com suas poucas amigas e constantemente está no celular vendo videos aleatórios. Quando ela faz uma consulta com um psicólogo online, ele dá um diagnóstico de bipolaridade. "Deserto da Namíbia" é um filme difícil de se assistir. Longo demais, personagens frios e impossíveis de se simpatzar. Kana, a protagonista, é arrogante e antipática. Acompanhar um filme tão longo nessa odisséia de uma jovem em busca de entender seu estado mental não é para fracos. Acompanhá-la maltratando as pessoas que a cercam, agindo com violência física e verbal, pode ser interessante para quem quer fazer um estudo de personagem em desequilíbrio. De qualquer forma, o trabalho da atriz Kawai Yumi é de se aplaudir, por conta de seus excessos em cena e por transições de emoção.

He Ain't Heavy... He's My Father

"Xin nan xiong nan di", de Peter Ho-Sun Chan (1993) Deliciosa fantasia produzido pela China, e que remete a dramas de viagem de tempo, como "De volta para o futuro"e "Peggy Sue, seu passado te espera". Protagonizada por 3 astros de Hong Kong, Tony Leung Chiu Wai ( de "Amor à flor da pele"), que interpreta Yuen, Tony Leung Ka Fai, que interpreta seu pai, Feng e Carina Lau, que interpreta Laura, casada com Feng e mãe de Yueng. Nos dias d ehoje, Yueng é um corretor de imóves frustrado por não ter tido uma vida melhor. Ele coloca a culpa em seu pai, FEng, que poderia ter sido um homem rico, já que s ecasou com sua mãe, Laura, filha de milionário. Mas Feng dedicou a sua vida ajudando aos outros, e por isso, nunca guardou nada para si nem sua familia. Laura, inclusive, abdicou de sua fortuna para se casar com Feng, que era um homem pobre que morava em um cortiço. Durante a noite onde Jupiter se une à lua, reza a tradição que se a pessoa fizer um pedido, ele se realiza. Quando Yueng discute com seu pai e joga na cara dele que ele foi o responsável pela frustração de uma vida, seu pai passa mal e entra em coma. Yueng corre para fazer o pedido e acaba retornando ao passado, quando seu pai namorava sua mãe, contra a vontade dos pais dela. Yueng se apresenta cmo um primo, e acaba entendendo as razões de seu pai decidir por uma vida franciscana. O filme tem momentos de comédia pastelão que chegam ao nível do surreal, como uma cena onde Feng dança com Laura e homenageando "Top secret", rodopia com uma boneca no ar. Tem também momentos de musical e romance. No final, eu chorei muito, muito, pela sensibilidade em que o filme lida com o tema do perdão.

quarta-feira, 21 de maio de 2025

Uma alegoria urbana

"Allegorie citadine", de JR e Alice Rohrwacher (2024) Alice Rohrwacher é uma premiada diretora italiana, irmã da atriz Alba Rohrwacher. Ela dirigiu os prestigiados "Lázaro feliz", La chimera", "Corpo celeste"e "As maravilhas". "Uma alegoria urbana" é como o próprio nome diz, uma alegoria sobr eo mito da caverna de Platão, pelo ponto de vista de uma criança de 7 anos, Jay (Naïm El Kaldaoui), cuja narração do mito durante o filme é espetacular). Jay ficou doente e teve que ser linerado da aula. O pai não pode ir, sobrou pra mãe, uma dançarina que estava indo a caminho de uma audição de um corpo de dança que faz uma representação do mito de Platão. A mãe busca a criança e chega atrasada para a audição, mas o coreógrafo ao observar o menino, libera a mãe para fazer o teste. Nesse meio tempo, o menino dai do teatro e vai se aventurar nas ruas. A partir daí, o filme mistura uma técnica de animação, inserindo o menino na caverna estilizada. Toda a parte fotográfica ficou a cargo do renomado fotógrafo francês JR ( co-diretor de "Visages, villages", filme que dirigiu com Agnes Varda.

Always smile

"Always smile", de Jason Park (2025) Escrito e dirigido por Jason Park, "Always smile" parece um filme produzido pelos Angel Studios, famoso por seus temas de conteúdo cristão, como "O som da liberdade", e que fazem denúncias sociais, como tráfico de mulheres e crianças, tráfico de órgãos. A última cartela do filme mostra justamente que mais de 800 mil crianças e mulheres são sequestrados por ano no mundo. O filme apresenta os irmãos asíaticos Alex (o diretor Jason Park) e Johnny (Min Keon Kim). Eles são sem teto que moram em uma van. Os irmãos se amam e um cuida do outro. Alex trabalha em um esquema de emprego que não lhe agrada, e Jonnhy estuda em uma faculdade comunitária, com o sonho de estudar medicina. Os pais de ambos, e a esposa de Alex morreram em um acidente de carro. A história dos irmãos irá se cruzar com uma quadrilha que sequestra e trafica mulheres. O filme tem todas as melhores intenções do mundo. Mas boa parte do elenco é fraco, sem emoção, e o ritmo do filme demora e engrenar. A história demora a contar ao que veio, a trama do tráfico demora a entrar, e até então, traz a rotina dos irmãos e a dureza de suas vidas.

Excisão

"Excision", de Richard Bates Jr. (2012) Concorrendo no Festival de Sundnace, 'Excisão" foi premiado em diversos festivais de gênero pelo mundo. Escrito e dirigido por Richard Bats Jr, o filme é um body horror protagonizado por uma personagem vil e perversa. O filme ganhou destaque dentro do meio cult por trazer no elenco três atores conhecidos: Traci Lords, ex atriz pornô, o cineasta John Waters e o ator Malcom Macdowell. A história me lembrou 'Bem vindo à casa de bonecas", de Todd Solonz, que apresentava a relação entre uma irmã mais velha e a irmã mais nova, paparocada pelos pais, e como a mais velha se vingava da mais nova. Pauline (AnnaLynne McCord), 18 anos, mora com seus pais, Bob e Phyllis (Traci Lords). A irmã mais nova e mais bonita, Grace (Ariel Winter), recebe todas as atenções dos pais, ainda mais por ter uma doença no pulmão, o que requer uma atenção maior. Pauline é repulsiva e não esconde isso: é anto social, maltrata a todos na escola. Ela tem dois desejos: se tornar uma cirurgiã e perder a virgindade. O filme mostra delírios de Pauline como cirurgiã, fazendo enxertos, incisões e outras atividades cirúrgicas gore. O desfecho traz uma cirurgia real de Pauline, e é uma sequência que deixou muita gente chocada. ë um filme dificil de acompanhar pois não traz personagens carismáticos pelos quais o epsectador vai se apaixonar. É um mundo de pessoas repulsivas, liderados por Pauline, certamente uma fã de Arlequina e outras anarquistas.

Soul to squeeze

"Soul to squeeze", de WM Weikart (2025) Drama indie com narrativa experimental, 'Soul to squeeze" deve funcionar para quem tomar algum alucinógeno antes de assistir ao filme. Para o restante do público, fica uma experi6encia tortuosa e cansativa, uma pretenciosa tentativa de emular David Cronemberg e David Lyncj no memso filme, com diversas referências ( a Tv de "Videodrome'). Escrito e dirigido por WM Weikart, o filme apresenta Jacob (Michael Thomas Santos), um jovem estudante que aceita ser cobaia de um experimento misterioso. Ele mora em uma casa por dias e vivencia uma série de alucinações auditivas e visuais bizarras, que atormentam sua mente, suas memórias e seus traumas ocultos. Tudo o que Jacob traz em sua mente, se materializa, desde s ever como cachorro, um neanderthal. epor aí vai. O diretor alardeia na divulgação do filme que é o primeiro filme a mesclar 2 formatos de tela, aspect ratio no mesmo filme, de 4:3 a 2:25, o que é mentira. entre vários outros filmes, cito "Mommy", de Xavier Dolan, que vai de 1:1 a 2:35, para explorar a sensação de clastrofobia para a liberdade do protagonista.

terça-feira, 20 de maio de 2025

Pigman

"Pigman", de Louise Warren (2024) Eu sou um cinéfilo que sempre que sai um filme inglês, uma das primeiras coisas que comento é. a excelência dos atores ingleses. Mas como em qualquer profissão na vida e no mundo, existem também atores ruins no Reino Unido. O filme dirigido por Louise Warren e escrito pela dupla Ben Daly e Robert Howgate parece ter reunido os piores no mesmo projeto. Mas talvez a culpa não seja somente deles. Tudo é pavoroso: direção, roteiro, edição, efeitos. Eu sou teimoso: o cartaz do filme já deixa claro que o filme é uma bomba. Mas como vejo tudo, arrisquei e me dei mal: é ruim demais, nem pra ser trash ele serve. A divulgação diz que é baseada em fatos reais. O filme tenta ser um arremedo de "O massace da serra elétrica", mas datado nos dias de hoje. Um grupo de youtubers decide seguir até uma fazenda isolada na Inglaterra rural para irem atrás d alenda do homem porco Pigman, e assim, viralizarem e ganharem seguidores. Bom, não precisa dizer que um homem com máscara de porco ( Leatherface!!!) surge e começa a matar um por um. Mal feito, efeitos ruins, sem ritmo e final podre. Apenas pule o filme.

Dissolução

"Dissolution", de Anthony Saxe (2024) Melhor curta do juri no SXSW 2024, "Dissolution" é escrito e dirigido por Anthony Saxe e é uma co-produção Estados Unidos e Austrália. O filme é corajoso e expositivo: Anthony Saxe escala seus pais reais, Linda DiVirgilio e Eddie Sace, para falar de temas dolorosos como o fim de um relacionamento na terceira idade, velhice e morte. Alternando imagens do ex-casal nos dias de hoje, com imagens de VHS dos anos 90, quando Anthony havia nascido e o relacionamento estava no auge da paixão e o casal em plena saúde, o filme é angustiante e machuca. Ver os pais jovens e agora, mais de 30 anos depois, envelhecidos, e o pai, de muleta e sem andar direito, é de destruir o coração de qualquer um. Após anos separados, Linda vai reencontrar Eddie para assinar o papel do divórcio. Ela se choca ao rever Eddie: ela não imaginava que ele estivesse tão envlhecido e fisicamente deteriorado. Ele defeca nas calças, e ela o leva para tomar banho. A cena é profundamente dolorosa. Quem estiver passando por situação pessoal com parentes, não deve assistir ao filme. Mesmo tendo um final terno, é um filme que dá gatilhos sobre morte e finitude.

Conto de Fadas de Kathmandu

"Fairytales of Kathmandu", de Neasa Ní Chianáin (2007) Documentário assustador e repugnante que retrata o poeta premiado irlandês Cathal Ó Searcaigh e as suas viagens ao Nepal. Cathal convidou a documentarista irlandesa Nesa Ni Chianain para acompanha-lo até o Nepal e fazer um relato sobre as suas andanças e projetos voluntários. Mas Nease passou a ficar instigada pela constante visita de jovens rapazes até o quarto do hotel de Cathal. Ao entrevistar os rapazes, ela descobriu que Cathal os abordava a caminho da escola, prometendo dinheiro, roupas e bicicletas, em troca de visitas até seu quarto. Nnehum dos rapazes conhecia o sexo ou ja tinham namorado antes, seja uma garota ou um rapaz. Nease passoua. quetsionar os atos de Cathal, de abuso de poder ( no Nepal, os estrangeiros sao considerados Deuses). No Nepal, o consentimento em relação a atos sexuais é de acima de 16 anos. Criminalmente, ele não poderia ser preso, pois alega qu e não forçou ninguém e todos foram por vontade própria. Porém, a Irlanda entrou com um processo contra Cathal, pois no país, o consentimento é a partir de 17 anos, e por isso, consideraria crime. Não é um filme fácil de ser visto. Os depoimentos dos rapazes , ingênuos, mostra a forma predadora do poeta de agir.

New life

"Wo hui hao hao de", de Hongjie Dong (2024) Que ódio desse filme, que me fez chorar mil litros. Deveria ser proibido fazer filmes com animais só pra fazer quem ama os bichos chorar desgraçadamente, que nem nos filmes "Marnie", "Sempre ao seu lado" ou "Quatro vidas de um cachorro". Mas pelo menos são filmes que retratam o amor de tutores com seus animais, um amor incondicional que merece ser celebrado. Uma jovem Man (Zifeng Zhang) trabalha como motorista em uma van para fazer fretes e asism, poder bancar o aluguel da casa e da comida, onde mora com seu pai (Jingchun Wang), um alcólatra. Desde a morte de sua mãe, tudo piorou na vida de ambos: o pai se enfiou na bebida e vive nas ruas como um miserável, e Man precisa segurar a onda do pai e a sua própria saúde mental. Em luto eterno, por sentir-se culpada pela morte da mãe, Man encontra um cachorro vira lata quando vai fazer um frente. Ela não quer nada com o animal, mas quando ouve um vizinho falar que o animal não sai de sua caixa de papelão, pois foi onde a mãe dele morreu, iediatamente Man se conecta com a história dele. Ela o leva para casa e aos poucos, o cachorro muda a sua vida e a de seu pai. Os atores são ótimos e muito carismáticos. Claro que muito do apego do filme é por conta do cachorro, que é apaixonante. O filme não tem vergonha em fazer o público de acabar de chorar e aplica muitos golpes baixos. Pelo menos o desfecho dá uma luz no fim do túnel.

segunda-feira, 19 de maio de 2025

Missão impossível- O acerto final

"Mission: Impossible - The Final Reckoning", de Christopher McQuarrie (2025) O mais emotivo de todos os filmes da franquia, essa parte 8 começa com um prólogo trazendo em flashback cenas icônicas de todos os outros filmes. E o final certamente irá arrancar lágrimas dos fãs. Com quase 30 anos de longevidade (o original foi lançado em 1996, quando Tom Cruise tinha 33 anos), o filme teve a sua estréia de gala no Festival de Cannes 2025. Com 2hrs 49 minutos, é importante que o espectador releve a primeira hora do filme, que é arrastada e bastante confusa com muitos dialogos e termos tecnológicos que o público comum vai ficar boiando. Mas as 1hr e meia restantes, justificam toda a mítica da franquia: é ação ininterrupta, em cenas filmadas na Noruega e na África do Sul. A já famosa sequência dos bimotores é de encher os olhos, e reza a lenda que Tom Cruise e Esai Morales, que interpreta o vilão Gabriel fizeram as cenas sem dublês. Basicamente, a trama é de Ethan e sua equipe tentando desarticular o plano do Ai Entidade, que quer destuir o mundo. Mas Gabriel deseja controlar a entidade e ele dominar o mundo. Paralelo, a presidente dos Estados Unidos, interpretada por Angela Basset, precisa tomar decisões importantes para evitar a morte de milhões de inocentes. Tem momentos deus ex machina no filme que me tiraram do sério, mas como toda a franquia é baseada em atitues e situações fora do real, desencanei e fiquei curindo as acrobacias e malabarismos do elenco em cenas de ação. Boa parte da emoção vão para os personagens de Luther Stickell (Ving Rhames) e Benji (SImon Pegg), que arranca as melhores tiradas cômicas do filme.

California king

"California king", de Eli Stern (2025) Comédia de ação indie americana, é o filme de estréia do roteirista e diretor Elo Sterm. O filme busca uma pegada de irmãos Coen com personagens losers que se metem em enrascada, envolvendo traficantes e malandros. Perry (Travis Bennett) é um gerente de uma loja de colchões na cidade de Nice, califórnia. Ele tem paixão platônica por Lynette (Victoria Justice), seu crush desde a infância. Perry decide bolar um plano com seu melhor amigo e funcionário da loja de colchões, Wyatt (Jimmy Tatro): simular um falso sequestro do irmão adolesente de Lunette, e depois surgir como herói. Mas os planos dão errado, ao envolver traficantes, bandidos e sherife na farsa. O filme prometia bastante: tem um visual divertido e querendo ser pop, com legendas qie ocupam a tela toda; Uma trilha sonora esperta, personagens porra loucas que são carismáticos. Mas existe um excesso de personagens e sub-tramas que atrapalham o ritmo e a organicidade da história, perdendo o foco dos protagonistas.

Até que a música pare

"Até que a música pare", de Cristiane Oliveira (2023) Co-produzido por Brasil e Itália, "Até que a música pare" é o terceiro longa dirigido pela cineasta cristiane Oliveira: antes, tivemos "A primeira morte de Joana" e "A mulher do pai". O que une os 3 filmes, além de terem sido rodados no sul, é o protagonismo feminino em fases diferentes da vida: adolescência, meia idade e agora, terceira idade. Rodado nos municípios gaúchos de Antonio Prado, Veranopolis, Nova Roma do Sul e Nova Bassano, o roteiro foi escrito por Oliveira e Gustavo Galvão. Participou da Mostra de SP e do Festival do RJ. O filme tem um elenco escalado através de um grupo de teatro de CAxias do Sul, e todos falam a língua "Talian", língua brasileira oficialmente reconhecida em 2014 e formada a partir do contato do português com línguas de imigrantes do norte da Itália, que chegaram ao Brasil no século XIX. Chiara (Cibele Tedesco) é a matriarca de uma família de ascendência italiana desfeita. Depois que seu filho mais novo se muda, ela decide acompanhar Alfredo (Hugo Lorensatti), seu marido, em suas viagens como vendedor nos bares da Serra Gaúcha, no sul do Brasil. O casal vive o luto pela morte de um dos filhos, e a sensação de ninho vazio. A polarização política de 2022 , o conservadorismo e o fanatismo religioso também surgem como pano de fundo, e a crise religiosa em relação ao budismo e a possibilidade de reencarnação na forma de um animal: uma tartaruga. O filme tem planos longos e formalmente rígidos, o que fez um crítico citar a influência do cinema de Chantal Akerman, principalmente "Jeanne Dealmann", onde o cotidiano de poucos conflitos fazem parte de uma narrativa documental e fria. O ritmo muito lento e a naturalidade das performances do elenco podem assustar espectadores, mas no final, fica a certeza d eter assistido uma obra diferenciada, registrada com brilho e que é um pedaço d ahistória cultural do Brasil.